História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 73. NÃO FAÇA BOBAGEM

P.O.V JOHNNY

Eu e Mike decidimos nos separar, ele foi atrás de Henrique e eu fiquei no carro esperando o pai de Anne sair do prédio.
Vislumbro pela milésima vez o elevador do estacionamento se abrir, mas dessa vez era ele, devo ter ficado mais de uma hora esperando.
O Homem caminha sozinho entre os carros, umas três fileiras à frente de onde estou, ele destrava um carro preto e entra.

Decido que vou seguir ao invés de confrontar, ele nos evitou por algum motivo, vamos ver até onde ele me leva.

Saio com o carro logo atrás do dele, ele dirige normalmente pelas ruas da cidade, mas depois de 10 minutos eu já sei que ele não está indo na direção do hotel onde está hospedado.

Tomo uma distância maior, para que ele não me perceba, o trânsito intenso ficou para trás, ele está saindo da cidade.

Só estamos nós dois na estrada, deixo que a distância entre nós aumente e torço para não perdê-lo de vista.
Passamos por uma mansão e eu reconheço o lugar, comprei uma casa para Amber por aqui, a mais ou menos um ano, é uma área isolada, fora da cidade, mas com residências de alto padrão.

O carro para no final de uma rua, fico ainda mais perturbado com oque vejo, ele manobra o carro e entra na garagem da casa, a mesma que dei de presente a Amber, talvez ela tenha se desfeito da casa sem me falar nada.

Passo em frente da casa, pelo portão é possível ver que as janelas e portas estão todas fechadas.
Paro na esquina a uns 50 metros da casa e envio uma mensagem para Mike.

SMS

"Segui o pai da Anne, ele veio até uma casa que aparenta estar vazia, vou te mandar o endereço, conseguiu alguma coisa aí?"

Em seguida, mando outra mensagem com o endereço do lugar.
 

P.O.V Mike

Deixei Johnny no prédio aguardando o pai da Anne descer e fui até a Personalité, para confrontar Henrique.

Entrei pelo salão e fui até o bar, pedi que uma funcionária localizasse o Henrique ou a Kim, a moça foi atrás do Henrique, mas me informou que a Kim ainda não havia aparecido no lugar.

Minha desconfiança a respeito de algo estar muito errado só aumenta.

(H)_Você está me procurando?

_Boa noite! Eu sou Mike, advogado da Senhorita Anne.

(H)_ Hum... em que posso ajudá -lo?

_ Ela está desaparecida e estou checando todas as pistas e curiosamente, todas elas me trouxeram à você.

(H)_ O que está insinuando?

_Absolutamente nada, o senhor também deve estar preocupado, como irmão, deve estar bem mais preocupado que eu na verdade.

As sobrancelhas dele se unem e seus olhos se arregalam, demonstrando surpresa.

(H)_ Não faço idéia de onde ela esteja e não, não estou preocupado, ela já havia sumido, quando na verdade estava com o pai.

_O seu pai!

(H)_ Não tenho nenhuma informação que possa ajudá -lo, se me dá licença, tenho mais o que fazer.

Ele se vira e sai, sem me dar tempo de detê-lo com mais perguntas, mas é claro que ele esconde algo, não negou ser irmão dela, mas aí tem muito mais coisa.

Meu telefone vibra e vejo que recebi uma mensagem, na verdade duas, ambas de Johnny.

SMS

"Segui o pai da Anne, ele veio até uma casa que aparenta estar vazia, vou te mandar o endereço, conseguiu alguma coisa aí?"

E a outra com o endereço de um bairro fora da cidade.

Decido responder e me encaminhar ao tal lugar, pode ser que Anne esteja com o Pai, de fato.

SMS

"Fique onde está, estou a caminho, nada aqui... mas ele esconde algo."

Saio em direção á calçada, preciso esperar um Táxi, enquanto aguardo tento contato com Kim, sem sucesso.

P.O.V Henrique

Acabei de falar com meu pai ao telefone, os papéis estão prontos para Anne assinar, temos que agilizar tudo, pois ele me disse que foi procurado pelo advogado da Anne.

(Func.) _ Com licença senhor Henrique, tem um homem lá no bar querendo falar com o senhor.

_Quem é?

(Func.) _ Disse apenas que se chama Mike.

_Ok, já estou indo.

Desço e dou de cara com o ex da Kim, só me faltava essa!

O Cara veio, na verdade como advogado da Anne, o idiota já sabe de quem eu sou filho, meu pai disse que não o havia recebido como sabe sobre ele ser meu pai?

Marquei com meu pai na casa onde Anne está, assim ela assina tudo e já damos uma solução definitiva, ela não não pode sair de lá viva, isso é certo.

Aviso a um dos funcionários que não voltarei à Personalité mais hoje, sigo com meu carro à caminho do cativeiro.

Depois de 30 minutos eu chego finalmente ao lugar, o carro do meu pai está na garagem, estaciono ao lado e entro.

(P)_ Finalmente Henrique, achei que eu mesmo teria que fazer ela assinar.

_E por que não fez? Nos pouparia tempo, temos que acabar logo com isso, o advogado babaca está chegando perto de descobrir tudo.

Abro a porta da dispensa e ela está deitada, parece fraca, provavelmente com muita fome.

_Boa noite minha linda! Esqueci de te trazer algo para comer, você me perdoa né?

(P)_ Henrique anda logo com isso...

_Que foi papai? Não vai dizer nem oi para sua filhinha querida?

(A)_ Por favor... água!

_Não se preocupa isso vai acabar logo, você vai assinar uns papéis para mim, depois prometo que te dou água e solto essa corrente.

Ela se senta, eu aliso seu rosto gelado...sua boca está esbranquiçada e seca... até assim ela é linda.

(P)_ Aqui estão os papéis, ela precisa assinar todos e rubricar o verso.

_ Você ouviu o papai né linda?

Entrego uma caneta, apoio os papéis em um livro e entrego à ela.

(A)_ Você vai me deixar ir?

_Se concentre no que está fazendo, quando acabar eu te solto.

P.O.V JOHNNY

Um outro carro para na frente da casa e logo entra na garagem, é Henrique que está ao volante.

Meu coração dispara, com uma certeza, ela está aqui...

Ligo para Mike.

(M)_ Johnny, estou a caminho, não faça nada!

_Henrique acabou de entrar na casa, eu vou entrar...tenho certeza que ela esta lá.

(M)_ Não Johnny, não faça bobagem, chame a polícia, eles podem ter armas.

_Chame você, não posso ficar mais esperando...

Desligo o telefone e desço do carro, caminho em direção à casa e ergo o portão da garagen o suficiente para passar por baixo dele.