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História Um grande Problema (Chamado Chanyeol) - Um Menino Mau


Escrita por: Tiavivi

Notas do Autor


Esse capitulo eu quis passar como uma reflexão, sem tirar o humor da fic ou coisa do tipo.

Mas eu sou defensora dos animais e passo mal quando vejo um na rua ou sofrendo mals tratos.

Enfim, vamos ler?

Capítulo 2 - Um Menino Mau




Quando acordei não vi Chanyeol ao meu lado e me fiquei desesperado. Levantei rápido e uma dor fininha me atingiu igual a uma vacina contra raiva que eu tomei no bumbum quando era mais novo.


"Chanyeol?" chamei o idiota orelhudo enquanto chorava baixinho, e se o grandão foi embora sem mim? E se tudo isso não foi armação dele para ficar com meus papais só para ele? Bem que o Soo disse para mim que eu não podia confiar em ninguém.


O Soo sempre está certo!


Sai da caixa e já estava bolando um plano para poder voltar para casa, mas eis que vejo Chanyeol revirando uma lata de lixo. Olhei para a cena com certo nojo e assim que senti o meu cheiro misturado com o odor horrível do lixo, choraminguei alto chamando a atenção do cachorro alto a uns metros a minha frente.


"Toma!" Chanyeol jogou um pedaço de carne queimada, podre e o pior, do chão. "Teu café da manhã." Respondeu simplista e eu quis morrer.


NÃO SOU OBRIGADO!


PREFIRO MORRER DE FOME!


"Come rápido, à essa hora os zomi passa." O que é os zomi? "Se os zomi pegar a gente, nunca mais vai ver seus pais." Olhei para carne queimada e fedida a minha frente, a afastei com meu focinho, não vou comer isso...


"Vamos logo então... Papai Han e papai Hun devem estar preocupados..." Caminhei até Chanyeol e o mais alto deu de ombros, para ele tanto faz como tanto fez se eu comia ou não.


Ridículo...


Já estávamos andando à algumas consideráveis horas quando eu pedi um tempo. Não sou acostumado com isso, esse negócio de andar é desgastante. Nem quando eu vou para academia me esforço assim. Socorro!


Chanyeol sentou do meu lado enquanto eu lambia minha patinha machucada, percebi que ele me olhava e eu sou bem acostumado com olhares em mim sabe? Mas Chanyeol me incomodava, me irritava e me tirava do sério. Já iria reclamar com ele quando um cheiro bom se fez presente em meu olfato apurado.


Eram salsichas!


Papai Sehun me comprava, quando vinhamos passear, agora que olho bem ao meu redor, percebi que já estive aqui. Sim, mas eu nunca venho andando ou volto andando, papai Sehun me trás e leva nos braços. Deixando de lado essas lembranças, o cheiro da salsicha estava tão bom e tão tentador. Olhei para o banquinho perto de onde eu e Chanyeol estávamos sentados, um homem jazia ali, com minhas preciosas salsichas em um palitinho.


Chanyeol me olhou como se eu fosse idiota e eu tive vontade de gritar que o idiota era ele!


Cachorro abusado!


"O que vai fazer?" Ele me perguntou com um tom de voz preocupado.


"Vou conseguir meu café da manhã." Era meio óbvio.


"No máximo que vai conseguir é um chute no meio da fuça. " Ignorei o grandão e caminhei manco até o homem comendo as salsichas.


Sentei de frente para o Humano e chorei um pouquinho para lhe chamar a atenção, fiz minha melhor carinha de fome e charminho para que me desse a comida. Isso sempre funcionava, eu só não contava com as palavras feias que o humano me lançou e só não ganhei um chute no meio do meu rostinho, porque Chanyeol apareceu latindo alto e assustando o humano ruim.


Ainda assustado me afastei de Chanyeol, como assim eu não tinha conseguido comida? Eu era pequeno, fofo, bonito, educado, sei dar a patinha, rolar, sentar, fingir de morto, falar e entre outros talentos. Então porque fui tratado tão mal? Geralmente quando estou com papai Hun nos passeios ou festas, até mesmo nas sessões de fotos, eu faço charminho e ganho comida junto a carinhos incessantes e até irritantes na maioria das vezes.


Qual era o problema daquele humano?!


Chamei Chanyeol com raiva e pedi para continuarmos a andar, quanto antes eu chegasse em casa melhor, e como um bom subordinado, o grandão me obedeceu, se pôs ao meu lado e foi andando no meu ritmo. Até que ele não é um monstro tão ruim assim.


