História Um Só Destino - Um Só Destino

Esse tempo passou mais demorado do que eu tinha imaginado...

Voltei, falei com meu chefe e fui para missão que demorou até mais do que prevíamos.

Um mês, três semanas e cinco dias.

Tudo correu bem, alcancei os objetivos e tudo foi resolvido como o esperado, me parabenizaram e ganhei uma folga de três dias.

Estou de volta desde ontem...

E desde ontem estou encarando meu celular próximo a mim sem saber ao certo o que devo fazer, porque por todo este tempo um par de olhos azuis e um sorriso doce me acompanharam me dando força para continuar e não desistir até poder reencontrá-la novamente.

Mas agora...

Não sei o que fazer.

Combinamos um mês.

E eu demorei praticamente o dobro disso.

E se ela tiver encontrado outro?

Não suportarei ouvir isso da boca dela, não posso... Não consigo.

Me estico no sofá e fecho meus olhos me lembrando do sabor único de seus lábios e da graciosidade de seu corpo.

Aquela noite entre nós foi a melhor da minha vida, tive a mulher dos meus sonhos comigo e pude amá-la como eu queria, demonstrando que o que eu sentia era real e não ia acabar.

A suavidade da sua pele, a perfeição de cada curva de seu corpo e o desejo que me fazia enlouquecer serão para sempre inesquecíveis.

Aquela noite...

Aquela noite se eternizará para sempre em minha alma e em meu coração.

Mas não tenho coragem de ligar...

Por que não tenho coragem de ligar para ela?

Eu prometi... Mas prometi que ligaria em um mês e não em dois, estou errado em considerar esta diferença?

Meu peito se desdobra de tanta saudade...

Aquele jeito lindo dela me faz estremecer de dor, porque preciso dela perto, preciso do seu beijo, do seu toque e do seu abraço.

Onde você está, minha ruivinha?

Levanto dali ignorando o celular e pego uma taça de vinho precisando beber algo ou eu enlouqueceria.

Viro em uma só vez e a encho novamente abaixando a cabeça e me lembrando de cada momento juntos que passamos, cada sonho e cada conquista, evoluindo de certa forma “aos poucos” nossa relação.

E do nada estávamos apaixonados...

Preciso dela de volta.

Quando cheguei na casa do Chris apenas visando uma festa de aniversário, eu jamais imaginei em como minha vida ia mudar... Reencontrei minha parceira de anos, minha melhor amiga e juntos, superamos fantasmas do passado. E juntos... Descobrimos no que uma amizade pura e verdadeira pode se transformar quando há duas almas que procuram pelo mesmo sentimento e mesmo sonho... O Amor.

Quem diria, não é?

Leon Scott Kennedy e Claire Redfield...

Até parece uma história clichê nós termos nos envolvido apenas há esta altura... Depois de tudo que passamos e tivemos que enfrentar... Depois de todo momento que passamos juntos e nos vimos apenas como amigos de longa data e digo por mim que mesmo a achando linda e extraordinária, jamais a olhei com olhos de interesse ou simples olhar de homem para uma mulher.

Uma amiga...

Só isso, a melhor amiga, mas nunca passou disso.

E do nada volto, nos reencontramos, passamos momentos fascinantes juntos onde finalmente me vi completamente apaixonado pela mulher que conheci há tanto tempo atrás. Simplesmente olhei e percebi que nunca tinha olhado. Eu via a mulher maravilhosa, mas nunca reparei que era a ideal.

Engraçado, não é?

Até bobo eu diria...

Clichê?

Um pouco talvez... Soa um pouco como as histórias tolas que contam nos filmes de romance de Hollywood.

Mas e quem disse que isso não pode ser bom?

Quem disse que não pode ser real?

Raro, com certeza... Mas notei que se apaixonar pela melhor amiga de uma hora para outra foi normal para mim, mesmo sendo que nunca imaginei.

É tolo.

Talvez imaturo.

Mas e desde quando o coração não é assim?

Quem tem um coração que não é tolo ou imaturo?

