História Uma nova chance - Capítulo 5

— Oi, ladrinha.

— Me solta! — Gritei.

— De novo isso ? Está me perseguindo garota ?

Garota ? Ele me chamou de garota ?! Ele tá me tirando do sério. Grr.

— Garota ?! Eu tenho nome. Hinata!

Ele olhou pra mim e me pareceu pensar em algo.

— Hinata ? O que está fazendo no meu quarto ?

Puta merda! Em todos os quartos desse castelo, tinha que ser justo esse ?! Esse loiro pulguento. O que ele vai pensar de mim ? Deve estar pensando que eu o persegui. Essa eu não vou aceitar.

— Se- Seu quarto ?!

Porque eu gaguejei ? Faz tempo que eu não voltava a ser muito tímida. O que raios está acontecendo comigo ? Tantas perguntas e todas elas sem sucesso.

— Exatamente. Uma mulher... num quarto de um homem.. o que você quer de mim ?

Em um gesto simples, ele coloca sua mão em meu rosto e me encara.

Não. Eu não vou conseguir encarar seus olhos. Não posso. De novo não.

— Pa- Pare! ME SOLTA OU EU-

Ele me corta.

— Ou o que ? Vai chutar meus filhos e correr pelo castelo ?

Droga! Ele não esqueceu. O que você imaginou Hinata ? Que ele tem alzheimer ? Só sendo.

— Des- Desculpa. Na- Não foi minha intenção príncipe... e- eu sei qu- que errei.

Sem perceber, minha voz vai baixando aos poucos e eu já não sabia o que estava dizendo.

— Se eu te soltar, promete não correr ?

— Prometo!

— Eu vou soltar...

Aos poucos ele foi tirando suas mãos e sua respiração ofegante saiu de perto completamente.

— Então, o que você quer falar comigo ?

— Você se acha né ? 

 Isso Hinata! Ganha mais pontos com sua grosseria.

— O que ? — Ele vem se aproximando de mim e ficamos frente a frente.

Silêncio.

— Se não é comigo ? Porque... está no meu quarto ? Ainda não respondeu minha pergunta.

Ele está muito próximo. Tenho que me afastar. Vou andando para trás sem conseguir falar.

— Em ? — Ele insiste.

Com mais alguns passos eu tropeço no tapete e me desequilibro. Infelizmente ele foi mais rápido e me segurou com seus braços fortes.

— Te peguei. — Ele sorriu.

— Konohamaru. — Consegui falar, que saiu em um sussurro.

— Oppa! Estou atrapalhando algo ? — Alguém fala atrás de nós.

Rapidamente ele me solta e se afasta de mim.

— Saí do quarto. — Respondeu o príncipe metido.

— Naru, eu exijo uma explicação. — A voz do seu amigo saiu autoritária.

— Saí do quarto agora ou-

O príncipe metido para de falar após ouvir batidas na porta. Ele mexe sua cabeça na minha direção com cara de espanto. Mas o que me assustou foi sua reação. 

— Tranca a porta! — Ele Susurrou para o seu amigo, o que me deixou mais confusa ainda. 

Ele pegou no meu braço e me jogou na cama sem delicadeza.

— O- O que você tá fazendo ? — Estranhei.

— Eii! Abrão a porta ou eu vou arrombar! — Uma voz irritada se pronuncia atrás da porta.

Olhei pro príncipe e vi ele tirar sua blusa. Meu deus! Que corp- 

Me corto mentalmente. O que estou pensando ?! Hinata, não se apaixone por esse príncipe metido a besta. 

— O que ? Se- — Tentei falar.

Ele me corta com sua mão em minha boca. Com a outra mão ele pega o cobertor e me cobri, deixando apenas sua cabeça de fora. 

— O que está acontecendo ? — A voz do homem irritado na porta de pronuncia novamente.

— Acontecendo ? Acontecendo o que ? Tá acontecendo alguma coisa aqui Konohamaru ? 

Então esse é o Konohamaru ? Ele me paga! Penso nesse calor abafado em baixo da coberta. 

— Acontecendo ? Aconteceu algo aqui ? O que ? 

Eles não sabem nem mentir direito!

— Dois idiotas! Desembucha de uma vez! 

Me viro de lado e vejo a mão do príncipe um pouco perto das minhas pernas. O que ele pensa que está fazendo ? EU ESTOU quase infartando de calor aqui! E ele com essa mão boba aí. Mordo o seu ombro.

— Mas não aconteceu nada! Disse ele antes de gritar. — AAAHH.

— O que foi Naru, tá tudo bem ? — Uma voz de mulher preocupada se pronunciou.

— Melhor impossível. — Respondeu ele. 

— E porque demoraram tanto pra abrir uma porta ? 

— Estávamos... estávamos conversando algo. 

— Tipo o que ? 

— É tipo o que Naruto ? 

Então seu nome é Naruto ? Interessante.

— É... coisas de homem, você não entende Sasuke. Agora se me dão licença, eu preciso dormir e todos vocês estão me atrapalhando. 