Estávamos passando na frente de uma loja, quando uma vitrine em especial chamou minha atenção. Tinha vários bolinhos e se eu enxerga-se as cores, com toda certeza iria achar aqueles bolinhos mais lindos do que já me pareciam. Se papai Hun estivesse comigo, teria me comprado um dos bolinhos. Fiquei encarando a vitrine até uma humana aparecer na frente dos bolinhos e tacar uma vassoura em minha direção.


Fiquei bem assustado com aquilo foi tão repentino, porque os humanos hoje estavam com tanta raiva de mim?


O que foi que eu fiz de errado?!


Durante uns três segundos eu consegui me ver pelo reflexo da vitrine. Eu estava tão deplorável e uma série de coisas se passaram pela minha cabeça pequena. Então era por isso? Então é por isso que todos estão me tratando mal? Porque eu estou sujo e fedido... Como um cachorrinho de rua?


Que injustiça!


A vassoura não me atingiu, atingiu Chanyeol que pela segunda vez no dia, veio me salvar, bem desnecessário, porque eu sou muito auto suficiente e posso me proteger sozinho, BAIXINHOS SÃO O PODER! Escutei seu grunhido de dor e logo ele passou os dentes pela pele do meu pescoço, me levantando do chão e correndo comigo.


Me assustei, óbvio.


Eu estava me sentindo patético e frustrado. Como assim? Porque os humanos são assim? Então é assim que Chanyeol era tratado? Enquanto eu tenho uma vida perfeita, comendo mais de três vezes por dia, tomando banho de banheira, tendo uma caminha confortável, pais que me amam e amigos legais...


Menos o Chen, o chen é chato demais.


... Entre outras mordomias, Chanyeol é um cachorrinho de rua passando por dificuldades?


Senti meu corpinho tocar o chão e os dentes de Chanyeol me soltarem, o olhei preocupado e meio sem jeito. Ele estava machucado por minha culpa, estávamos ali, na rua, sozinhos, com fome e precisando de um banho urgentemente por minha causa. Porque eu sou um menino mau. O que papai Han diria de mim? Talvez eu fique sem minha bolinha ou meus docinhos como castigo por ser um menino tão mau...


"Para de olhar pro nada! Temos que ir!" Me levantei meio cambaleante ainda com medo e culpa, segui Chanyeol sem dizer nem mais um latido. Uma vez ou outra ele olhava para trás e quando seus olhos grandes me fitavam, tudo que eu fazia era desviar.


Não conversamos, estou com vergonha demais para fazer isso. Andamos o dia quase todo e eu estava morrendo de cansaço, queria minha caminha, queria meus pais e a cada passo a mais, um choramingo eu soltava baixinho.


Estava chorando meus ossinhos quando bati minha cabeça na perna de Chanyeol, olhei para o grandão e fui logo gritando, perguntando o porque dele ter parado, mas parei de gritar quando o vi olhar fixamente para uma casa em especial.


O que tinha de tão interessante em uma casa?


"Vamos."


Mas Chanyeol não me seguia enquanto eu andava, ele continuava a olhar para casa e eu estava me irritando quando ele andou até a porta do lugar. Fiquei apenas olhando, o que ele iria fazer tentando invadir a casa de alguém?


"Chanyeol, vamos!" O chamei outra vez e fui ignorado com sucesso, me irritei e comecei a latir o chamando, estou com fome, preciso de um banho minha patinha dói e Chanyeol fica de palhaçada? "O que tem nessa casa que você parece mais idiota que o normal perto dela?" Senti o olhar de Chanyeol vir agressivo para cima de mim e coloquei meu rabinho entre as pernas.


Ele ficou bravo... Que medo...


"Aqui... Era minha casa..."


Respirei fundo antes de falar ou pensar alguma coisa, aquela "era" a casa do Chanyeol, o que aconteceu para ela não ser mais? E como se ele pudesse ler meus pensamentos o grandão continuou a falar.


"Meu pai, ele morreu... E eu não tinha porque ficar aqui sem ele, a filha dele me expulsou... Ela nunca gostou de mim..." Comecei a chorar porque sou desses. Pensei em como eu iria me sentir se fosse meus papais, se ele morressem e me deixassem sozinho? Tadinho do Chanyeol!


Quanta maldade!


"Tá tudo bem, baixinho." Mas não tava nada bem, não mesmo. Olhei para Chanyeol com um misto de raiva e pena. Preferi não dizer nada para o grandão e ele logo saiu do terraço da casa


"Vamo". Fiz que sim com a cabeça e comecei a lhe seguir.