Quem tem um coração que não é as duas coisas?

No amor...

Nada mais importa.

E agora estou aqui, sem saber o que fazer mesmo sabendo o que eu quero fazer e isso sim é tolo e imaturo. Eu amo aquela mulher com toda a minha alma e não importa se isso aconteceu em poucos dias, o que importa é a saudade devorando minha alma.

Onde ela está?

Onde você está, Claire?

Minha Claire...

Minha ruivinha...

Mulher da minha vida...

Levo a taça a minha boca mais uma vez engolindo todo o líquido quando ouço alguém bater na minha porta.

Ah, por favor, que não seja ninguém para me amolar...

Vou até lá respirando fundo e mesmo tentando melhorar minha expressão antes de abrir, parece impossível... Então suspiro alto e abro a porta levando uma encarada curiosa da pessoa em minha frente.

-- Chris?

-- Leon... Podemos conversar?

Ótimo...

Será que dois meses foram o suficiente para ele se acalmar ou veio com a intenção de me fazer sangrar de novo?

-- Só eu e você desta vez.

-- Tudo bem, entra...

Saio dali e vou ao sofá ouvindo ele fechar a porta e se aproximar, mas eu não me preocupei em me concentrar nos movimentos dele agora, já que a única coisa que invadia minha mente era a irmã dele.

É, eu amo a sua irmã...

Quando senta ao meu lado, vejo que me analisa com o olhar e o encaro esperando que dissesse “eu sabia que ia fazê-la sofrer”, mas não disse nada.

-- Veio me matar sem testemunhas?

-- Não... – Ele riu – Eu soube que voltou e vim conversar.

-- Não estou mais com a sua irmã, fique feliz e sim, a fiz sofrer antes mesmo do que você imaginou.

Ele riu desviando de mim e o encarei até voltar com seus olhos na minha direção.

-- Por que ainda não ligou para ela?

-- O quê?

-- Ela disse que você ia ligar quando voltasse...

-- Eu disse que ligaria em um mês.

-- Não foi sua culpa se demorou o dobro, não é mesmo?

-- Não quero atrapalhar a vida dela, não sei se conheceu alguém ou... Não quero atrapalhar em nada.

-- Ela não disse que ia esperar?

-- Disse que esperaria um mês.

-- Disse que esperaria até você voltar...

-- Em um mês.

-- Achei que gostasse dela...

-- Eu amo a sua irmã, Chris.

Eu olho para ele esperando receber um soco na cara, mas ele sorri levantando as sobrancelhas e discordando.

-- Não está parecendo...

-- Como pode dizer isso?

-- Se amasse teria ligado assim que chegou e não se escondido de atrás desse medo em saber o que pode acontecer daqui para frente.

Ele tem razão...

Mas que diabos, o que está fazendo aqui?

E desde quando banca o compreensivo quando o assunto sou eu e a irmã dele?

-- Fizeram lavagem cerebral em você?

-- Não...

-- Então desde quando está tão calmo para falar de mim e da Claire?

-- Tive dois meses com as duas mulheres que mais amo tentando me convencer de não quebrar a sua cara quando o visse de novo.

-- Então vontade não faltava...

-- Pelo contrário, tinha de sobra.

-- E o que disseram para te convencer?

-- A Jill tem os métodos dela...

Ele riu e eu o acompanhei sem nem querer saber detalhes desses “métodos” que com certeza ele gostou.

-- E a Claire... Bom, me convenceu de que era para valer.

-- Como?

-- Me disse que te amava e... Acreditei.

-- E depois?

-- Me lembrou que você sempre foi um bom amigo e mesmo que frangão algumas vezes, cabeça oca, teimoso, sem noção...

-- Certo, já entendi essa parte!

Ele riu e respirou fundo.

-- Resumindo, mesmo você sendo idiota muitas vezes, não ia se arriscar de pegar a minha irmã para fazê-la sofrer... Imaginei que você tivesse amor a vida e se lembraria que tenho um bom braço e uma excelente mira.

