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História Um Só Destino - Decisão Correta


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Booooa madrugada, meu povooo ! ! !
Eu queria ter postado antes, mas o final da minha faculdade está me devorando... Então estou aqui neste horário me dedicando para não deixar vocês na mão!
Agradeço galera por cada favorito e comentário, cada apoio e incentivo, de verdade, de coração, me deixam muito feliz :-) e mais animada para escrever \o/ ebaaaaaa ! ! !
Momento suuuuuper hoje para o casal *--*
Espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 6 - Decisão Correta


Fanfic / Fanfiction Um Só Destino - Decisão Correta

O que eu digo agora?

Passei dias conseguindo me esconder dessa conversa e não quero fazer isso hoje! Na verdade... Não consigo fazer isso ainda.

-- Leon, fala comigo... Por favor.

Minha garganta travou e as palavras não sairiam nem se eu quisesse.

A voz chorosa e triste dela me partiram ao meio, mas não consigo encarar isso, não posso, não dá...

-- Conta para mim.

Não!

Tiro o celular do ouvido e o desligo o jogando ao lado e colocando as mãos na cabeça sentindo aquela agonia no meu peito.

Não posso! Não consigo!

-- ME DEIXA EM PAZ!

Eu grito sozinho no quarto e saio dali indo para o quarto trocar de roupa e me jogar na cama e antes tudo o que eu tinha para conseguir uma boa noite de sono é tomado por lembranças negras de um dia que quero desesperadamente esquecer...

 

...

 

Estava escuro e eu não podia enxergar o caminho por onde eu andava, mas as janelas altas por onde passavam alguns clarões da tempestade forte lá fora me faziam ver que havia pessoas no meu caminho... Mas meus pés não paravam.

Cheguei próxima a alguém que se virou e vi os olhos misteriosos e despreocupados da Ada, que sorriu e suspirou.

-- Eu sempre disse que sentimento não nos leva a nada...

Continuei a caminhar pelo corredor sem dar atenção a ela e me aproximei de mais alguém que reconheci bem ao virar e me encarar com olhos assustados e chorosos.

-- Leon... Por que fez isso?

Ashley chorava como uma criança e notei que abaixei o olhar envergonhado, mas continuei meu caminho sem conseguir parar, então de repente dou de cara com alguém que me olha decepcionada e meu coração se rompe em mil pedaços.

-- Por que deixou isso acontecer?

Claire... Me olhava completamente diferente e com uma mágoa e nojo estampados em sua feição.

-- Claire...

-- Sempre soube que era covarde, mas não sabia que era a esse ponto.

-- Não foi culpa minha!

-- TUDO FOI CULPA SUA! VOCÊ É UM ASSASSINO, DEIXOU ISSO ACONTECER! A CULPA É SUA!

Então por trás dela surge o Adam que avança sobre mim e sinto o cheiro de carne podre rasgando minha pele com os dentes e mãos desesperados por carne humana e caio no chão sentindo o sangue jorrar.

-- NÃÃÃÃOOOOOOOO!!!

Dou um salto na cama ainda com a vista embaçada, respiração ofegante e suando frio quando ouço alguém bater na porta desesperadamente.

Balanço a cabeça e levanto indo para lá e me deparando com um par de olhos azuis extremamente preocupados.

-- Leon! O que aconteceu?

Claire me olhava agoniada e desviei dela dando espaço para entrar e fechei a porta respirando fundo. Me voltei para ela que parecia realmente ansiosa em saber dos meus problemas e novamente suspirei.

-- Eu estava vindo para cá e ouvi seus gritos do corredor... São os pesadelos, não são?

-- Sim...

-- Leon, você tem que parar de se culpar ou vai enlouquecer.

Eu estava conseguindo até a ligação de ontem...

Tudo seria mais fácil se eu pudesse contar isso a Claire também, mas tenho medo... Medo de que me peça para aceitar falar e encará-la de frente.

Não posso.

-- Estou tentando, Claire.

Ela se aproximou de mim e senti sua mão suave e quente em meu rosto me fazendo o carinho que eu tanto precisava. Coloquei minha mão sobre a dela e fechei meus olhos tentando me concentrar em seu toque, mas quando me abraçou eu sorri e coloquei meus braços ao seu redor.

-- Tem que esquecer... Seguir em frente.

-- Não consigo...

-- Porque tem algo que ainda te prende...

Sim, esse ser que insiste em me torturar e não me deixar mais em paz um único dia.

Não consigo falar!

-- Tente se libertar, porque só assim conseguirá viver novamente.

-- Estou tentando...

-- Me deixe te ajudar, Leon.

-- Você não tem ideia de como já está me ajudando. Claire.

Eu a escuto rir em meu peito e sinto o perfume do seu cabelo. Fecho meus olhos aproveitando cada segundo daquele gesto dela que era a única coisa capaz de me manter calmo agora.

Mas do nada ela se afasta de mim e perco seu toque me causando novamente um mal estar e um desconforto surreal.

-- Que horas quer ir ao parque?

-- Quando você quiser...

-- Poderíamos nos preparar agora, aí arrumamos as coisas, passamos no mercado e vamos para lá.

-- Quer ficar o dia todo?

-- Não sei, voltamos quando enjoarmos de lá...

-- Tudo bem... – Eu sorri – Acho que vou tomar um banho.

-- Eu vou arrumar algumas coisas para levarmos!

-- Certo, eu desço no seu apartamento quando acabar aqui.

-- Beleza!

Eu saio e ela permanece ali, mas quando viro para olhá-la a pego olhando para mim e reparo que eu ainda estava sem camisa, mas ela desvia coçando a cabeça sem jeito e finjo que não notei.

-- Te vejo lá embaixo...

-- Está bem.

Vou ao banheiro sorrindo em saber que puxei o olhar dela em mim mesmo todo suado e amassado.

Depois que saio do banho, coloco uma calça jeans escura e a camisa azul que tinha me dito para comprar porque ela gostou na loja. E quando me olho no espelho percebo que não ficou tão mal ainda mais com a jaqueta de couro por cima.

Pego a carteira, chaves e celular. Saio do apartamento e sigo lá para baixo para o dela, mas quando bato não abre a porta.

-- Leon!

Olho para ela que caminha pelo corredor com um macacão (jumpsuit) jeans e uma camisa vermelha por baixo. Seu cabelo estava com uma trança para o lado e seu sorriso brilhava de empolgação e alegria.

-- Já levei as coisas para o meu carro, vamos?

-- Não quer ir com o meu?

-- Não, usamos o meu dessa vez!

-- Tudo bem, vamos lá.

Caminho ao seu lado tentando não encará-la, mas meus olhos traiçoeiros insistem em olhá-la de canto e por um momento vejo que me olha também e com ambos meio constrangidos, sorrimos desviando.

Que droga, Leon... Se controle.

Fiz questão de olhar para a direção oposta da dela no elevador tentando manter meu auto controle e nunca imaginei ser tão difícil.

Saímos para o carro e abro a porta para ela novamente ganhando aquele sorriso doce que só ela tem.

No caminho mantemos silêncio e me concentro a manter meus olhos na janela ao meu lado tentando prometer a mim mesmo que não ficarei a encarando o dia todo e pensando coisas sem sentido.

Se controle, Leon... Está muito tempo sozinho e pensa que pode se engraçar com uma amiga de anos que confia em você e acha que a respeita.

Ela confia em você!

E fica insistindo em pensar bobagens com ela, se controle!

Passamos no mercado e fomos pegando as coisas das prateleiras sem discutir muito nas escolhas, apenas pegamos coisas práticas para comer. Então seguimos ao parque.

Quando ela estacionou, saí do carro e me deparei com um campo grande perto de um lago imenso. Havia árvores com flores cor-de-rosa que enfeitavam todo o espaço deixando um perfume no ar e uma brisa suave e delicada. Várias famílias estavam no lugar, tendo a mesma ideia que a nossa.

-- Leon, me ajuda aqui!

Com a voz da Claire me chamando me viro para ela e abro espaço para pegar uma caixa com nossas compras e rio quando a vejo puxar uma bola, uma toalha e o violão.

