Hermione acordou com alguns raios de sol invadindo o quarto. Sentiu um peso sobre sua cintura, piscava tentando se lembrar onde estava, logo lembranças da noite passada vieram a sua mente: seu casamento com Draco. Sentiu em sua mão esquerda o anel que ele lhe deu, e logo que se mexeu sentiu a ardência em suas partes intimas fazendo com que se recordasse da noite no mínimo inusitada que teve.
Hermione girou a cabeça devagar para se deparar com um Draco totalmente adormecido. Os cabelos desciam sobre seu rosto relaxado e Hermione teve que admitir que assim ele realmente parecia um anjo. Se não soubesse como ele era acordado se deixaria enganar pela aparência doce que transmitia.
– O que está fazendo sangue-ruim? – Draco questionou mal humorado assim que acordou e viu que Hermione o observava.
– Nada. – respondeu ainda sem se mexer.
– Você está invadindo meu espaço. Quem você pensa que é para me observar e me tocar? – disse com desdém.
– Bem se eu não estou enganada, e creio que não estou, sou sua esposa Draquinho. – disse em tom jocoso – E eu não estou invadindo seu espaço que eu saiba você está me abraçando – disse olhando para as mãos do loiro sobe seu corpo – Você gosta de dormir abraçado Malfoy? – questionou com zombaria.
– Não! – disse se afastando da garota com pressa.
– Sei. – disse Hermione levantando-se enrolada no lençol e indo em direção ao banheiro.
– Não sei porque você está enrolada no lençol, não tem nada ai que eu ainda não vi. – disse malicioso.
– Eu sei que você viu e pelo que entendi você gostou – disse com um sorriso sarcástico se fechando no banheiro.
Uma hora depois ambos estavam sentados na varanda da casa tomando o café da manhã em silencio.
– Draco, nós precisamos decidir como vamos contar para todos sobre isto –questionou Hermione tomando seu café.
– Que tal se nós apenas colocássemos uma nota no Profeta anunciando isso? – ele respondeu ranzinza.
Era muito cedo para pensar em coisas como essa. Draco não era uma pessoa da manhã, ele precisava pelo menos de uma hora e duas xícaras de café depois de acordar, para poder dar uma resposta meio decente para alguém. Ter uma sangue-ruim tentando conversar com ele logo cedo significava que ele sequer tentava responder civilizadamente. Não que ele algum dia fosse tentar. Ela não merecia civilidade, ela era inferior a ele.
– Não seja tão canalha – Hermione respondeu.
– Bem, nós podemos contar ao seu precioso Potter e os traidores do sangue primeiro, depois minha mãe e então provavelmente seus pais.
Ao ouvir a palavra “pais”, Hermione sentiu o peito doer. O que seus pais diriam se soubessem do seu casamento? Pensou em seu pai, que havia perdido o direito de levar a filha ao altar. E na mãe, que ficaria desapontada em saber que ela não se casara por amor. Lágrimas queriam vir à tona, mas ela nunca deixaria que Malfoy a visse assim.
– Não quero dar esse desgosto aos meus pais, eles ficam fora dessa. Mas como vamos contar isto aos outros? Nós precisamos inventar uma história, algo plausível, que não deixe eles desconfiados.[MP1]
– Que tal essa? Nós começamos a transar no sexto ano, então você se apaixonou por mim e agora estamos casados – respondeu arrogante.
Hermione revirou os olhos ao comentário detestável. Como se eles pudessem acreditar de verdade nisso.
– Ninguém iria cair nessa, seu idiota. Tente não ser tão odioso, certo?
– E o que você sugere, sra. sabe-tudo?
– Eu estava pensando que talvez pudéssemos dizer que ano passado você começou a desenvolver algum interesse por mim, viu que sangue realmente não importava, fez eu me apaixonar por você, e aí resolvemos nos casar neste verão para não perdemos tempo, já que a guerra é eminente.
– Como se eu estivesse apaixonado por você. Que sonho. Eles vão cair nessa?
Hermione parou pra pensar por um momento. Eles acreditariam nisso? Podia ser. Ela havia desaparecido várias vezes ao decorrer do ano passado. Recebido várias corujas que ela não havia contado pra eles. Era plausível.
– Eles poderiam. – respondeu firme.
– Certo. Essa é a nossa história. Vamos acabar logo com isso.
– Lembre-se, tente não ser tão você mesmo perto deles. Eles são meus amigos, e de qualquer jeito, eu não quero perdê-los. Tente não irritá-los ou eu vou te amaldiçoar.
– Sério? Nos casamos ontem e você já está me ameaçando? – Draco falou arrastado, olhos brilhando com raiva [MP2] – Pois fique você sabendo que eu os tratarei como eu quiser. Não vou tentar mimá-los só pra te agradar. Não é assim que eu faço. Eles não vão acreditar nessa porcaria toda se eu fingir ter mudado do dia para a noite. Você se casou com o mesmo cara que eles sempre conheceram e eu não vou parar de ser essa pessoa – disse frio como de costume.
– Oh. Você quer dizer, o filho da mãe que fez nossa vida miserável por seis anos? É, continue sendo esse homem e eles vão bater em você até ficar só a sua polpa – Ele abriu a boca, pronto para responder furiosamente, mas ela interrompeu – Agora vamos parar de brigar e acabar logo com isso.
Ela fechou seus olhos e se concentrou de verdade, aparatando para a Toca. Abrindo-os, ela ouviu um pop e Draco apareceu ao seu lado. Ele pegou a mão dela, de repente parecendo nervoso.
– Lembre-se, não demonstre medo. Ele pode te entregar e ele estará por toda parte em você. – Hermione apertou a mão dele por um momento, tentando ganhar bastante coragem para entrar e encarar seus amigos. O arrastando, eles caminharam até a porta da cozinha, abriram, e entraram.
– Olá? - ela chamou, olhando ao redor. A cozinha estava vazia; já eram quase dez horas da manhã. Eles obviamente já tinham acabado de comer o café, mas alguém devia estar por ali.
– Hermione? – Rony veio correndo para a cozinha, Jorge atrás dele – Onde você... – ele parou quando viu quem estava ao lado dela. Os olhos dele se estreitaram e suas orelhas começaram a ficar vermelhas, sinal que ele estava com raiva.
– O que ele está fazendo aqui? – perguntou Jorge.
– É bom te ver também, Weasel – Draco respondeu sarcasticamente, claramente sem se intimidar.
– Hermione, que diabos está acontecendo aqui? – exigiu Rony fechando os punhos.[MP3]
– Eu pensei que era óbvio, mas como você é só meio inteligente talvez você precise de ajuda para entender isso. Você vê, Hermione e eu estamos...- Draco foi interrompido por um Rony atacando-o, tentando bater em cada pedaço que ele conseguia. Hermione tentando evitar qualquer golpe, tentou tirar Rony de cima de Draco.
– Rony, pare. Rony sai de cima dele! – Rony apenas a empurrou, fazendo com que ela batesse na mesa e caísse.
– Como você ousa bater na minha esposa? – Draco rugiu, mãos agarrando o pescoço de Rony, tentando estrangulá-lo, mas sem sucesso porque Jorge havia separado os dois.
Harry, que havia sido atraído para a cozinha pelo barulho, entrou bem a tempo de ouvir última frase de Draco.
– Sua esposa? - Harry perguntou.
Hermione estava se levantando, usando a mesa como apoio, tentando ganhar tempo. Ela não sabia o que dizer.
– Hermione? – Harry perguntou mais uma vez, completamente confuso com a cena.
– Harry, eu posso explicar. Apenas me escute. – Ela disse indo até Draco para ajudá-lo com o lábio cortado. Ele fugiu dela e disse olhando para os outros.
– Sim, minha esposa.
– Isso não está saindo como eu planejei. Sério, nós podemos ir para a sala de estar, sentar e conversar sobre isso? Eu queria contar para todos de uma vez, explicar tudo. – Hermione pediu, assustada com o olhar frio que Harry lhe lançava.
Ele concordou duramente, agarrando Rony pelas costas e indo pra o outro cômodo. Jorge já estava lá, gritando pela escada para que os outros descessem. Enquanto se reuniam na sala, Hermione esperava na cozinha com Draco. Ela sabia que s eles descessem e o vissem ali a confusão seria pior. Quando todos estavam sentados ela entrou na sala com Draco ao seu lado. Todos os Weasleys ficaram surpresos e antes que algum deles começasse a dizer algo Hermione se pronunciou.
–Bem, primeiro de tudo, me desculpem por ter fugido noite passada e preocupado todos vocês. A coisa é que eu não podia dizer pra onde eu ia porque vocês tentariam me impedir.
– Imagino que seu sumiço tenha algo a ver com a presença do garoto Malfoy em minha casa, certo? - Sra. Weasley interrompeu tentando entender o que estava acontecendo.
– Sim. Bem, Draco e eu... bem, a coisa é que... – ela olhou para Draco pedindo ajuda.
Colocando um braço ao redor da cintura de Hermione e a puxando mais pra si, ele interveio. [MP4]
– Hermione e eu nos casamos noite passada – Olhando ao redor ele pensou que as reações eram bastante engraçadas. A Weasley fêmea ficou com a boca aberta e os olhava com horror. Sra. Weasley parecia que ia desmaiar. Todos os homens da família Weasley ficaram com o rosto muito vermelho e pareciam querer pular em cima dele. E Potter, bem, Potter estava furioso.
– O que você quer dizer com casaram? - Gina perguntou, boca ainda meio aberta olhando os dois.
– Você sabe, Weaselette, aquele ato onde duas pessoas trocam alianças e se empenham em passar o resto das suas vidas junto, prometendo cuidar um do outro, amar um ao outro, então eles vão e passam o resto da noite fazen...- Sua voz foi cortada quando Hermione colocou sua mão na boca dele, calando-o. Olhando pra ele, ela retirou sua mão e aproximou-se dos amigos.
– Hermione, isso é verdade? Você realmente se casou com Malfoy? - Rony perguntou, incrédulo.
Debilmente, ela levantou a mão esquerda para revelar o anel que Draco deu para ela na noite passada, a aliança brilhando em seu dedo anelar.
– Como... como você pôde fazer isso? Ele é o Malfoy, o estúpido imbecil que você odeia. O infeliz que passou seis anos te chamando de sangue-ruim, te amaldiçoando sempre que possível. Não se lembra o que ele fez com os seus dentes no quarto ano? Ele que deixou os Comensais da Morte entrarem em Horgwats, ajudou a matar Dumbledore. Como ele te convenceu a se casar com ele? – perguntou incrédulo.
Draco tentou não sorrir, lembrando-se do incidente dos dentes ao lado de fora da sala de poções. Aquela foi uma boa maldição, ele pensou. Um ótimo dia na vida dele.
– Por que diabos você não nos contou? Nós somos seus melhores amigos. Você mentiu para nós, Hermione - Harry interferiu, olhos brilhando com raiva e desgosto. Desgosto por ela ter se casado com Malfoy.
– Eu não poderia te contar. Você ia tentar me parar. Harry, Rony, eu... eu amo ele – a voz de Hermione falhou por um momento enquanto ela tentava não gaguejar.
– E eu a amo – Draco interrompeu suavemente, um braço rodeando-a e puxando-a pra mais perto. Ele sorriu malicioso para os olhares dirigidos a ele.
– Por favor entendam. Eu não queria machucar vocês, mas eu tinha que fazer isso. Eu precisava fazer isso, eu sei que ele errou e eu realmente não sabia o que ele estava planejando, mas não posso negar que eu o amo - concluiu firme.
– Mas por que? Ele te pôs sob o Imperius ou coisa assim? O que ele fez pra você querer se casar com ele? – questionou Rony, querendo achar uma resposta cabível para tamanha decepção.
– Eu estou dizendo. Eu o amo. Ele não me forçou a casar com ele. Draco pediu e eu aceitei. Isso não vai mudar nossa amizade. Eu ainda sou amiga de vocês, ainda estarei ao lado de vocês, aconteça o que...
– Isso muda tudo. Você é casada com o nosso inimigo. Nada pode mudar isso! A pessoa que eu mais desprezo no mundo é o seu... marido. – Harry cuspiu a última palavra. Sentia nojo daquilo tudo – [MP5] Ele é um Comensal da Morte, Hermione. Ele tentou matar Dumbledore, ou você esqueceu isso? Ele deixou aqueles monstros entrarem no nosso colégio e ainda assim você se casa com ele. Eu confiei em você, Hermione - Os olhos de Harry queimavam em dor misturada com raiva - e você nos traiu. Você não é melhor que ele.
– Pare com isso! Você pode me ouvir? Harry, você é o meu melhor amigo e nada pode mudar isso. Eu nunca te traí. Eu não posso fazer nada se eu me apaixonei por ele. Ele está mudado, não é mais como antes. Só nos dê uma chance. Eu não quero te perder por causa disso. Nem você, nem o Rony ou a Gina, nem vocês Weasleys – Hermione falava com lagrimas nos olhos, tamanho era seu medo de perder única família que lhe restava.
– Você não vê? No momento em que você sair com Malfoy por aquela porta, estará terminado.
Uma lágrima rolou lentamente pela bochecha de Hermione enquanto ela tentava compreender as palavras de Harry. Tudo para o que ela havia trabalhado, todos os sacrifícios que ela tinha feito, eles eram inúteis se Harry a odiasse. Ela tinha esperado esta reação, claro, e tinha se preparado para isto, mas não pensou que machucaria tanto. Eles a odiavam. Ela havia perdido todos que amava por ter se casado com Draco para os salvar. E eles nunca poderiam saber isso. A vida às vezes era tão injusta.
– Vem, vamos embora. – Draco disse puxando-a para a porta.
– Espere. – Sr. Weasley disse de repente. Eles se viraram pra ele - Ainda há uma maneira de sair dessa situação. Se o casamento não foi... consumado... ainda pode ser anulado. Então, ele foi? - ele ficou vermelho quando perguntou isso.
Draco sorriu malicioso.
– O que você acha, que nós passamos a noite conversando ou algo assim? Não, ela é minha mulher em todas as maneiras – Harry e Rony começaram a pensar nessas palavras, na insinuação delas, mas um olhar da Sra. Weasley os parou.
– Hermione? - Sr. Weasley perguntou, não querendo acreditar em Draco.
– Sim... ele foi – ela gaguejou, ficando vermelha. Era horrível ter que falar sobre ISSO, mas era preciso. Ela apenas desejou que ninguém insistisse em nada – Hmm, eu posso pegar minhas coisas ou vocês me mandam quando tudo for resolvido?
– Nós mandaremos pra você – Sra. Weasley disse friamente.
– Okay. Bem, então, eu acho que nos vemos mais tarde. Tchau - Hermione permitiu que Draco praticamente a arrastasse para fora, tentando segurar as lágrimas.
– Bem, aquilo foi engraçado. Eu nunca pensei que Potter podia ficar tão vermelho. E os Weasleys, todos ficam iguais quando ficam irritados. Quase ria e arruinava tudo. Quase.
– Oh, cale essa boca. Foi horrível. Eles me odeiam agora e isso é tudo culpa sua!
– Grato por ser útil. Agora vamos ao banco para resolver minha herança. Quanto antes resolvermos isso melhor.
Depois de irem ao banco aparataram novamente em sua casa.
– Convidei minha mãe para jantar, minha vez de dar a feliz notícia – disse irônico, servindo-se de uma bebida e sentando-se em um poltrona na sala.
– Você não havia contado nada a ela? – Hermione perguntou incrédula.
– Claro que não, ela nunca concordaria com isso.
– Claro que não, eu não estou acreditando até agora Draco – disse indo até a janela observar o jardim, que naquela época estava bem florido.
– Quem você pensa que é para me chamar pelo primeiro nome? – questionou irritado, levantando-se e indo até ela.
– Nossa você tem alguma deficiência mental ou é o cabelo que te faz ficar lerdo? – disse sarcástica, o loiro bufou visivelmente irritado pelo desaforo – Sou sua esposa é no mínimo estranho te chamar de Malfoy – concluiu.
Draco olhou para ela, Hermione o irritava muito, pois parecia que sempre ela estava a um passo frente dele.
– É verdade. Seguindo o mesmo pensamento, Hermione, nós também temos que agir diferente em público – Ele se aproximou dela e passou um braço ao redor da sua cintura, trazendo-a para mais perto. Ela arregalou os olhos e tentou se afastar. Ele a apertou mais ainda, ficando bem perto um do outro, sem espaço entre eles – Não, não, não, minha querida esposa. Quando eu te tocar em público você tem que agir como se gostasse disso, como se quisesse isso! – Ele vagarosamente aproximou sua cabeça da dela – Isso significa que quando eu te beijar – seus lábios se aproximaram dos dela e ela endureceu – você tem que gostar.
Draco fez menção de beijá-la e ela o empurrou pra longe.
– Sinto muito Draco, mas não teremos demonstrações públicas de afeto neste casamento – Hermione disse, lutando para desacelerar seu coração. Ele tinha feito isso de propósito, apenas para deixá-la nervosa.
– Não. Nós teremos demonstração pública de afeto. Você está casada comigo, as pessoas esperam por isso. Além do mais – ele sorriu malicioso – isto não é opcional. Nós temos que fazer isso parecer real.
– Certo. Tanto faz. Vou subir e me preparar para o jantar – disse indo em direção as escadas.
–Hermione – Draco a chamou – minha mãe é a pessoa que mais amo e respeito, tenta não ser tão você mesma.
-Serei o que sempre fui, contente-se com isso – respondeu subindo para se preparar para enfrentar a Sra. Malfoy.
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