Passa-se alguns segundos e eu escuto a porta ser fechada. Naruto suspira e olha para mim. E o que encontra é minha cara nada boa pra ele. 

— Já pensou e tomar banho ? Faz bem as vez. — Soltei uma bomba. 

— E você ? Já pensou em ser adotada ? Compra uma coleirinha pra cachorra.

— Do que você me chamou ? — Altero o tom de voz. 

Ele sorri. — Ficou irritadadinha ? 

— Eu vou embora! 

— Espera! E se eu te disser que tenho um emprego pra você ? 

— Mesmo ?! 

— Sabe cozinhar ?

— Desde criança! Onde fica a cozinha ? Vou pra lá agora mesmo.

— Eu perguntei se você sabia cozinhar, mas não disse pra quem cozinharia. 

Estou ficando assustada.

— E pra quem será ?

— Para mim. Quero que seja... como posso dizer...

Se ele disser empregada, vou esquecer que sou uma mulher e vou arrancar seus fios de cabelo loiro. 

— Não vou ser uma serva pra você. 

— Eu não iria usar esse termo, mas já que você disse ... então! O que me diz ? É pegar e sair daqui com emprego ou ir presa por invadir o quarto do príncipe e ainda morder o ombro dele.

— Você estava me esmagando.

— Não tenho culpa se você é tão baixinha.

— Tsc

— É pegar ou largar. 

O que eu tenho a perder ? 

— Tudo bem. Mas com uma condição. 

— Qual ? 

— Se a minha irmã mais nova poderia ficar comigo.

— Hum... talvez mas tarde. Amanhã começará seus testes. 

— Testes ? 

Estou perdida. 

— Começará amanhã.

— Tudo bem... e... onde eu irei dormir ? 

Ele sorriu.  — Com os porcos. — Maldito sorriso!

— O que ? Você não tá falando sério, está ?

— Olha pra minha cara. Vê se tô com cara de brincadeira. 

Ele só pode estar querendo me tirar do sério! Porque se for isso, parabéns Sr. Príncipe metido a besta. Conseguiu! 

Cruzo os braços. — Seu...

— Epa! Olha a boca nervosinha.

— Meu nome não é nervosinha!

— Prefiro te chamar assim. Agora vamos. 

De repente eu sinto uma mão ao redor de minha cintura, olho de relance pra Naruto e lhe ofereço a cara mais feia que consegui fazer alí.

— Ok. Sem toques. — Disse ele rendido.

Assim está melhor. 

Passamos por um lago que havia atrás do castelo e meu deus! Que lago maravilhoso. Se eu pudesse viva alí. E nem se fala das flores. Tudo maravilhoso. Como ele pode morar em um lugar assim e não saber o que é viver ?

— Chegamos ? É aqui ? 

— Eu tenho um bom gosto em relação aos porcos princesa. — Ele pisca. 

Olhei ao redor e vi que alí tinha uma casinha. Bom, ela não é grande, mas o suficiente pra alguém ficar feliz. Ao lado da casa estava algumas plantações de alimentos. Do outro lado estava uma divisória entre alguns animais. Olhei para o céu e estrelas brilham naquele momento. Será uma nova chance ? 

— Obrigada.

— Então ela é educada... tô gostando de ver em.

— É apenas um jesto de agradecimento. Não é tão difícil.

Ou será ? 

Ele olhou-me e vi que ele estava pensando. Eu tinha certeza. Mas no quê ? 

Sua feição se tornou séria e ele disse. — Amanhã eu passarei aqui.

— Tudo bem. 

Ele saiu e eu fiquei sozinha. De novo. 

Um vento bate forte em meu rosto e eu podia jurar que isso foi uma mensagem. Olhei para o céu novamente. Fechei os olhos e fiquei respirando a brisa que se passava alí. Suspirei e me direcionei a casinha. 

Acordei com galos cantando alto do lado de fora. Me levantei devagar e abri a janela. Coloquei minha cabeça para fora e eperei que os primeiros raios solares batesse em minha pele. Sou muito branca, mas isso não quer dizer que não gosto de tomar banho de sol. Na verdade, isso é uma das coisas que mais gosto de fazer durante a manhã. 

Abaixo minha cabeça e vejo um passarinho caído no chão com sua patinha machucada. 

— Meu deus. — Sussurei. 

Saí de onde eu estava às pressas e fui pegar o passarinho caído. Peguei ele com cuidado e assoprei o seu ferimento.

— Tudo bem. Já vai passar. Shiii... Vai passar..

— Quer cuidar do meu cachorro ? Ele é tão bravo. 

Escuto uma voz grave e sarcástica.

— Konohamaru, certo ? — Me viro rangendo os dentes. — Eu vou te matar!

Larguei o passarinho cuidadosamente no chão e corri em sua direção. 

— Ficou doida mulher ?! — Ele disse atrás da árvore. 

— Doida ? Seu filho da mãe! Seu caloteiro! Mão de vaca!

