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História Um romance à meia-noite - Capítulo 4: Contra a parede


Escrita por: EvangellinaM

Notas do Autor


Após mais uma demora espetacular da minha parte, o tão esperado capítulo do smut chegou. Como pedido de desculpas, dediquei quase 3 mil palavras pra essa parte, além de ter quase vendido a minha alma pra escrever um smut decente, então ao menos espero que possam me perdoar por tanto atraso.
Muito obrigada a todos que leem, comentam e deixam favoritos na história! ( ♥ ͜つ ♥ ) É indescritível a alegria quando leio a opinião de alguém a respeito de algo que escrevi, então se puder, deixe seu comentário por aqui também! ♥
Sem mais, boa leitura:)

Capítulo 4 - Capítulo 4: Contra a parede


O ambiente era simplesmente eletrizante. A música ressoando pelo salão parecia alta a ponto de fazer as paredes tremerem, as luzes de neon piscavam e iluminavam freneticamente a massa dançante logo abaixo, perdendo-se na pista. Uma rápida olhada no relógio deixaria qualquer outra pessoa mais reservada (especialmente um certo loirinho) assustado com as horas tardias, mas não Lacus. De fato, aquele era seu horário favorito para estar fora de casa, a linha tênue que separava a noite da madrugada e, consequentemente, os bons meninos dos homens em um nightclub. A partir daquele ponto, Lacus podia praticamente sentir a maneira como a pista se preencheu com pessoas cujas intenções eram mais que apenas dançar, e um pequeno sorriso se abriu em seu rosto ao constatar que, enfim, a noite havia começado de fato.

Ele já era muito bem comprometido, claro, mas isso não significava que não curtiria aquela noite ao máximo com o namorado. Ainda que os demais jovens na pista fossem deliciosamente tentadores, pelo pouco que podia observar de uma das mesas do lounge, nenhum deles conseguia se comparar ao rapaz moreno sentado à sua frente. Com os cabelos levemente umedecidos por conta do suor, ele goleava com certo ímpeto um drinque róseo, aparentemente seu favorito do menu; sem sequer notar o olhar faminto do outro já razoavelmente embriagado. Sua vontade era, obviamente, a de atirar-se sobre a mesa ali mesmo e beijar aqueles lábios que já conhecia há tempos e mesmo assim nunca deixavam de chamar-lhe a atenção, mas isso teria que esperar até que ele recobrasse o fôlego.

Após terem perdido a conta de quantas músicas dançaram, o consenso entre ambos foi de que eles mereciam uma pausa para reabastecerem-se de álcool antes do DJ da madrugada começar a tocar. Lacus não queria se apressar e fazer coisas inapropriadas com René no meio da pista de dança, já que por mais louco que fosse, ainda tinha algum senso de decência... e outro planos para a noite. A segunda-feira seria o aniversário de 2 anos de namoro e, por mais que quisesse emendar a semana inteira com o namorado para comemorar, a faculdade se encarregaria de manter ambos ocupados demais para festejarem a união no dia próprio. Por isso, seu plano era provocar ao máximo o controle de René e então, partir para algum local especial para que consumassem o aniversário adiantado.

E então, Lacus relembrou-se subitamente de que, em algum lugar daquele estabelecimento, estava o loiro socialmente inepto que ele acidentalmente perdeu de vista. Mikaela não era visto desde que chegaram no nightclub, e Lacus não sabia ao certo se aquilo era algo positivo ou se era um desastre. Colocando seu drinque sobre a mesa, ele pôs-se a olhar em volta, tentando ver se por algum milagre conseguia encontrar, no meio daquela bagunça de pessoas e feixes de neon, algum sinal dos cabelos loiros. René finalizou sua bebida e reparou na súbita inquietação do outro.

“O que foi? Tá procurando alguma coisa?” Indagou ele, pondo-se também a analisar os arredores até que a atenção do outro se voltou para si.