-- Você jamais ganharia de mim!

-- Coitado!

Nós rimos de novo e encarei minhas mãos me lembrando novamente daquele sorriso doce e olhos que vagam pela minha alma procurando algo que me faça ligar para ela.

-- Ela está bem?

-- Não...

Quando olho para ele, ganho mais um sorriso.

-- Sente sua falta.

Desvio dele me segurando para não pegar o carro e sair que nem louco de atrás dela, mas meu medo bobo e estúpido me segura, então volto a olhar para ele que apenas me observa tranquilo.

-- A Jill sabe que está aqui?

-- Sim, ela sabe...

-- Não veio mesmo para quebrar a minha cara?

-- Não dessa vez. – Ele riu.

-- Então para que veio?

Ele suspirou e me encarou agora sério.

-- Para saber se realmente vai concretizar minha dúvida de dois meses atrás e deixar minha irmã sofrer.

-- Não liguei justamente para não fazê-la sofrer.

-- Não acho isso...

Desvio dele novamente vendo em minha frente aqueles olhos doces e perfeitos me encararem, mas desta vez, com uma lágrima escorrendo e fazendo eu me sentir péssimo.

-- Como ela está?

-- Infelizmente percebi que ela gosta de você para valer...

-- “Infelizmente”?

-- Para mim, sim... Afinal, ter um cunhado como você, pode estragar minha moral.

-- Que moral?

Ele riu me empurrando e eu o acompanhei sem saber direito se aquilo era uma piada ou o quê.

Acho que nesses dois meses aconteceu um milagre... Mas acho que sem a Jill, a Claire não teria conseguido sozinha. Aposto que ela o lembrou da época em que eram apenas amigos e o puniu bastante falando de tudo que fiz pela irmã dele, por ele e por todos os outros.

Seja qual for a tática que ela usou, parece ter funcionado...

Mas quando viro de novo para ele, vejo seus olhos me estudando e me remexo sabendo o que ele quer.

-- E se eu ligar? E se eu decidir que realmente não a deixarei mais? O que vai fazer? Vai infernizar para o resto da vida ou vai aceitar numa boa?

Ele ficou extremamente sério agora e me olhou por alguns segundos.

-- Não vim cobrar que fique com ela, isso é entre vocês... Mas eu preciso saber de uma coisa... A Ada.

Desvio por um segundo já não aguentando mais ouvi-lo dizer esse nome, só que com esperança de que seja a última vez, o olho firmemente esperando sua pergunta para responder de modo que esse assunto fique encerrado.

-- Não ama mesmo aquela criminosa, Leon?

-- Não.

-- Gosta para valer da Claire?

-- Demais.

-- Vai fazer de tudo para não fazê-la sofrer?

-- Eu... Acho que já fiz.

-- Exclua esta vez, não foi sua culpa.

-- Certo... Jamais a faria sofrer, eu juro.

-- Se ela chorar por sua causa, eu quebro a sua cara.

-- Se eu a fizer sofrer, eu DEIXO você quebrar a minha cara...

Ele gargalhou como se fosse uma grande piada e revirei os olhos.

-- Eu faço isso sozinho!

-- Duvido muito!

-- Te acertei duas pelo que eu me lembre!

-- Foi pura sorte...

Ele riu novamente e eu o acompanhei me lembrando que esse era o Chris que eu conhecia antes da China, ele era mais descontraído e apto a brincadeiras, mas a surpresa em saber que posso falar de boa com ele sobre isso ainda me deixa com uma sensação estranha.

-- Achei que ia querer vir para cima de mim de novo.

-- A Claire está apaixonada por você...

-- É meu charme avassalador!

-- Pode ser... – Ele sorriu – Mas pelo jeito, ela também usou o charme “tiro e queda” dos Redfield em você.

-- E se usou... – Eu ri – Não passou um só dia nesses dois meses em que não pensei na sua irmã e não senti a falta dela.

-- Bom saber disso...

Ele levantou ainda sorrindo e o acompanhei com o olhar até minha porta, sem entender a pressa dele.

