História Um fim de Inverno para não se esquecer - O Grande Dia (part. II)

A morena estava apavorada pela primeira vez na sua vida e isso era visível. Não que tivesse medo de dizer uma única resposta que mudaria toda a sua vida ou pelo simples fato de não saber ser uma nobre, eral algo além. Talvez o fato de saber toda a verdade ou por achar que não teria o mesmo respeito que tanto batalhou para ter... Sim era esse o seu medo e seu pecado, afinal ela lutou sozinha para conseguir estar na onde está agora e ter o reconhecimento de seus esforços, não queria que isso tudo mudasse de um dia para o outro.

-Cara emburrada logo hoje?

-Só estava pensando em algumas coisas Ran... Nada demais...

-Você pensa demais Nanao-chan!

-E você de menos Rangiku!

-Meninas se acalmem... Agora não é o momento para isso e a Ise-san não pode se estressar nesse momento!

-Gomen Unohana taichou... E você Nanao direto para o banho!

-Rangiku  você é um saco sabia?

-Mas sou sua melhor amiga!

Rindo a morena foi diretamente para o banheiro onde, adentrou a banheira e fechou seuse ic-Entendos se acalmar. Suas mãos vagavam pelo seu corpo enquanto sentia as mudanças que o mesmo passava. Ser mãe era uma aventura e tanto mas era a sua maior recompensa também, poderia pensar como quisesse porque ela sabia que no final, tudo iria mudar. A morena saiu dos seus desvaneios quando, leves batidas na porta chamou sua atenção e assim que a porta se abriu, pode contemplar quem era a sua visita. 

-Posso entrar?

-Claro Lisa... 

A outra morena adentrou o cômodo vestindo um kimono verde com desenhos de pássaros, seus cabelos estavam presos em um coque e mesmo de maquiagem leve, aparentava estar muito bem e com a barriga já visível. 

-Como se sente? 

-Um pouco assustada e confusa... 

-Entendo... Estaria mentindo se eu dissesse que fiquei calma no dia do meu casamento com Rose. Para ser franca, estava quase fugindo do grande dia, mas quando caminhei até ele, soube que o amava com todas as minhas forças... 

-Eu.... Eu não... Tudo é tão... 

-Confuso? 

-Sim... 

-Nanao você não precisa ficar com medo ou fingir... Kyouraku te ama pelo o que você é e isso é o que importa. 

-Arigatou Lisa... 

-Agora vamos que você não pode se atrasar muito. 

Lisa ajudou a sua irmãzinha sair da banheira e na hora de se vestir, ajudou somente com o obi cor de rosa do kimono branco com desenhos feitos à mão de flores de cerejeiras davam um ar mais gracioso. Seus cabelos estavam presos em um coque e como ardono, tinha pequenas flores de cerejeiras no mesmo. 

-Ficou perfeito em você Nanao-chan! 

-Ran... Não exagera! Vocês ficam muito bem de rosa claro...

-Agora vamos te maquiar... Algum pedido em especial? - perguntou a capitã do Yon Bantai. 

-Poderia ser algo leve e simples? 

-Mais é  claro! 

Algum tempo mais tarde, ela já estava pronta e com o buquê de lírios e rosas nas mãos. Seu nervosismo aumentava na medida que saía da terceira divisão e caminhava em direção aos jardins do Ichi Bantai. Para evitar o tumulto que estava se formando, elas adentraram pelo fundo do enorme local e após chegarem em um ponto próximo ao do casamento, Lisa se aproximou da irmã caçula e colocou um anel de prata com uma pequena e solitária safira no centro. 

-Algo velho e azul... 

-L... Lisa... 

-Seja feliz irmãzinha... 

O abraço coletivo foi o mais emocionante até agora. Embora Rangiku e Retsu não fossem de sangue, já eram partes da grande e maluca família. 

-Obrigada meninas por tudo!

-Agora vamos! Não podemos nos atrasar! 

Lisa adentrou primeiro o salão e revirou os olhos para o cunhado que se fosse uma galinha, já teria botado mil ovos. Ele lhe olhava agoniado e ela lhe lançava seu melhor olhar de desprezo e indiferença. 

-Querida... 

-Rose eu sei o que estou fazendo! 

-Se você diz... Confio em você. 

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As três mulheres subiram os sinuosos degraus e se encontraram com Yachiru. A pequena era quem iria entrar com a morena depois dos pedidos e insistências da parte rosada durante o tempo em que se recuperava e teve alta de Unohana, sob a condição de se alimentar corretamente e não se sobrecarregar com os assuntos do trabalho e preparativos do casamento e da chegada do bebê. 

-Pronta? 

-Humm sim! 

As enormes portas de madeira se abriram e Nanao foi recebida por sonoros sons e comentários de admiração. Suas pernas fraquejaram um pouco e o pânico momentâneo tomou conta de si mesma, mas ao sentir a pequena mãozinha da filha de Kenpachi sobre as suas foi que deu um pouco de alívio para si mesma. 

-Miss óculos você parece uma princesa! 

-Arigatou Yachiru... Você também parece uma princesa! 