“Só o Mika. Você chegou a ver ele por aí?”

René pensou um pouco. “Não, ele não parecia estar na pista e também não parece estar aqui. Talvez já tenha ido embora.”

Lacus franziu a testa, sentindo-se irritado tanto pela sugestão quanto pela certeza de que a probabilidade de Mikaela ter de fato feito aquilo era grande, já que conhecia ele e suas táticas de fuga de situações sociais como ninguém. “Ah, se eu tiver pago a entrada dele aqui só pra ele ir embora mofar naquele quarto de novo, eu juro que taco fogo naquelas porcarias daqueles livros. Meu dinheiro é precioso demais pra ser jogado fora desse jeito.” Concluiu, retirando o celular do bolso e buscando pelo nome do loiro na agenda.

Alguns instantes se passaram, com os dois entreolhando-se com certa expectativa enquanto o celular chamava, até que Lacus fez uma cara feia e colocou indelicadamente o aparelho sobre a mesa. “Fora de área. Sério, eu me pergunto o que aquele imbecil tá fazendo da vida dele.”

René riu de leve, um dos dedos distraidamente circulando a boca do copo. “Quem sabe. Eu não duvidaria nada se ele estivesse sentado em algum lugar lendo o livro dele. Do jeito que ele é meio doido...”

“Como assim? Que livro?” Lacus interrompeu-o, incrédulo.

“Você não viu? Ele colocou um livro na bolsa antes de sair. Pra que ele precisaria de um livro para vir pra cá, eu não faço ideia.”

Lacus cobriu o rosto com ambas as mãos, sentindo-se incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Mikaela e suas maluquices já não o impressionavam mais (com exceção de seu costume de tomar café frio. Lacus não conseguia compreender como alguém era capaz de fazer tal atrocidade com o próprio corpo), mas aquilo já estava em outro patamar do absurdo. “Quem diabos trás um livro pra uma balada?” Questionou ele, retoricamente. “Não acredito que ao invés de aproveitar a chance e ver se consegue ao menos conhecer algum cara pra variar, ele resolveu ler um livro num lugar desses, ou pior, foi embora.”

Quanto mais repetia as palavras em sua mente, menos sentido aquilo tudo fazia. O que ficava ainda mais preocupante quando Lacus sabia que, assim como ir embora, a probabilidade de Mikaela fazer uma esquisitice como aquela era igualmente alta. Mikaela era naturalmente estranho, afinal. Mas o que realmente incomodava Lacus, mais até do que saber que ele tinha possivelmente jogado seu amado dinheiro no lixo, era que pela enésima vez, sua tentativa de fazer Mikaela viver um pouco tinha, provavelmente, falhado. Não querendo soar como uma mãe, apesar de que as vezes ele se sentia daquela forma, ele se preocupava com a vida que via o outro levar. Faculdade, trabalho, casa, repete; todo santo dia. Aquela rotina há tempos vinha deixando-lhe agoniado, ainda que fosse apenas um observador.

Seu intuito fora mudar aquela rotina de uma vez por todas naquela noite, mas Mikaela sendo Mikaela, possivelmente acabou por não aproveitar. Pra variar.

Lacus suspirou fundo, notando que seus pensamentos estavam indo na direção aposta do que ele queria. Se continuasse a alimentá-los, acabaria irritando-se o suficiente a ponto de estragar seus planos posteriores. Estava farto de se preocupar com o loirinho mal-agradecido.

“Bom, eu fiz o que pude. Se ele não quis usufruir da minha bondade, então o problema é todo dele.” Disse, goleando o que restava de seu drinque e passeando com o olhar sobre a figura do namorado. Ele não pode evitar morder os lábios, retornando ao estado mental de luxúria em que se encontrava antes. René estava tão atraente com os cabelos desalinhados que esquecer do loiro foi quase tão rápido quando lembrar-se dele. “Vamos focar na nossa noite agora, gato. O DJ da madrugada já vai subir no palco.”

