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História Um Só Destino - Um Encontro Com o Passado


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boa tarde, meu povo!
Hoje estou iniciando um novo projeto, espero de coração que todos gostem!
Aproveitem a leitura...

Fanfic postada nas plataformas Spirit e Wattpad.
( Wattpad: https://www.wattpad.com/story/292113081-um-s%C3%B3-destino )

Capítulo 1 - Um Encontro Com o Passado


Fanfic / Fanfiction Um Só Destino - Um Encontro Com o Passado

Com o meu retorno da última missão, eu não me sentia mais o mesmo... Tanta dor, tanta culpa e tantas mentiras. A humanidade estava a um passo de se perder com tanta falsidade a rodeando, a espreita de uma nova oportunidade para encaixá-la na linha de extinção.

Tudo parecia fazer parte de um jogo onde o mais fraco sempre perderia. Os poderosos do mundo atual se acham donos dos destinos da população, querendo controlá-los... Torturá-los... Afundá-los completamente.

Depois da minha volta a vida normal, eu não olhava mais para as ruas do mesmo jeito, não conseguia mais admirar uma família feliz ou um casal de namorados comum caminhando por aí... Eu apenas pensava que poderia ser uma questão de tempo até todos estarem em uma escuridão profunda, sedentos por carne humana.

Meus pensamentos estavam completamente afundados em um lago escuro de onde eu não encontrava a saída... E o pior de tudo, é que bem lá no fundo, talvez eu não quisesse encontrar.

Com passos de um sapato caro contornando a mesa, meu chefe senta em sua cadeira analisando alguns papeis e me olha com um sorriso.

-- Depois da sua missão, ganhou um mês de folga, Leon... Por que já quer voltar?

-- Não tenho o que fazer em casa.

-- Nem tudo é trabalho... Depois de tudo o que passou, precisa de descanso, de distração. Viaje, encontre amigos, saia com garotas.

-- No momento prefiro meu trabalho.

-- Desculpe, Leon, mas temos regras aqui e depois do que aconteceu com você nessa última missão, são as normas você ganhar essa folga. – Ele sorri amigavelmente – Viaje, esfrie a cabeça... Daqui há três semanas você volta renovado.

Acha mesmo que três semanas serão o suficiente para eu deixar de pensar em tudo que me atormenta?

Sem querer mais discutir, levanto da cadeira e aperto sua mão forçando um sorriso amigável também.

-- Nos vemos em três semanas, então.

-- E não quero te ver de novo antes disso!

Ele brinca com isso e concordo reforçando o sorriso. Saio de lá ainda mais desanimado, indo ao meu carro e voltando ao meu apartamento.

Quando abro a porta, o silêncio do lugar me invade e sinto a mesma coisa que senti dia após dia durante a semana anterior que eu estava de folga. Três semanas. O que farei em três semanas? É muito tempo para mim, eu quero ação, quero luta, não quero ficar parado... Minha distração é meu trabalho.

Jogo as chaves no balcão e vejo a luz da secretária eletrônica piscando com duas novas mensagens, então aperto o botão e vou tomar um copo de água.

-- E aí, Leon! Cara, encontrei uma boate da hora aqui na cidade, cheio de gatinhas! Me liga quando ouvir isso, vamos marcar de sair com elas, você já está na seca há muito tempo... Mas isso vai mudar, irmão!

Eu sorrio de canto com a insistência de meu amigo Roger. Ele trabalha na cidade e acabamos nos esbarrando um dia e desde então não me deixou mais em paz, sempre fazendo de tudo para me jogar para cima de mil mulheres que geralmente eu nunca vi.

Eu curto sair, mas nunca fui de bancar o garanhão... Mas também não sou santo. Eu saio e aproveito, depois volto para casa, mas nada sério ou problemático, não acho que eu precise de mais alguma razão para pirar.

Mulheres... Nada no mundo soa mais louco do que elas. Algumas me assustam e outras deixam muito a desejar, quem me dera encontrar um meio termo. Mas a esta altura, já começo a duvidar de que romance e amor tenham sido feitos para um cara como eu.

Mas uma lembrança é inevitável... Depois que um homem tem a oportunidade de encontrar uma mulher como Ada Wong, nada mais é a mesma coisa. Extravagante, sensual e misteriosa. Afinal, quem mais vai para uma missão com um vestido vermelho de festa e salto alto?

É claro que me amarrei quando a conheci, mas depois de tudo que descobri, percebi que mesmo sendo uma mulher firme e decidida, nunca se pode ter certeza de seu caráter... Ela é linda e atraente, mas essa fase já passou.

Com o barulho de mais uma mensagem, presto atenção ao ouvir uma voz feminina conhecida sair pela secretária eletrônica.

-- Olá, Leon, é a Jill... Jill Valentine, se lembra de mim? Queria te fazer um convite, imagino que está de folga, então poderá vir...

Jill? Convite?

-- Amanhã é aniversário do Chris e estamos fazendo uma surpresa e como ele gosta muito de você e a Claire também, liguei para te convidar...

Depois do meu último encontro com o Chris e a discussão por causa da Ada, não acredito que gostaria muito da minha presença.