Queria poder dizer alguma coisa, mas parecia que tudo o que o fosse dizer poderia machucar o cachorro a minha frente. Eu ainda chorava, pensar em como Chanyeol se sentia esse tempo todo, sem um papai, sozinho, morando na rua, comendo carne podre e do lixo, dormindo em uma caixa a noite, no frio ou debaixo de uma chuva, sendo maltratado por humanos ruins e sem coração.

Tadinho do Chanyeol...



•••




Eu quero matar o Chanyeol!



Estamos andando a horas e nunca chegamos na minha casa, ele fica dizendo que estamos chegando, mas...


Eu tenho quase toda certeza do mundo de que estamos perdidos.


Queria muito dar uma mordida no grandão idiota, mas é claro e meio óbvio que eu não iria colocar minhas lindas presinhas nos pelos sujos e fedorentos de Chanyeol.


Faça me o favor, eca!


O pior de tudo é que, toda vez que eu olho para ele ou escuto seus choramingos de dor, me sinto culpado como nunca me senti em toda minha curta vidinha. No fundo, mas bem no fundo, eu sou um menino mau. Quis pedir desculpas para o Chanyeol, só que eu lembrei de que ele tinha uma parcela de culpa também, então a raiva volta com força total e eu só volto a pensar em morder esse problema ambulante.


Raiva me define.


"Chanyeol." Lhe chamei pela milésima vez, minha barriguinha estava roncando, nunca fiquei tanto tempo sem comer. Minhas patinhas ardem e eu nem consigo respirar adequadamente. "Eu estou cansado..." Chorei baixinho e escutei o grandão suspirar, achei que fosse me ignorar como das outras vezes, mas ele me surpreendeu.


"Ô, eu também sinto fome, também tô sentindo dor e pode crer, cara, eu quero muito me deitar e dormir por um bom tempo. Mas eu sei que você não é acostumado com essa vida e tudo vem em dobro, sacou? Então em vez de ficar reclamando igual uma cadelinha indefesa, porque você não fica caladinho? Tá legal?"


Eu nem sei o que dizer, só sentir.


Tô magoado, poxa.


Coloquei meu rabinho entre as pernas e voltei a seguir o grandão, já estava escuro e fiquei me perguntando se Chanyeol enxergava alguma coisa, por um momento cheguei a achar que o "medo" do escuro dele fosse mentira para não me levar ontem, só que depois que ele bateu a cabeça em um poste pela terceira vez, eu comecei a acreditar que ele realmente não enxerga no escuro.


Não tive muito tempo para pensar em alguma coisa, pois assim que começamos a andar um carro branco parou ao nosso lado, quero dizer que era um carro enorme e Chanyeol pareceu desesperado quando me mandou correr e o que fiz?


Eu fiquei paralisado.


Dois homens desceram do carro e diziam para ficarmos quietinhos e eu fiquei, mas Chanyeol latia alto gritando para que eu corresse. Senti uma coleira feia e estranha ser colocada em meu pescoço e vi quando Chanyeol bufou ao ter uma coleira em seu pescoço também.


Eu entendi sua revolta, essas coleiras são horríveis!


O moço me colocou no braço e eu choraminguei baixinho quando ele me fez carinho na cabeça e me levava para dentro do carro enorme, ele me colocou em uma casinha, mas parecia uma prisão e eu me senti na casinha do Soo, ele era uma coruja, podia dormir em uma gaiola gigante, certo? Eu sou um cachorrinho, algo de muito errado não está certo!


"Você devia ter corrido, seu idiota..." Chanyeol reclamou assim que o trancaram em outra casinha, uma ao meu lado. Vendo o desespero em meus olhos ele voltou a falar. "Sem chorar! Eu te mandei correr, agora vamos para o canil. Isso aqui é a carrocinha, te disse que os zomi não são confiáveis... Ao menos tu tem a coleira de identificação, se teus pais te procurarem no canil, você é salvo."


"E se não... Não me acharem?" Ele ficou calado e deitou... Eu estava pensando em milhares de coisas nesse momento, mas duas estavam me dando mais medo e pode acreditar, eu realmente estava muito, muito, muito preocupado!


Se meus papais não me achassem, eu iria ficar para sempre no canil.


Chanyeol não tem coleira de identificação... Ele vai ficar para sempre no canil?


E agora?



Notas Finais


Fiquei com o coração na mão enquanto escrevia esse capitulo, a realidade machuca não é mesmo?

Eu demorei muito para escrever esse capitulo, achei que vocês não tinham gostado da fic, mas ela chegou à 100 favoritos com apenas um capítulo, e eu não poderia estar mais feliz.

O próximo eu não sei quando vou postar, mas provavelmente ele será o penúltimo.

A tia ama vocês!

Beijo no cu 😙

XoXo~


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