Levantando-se da mesa, René sorriu, respondendo ao olhar sensual do namorado com uma intensidade equivalente. Ele sabia muito bem o que iriam fazer naquela pista, sobretudo com o domínio do álcool em seus organismos. Oferecendo uma mão para o outro, ele mal podia esperar. “Não seria você se não quisesse voltar pra pista mesmo depois de horas dançando.”

“Mas é claro! Ao contrário de certas pessoas, gosto de aproveitar tudo ao máximo. Você me conhece.” Concluiu Lacus, sorrindo para o namorado e entrelaçando os dedos com a mão dele.

Enquanto desciam as poucas escadas do lounge em direção da pista, no entanto, Lacus não conseguiu deixar de pensar no loiro e seu paradeiro, uma última vez, antes que a atmosfera envolvente da pista se apoderasse de seu corpo e seus olhos passassem a enxergar apenas René a sua frente. Ele torceu para que, em algum lugar daquele maldito nightclub, Mikaela estivesse a aproveitar a chance que ele o concedeu de tão bom grado.

Afinal, a entrada dele ali havia custado dinheiro.

Mikaela seria um homem morto até o fim daquela noite se não retribuísse o favor.

                                                                                         ---

No alto de sua doce embriaguez, ele nem sabia ao certo para onde levavam os passos instáveis que dava. O cheiro de cerveja, as luzes coloridas inquietas sobre sua cabeça, o aglomerado de pessoas a sua volta e a música absurdamente alta e eletrizante assaltavam seus sentidos impiedosamente. Sobretudo, o álcool que pulsava em suas veias, junto da adrenalina que o percorria, eram a mistura perfeita para que seus arredores ficassem borrados e para que sua timidez fosse inibida o bastante; suficiente para fazer com que os olhares curiosos dos demais homens no banheiro não mais lhe incomodassem.

Mikaela era guiado por Yuuichirou pelo interior do local, o calor de suas mãos entrelaçadas bastando para que o desejo não apropriadamente saciado na pista o fizesse morder o lábio inferior em antecipação. Naquela noite, um fogo irrefreável havia sido acesso dentro de si. Algo que ele nunca antes havia sentido – pelo menos até onde conseguia se recordar – implorava sedento por mais contato; por sentir o gosto daqueles lábios mais uma vez contra os seus. E por mais que o banheiro não fosse lá muito extenso, Mikaela certamente teve a impressão de que esperou por uma eternidade e meia até enfim os dois pararem frente a uma cabine vazia.

Se já não conseguia se importar antes, quando sentiu as costas colidirem com a parede fria de mármore, a presença de outras pessoas no recinto foi de irrelevante a inexistente para sua consciência alcoolizada. Logo que o ruído alto da porta batendo deu-lhe a certeza de que finalmente tinham privacidade, Mikaela atirou os braços em volta do pescoço do moreno, notando brevemente a expressão libidinosa no rosto do outro antes que seus lábios se encontrassem mais uma vez. Um arrepio percorreu a espinha do loiro, em resposta à forma com que seu corpo foi deliciosamente pressionado contra a parede por Yuuichirou, que aparentava compartilhar seu nível de perdição.

Os dedos de Mikaela espalharam-se inquietos pelo pescoço e costas do moreno, agarrando a camisa e os cabelos úmidos em sua nuca quando suas línguas se chocavam e produziam uma sensação alucinante, quase elétrica em si. Um instinto animalesco implorava-lhe para que puxasse Yuu para mais perto, ainda que fosse fisicamente impossível; para que o sentisse em todos os cantos possíveis e para que deixasse sua marca sobre aquela pele bronzeada. O outro suspirou contra o beijo quando sentiu unhas passearem suavemente atrás de seu pescoço rumo ao cabelo, estremecendo de um jeito que tirava o fôlego já escasso de Mikaela. Algo no brilho de seus olhos lhe disse que aquele gesto havia sido muito bem-vindo.

Contudo, Yuu nem de longe parecia interessado em ser o único reagindo, prendendo o lábio inferior de Mikaela numa mordiscada rápida que, no entanto, quase fez com que as pernas trêmulas do loiro desistissem de sustentá-lo em pé. Seus batimentos cardíacos pulsavam descontrolados em seus ouvidos e, de repente, era como se não existisse nada além dele e o dono dos olhos verdes que o devoravam silêncio. O mundo no exterior daquela cabine havia desaparecido completamente, junto dos inocentes transeuntes entrando e saindo do banheiro, sem suspeitar da indecência acontecendo atrás daquela porta.

De todas as coisas que Mikaela achava que nunca faria na vida, envolver-se de forma tão concupiscente com alguém que conhecera há algumas horas provavelmente estava em algum lugar perto do topo da lista. Mais improvável ainda seria fazer tudo isso no interior de um banheiro público. Antes de pisar naquele nightclub, ele rejeitaria veementemente a possibilidade, declarando com uma ponta de orgulho e certa inveja que não era um degenerado como Lacus. Alguém comportado e respeitoso como ele jamais se deixaria levar pelo charme de um cara qualquer que conheceu no bar. Nunca.

Aliás, ele nunca estaria em um nightclub para começo de conversa. Era pobre e desmotivado.

E no entanto, ali estava ele. Sentindo a pele queimar por debaixo das roupas a medida que os dedos de Yuuichirou iam deslizando pelas laterais de seu corpo, apertando sua cintura e quadris de uma maneira tão delirante que Mikaela quase deixou um gemido escapar. Os corpos unidos, quase colados um ao outro enquanto bocas se encontravam de novo e de novo, incansavelmente buscando o gosto da lascívia emanando de cada centímetro de seus seres. O leve toque de morango da cerveja ainda se fazia presente na língua do outro, e Mikaela teve a mais absoluta certeza de que jamais olharia para a fruta sem arrepiar-se prazerosamente pelo resto da vida.

Pouco a pouco, sua faceta de bom moço dava lugar a um ser insaciável, que ansiava por mais a cada segundo que se separavam para repor o fôlego. Ele podia sentir o suor escorrer por sua face e prender alguns fios loiros contra o rosto ruborizado, os dedos cravados nos ombros de Yuuichirou para manter-se propriamente em pé. Perdição era pouco para descrever a forma como uma miríade extasiante de sensações se apoderou de seus sentidos quando mãos gélidas tocaram a pele sob a camisa, acariciando e sentindo cada pequeno pedaço de seu abdômen sem qualquer pudor. Dessa vez, seu autocontrole não estava ao alcance para impedir o gemido baixo que deixou sair contra a boca de Yuu, que sorriu puramente satisfeito com a reação.

Apesar de aquela não ser a primeira vez que ficava intimo naquele nível com alguém, as coisas que Yuuichirou era capaz de fazê-lo sentir estavam a anos-luz de qualquer outro cara com quem já esteve. Seu beijo era viciante, seu corpo quente e seus olhos hipnotizantes. Ele tinha uma habilidade incrível com as mãos, que nunca antes haviam lhe tocado mas pareciam saber instintivamente seus pontos fracos. Mikaela já podia sentir o resultado de toda aquela volúpia deixar suas calças mais apertadas, e a situação só se concretizava mais quando, momentaneamente, o loiro sentia contra a coxa a doce pressão que indicava que os dois estavam em absoluta sintonia.

Sucumbindo a outro arrepio que o fez estremecer dos pés à cabeça, Mikaela inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos e tentando sem sucesso acalmar a respiração agitada. Suas mãos deixaram de se apoiar no ombro de Yuuichirou para casualmente passearem espalmadas pelo peitoral dele, sentindo o calor e a rigidez de um corpo escultural, ainda que a camiseta que ele trajava fosse um obstáculo para sua visão. Morder os lábios foi inevitável quando ouviu um grunhido satisfatório deixar a boca do moreno em um suspiro, apenas para depois ganhar um gemido alto do loiro em resposta.

Yuuichirou havia mordido seu queixo, deslizando com a língua por toda a extensão do pescoço até chegar em sua base; onde espalhou beijos e mordiscadas tão delirantes que Mikaela pensou que atingiria o clímax apenas com a onda de arrepios e tremores que assolaram seu corpo naquele instante. Instintivamente, suas mãos agarraram a camiseta vermelha do moreno, na tentativa de suprimir a vontade de gritar com o prazer que o consumia como uma chama. Podia sentir a mente ceder pouco a pouco à vontade de despir-se de todos os seus escrúpulos e vocalizar a forma extasiante em que seu corpo era assaltado por sensações paralisantes por todos os lados e ângulos possíveis.

O loiro não conseguiu segurar dentro de si o suspiro ríspido quando notou a camisa a ser desabotoada, a boca do outro ainda fazendo carícias alucinantes em seu pescoço enquanto os dedos livravam-se no empecilho com agilidade. Em poucos instantes, Yuuichirou afastou-se e a peça estava no chão; descartada juntamente com a bolsa de Mikaela, que continha o tão precioso livro e o celular fora de área, ambos itens importantes que haviam simplesmente caído no esquecimento provocado por sua luxúria. 

Estremecendo dos pés à cabeça por conta do súbito contato entre a pele quente despida e o ar gélido do banheiro, Mikaela quase cedeu ao instinto de cobrir-se com os braços, quando levantou a cabeça e viu-se dominado por um ímpeto ainda mais urgente e animalesco que antes. Yuu havia também se livrado de sua camiseta e a visão refletida nos olhos azuis era quase paradisíaca. Quando a manhã seguinte chegasse, Mikaela tinha certeza que se lembraria com embaraço da forma como seu olhar devorou sem pudores o corpo escultural do moreno, mas naquele momento não conseguia se importar com a vergonha. Seus instintos estavam a inibir seu senso comum com o queimar do desejo em si.

Ele não podia evitar olhar.

Antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, seus braços estavam de volta no pescoço de Yuuichirou, lábios colidindo freneticamente enquanto seus corpos nus pressionavam-se juntos, pele contra pele; uma onda extasiante de prazer preenchendo-o ao passo que os arrepios pareciam rasgar-lhe por dentro. Era difícil manter a sanidade e o controle sobre a voz, que queria exaltar-se e demonstrar o quão vivo ele estava se sentindo naquele instante, reagir audivelmente com o quão inebriantes eram aqueles toques que exploravam cada centímetro de seu complexo. Suas pernas ficavam cada vez mais fracas, trêmulas com as incontáveis sensações que explodiam em adrenalina enquanto se via mais e mais encurralado contra a parede de mármore.

Aquele frenesi de toques e beijos estava prestes a levá-lo a loucura, e quando os quadris do moreno se chocaram contra os de Mikaela, ambos puderam confirmar sem dúvidas o quanto toda aquela ação os havia acordado. Um gemido um pouco mais obsceno deixou a garganta do loiro e ele fechou os olhos, mordendo brevemente o lábio inferior na tentativa de lidar com a onda de prazer por conta do contato em uma zona tão sensível. Yuuichirou, por sua vez, pareceu ter ficado hipnotizado por aquele som de luxúria, seu olhar intenso e fogoso capturando os de Mikaela por breves instantes antes de agarrar as coxas do loiro e levantá-lo, pressionando-o com as costas para a parede.

A princípio, Mikaela surpreendeu-se com a mudança súbita, instintivamente cruzando as pernas em volta dos quadris do moreno e então, pela primeira vez naquela noite, reconhecendo o labo bom de a música ali tocar em um volume tão absurdo. O gemido que escapou-lhe fora alto, em resposta a forma como seus corpos pareceram se encaixar perfeitamente; suas partes mais sensíveis tocando-se sob o tecido da roupa. Parte do loiro quis apenas roçar-se sobre o outro novamente, mas a boca faminta de Yuu logo voltou a apoderar-se da dele e sua mente era reduzida a nada senão as sensações promiscuas mais uma vez.