-- Vai me fazer uma serenata?

-- Na verdade eu queria que você fizesse para mim...

Ela piscou e eu sorri abobado com o jeito dela. Caminhamos para o campo e mais próximo ao lago sobre a sombra de uma árvore, ela estendeu a toalha e coloquei a caixa ao lado.

Claire sentou colocando as coisas ao lado também e sentei em sua frente admirando todo o lago e as pessoas felizes que estavam ao redor. Mas desviei quando vi um casal de namorados de mãos dadas começar a dar um beijo mais caloroso.

-- Gostou do lugar?

-- Demais, é lindo, Claire... Não sabia que existia um lugar tão bonito assim.

-- Precisa explorar mais o mundo ao seu redor.

-- Só enxergo dor e destruição.

Ela virou para mim e desviei meio constrangido, mas quando a ouço rir eu viro para ela que mantém aquele sorriso meigo.

-- Isso não é um bom pensamento, Leon... Não cultive isso.

-- Eu sei que não devo, mas depois que tudo que vi, toda dor, angústia, sofrimento e perdas intermináveis... Você passou isso comigo em Raccoon City, não sente o mesmo?

-- Não.

-- O que você sente, então?

-- Esperança... Sempre espero por dias melhores. – Ela suspirou – Quando me deparo com lugares assim sinto o porquê de eu lutar por essas pessoas, por esses lugares... Tenho mais força para brigar por isso.

-- Você é única, Claire.

-- Só tento ver o lado bom das coisas.

-- Você é incrível, admirável... Perfeita, Claire.

Ela desviou sorrindo sem jeito e puxou o violão para ela, agora mexendo nas cordas e observei cada movimento seu até que me olhou novamente.

-- Toca para mim?

Eu não queria pegar no violão agora e minha vontade era nula, mas com as palavras acompanhadas pelo jeito doce dela era impossível negar.

Ela me entrega o violão e o pego deixando em posição e notando que minha mente estava vazia de músicas, não lembrava direito de nenhuma letra e não queria fazer algo feio.

Olho para paisagem buscando alguma coisa em mente para tocar para ela, mas nada aparece... Então olho para ela.

Seus olhos, seu sorriso doce e o sentimento que desperta dentro de mim.

Sim, isso pode funcionar...

Ajeito o violão e começo a tocar uma melodia que lembro e tento encaixar as palavras que fluem em minha mente...

 

“Ela é linda de pele macia,

Uma bela ruiva de olhos azuis como uma safira...”

 

Ao cantarolar essas palavras de acordo com a melodia, a mulher linda e admirável na minha frente muda o olhar completamente... Retorno a ver o mesmo olhar com qual me deparei na noite passada, um momento antes de quase eu cometer uma loucura.

E mesmo sabendo que eu estava cometendo mais uma, minha boca não me deixava parar e continuei deixando sair as palavras que chegavam em minha cabeça enlouquecida por esta mulher...

 

“Sinto-me bem quando está por perto, com seu jeito encantador,

E seu sorriso doce que me fez esquecer a dor...”

 

Aqueles olhos azuis dela brilharam mais do que qualquer coisa que já vi em minha vida e com meu coração disparado dentro do peito, eu não consigo conter meus pensamentos que já não aguentavam mais essa “distância”...

 

“Porque ela me diverte com facilidade,

Mas meus pensamentos me trazem de volta a realidade

Que talvez eu não pudesse tê-la novamente em meus braços,

E poder vê-la dormir e sentir sua respiração fácil...”

 

Eu nunca fui poeta e muito menos cantor, mas ao olhar para Claire em minha frente eu encontrava as palavras certas como a resposta correta ao que me fazia sentir e eu me via obrigado a confessar nem que fosse de uma maneira subliminar...

 

“Depois de tudo que vivemos,

Sei que ela me conhece como a conheço,

Sei que já faz um bom tempo que não a vejo,

Mas sei que eu quase não consigo controlar meu coração

Porque me encanta seu jeito, sua força e a sua determinação...”