Ele parece ficar surpreso com minhas últimas palavras e diz.  — Hinata ? É você ? Hinatinha ?

Tiro a sapatilha que estava usando e miro em sua direção. 

— Não me chama de — Jogo uma sapatilha — Hinatinha! — jogo o outro par.

— Calma, calma. Eu só mudei de nome.

— Nome ?! Seu mentiroso! Trambiqueiro! Maloqueiro!

O Konohamaru antigamente morava no vilarejo. Ele cresceu comigo e Hanabi. No entanto, ele me roubou. Eu estava juntando minhas economias pra fugir com Hanabi, mas ele disse que precisava de um dinheiro pra ajudar o avô dele que estava muito doente e com minha inocência e pena de seu avô... dei todas as minhas economias com as de Hanabi e ele sumiu de vista. Sumiu do mapa e até mudou de nome. Mas porque ele tá usando o verdadeiro nome ? 

— Perdão! — Ele grita e corre pra casinha. 

— Abre essa porta Ko! — Bati na porta à esperança de que ele abra. — Eu não vou fazer nada com você.

— Promete ? 

Sorri maliciosa. — Prometo.

Alguns minutos depois, a porta foi aberta e eu peguei rapidamente em sua orelha e fui arrastando até um lugar da morte. 

— Aí, aí, aí — Ele gritava enquanto eu o arrastava. — que isso ? Você prometeu!

Sorri. — É, eu menti. —Joguei ele no chão. 

— Quando você se tornou agressiva assim ? Lembro de você ser uma flor do campo.

— Acho que é de família. 

— Desculpa. Quando eu receber, prometo te entregar o dinheiro. 

— Já ouvi isso antes e não saiu como eu esperava. — Fechei a cara.

— Eu já pedi desculpas, perdão, eu não tenho dinheiro. Digo... não agora.

Eu me rendo. De qualquer maneira ele não vai conseguir fugir de novo.

— Então me diz, o que tá fazendo aqui ? 

— O Sasuke me mandou aqui. 

— O moreno ? 

— Ele mesmo! 

— Pra ?...

— Pra sua comida. Seu café da manhã. Mas como você quase me matou de susto, eu joguei a sua comida pro ar e corri. Agora, vou ter que buscar. — Ele fez uma cara de cansado.

— E o loiro... como ele se chama mesmo ? 

— Naruto. O príncipe é Naruto. 

Então ele se chama mesmo Naruto ? Que chato. Eu gostei mais do metido e arrogante.

— Hum.

— Tudo bem nervosinha, eu vou buscar sua comida.

— Nervosinha ?! — Alterei um pouco o tom de voz.

— Ok. Entendi o recado. Nunca mais. Jamais. 

Konohamaru saiu e minutos depois, eu vejo ele vindo com minha comida. 

— É bom que coma tudo. A Tenten quase me espancou por pegar outro prato de comida.

— Tenten ?

— Cozinheira.

Assenti em resposta e voltei meu olhar para o prato de comida que estava com uma cara ótima. 

Com a comida terminada, eu me senti uma grávida. De certo, eu estava gorda alí.

— Terminou ?

— Sim. 

— Ok. Agora eu vou ter que ir.

— Mas já ? Vou ter que ficar sozinha de novo ? 

Tudo bem. Eu sei que pode ser um drama meu, ou algo do tipo. Mas não é. Eu realmente não gosto de ficar sozinha. Me sinto presa, acorrentada. Odeio coisas assim.

— Ehhh.... — Ele olhou ao redor e apontou pro cavalo. — a flika. Pode cavalgar nela. 

Me alegrei. 

— Verdade ? 

— Se conseg-

Não deixei ele terminar de falar e corri pra direção que o cavalo se encontrava.

— Oi menina... vou montar em você, tudo bem ? — Falei alisando o topo de sua cabeça e subi. — Isso. 

— Mas... como ? — Ele arregala os olhos.

— O que ? Nunca viu alguém subir em um cavalo ? Nossa. 

— Não... é que... a flika não deixa ninguém subir nela além do Naruto.

— Estranho... ela me deixou alisar sua cabeça. 

— Estranho ? Isso é bizarro! 

— Ok. Isso tá ficando bem mais estranho. Tem algum lugar aqui pra eu cavalgar sem sair do castelo ?

— Tem um bosque. 

— Então, a gente se ver.

Saí com flika em direção ao bosque e passei um bom tempo cavalgando alí, tanto que resolvi descer e tomar um banho no riacho. A água era tão clara, os peixes erão de diversas espécies. Sorri.

— Será que sou uma sereia ? — Falei pra mim mesma.

Tirei o vestido, sobrando apenas meu conjunto de roupa íntima em mim e me banhei. Nadei um pouco e depois voltei para a terra. Coloquei meu vestido e subi no cavalo. Na volta ao castelo, de longe eu avisto Naruto me encarando com Sasuke ao seu lado. 

A quanto tempo eles tão alí ? 

— Estavam aí a muito tempo ? — Perguntei tentando descer do cavalo. 

— Quer ajuda ? — