História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 79. QUEM É VOCÊ?

P.O.V JOHNNY

Acordei cedo, estava ansioso, mesmo sem saber ao certo o motivo pelo qual estava me sentindo assim.... talvez por causa da decisão que o médico pediu que eu tomasse, sim com certeza era isso.

Ligo para Mike e aviso que vou passar lá antes de ir ao hospital, preciso falar com Kim, ela é a única além de mim, que ainda não desistiu da Anne.

Chego na casa de Mike e os encontro tomando café da manhã.

(K)_ Bom dia Johnny!

A cumprimento com um beijo no rosto e um aperto de mão em Mike.

_ Bom dia, vim porque preciso de um conselho...

(M)_ Johnny, sabe que pode contar comigo sempre que precisar...

_Na verdade era da Kim que eu gostaria de ouvir o conselho, o médico pediu que tomasse uma decisão sobre o estado em que a Anne se encontra e sobre como vamos agir daqui para frente...

(K)_ Johnny, pode confiar em mim e no que eu disse ontem, tenho certeza que aconteceu...

_Eu sei Kim, o médico confirmou que houve algum tipo de reação dela, ele viu pelos batimentos...

(K)_ Ouviu Mike!? Vai continuar duvidando de mim? A Anne parece frágil, mas ela já levou muita porrada na vida, se tem uma coisa que ela sabe é se recuperar.

Kim me abraça e não contém a emoção, acaba chorando de felicidade.

(M)_ Vocês tem razão, eu tenho sido pessimista, mas eu não queria ver você Johnny, se enchendo de esperanças e depois não dando em nada.

_Eu entendo Mike!

(K)_ Vamos! Eu quero ir vê -la agora!

_Kim, preciso chegar lá com uma resposta para o médico.

(K)_ Ah... é claro, me desculpa Johnny é que fiquei tão feliz, mas fala, quais as opções que eles deram?

Explico tudo à Kim, sobre a possibilidade de retirar a medicação e torcer para que ela acorde, mas isso colocaria a vida dela em risco ou seguir com o planejado e correr o risco de ela nunca mais acordar.

(K)_Johnny, acho que ela preferiria que a medicação fosse retirada, teria a chance de ver os filhos nascerem e principalmente se a outra opção pode levá-la a passar anos, quem sabe... em coma.

_Eu não posso perdê-la Kim!

(K)_ Você prefere ter ela inconsciente em uma cama, isso não é vida Johnny! De qualquer forma você não a teria.

_Você tem razão... é que até agora eu não havia se quer considerado perder ela e agora me vejo tendo que escolher a forma como isso pode acontecer.

(K)_ Não vai contecer, ela é forte ela não vai deixar os filhos, não vai deixar você!

_Obrigado, me ajudou muito Kim, eu vou ao hospital agora, o médico deve estar esperando minha resposta.

(K)_ eu vou com você.

(M)_ Kim, deixa para mais tarde, só pode entrar um por vez e você precisa descansar.

_Mike tem razão Kim, eu te mantenho informada.

Deixo os dois e vou em direção ao hospital, não posso deixar de sentir inveja da Kim, Anne bem que poderia mexer enquanto eu estivesse com ela, gostaria de saber que ela tem ouvido todas as "nossas" conversas.

Entro pela garagem do hospital e faço o caminho de sempre até o elevador, as pessoas parecem me observar e conversar entre si, mas já estou habituado a esse tipo de comportamento.

Chego no andar da U.T.I. e paro na recepção para pegar meu adesivo de visitante.

(X)_ Senhor Depp, o Dr. Quer conversar com o senhor, vou avisá-lo que o senhor chegou.

_Tudo bem, posso esperar no quarto? Quero ver ela antes...

(X)_ Sim, eu peço para ele encontrar o senhor lá.

Preciso vê-la mais uma vez antes comunicar minha decisão...apresso o passo em direção ao quarto, sei que logo o Médico nos interromperá.

O quarto está mais claro que o habitual, me aproximo do leito e estranho o fato de ela estar sem o tubo.

Me aproximo ainda mais e observo o rosto dela, continua dormindo, eu poderia beijar os lábios dela, se a vida fosse como nos contos de fadas ela acordaria e seríamos felizes para sempre.

Ainda assim decido beijá-la... encosto os meus lábios nos dela, sinto a maciez e a frustração de não ser correspondido, me afasto e percebo os dois olhos cor de mel me observando...

_Anne...

(A)_ Quem é você?

Não sei bem descrever o que sinto ao ver ela acordada e logo em seguida saber que não se lembra de mim.

_Não importa, tudo que importa é que você está acordada, não importa quem eu sou, eu não sou ninguém.

Ela sorri e meu Deus, ainda não posso acreditar que ela está de volta.

(A)_ Ninguém? Você é uma gracinha ninguém... tem namorada?

_É serio isso? Acabou de voltar de um coma e ta dando em cima de um desconhecido?

(Dr)_Vejo que já soube da novidade..

_Doutor eu ia chamá lo... espera aí... o senhor já sabia?

(Dr.)_ Claro que sim, a bela adormecida aí acordou ontem pouco tempo depois que você foi embora.

Olho novamente para ela que está sorrindo...

(A)_ O que foi meu amor, você achou mesmo que me esqueci de você?

_Não, não... não consigo acreditar, você está mesmo de volta?

(A)_Acho que sim! Ou estou sonhando, sei lá.

_Você não imagina como tem sido difícil..

(A)_Me desculpa ficar ausente tanto tempo, a enfermeira me contou que você passa o dia inteiro aqui, todos os dias.

_Onde mais eu poderia passar o dia? Tudo que eu tenho está nesse quarto.

Abraço ela com mais força do que deveria, mas a urgência do reencontro é muito grande.

(A)_ Amor, está tudo bem...

_Anne... nunca senti tanto medo na minha vida, você se tornou uma parte vital de mim, se você se fosse eu não conseguiria...

(A)_ Eu tenho certeza que você conseguiria, tenho certeza que seria um pai incrível para os nossos filhos.

_Não Anne, sinto desapontar você, mas esse tempo todo eu tentei me convencer disso e não... eu não poderia, se você se fosse...

(A)_Meu amor... eu não fui...eu estou aqui, eu voltei para você!

_Eu te amo tanto! Nunca mais faz isso comigo, você vai ficar trancada dentro de um cofre, onde só eu saiba a senha... ninguém nunca mais vai te machucar ou te levar para longe de mim.