 

Ela desvia de mim com um sorriso se formando em seus lábios e quando levanta a cabeça para me olhar vejo seus olhos vermelhos, mas sua boca ainda carrega um sorriso que faz minha cabeça voar...

 

“Ela sempre teve um grande coração, que só agora fui perceber,

E me faz querer ficar mais perto e nunca mais ir embora,

Eu poderia tê-la para sempre em meus braços,

Mas não sei se tem espaço para mim em sua vida,

E não quero perder o seu carinho de grande amiga...”

 

Com seu riso espontâneo agora eu sorrio ao vê-la me encarar docemente com seus olhos que me despertavam cada vez mais vontade de mergulhar neles para sempre. Mas eu ainda não tinha acabado, tinha mais a ser dito...

 

“Eu poderia tê-la para sempre em meus braços

Mas não sei se tem espaço para mim em sua vida,

Mas pelo menos somos velhos amigos voltando a nos ver,

Apenas isso já me faz bem.”

 

Nesse momento escorre uma lágrima de seus olhos e ela desvia a limpando rapidamente e meu sorriso se desfaz enquanto termino a melodia que comecei.

Eu exagerei, não foi?

-- Me desculpe...

-- Por que está se desculpando?

-- Ah, eu... Não sei.

Ela riu daquele jeito doce dela e apontou para mim ainda com os olhos vermelhos e deixando evidente que mais lágrimas queriam sair.

-- É linda... Só me emocionei.

-- Que bom que gostou...

-- Sim... Mas confesso que nunca ouvi essa música antes apesar da melodia ser familiar.

Me senti encurralado na parede já que os olhos dela antes lacrimejantes me encaravam pedindo pela resposta certa.

Não posso fazer isso...

Mas seria tão fácil agora, não é? É para você... Você é minha ruivinha perfeita com olhos de safira que me enlouquecem e perturbam meus pensamentos.

Ela é sua amiga, Leon... Respeito em primeiro lugar.

Desvio de seu olhar e respiro fundo encarando o violão e agora o deixando de lado enquanto volto a olhar para seus olhos questionadores.

-- Ela é nova... Não faz muito tempo que foi escrita.

Ela riu entendendo minha meia resposta e a acompanhei não sabendo mais se eu agia de maneira certa ou errada.

-- Eu amei e até me identifiquei com algumas frases...

-- Por causa da “ruiva” e “olhos azuis”?

-- Não, me identifiquei por causa do sentimento...

Eu perdi o sorriso agora sentindo meus olhos implorarem por uma resposta completa, mas ela não chegou... Apenas tive em minha frente uma mulher linda que me olhava fixamente com um sorriso torto nos lábios que me seduziam mais a cada instante.

-- Deviam existir mais músicas de ruivas!

Desviei o foco do momento e ela levantou as sobrancelhas concordando comigo e rindo.

-- Geralmente são loiras... Às vezes morenas. Mas ruivas nunca ouvi, acho que nos acham meio feias!

Ela riu e eu a acompanhei, mas discordei no mesmo instante.

-- Não, não pode ser isso... Minha melhor amiga é ruiva e é a mulher mais linda e admirável que já conheci.

-- Então espero que essa pessoa seja eu! – Ela riu.

-- Acertou!

Nós rimos novamente até que voltamos ao silêncio e meus pensamentos traiçoeiros voltaram com tudo em minha mente.

Meu coração acelera no peito, minha única vontade é de tê-la mais perto de mim e poder passar meus braços ao seu redor para protegê-la do mundo.

Eu não posso estar sentindo isso...

Droga, Leon!

-- Vamos comer?

-- Sim!

Tentei parecer animado o suficiente para conseguir esconder meus pensamentos sórdidos a respeito dela e começamos a comer.

A conversa voltou a fluir normalmente me sentindo agora acostumado com nossa facilidade de encontrar assuntos para discutir sobre gostos em comum e opiniões semelhantes.

Ela me mantinha animado e confesso que nesses momentos ao seu lado eu me sentia alegre e bem disposto para tudo que me pedisse.

Mas cortando nosso momento, seu celular toca e ela tenta engolir rápido o salgado que tinha pego e ri por se atrapalhar antes de atender e me fazer um sinal para esperar. Eu apenas sorri concordando e aproveitando o momento de sua distração para poder admirá-la sem cerimônias.

