- O que está fazendo? - ao ver a novata baixada frente a cela de seu prisioneiro, perguntou Reiji Wakahisa, um shinigami alto, forte, que deixava a parte superior do shihakushou entreaberta, apenas com partes entrelaçadas em zig-zag, nos ombros vestia um acessório samurai, assim como seu penteado, olhos escuros, cabelos azuis, narcisista e pervertido, era assim que Mika o descrevia, filho do capitão do 8° batalhão, mantinha um ar superior no rosto, orgulhoso, o número um da turma da Yamamoto, conseguindo ocupar o 4° lugar no 11° esquadrão.
- Temos que ficar de olho neles, ne? - responde Mika com o olhar fixo no prisioneiro.
- Hahaha, assim irá irrita-lo, veja... - sorri da ingenuidade da amiga e aponta para o rosto do arrancar em questão, ex-espada número 6 de Aizen: Grimmjow Jaegerjaquez, que se encontrava entediado.
- Tem razão, talvez esteja um pouco ansiosa, afinal, esse é meu primeiro trabalho importante, uff... - relaxou a Yamamoto, levantando-se, vestia um shihakushou completo, de mangas longas, em ambos antebraços uma tela, no pescoço uma gargantilha preta, e um simples rabo de cavalo prendia seus longos cabelos vermelhos, apesar de pertencer a uma família reconhecidamente nobre e forte em Soul Society, sua posição era a 7° no 3° esquadrão desde que se formara.
- O que vai fazer essa noite? - perguntou galanteador, se aproximando do rosto da garota.
- O de sempre, nada que seja do seu interesse. - responde Mika indiferente, afastando a face do rapaz com a mão.
- Esse jeito difícil me excita tanto, Mika-chan, mas sou persistente, um dia a verei implorando por um beijo meu e quando esse dia chegar não hesitarei em te oferecer muito mais que isso! - Reiji diz como uma despedida, sorrindo de canto maliciosamente e saindo da ala que a Yamamoto era responsável.
- Hai, hai... - continua indiferente, e gesticula com a mão pra que vá de uma vez.
Se joga num sofá-cama confortável e põe os braços atrás da cabeça, olhando para o teto.
- Não se cansa desse cara? - Grimmjow finalmente falara algo, fazendo-a despertar do tédio num pulo.
- O que disse? - Mika não acreditava que falava com um arrancar, era sua primeira vez em muitas coisas.
- Esse cara todos os dias vem aqui e fica te enchendo, você não cansa? - repetiu explicando melhor.
- Reiji-kun faz isso desde a academia, com todas, é incômodo, mas não é de todo mal, ele sempre me ajuda quando preciso...
- Quer dizer que não é tão boazinha assim, usa os outros para te proteger... - concluía o arrancar quando foi interrompido.
- Não, entendeu errado! - exclama preocupada, a sirene toca em seguida, isso significava que os shinigamis deveriam se reunir, olhou para seu prisioneiro e continuou - Já volto...
- Salva pelo gongo. - provocou utilizando uma expressão.
Mika semicerrou os olhos e saiu, talvez se arrependendo de ter dado cartaz ao arrancar.
Chegando a cantina da prisão, encontrou-se com Rin Kisuke, filha mais nova de Urahara e Sói Fong, estatura baixa, cabelos curtos e castanhos claros, olhos verdes, usava um shihakushou sem mangas, entreaberto na frente, por baixo, faixas, assim como em seu antebraço direito, a bainha de sua zanpakutou tinha formato de guarda-chuva, presente de seu pai, era inteligente e perspicaz, evitava conflitos, porém muito forte; e, Yuki Suzuna, magra, alta, de cabelos médios e castanhos, tinha a estranha mania/gosto de pintar uma listra azul na horizontal marcando os olhos, usava um shihakushou tomara-que-caia contendo uma fenda bem abaixo dos seios, não era muito inteligente, um dos motivos pelo qual se tornara inseparável de Rin.
O que faziam lá? Hora do almoço, após isso levariam também para seus respectivos prisioneiros.
- Estão comentando que a partir de amanhã deveremos solta-los no pátio todas as "manhãs", estaremos cada vez mais expostos aos perigosos e violentos arrancars revoltosos. - Yuki comentou como se estivesse contando uma história de terror, enfatizando palavra 'manhã' com gesto de aspas, visto a condição de Hueco Mundo.
Mika engole a seco, e Rin percebe o nervosismo da amiga recém-chegada:
- São apenas rumores, Yuki, não há nenhum pronunciamento concreto sobre isso, além do mais, está assustando a Mika-chan... - aponta.
- N-não, de forma alguma... - a Yamamoto tenta disfarçar seu desconforto/medo com confrontos e as más lembranças das falhas.