Mas o beijo não durou muito, visto que ambos mal tinham ar para respirar. Os lábios do moreno furtivamente alcançaram suas orelhas, onde após uma leve mordiscada, um riso satisfeito se fez ouvir.

“E então Mika? Sussurrou ele, afastando-se brevemente, um tanto sem fôlego; e Mikaela tentou ignorar o arrepio que a respiração quente dele contra seu pescoço provocou. “Sua primeira noite aqui está sendo inesquecível como prometi?” Havia uma sutileza agradável naquela voz, quase como se ele já soubesse qual seria a resposta. Mikaela não pode evitar o sorriso que se apoderou de seu rosto ao constatar que, sem dúvidas, ele não estava mentindo quando disse que sabia como aproveitar a noite em um nightclub. Não apenas o moreno havia eliminado seu tédio sem muito esforço, ele também tinha feito com que Mikaela se sentisse mais vivo do que nunca.

Literalmente, a julgar pelo volume de suas calças.

“Digamos que você estava certo sobre o que disse no bar.” Respondeu ele, com os braços enrolados nos ombros do outro, seu nariz roçando suavemente contra a pele de seu pescoço enquanto ia deliciando-se com a fragrância refrescante que preenchia seu olfato. “Você leva jeito pra essas coisas, Yuu.”

O rapaz riu de novo, afastando-se um pouco para olha-lo nos olhos. Pelo que talvez fosse a vigésima vez naquela noite, Mikaela sentia como se estivesse sendo sugado pela imensidão esmeralda em que via seu rosto ser refletido. Seu corpo ainda estava quente, o fôlego era escasso e a lascívia ainda era claramente sentida por ambos mais abaixo; mas por um instante, existia apenas aquele rápido momento de silêncio em que ambos compreendiam a magnitude da atração imediata que começou a brotar dentro deles no momento em que seus olhares se encontraram pela primeira vez na pista de dança. Ele mal podia acreditar em tudo que havia acontecido desde aquele banho de morango na pista, mas por mais estranho que parecesse, Mikaela estava muito grato pelas consequências daquele pequeno acidente.

Yuu também.

“Eu disse pra confiar em mim, não disse?” Traçando o queixo do loiro com os lábios, o moreno aparentou ficar satisfeito com a resposta um tanto vaga, já que os atos e reações de Mikaela já haviam demonstrado suficientemente o quão maravilhosa a experiência vinha sendo por si só. Enquanto sua atenção retornava ao pescoço do loiro, já claramente bem marcado pelos seus dentes, Yuuichirou deslizou-lhe as mãos pelas coxas, apertando-as e sentindo um sorriso malicioso enfeitar seu rosto ruborizado ao ouvir a forma como o outro inspirou rispidamente com a sensação. “Mas só estamos começando.”

 O loiro não teve chance de responder. Com um empurrão, Yuu viu Mikaela engolir o gemido de prazer ao ter suas costas novamente colidindo com a parede gelada, seus corpos ainda mais colados um contra o outro e a fricção indireta mais abaixo tornando-se ainda mais enlouquecedora. Sua cabeça caiu mais uma vez para trás, as mãos subindo para agarrar os cabelos morenos entre os dedos e então sentindo-se derreter por inteiro com todas as sensações que aqueles toques despertavam em seu corpo.

Suas bocas se juntaram de novo, línguas enrolando-se enquanto grunhidos mútuos ressoavam pela cabine. Yuu encontrou o corpo do outro com um impulso uma segunda vez, arfando contra a boca do loiro e apertando cada vez mais as coxas ao redor da cintura; deixando-se perder momentaneamente nos arrepios disparando sobre sua pele. Eles se encontravam por puro instinto, seus corpos implorando por mais daquele roçar tão indecente e, ao mesmo tempo, tão arrebatador; que fazia Mikaela arranhar os ombros do outro em puro abandono.