-- Já vai embora?

-- Eu tenho que ir... Só não se esqueça que se fizer a minha irmã sofrer, te parto ao meio, galã.

-- Pode deixar...

Se eu ligar para ela ou for procurá-la, eu faria de tudo para ela ser a mulher mais feliz e sem dúvida a mais amada.

Mas...

Será que ligo?

-- Até logo, Leon.

-- Até... E obrigado por vir e desculpe qualquer coisa.

-- Me pedindo desculpas por pegar a minha irmã?

-- Não, apenas por mentir sobre isso... – Eu ri.

-- Vou pensar se te perdoo... Só não a faça sofrer ou quem vai sofrer é você.

Eu ri e ele me acompanhou abrindo a porta e acenando.

-- Se cuide...

-- Você também, mas... Tem certeza de que não quer ficar mais?

-- Não... Não quero atrapalhar dessa vez.

Ele piscou e saiu, me deixando ali sem entender nada...

O Chris veio de tão longe só para me dizer que está tudo bem?

Não que não seja bom, pelo contrário, realmente é ótimo que tenha decido aceitar. Só que é difícil acreditar que não teve soco, nem gritos, acusações ou sangue dessa vez. Realmente a Jill faz milagres.

E a minha ruivinha também...

Ah, Claire...

Meu amor, minha Claire...

Que saudade!

Levanto novamente indo para garrafa de vinho e encho a taça, virando tudo na boca e encarando o celular na mesa.

DEIXE DE SER COVARDE!!!

QUALQUER QUE SEJA A RESPOSTA DELA, VAI QUERER FUGIR PARA SEMPRE?

Reviro os olhos para minha estupidez e vou ao celular decidido, mas alguém bate na minha porta novamente.

Mas que droga!

Será o Chris de novo?

Talvez se arrependeu de não me dar nem ao menos UM soco e voltou, isso não me surpreenderia e talvez eu mereça por pensar tanto antes de agir e tomar a atitude que devo.

Vou até lá completamente desanimado e ao abrir a porta, meu coração acelera e não acredito no sorriso doce que encontro.

-- Leon...

-- Claire?

Era ela...

Linda, doce e meiga como sempre.

-- Entra, por favor.

Dou espaço e ela entra parecendo meio acuada, sem jeito e como eu, sem saber direito o que falar... Afinal, passaram-se dois meses.

Quando vira para mim, olha ao redor e mal acredito que realmente estamos frente a frente mais uma vez e mesmo sem saber direito como agir e o que dizer, meu coração se acalmou dentro do peito.

Então me lembro das palavras do Chris “não quero atrapalhar dessa vez”... Que sem vergonha, vem aqui e nem para me preparar dizendo que a irmã dele estava também.

Redfield’s tramando contra mim.

Mas esqueço de tudo quando ela levanta os olhos para mim e me encara de um jeito tristonha e sem emoção, parecendo que assim como eu tem tanto para falar e não sabe por onde começar.

-- Você está bem?

As palavras dela me congelaram por alguns segundos, mas me mantive forte para levar a conversa para ver até onde daria... Mas meu estômago embrulhou pelo medo que senti pelo o que pode ter vindo me dizer.

-- Eu... Fui bem na missão...

-- Eu soube, parabéns.

-- Obrigado.

Ela desvia novamente e respiro fundo tentando encontrar palavras ou alguma coisa para dizer, mas como sempre, ela toma a frente.

-- Por que não me ligou?

-- Eu...

-- Não pense que quero bancar a obsessiva, tudo bem... Não vim te cobrar algo que não quer, apenas resolvi passar aqui para te dizer que não moro mais naquele apartamento, eu me mudei.

O quê?

-- O quê?

-- A Terra Save entrou em contato comigo e disseram que decidiram abrir uma nova filial... Vamos tentar reconstruir o que sobrou, contratar um pessoal novo disposto a ajudar e me pediram para coordenar o projeto.

Não, não pode...