Nanao olhou para frente e então todos os seus medos e anseios foram embora, como se nunca tivesse existido. Seus olhos violetas se encontraram com os de chocolates que de alguma forma parecia mais intenso e   apaixonado possível. Ela respirou fundo e seus passos antes vacilantes, estavam mais firmes e decididos. Ela subiu de encontro com Shunsui e entregou o buquê para a pequena que jurou que não iria devolvê-lo. 

-N... Nanao-chan... 

-Hun? 

-Está linda! 

A moça ganhou um rubor em sua face e caminhou até o altar ao lado de seu noivo. Ela encarou a mesa posta e reprimiu com todas as forças a vontade de revirar os olhos ao notar três copos de três cores diferentes e uma garrafa de sakê. Com elegância ela se posicionou na frente de Kyouraku e ambos se ajoelharam no chão enquanto ouviam as palavras proferidas pelo Soutaichou. 

-Nessa manhã de primavera, realizo uma cerimônia especial e que nunca pensei presenciar...  Não falo somente como um Comandante, falo como um pai que quer ver a felicidade de seus filhos enquanto eles crescem. Kyouraku Shunsui e Ise Nanao vocês são de longe um casal harmonioso e após todos os incidentes, me sinto honrado em celebrar a união de vocês dois. 

Kyouraku apenas sorria em sua constante felicidade em finalmente estar celebrando o seu casamento com a cruel dama. A Ise por outro lado, sentia um rubor bandido tomar conta de si enquanto continuava de cabeça baixa e sussurrando para si mesma que era por algumas horinhas. 

A medida que a cerimônia ocorria, Nanao serviu-se do primeiro copo de sakê e depois de encher novamente o copo, entregou para Shunsui, que também bebeu do líquido. A primeira cor era o branco que representava a paz e união do casal. Mais algumas palavras do Soutaichou e a morena bebeu do segundo copo para em seguida, enchê-lo e oferecer para o moreno que também bebeu do líquido. A segunda cor era o amarelo que simbolizava a fartura tanto material quanto sentimental. 

-Que esta taça seje a prova de que o amor e a confiança de ambos transborde e nunca se tornem escassos! 

Juntos, tanto o homem quanto a mulher, encheram o copo até que ele transbordase, o copo era vermelho e representava que o casamento era por amor e não por diplomacia. O casal se levantou e ficou um de frente para o outro novamente, enquanto o velho homem deixava Kyouraku dizer a sua parte do discurso para depois dar a deixa para Nanao falar. 

-Nanao-chan eu prometo te fazer todos os dias de nossas vidas e lhe proteger. Prometo ser o marido e pai que você espera que eu seja. Prometo ser seu amigo e protetor. Prometo te amar e lhe lembrar o quanto sou sortudo por ter você em minha vida. 

-K... S... Shunsui eu prometo cuidar de você. Prometo cuidar de nossa família. Prometo amar-te e te respeitar. Prometo meu amor e fidelidade para você todos os dias de nossas vidas. Prometo ser seu porto e sua vela independente dos caminhos que iremos tomar. 

Após a troca de alianças e de Kyouraku ter colocado o seu haori rosa sobre os ombros de sua amada, uma das tradições do clã Kyouraku, ambos foram oficialmente declarados marido e mulher perante todo o Seireitei. Mas ao invés do tão esperado beijo, aconteceu de uma pequena discussão de interesses. 

-Finalmente posso gritar para o mundo inteiro que és minha! 

-Não se atreva! 

-Agora senhora Kyouraku acho que você me deve um beijo... 

-Eu disse que não vou assinar nada com o seu nome! 

-Não precisa assinar com o meu sobrenome mas não pode mudar o fato de que agora você é  sim  a Senhora Kyouraku e minha esposa! 

-Não estou negando que sou sua esposa Shunsui mas não sou sua propriedade! 

-Eu não disse isso! 

-Mas me trata como um o que é  muito pior! 

Alguns convidados ficaram confusos enquanto outros apenas reviraram os olhos para a situação um tanto cômica que se desenrolava. Aqueles dois sempre seriam opostos um do outro, mas os opostos se atraem.

-Nanao... Lovely eu sinto muito... Esse era para ser o melhor dia de nossas vidas e acabei estragando por ciúmes... 

-...

-Não fique assim... Não tenho culpa se te amo tanto que a menção de te perder me fere. 

-Eu estou aqui não estou? 

-Sim... 

-Então não precisa ter medo. 

Sem que a mulher pudesse ter alguma reação, o homem a puxou para seus braços fortes e lhe beijou com furor e paixão ardente. Nanao só teve tempo de suspirar atordoada enquanto suas pequenas mãos estavam espalmadas no peito viril de Shunsui. Gritos e salvas de palmas foram ouvidos por todo o jardim enquanto o casal se beijava e o moreno afundava a pequena figura feminina em seus braços, somente pararam o beijo quando o ar fez falta, no entanto, o gesto mais lindo ficou para o final, quando o enorme capitão se ajoelhou na frente de sua esposa e beijou seu ventre, levando todos os presentes a chorarem e se emocionarem diante de tal cena. 

-Eu sou o homem mais sortudo do mundo mesmo sem merecer! Amo vocês! 

O comandante olhava tudo com uma alegria imensa, afinal seus pupilos estavam se casando e construindo suas famílias. Era novos tempos de paz e amor para o Seireitei, depois de séculos de espera, finalmente desfrutariam de um pouco de paz.

Continua no Próximo Capítulo.