-- Alô? Ah, oi... Não, a princípio nada... Ah, não sei... É que tem um amigo meu na cidade e estou responsável por cuidar dele...

Ela riu da minha cara e comigo acompanhando, joguei um amendoim nela que riu mais ainda.

-- É ele é bonitão, sim... Tudo bem, espera, vou perguntar... – Ela me olhou – Uma amiga antiga me convidou para ir num barzinho amanhã e quer que você vá também, o que acha?

-- Por mim tudo bem!

-- Legal. – Ela recoloca o celular na orelha – Ele topou, nos vemos amanhã... Até!

Ela desligou deixando o celular do lado e voltando a atenção em mim que tentei desfazer a cara de bobo ao olhar para ela.

-- Karen, uma amiga antiga... Soube que eu estava na cidade e me ligou, disse que levará mais pessoas também.

-- Pode ser legal.

-- Espero que sim, não gosto muito de muitas pessoas ao redor... Acredite se quiser, mas não sou a pessoa mais sociável do mundo em frente a grande público.

-- Não se preocupe com isso, é impossível alguém não gostar de você...

-- Vou acreditar nisso!

Ela sorri e eu a acompanho voltando com os papos anteriores enquanto acabamos rapidamente com a maior parte da comida. Depois de tanto conversar ela levanta disposta com a bola nas mãos e joga em mim me fazendo dar um salto e levantar indo na direção dela.

Era incrível como ela tinha força no braço e jeito para jogar a bola e quando eu questionava sobre isso, sempre dizia que o irmão a ensinara a usar não a força certa, mas o jeito certo.

Eu já não me surpreendia mais com tantas qualidades admiráveis que ela carregava, então apenas me entregava aos sorrisos meigos dela e gargalhadas espontâneas quando um de nós escorregava ou levava uma bolada forte no peito ou em outra parte do corpo.

Claro que eu não usava de força, mas às vezes era sem querer e mesmo com minha preocupação declarada nas mil vezes que perguntei se estava bem, ela ria da minha cara me acertando com mais força e me arrancando gargalhadas também.

Eu não vi as horas passarem e juro que alguém acelerou o tempo para que a noite começasse a chegar e nossa diversão de papos agora sem sentido, risadas sem motivos e alegria espontânea tivessem de ser interrompidas.

-- Acho que temos que ir...

-- Vamos nessa!

Guardamos as coisas e entramos no carro rumo a nosso prédio rindo ao conversar sobre nossos péssimos lances e ótimas lesões que causamos um no outro.

Ao chegar no apartamento dela e deixar suas coisas, comemos o restante da comida e continuamos a conversar em seu sofá.

Ela fazia eu me sentir tão bem... Tão leve e despreocupado.

Mas meu celular toca e perco o sorriso ao ver quem é, e mesmo tentando disfarçar meu desconforto com aquilo ao desligar, ela me olha curiosa.

-- Mulherada não te deixa em paz?

Eu ri e ela me acompanhou, então discordei.

-- Não é nada...

-- É a pessoa das mensagens?

Não era possível esconder alguma coisa da Claire, ela tinha um faro incomparável para descobrir as coisas.

-- Sim.

-- Quem é?

-- Ninguém importante...

-- E sobre o que é?

-- Nada importante...

Ela concordou parecendo notar que eu não queria estender o assunto e voltou a falar sobre nossos planos de amanhã

-- Então amanhã barzinho a tarde e casa do Chris à noite.

-- Tem certeza que quer que eu vá na casa dele com você?

-- Tenho toda a certeza!

-- Ele não vai gostar de me ver com você...

-- Ele quer se redimir do papel ridículo que fez aqui... Ele é cabeça dura, mas é meu irmão querido e super protetor.

-- Se eu tivesse uma irmã agiria da mesma forma.

-- Não duvido, vocês homens são todos iguais!

Rimos novamente e vendo a hora correr, levanto e ela me olha parecendo não querer que eu vá, mas sorrio e levanto os ombros.