-- Q-Que bom, Claire... – Gaguejei – É o que você gosta, então... Parabéns.

-- Obrigada.

Não...

Ela vai embora, é isso?

Veio aqui para me dizer que está indo para o outro lado do mundo e acabou de vez? Vai me dizer que se eu tivesse ligado ontem, tudo seria diferente?

Desvio dela sem conseguir disfarçar a minha expressão de desespero em saber que vou perdê-la, mas seus olhos me encaravam e eu jurava que esboçava um sorriso oculto.

-- Devia ter me ligado quando chegou.

-- Me desculpe...

-- Bom, como disse, não vim te cobrar nada... Nossa amizade pode continuar, se quiser.

Anda, Leon, fala alguma coisa!

-- Tudo bem...

O quê?

O que você disse?

Ela desfaz o sorriso e desvia de mim me martirizando pela resposta que dei e me assusto em vê-la indo para porta, então eu seguro seu braço.

-- Claire...

Quando olha para mim, vejo seus olhos marejados.

-- Não quero ser um estorvo para sua carreira...

-- Eu sei, obrigada por se preocupar.

Ela abre a porta, mas eu fecho e puxo seu braço de volta, incapaz de deixá-la sair e aceitar que tudo acabou.

-- Claire...

Seus olhos voltam aos meus e noto como estamos perto um do outro... Posso sentir seu perfume e ouvir sua respiração forte.

O que devo fazer?

Não posso pedir para que não vá...

Mas não posso ficar sem ela.

-- Por quanto tempo ficará fora?

-- É permanente.

O quê?

Desvio novamente sentindo meu coração querer sair pela boca sem saber o que dizer ou como pedir para que não vá.

-- Eu estava encarando meu celular desde ontem... Tentando achar coragem para te ligar.

-- Queria ligar?

-- Sim.

-- E por que achou tão difícil fazer isso?

-- Eu... Eu passei o dobro do tempo fora e não queria atrapalhar sua vida se já tivesse encontrado outra pessoa, eu não...

Eu paro e ela ri limpando a lágrima que tinha escorrido e voltando a me olhar daquele jeito descontraído dela.

-- Achou que eu já teria afundado minha mágoa em alguém?

-- Você é uma mulher incrível e nesse meio tempo alguém poderia ter tentado fazer você se apaixonar.

-- E você acha que depois de se apaixonar por Leon Scott Kennedy, existe espaço vago em meu coração?

Seus olhos me penetraram de um jeito que fez eu me envergonhar por não ligar, mas mantive meus olhos nos dela.

-- Me desculpe...

-- Não sei se merece.

-- Eu ia te ligar agora mesmo, ainda adiantaria?

-- Talvez...

Mesmo com a situação, ela permanece com o sorriso doce e não entendo sua calma sabendo que vai embora mesmo ainda me amando.

O que é que deu nela?

-- O que eu faço agora?

-- O que quer fazer, Leon?

-- Não sei... Mas seja o que for, quero você comigo.

-- Já falei que me mudei.

-- Não importa...

-- Não?

-- Não... Podemos dar um jeito.

Podemos...

Sim, podemos.

Não posso desistir dela, jamais, NÃO POSSO!

-- Não me faça perder você, por favor...

Eu a puxo mais perto, deslizando minha outra mão pelas suas costas e a puxando para mais perto do meu corpo vendo que ficou nervosa em estar tão perto de mim de novo.

-- Então como faremos?

-- Eu não sei, mas... Não aceito perder você.

-- Nesses dois meses percebi que nunca te disse uma coisa enquanto estávamos juntos... E você disse para mim.

Sorri já imaginando o que era e acariciei seu rosto.

-- Então me fala...

-- Leon...

Ela sorriu e uma lágrima escorreu de seu olho me fazendo aproximar mais o rosto a ponto de nossas testas se encostarem.

-- Eu amo você.

-- E eu amo você, ruivinha...

Então a beijo sem mais delongas, puxando seu corpo para o meu e a envolvendo em meus braços que tanto explodiam de saudade do seu carinho e do calor do seu corpo.