- Gomen, Mika-chan, eu não queria...
- Sem problema, bem, já vou indo, a gente se vê a noite, ja ne!? - levantou-se depressa, pegou a refeição de Grimmjow e seguiu para sua ala no mesmo ritmo.
As horas passavam e Mika não parava de pensar na hipótese comentada no almoço, de como deveria proceder para não estragar tudo, ou se algum deles a atacasse, como não demonstrar...
- Aahh, que difícil! - exclamou alto passando a mão sobre o rosto.
- Nanda to? - o Jaegerjaquez questionou irritado pela maneira confusa que a garota agia, o incomodando em seu tranquilo sono.
- Sumimasen, err... sente vontade de me matar? - ela pergunta receosa.
- Quem hesitaria em aniquilar uma garota irritante feito você?
- Aahh, por que têm que ser desse jeito? - preocupada, ela sai, trancando assim também seu espaço e correndo para a ala de Rin. - Posso dormir com você? - pergunta ainda da porta (Mika era extremamente sensível).
- Own, sim, mas, não tem problema em deixar sua ala abandonada? - indaga a Kisuke.
- Eles não fugirão, não é? - responde com outra pergunta sentando-se na cama da amiga.
- Não, mas não deve fazê-lo com frequência. - aconselhou a amiga.
- Obrigada, Rin-chan, aquele arrancar é insuportável, passei três dias insistindo contato, e agora não para de falar... - reclama (se arrependendo totalmente).
- Haha, talvez seja por isso que nos aconselham a não interagir com um... - ironizou uma das regras da prisão.
- Tem razão, a culpa é exclusivamente minha, amanhã resolverei essa situação. - prometeu mais aliviada e se acomodando com a Kisuke na cama.
Pouco tempo depois, os que adormeciam acordaram com uma sirene, Mika levantou num pulo pensando ser tarde, e Rin, desconfiada, pegou a mão da amiga e disse:
- Algo está acontecendo, fique perto de mim!
- Hai. - obedeceu de imediato.
Ao saírem do aposento da Kisuke, se depararam com o prisioneiro da garota, adjucha, eliminando um outro oficial que passara por ali.
- Afaste-se do Kaneko-kun! - gritou Rin sacando sua zanpakutou, mas já era tarde, as partículas espirituais de seu colega shinigami começaram a se esvair, com os olhos marejados, e tomada pelo ódio, a Kisuke libera seu shikai, o eliminando com apenas um golpe, seguindo a fugir de mãos dadas a Yamamoto. - Fique perto de mim, Mika, onegai... - pedia.
- Estou aqui, Rin-chan.
Conseguiram chegar até o térreo antes que todos os portões de segurança se fechassem por completo e perceberam que além delas, poucos de seus companheiros restaram, entre eles, Yuki, Reiji e mais 6.
- O que está acontecendo, Rin-chan? - Suzuna pergunta assustada.
- Não sei, Yuki, mas precisamos sair daqui de imediato, Hayaku! - alega a menor observando uma única abertura na lateral esquerda, que dava no deserto de Lunuganga, se dirigindo para ela.
- Aonde pensam que vão, shinigamis? - um arrancar apareceu frente a eles.
- Não tem chance contra 10 de nós, é melhor deixa-nos passar! - ameaça Reiji.
- Meu interesse é apenas em você... - diz o arrancar.
- Do que ele está falando, Reiji-kun? - Mika questionou.
- Alvarez del Rock, meu prisioneiro, não terei piedade. - respondeu encarando o oponente e depois para os demais - Procurem por Harribel-san, eu o atrasarei. - amenizou o fato de ficar para trás, o Wakahisa era o veterano dentre os que sobraram, portanto, responsável por eles.
- Não o deixaremos pra trás, Reiji-kun. - Mika não pretendia perder mais ninguém.
- Voltarei mais rápido do que pensa para seus braços, baby! - respondeu galanteador, mesmo naquela situação.
- Mika, nós precisamos... - insistiu Rin racionalmente, puxando a amiga, que havia ficado sem ação.
A cada passo se afastavam ainda mais do companheiro que ficara para trás: "Não está certo, não está...", Mika pensava, assim que a tempestade no deserto aumentou e não conseguiu enxergar mais nada, escorregou em algo, fazendo-a soltar a mão de sua amiga, perdida retornou para prisão, mas Reiji não se encontrava mais lá, assim como os outros arrancars, era o que pensava, mas ao caminhar mais adentro da prisão sentiu um calafrio, e no momento que virou, Grimmjow se encontrava em sua frente.
- Ora, ora, quem eu encontrei, uma rata "fujona", haha, não poderia ter mais sorte!
- G-grimmjow... - gaguejou nervosa, arregalando os olhos e tocando a zanpakutou.
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