-- Por favor, me ligue quando ouvir esse recado, queremos muito que venha para a comemoração... Serão poucas pessoas, só os mais chegados e queremos que venha. Até mais!

O aniversário do Chris... Na última vez que nos vimos, apontamos uma arma um para o outro em discussão pela vida ou morte da Ada. Ela pode ser passado, mas não poderia deixá-la morrer, porque acima de tudo, ela me ajudou em Raccoon City a alguns anos atrás. Eu só não queria que mais sangue fosse esparramado e Simmons era o verdadeiro culpado, não ela...

Deixo o copo na pia e vou para o banho pensando se seria conveniente eu aceitar ou até mesmo ligar para dar uma justificativa. Bom, ela não me chamaria se o Chris me amaldiçoasse todos os dias por tê-lo impedido de matar a Ada, então talvez ele tenha compreendido.

Saindo do chuveiro apenas enrolado na toalha, escuto o telefone tocar e vou até lá o pegando ainda pensando no que eu faria a respeito do convite da Jill.

-- Alô?

-- Leon, é você?

Já reconheço sua voz e minha mente pensa em uma resposta para recusar o convite dela, mas minha mente trapaceia ficando em branco.

-- Oi, Jill, sou eu, sim... Tudo bem?

-- Sim, obrigada... E você?

-- Estou indo.

-- Ouviu meu recado?

-- Ah, sim... Fui tomar um banho e ia ligar para você assim que saísse mesmo.

Minto para ela que parece rir ao fundo, talvez detectando minha mentira, já me fazendo ficar sem jeito.

-- E então, posso contar com sua presença?

-- Não sei, Jill... É complicado ir para aí amanhã, talvez eu não chegue na hora certa e...

-- Isso não é problema. A hora que você chegar já será uma surpresa para o Chris, ele vai gostar... E acho que depois do mal entendido na China, uma conversa amigável será muito produtiva.

-- É que depois de tudo, não estou muito para o clima de festa e de estar em um lugar rodeado de pessoas felizes...

-- Essa é a questão, Leon... Por isso decidimos fazer isso para o Chris, ele está muito mal depois de tudo que aconteceu e acho que com a presença dos amigos mais queridos, ele vai se sentir melhor.

É claro que ele deve estar péssimo, ele perdeu duas vezes a equipe toda dele e deve sentir ainda mais culpa do que eu... Mas será que eu conseguiria me alegrar com isso também? Seria bom para mim?

-- Anda, diz que sim...

-- Quem mais vai estar?

-- Poucas pessoas... Barry com a família dele, dois amigos dele da B.S.A.A., a Rebecca e a Claire.

Claire... Nossa, faz anos que não a vejo. Antes mantínhamos mais contato, mas conforme os anos passaram, ambos ficamos muito ocupados e as ligações e e-mails se acabaram. Com certeza seria ótimo revê-la.

Talvez... Não seja uma má ideia.

-- Tudo bem, eu vou...

-- Legal! Vai ser já na hora do almoço, mas venha quando puder.

-- Certo... O que levo de presente?

-- Ah, o pessoal vai trazer alguma coisa para comer e bebidas... Pode trazer um vinho se quiser, ele adora.

-- Então combinado. Nos vemos amanhã!

-- Que bom, obrigada, Leon... Até amanhã!

Desligo o telefone e vou até a sala ligando a televisão procurando algo para assistir e começo a pensar se não vou me arrepender de ter aceitado.

Sentindo meu celular vibrar no bolso, o pego vendo que tinha acabado de chegar uma mensagem e sem me surpreender de quem é, eu a leio...

 

“Leon, precisamos conversar... Por favor, me responda. É importante para mim.”

 

Eu largo o celular na mesa de centro novamente sem responder... Essas mensagens apenas me ajudam a permanecer mais no escuro, não vou responder, não posso responder.

Depois de horas no sofá, como o que encontro na minha cozinha e vou para cama pensando na viagem que tenho para o dia seguinte... Talvez de avião seria melhor, mas prefiro dirigir, afinal, depois do meu último voo em que tive de pilotar o avião com passageiros sedentos de sangue, o chão juntamente com um volante comum soam bem mais seguros. E gosto de dirigir, me deixa pensar em coisas mais tranquilas.

 

...

 

-- Adam! Não...

Lá estava ele, o presidente, o meu amigo... No chão, agachado sobre um corpo morto o devorando com uma fome evidentemente desesperada. Suas mãos sujas com o sangue de sua vítima e ao olhar para mim, vejo sua boca cheia de pedaços da carne do homem ao chão.

Ele levanta e vejo seus olhos vermelhos, seu rosto mudado para um desumano faminto que agora apenas pensava em comer carne humana.

-- Por que, Leon?

A voz dele ecoa em minha cabeça e ele avança para cima de mim...

Eu acordo em um salto ficando sentado em minha cama com a respiração ofegante e com meu corpo completamente suado.

Que droga... Esses pesadelos vão me fazer surtar.

Saio da cama indo direto ao banheiro observando no relógio que eu logo deveria sair, então vou a um banho demorado tentando apagar as imagens da minha cabeça que parece adorar me torturar com as lembranças reais e as inventadas por ela mesma.