A beijo como se não houvesse amanhã...

A beijo como se nada mais houvesse...

Contorno seus lábios e os saboreio com os meus, sentindo a saudade vibrar dentro de mim sem querer mais soltá-la, mas afasto minha boca da dela em apenas dois centímetros, porque eu precisava olhar em seus olhos e saber que aquilo era real. Acaricio sua bochecha ganhando aquele sorriso lindo e perfeito em retribuição e sinto uma lágrima escorrer de meu próprio olho.

Não posso perdê-la...

Não posso...

-- Não posso perder você...

-- Acha mesmo que consegue me aguentar?

-- Tenho certeza...

-- Que bom, porque não quero ser uma vizinha chata.

O quê?

-- O quê?

-- Não quero ser uma vizinha chata...

-- Por que vizinha?

-- Porque já me mudei...

-- Para onde?

-- Para o apartamento do andar de cima.

Afasto meu rosto do dela que ri de mim e a encaro feio.

-- Se mudou para esse prédio?

-- Sim, dizem que é um dos melhores da cidade...

-- Mas não disse que era permanente?

-- Sim, por isso já me hospedei.

Ela ri ainda sem me deixar entender.

-- Eu aqui praticamente implorando para que me pergunte para onde eu vou e você nem para isso! – Ela sorriu.

-- Onde vai abrir a filial?

-- Aqui na cidade...

O quê?

-- O quê?

Ela gargalhou agora e a soltei encarando feio sua expressão.

-- E ficou me deixando pensar que iria para o outro lado do mundo?

-- Em momento nenhum eu disse que ia para tão longe...

-- Como vai abrir uma filial aqui?

-- Abrindo, ué... Aí meu irmão e a Jill me trouxeram e aluguei o apartamento de cima, estava arrumando tudo lá o dia todo!

-- E me deixou aqui agonizando?

-- Esperei você me ligar!

-- Você é má, Claire Redfield!

-- VOCÊ que ia me ligar, eu só tinha de esperar!

-- E agora vai morar aqui?

-- Sim... Mas se quiser, eu me mudo para outro lugar.

Ela ficou me olhando com aquele olhar sapeca e eu não quis acreditar em como ela me enganou... E mal podia acreditar que eu não iria mais perdê-la.

-- Muito bravo?

-- Vem cá!

Puxei ela para mim e a beijei como um desesperado, louco de saudade, louco de desejo e louco de amor, sentindo que ela me retribuía com a mesma intensidade e sentimento.

Minha Nossa, como amo essa mulher!

Quando afasto meus lábios dos dela, meu sorriso de orelha a orelha se abre e ainda não acredito em como finalmente a vida me presenteou, trazendo a mulher que amo de vez para perto de mim.

-- Vou devolver essa...

-- Se quiser posso me mudar!

-- Sim, vem para cá comigo...

-- Hum... Tentador.

Ela olha para mim e mergulho em seus olhos, acariciando seu rosto e sentindo a imensa vontade de começar a beijá-la e não parar mais.

-- Eu te amo, Claire...

-- Também te amo, Leon... Agora se disser “sim”, não vou mais embora.

-- Acha que vou te deixar ir?

-- Espero que não...

Nós sorrimos juntos e sinto sua carícia em meus cabelos.

-- Não consigo acreditar... Agora é para valer, ruivinha?

-- Sim, é para valer.

-- O destino sempre foi tão ruim comigo... É difícil encarar que essa chance é realidade e que você realmente está aqui.

-- Digo o mesmo... Mas talvez nossos destinos deram tantas voltas para nos trazer justamente até aqui, desse jeito.

-- Você acha?

-- Sim... Acho que no final da história, nosso destino é um só.

-- Um Só Destino... – Eu sorri – Gostei.

Levo meus lábios novamente aos dela e deixo que o amor imenso me guie, assim podendo passar tudo o que sinto, tudo o que quero fazê-la sentir e provar que realmente temos “Um Só Destino”.