História Uma nova Araluen - Lembranças I

                A manhã seguinte começou cedo para Peter.  Ele estava na frente do castelo de Redmont. Verificou pela ultima vez a sela de Mania, pôs os pés no estribo e subiu. Não havia ninguém para se despedir, pelo menos era o que esperava, ele escolheu sair mais cedo para evitar despedidas. Arrumou sua capa esverdeada e fez Mania andar lentamente. 

            Quando passou o portão principal não achava que atrás daquelas paredes vermelhas olhos lhe olhavam tristemente. Pertenciam à linda moça que lhe acompanhou na noite passada, Elizabeth. Cumprimentou os guardas de plantão e foi embora. Seu caminho era longe dali, e sem saber estava escrevendo a nova historia de Araluen. Essa viagem lhe traria boas lembranças de sua época de treinamento até os dias atuais.

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                                Carway, três anos antes.

            Edgar, mentor do jovem Peter, bateu na primeira árvore que encontrou pela frente. Estava bravo porque deixou o temível bandido Qwen escapar. Olhou para o lado e viu seu aprendiz deitado, sangrando e gemendo de dor. Pelo o que parecia tinha quebrado o nariz e machucado a sua mão esquerda. Tudo aconteceu quando Qwen foi descoberto na vila, então o arqueiro local e seu aprendiz teria ido atrás. Mas por azar o bandido correu para a floresta, e durante a perseguição, por um descuido de Edgar, o bandido teria pegado Peter e por pura crueldade segurou sua mão e deu-lhe vários socos no rosto. Então chegamos a atual situação, apesar de ter de capturar Qwen, Edgar sabia que não podia deixar seu aprendiz.

            - ande, vá atrás dele – falava Peter gemendo enquanto seu mentor aproximava-se.

            - e você, não posso lhe deixar assim.

            - deixe de besteira. O que você não pode é deixar o Qwen solto por ai. Va logo não tem tempo a perder

            - estar certo. Avise ao barão, e mande um relatório para Gilan. Se eu não voltar em três dias vá atrás de mim, deixarei noticias nas vilas onde passar – falando isso ele andou ate seu cavalo e sem olhar para trás partiu.

            Passado os três dias Peter partiu em busca de seu mentor. Passou por todas as vilas que encontrava, algumas pessoas diziam que Edgar teria ido para o norte e em uma hospedagem ele teria deixado uma carta:

“Peter, estou indo para norte. Descobrir

que Qwen tem um bando de mais ou menos

quatro homens e que esta tentando

 ir para Picta.”

            Passou mais uma noite sob o céu estrelado de Araluen, mais tinha certeza que no dia seguinte iria encontrar seu mestre. E assim foi. Já era noite quando encontrou o bando de Qwen e para sua infelicidade o seu mestre, preso em uma cabana.

Era hora de agir, a lua esta no seu ápice quando ele verificou as flechas que possuía. E dedicadamente mirou nos seu alvo, lembrou-se do que Edgar falava: se tiver como atirar para aleijar, atire. Mirou o ombro direito do primeiro bandido que escolheu. Ele estava mais distante da cabana e seu grito poderia servir para alguma coisa. “Um... dois... três e... foi”, a flecha cortou o ar e a carne do ladrão, machucando seu ombro.

Com o grito que o bandido deu mais dois vieram ao seu encontro e em três segundos duas flechas passou pelo ar. Uma acertou a coxa do segundo bandido e a segunda acertou o peito do terceiro homem que caiu rapidamente no chão, tremendo.

Restava mais dois, que logo cairiam ao chão. Quando a porta abriu, Peter já espera com uma flecha pronta para atirar. E um homem robusto caio ajoelhado. Entrou na cabana e Qwen o esperava. Ele investiu contra o jovem arqueiro, que deixou o arco cair. Restaram-lhe apenas suas facas, que numa velocidade incrível tirou-as da bainha e se defendeu. Após Qwen perder o equilíbrio ele atacou tão forte que o único caminho para ele foi andar para trás, o que foi um engano. Enquanto Qwen tentava se equilibrar uma faca rodou na sala da cabana e atravessou a testa deste, Peter não fez isso por sorte, era o lugar desejado.

Após matar o ladrão ele desamarrou seu mentor que assistira a tudo. Abraçaram-se e contaram as coisas da jornada, como também abraços e elogios. Quando voltaram para o feudo de Carway Edgar mandou outro relatório para o comandante, onde avisava sobre os atos do seu aprendiz.

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                Aquela noite montou acampamento entre a vegetação quase escassa. Ainda estava em Araluen, mas não queria tornar-se algo visível. Sempre que chega alguém no castelo, aonde quer que seja, sempre tem uma grande algazarra e ser descoberto era o que ele menos queria. Deixou Mania correr um pouco em volta da barraca e verificou uns papeis. Era as grandes historias dos heróis de Araluen, ele vinha juntando historias soltas dos grandes arqueiros e do casal real. Apesar de ficarem marcados na historia pouco se tinha escrito sobre eles, e talvez seu livro fosse muito importante para a corporação.

                Não ascendeu nenhum fogo, era perigoso. Comeu sua ração fria e foi se acomodar, o dia de amanha prometera ser mais longo do que esse. Não precisou amarrar Mania, ele sabia a hora de ficar quieto.

                - boa noite, mania.

                “para você também”