Quando achava que já tinha alcançado seu ponto alto, o mundo pareceu entrar em slow motion no momento em que uma das mãos do moreno arrastou-se de suas coxas para o meio de suas pernas, exercendo uma pressão tão delirante sobre ele que o loiro viu-se perdendo o controle sobre a própria voz. Um par de olhos embebidos em malícia observavam a forma com que sua cabeça caia para trás no auge da perdição, os dedos cravando-se na pele morena em busca de algum equilíbrio. Era como se por um instante, Mikaela tivesse perdido todo o pouco controle que lhe restava, uma onda quase animalesca de sensações dominando-o e fazendo com que ele agarrasse o outro pelos ombros e puxasse mais perto, reciprocando o contato mais abaixo.

O som delicioso e gutural escapando dos lábios morenos contra a boca de Mikaela quase o fez alcançar o clímax. O receio de ir longe demais e acabar com as calças manchadas no meio de um nightclub lotado havia simplesmente desaparecido, a lascívia delirante viajando por suas veias implorando-o para que ele ignorasse as possíveis consequências e se deixasse levar pelo prazer que devorava sua sanidade de um jeito voraz. O roçar entre os corpos só se tornava mais e mais obsceno e selvagem, à medida que o limite ia aproximando-se com o queimar de seus seres.

Estava tão próximo, que Mikaela quase conseguia tocar. Seu corpo e mente exigiam aquele ápice, o alívio para o estado febril e cobiçoso em que se encontrava, em meio aqueles movimentos impensados e eletrizantes. Sua boca mais uma vez procurou a de Yuu, que o respondeu com o mesmo fervor; estremecendo ao sentir os dedos do loiro enrolarem-se em seus cabelos mais uma vez. O frenesi alucinante que os envolvia naquela cabine, a ponto de fazê-los esquecer que existia um mundo fora dali, refletiu-se na forma como suas bocas praticamente atacaram uma a outra; línguas entrelaçando-se e fôlegos se esgotando à medida que seus corpos iam se tencionando por conta do orgasmo eminente.

 “Yuu! Se você estiver aqui, sai logo porque a gente tá indo embora!”

De repente, toda a luxuria, a loucura da atmosfera que os envolvia dentro da cabine foram cortadas por uma voz masculina que ecoou pelo banheiro, sobrepondo-se até mesmo pela música distante da pista. O calor do beijo, das investidas alucinadas e o frenesi de meros segundos atrás dissiparam-se majestosamente quando Yuuichirou congelou, reconhecendo a voz e, principalmente, notando que o dono dela provavelmente encontrava-se logo à frente da porta onde ele e Mikaela estavam.

Os dois se entreolharam, espantados, e a confusão do loiro acerca da parada abrupta do outro deu lugar ao pânico quando seu cérebro, ainda enevoado pela luxúria, finalmente juntou as peças.

Eles tinham sido pegos.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do que leram xD Por favor, deixe um comentário com o que achou!
Só uma coisa rápida. No cap passado eu recebi um comentário perguntando se a história seria yuumika ou mikayuu. Creio que já não preciso mais responder a isso, mas quero só esclarecer que, como não tenho preferencia para nenhum dos dois, especificamente, vou escrevendo e vejo pra onde as coisas vão. De início, o Mika seria o top/seme, mas depois de construir a personalidade dele nessa história, achei mais crível que o Yuu ficasse com a parte mais dominante. Espero não perder leitores por isso, até porque era um tanto claro que o Mika seria mais passivo desde o início dessa história xD
E sim, eu fui cruel com os dois, mas garanto que vou me reaver com eles em eventos futuros ( ͡° ͜ʖ ͡°)


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