-- É melhor eu ir...

-- Pode ficar mais se quiser.

-- Prefiro te deixar dormir e começar cedo amanhã!

-- Tudo bem!

Eu fui até a porta a abrindo e a vi de atrás de mim me olhando meigamente e sorrindo sem jeito ao se aproximar.

-- Não tenha pesadelos!

-- Vou tentar...

-- Relaxe antes de dormir e tente pensar em coisas boas... Isso te protegerá.

-- Obrigado, Claire... Por tudo.

-- Eu que agradeço, sua companhia está me fazendo muito bem.

-- Não mais do que para mim... Boa noite.

-- Boa noite, Leon.

Ela se aproximou e me deu um beijo suave na bochecha e minha pele toda queimou ao sentir a delicadeza de seus lábios.

Mas quando se afastou apenas sorriu amigavelmente e fechou a porta me fazendo voltar ao meu apartamento. Fui ao sofá e me joguei nele lembrando de todos os momentos bons de hoje e repassando mil vezes o climão que pintou entre nós no jantar de ontem, na pista de dança.

Eu ia beijá-la...

Respiro fundo e apoio minha cabeça sobre minhas mãos tentando me livrar disso que impregnou minha cabeça e dominou meu coração.

Isso que estou sentindo... Esse desespero de estar perto dela, cada vez mais próximo, me arrepiando com seu toque e carinho, coração disparado e pensamentos delirantes.

É isso mesmo que estou sentindo?

Não pode ser...

Eu já me apaixonei antes, mas foram apenas paixões que duraram semanas e o que eu sentia se desgastava quando a garota mesmo não se dava muito valor. Eram apenas paixões, nada mais. Quando eu ia embora, não sentia falta. Apenas relacionamentos que não deram certo... Foram poucos, mas o suficiente para eu começar a acreditar que “final feliz” não existia ou pelo menos não existia para mim.

Mas não dá mais, me sinto um garoto... Um adolescente esperando a garota me dar uma chance e quando sinto essa abertura, eu recuo.

Ela é minha melhor amiga e lhe devo respeito absoluto.

Mas não dá mais para negar... Estou apaixonado por Claire Redfield.

A garota espontânea, forte, corajosa, inquebrável e incomparavelmente apaixonante pegou meu coração de um jeito que eu não sabia que era possível.

Droga, Leon... Como deixou isso acontecer? É a Claire!

-- Que droga...

Não que ela não seja a mulher perfeita para mim... Mas justamente por eu achá-la perfeita demais que tenho medo de arriscar.

É minha amiga, a pessoa em quem mais confio e se eu a perder não sei mais com quem poderei contar em minha vida... Ela é a amiga mais fiel que tenho e meu medo de perdê-la é maior do que minha angústia de senti-la se afastar depois de um gesto de carinho.

Estou apaixonado e não adianta negar.

Mas não posso permitir que eu faça algo e o único jeito disso não acontecer é eu não estar perto... Ontem eu ia beijá-la e sabe se lá o que aconteceria depois, talvez me mandasse embora e eu não teria coragem de olhá-la nos olhos novamente.

Sinto que é falta de respeito de minha parte...

Estou certo, não é?

Não sei em que pensar, apenas sei que estou apaixonado e não conseguirei me segurar por muito tempo perto dela então sei qual decisão tomar...

            -Eu vou embora.

Amanhã pegarei minhas coisas e vou embora daqui antes que eu faça uma bobagem sem volta e ela não me perdoe mais...

Amanhã depois do barzinho e da casa do Chris vou seguir meu rumo...

Amanhã me afastarei dela novamente...

Amanhã...

Amanhã...

Me perdoe, Claire.

Mas me apaixonei por você e não consigo mais controlar.

Vou embora... Amanhã.


Notas Finais


E aí, será que o Leon vai embora mesmo?
Segura, Claire! Hahahah ;-)

Pessoal, sou escritora de fanfic e não de música hahahaha então pedi auxílio para minha amiga cantora que é muitoooo talentosa:
**Renata Virgínio** @re-claire
Obrigada *--*

Espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Bjooon :-)


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