Coloco calças jeans escuras, uma camisa branca por baixo e minha jaqueta preta de couro que mais gosto. Me olho no espelho e noto meu olhar frio e sem vida, diferente do comum... Não que eu sempre esbanje sorrisos e alegria, mas já tive dias melhores.

Pego a chave do carro, do apartamento, a carteira, o celular, uma mala pequena de roupas para passar a noite em algum hotel por lá e saio trancando a porta. Aviso ao porteiro que ficarei um tempo fora e ele me deseja boa viagem.

Ao começar a dirigir, já me sinto menos pior. Vou rever pessoas que de quem sempre gostei e espero muito que isso possa me fazer sentir melhor ou pelo menos eu consiga me distrair...

 

...

 

Escuto minhas músicas casuais durante toda a viagem e paro em uma loja que encontro no caminho comprando um bom vinho para o aniversariante.

Quando finalmente chego em frente ao prédio que me lembrava de que moravam, eu saio do carro pegando minhas coisas e sigo para lá, apertando o interfone e esperando alguém atender.

-- Sim?

-- Jill, ah... Sou eu.

Reconheci a voz dela e como eu não sabia se poderia dizer meu nome sem ele ouvir, torci para que ela me reconhecesse, mas pelo seu riso pareceu que sim.

-- Ótimo, Pode subir!

O portão se abriu e caminhei para dentro seguindo ao elevador e apertando o botão para o andar certo.

Essa viagem foi muito desgastante, fazia tempo que não dirigia tanto. Tomara que eu consiga disfarçar minha cara de enterro... O mais engraçado é que estou aqui para tentar animar alguém, sendo que eu estou tão desanimado quanto ele com tudo que aconteceu.

Perdemos pessoas de forma cruel e mesquinha e ambos temos motivos para nos culpar, é difícil mudar isso quando está grudado em nossa mente cada golpe, cada tiro e cada vida perdida.

As portas se abriram e fui ao apartamento batendo na porta. Ouvi uma música baixa vindo de lá e escuto passos abrindo rapidamente a porta e quando ele me olha, mesmo com seus olhos fundos e tristes, ele sorri parecendo feliz em me ver.

-- Leon! Entra aí, cara...

Chris me deu espaço para entrar e ao fechar a porta eu o abracei o fazendo rir do meu jeito desengonçado.

-- Parabéns, irmão... Uma lembrancinha.

Estendi a garrafa para ele que olhou surpreso parecendo gostar do que viu e sorriu novamente para mim.

-- Obrigado... Que bom que veio, mais uma surpresa.

-- Oi, Leon!

A Jill chegou e me cumprimentou ficando ao lado do Chris e olhando curiosa para o vinho na mão dele.

-- Esse parece dos bons, hein...

-- Sei que parece que você armou muita coisa pelas minhas costas.

-- Ah, eu não sei de nada! – Ela riu.

Eles trocaram um olhar profundo que me fez lembrar de quando os conheci... Assim que a Claire reencontrou o irmão, ela me trouxe para conhecê-lo e a Jill estava junto com ele... É marcante o jeito que se olham e que se tratam. O carinho esbanjado em cada olhar e cada gesto, invejam qualquer um.

Eu nunca perguntei se eles tinham alguma coisa, pois se não ficam se agarrando em público é porque querem ser discretos... Mas é muito claro o amor que os dois transparecem quando o olhar deles se cruzam.

-- Pois então... Fique a vontade, Leon. – Chris sorriu – Vou guardar meu presente para depois.

-- Está certo.

Ele sai dali e a Jill pisca amigavelmente para mim indo de atrás dele que guarda o vinho em uma prateleira alta e se vira para ela a abraçando carinhosamente, fechando os olhos ao mergulhar o rosto em seus cabelos.

Sinto uma leve pontada de inveja... Ele está sofrendo como eu, mas com uma mulher como a Jill e um amor desses que os envolve, ele conseguirá superar tudo o que vier. Ela estará sempre do lado dele de braços abertos e o ajudando a levantar quando precisar.

Será que se eu encontrasse alguém assim, eu poderia sair dessa escuridão? O problema é conseguir encontrar...

-- Claire, o Leon chegou!

Chris fala alto lá de onde estava, ainda com os braços da Jill ao redor dele enquanto abre uma bebida e no lado mais distante da sala, vejo um grupo de garotas... Mas uma em especial me chama a atenção quando se vira para mim.

Aquele olhar suave e forte ao mesmo tempo, acompanhado daquele sorriso doce e espontâneo dela me fizeram pela primeira vez em semanas expressar um sorriso sincero de resposta...

Ela deixa de lado as companhias e vem em minha direção com o sorriso se abrindo mais a cada passo e percebo em como estou feliz de revê-la... Claire.


Notas Finais


É isso aí, pessoal...
O Leon inicia deprimido, mas nada como uma Claire para ajudá-lo a se sentir bem outra vez, certo?
Será que rola? Namoro ou amizade? Hahah.
Espero que tenham gostado!
Terá continuação, mas não marcarei dia específico por enquanto...
Bjooon <3


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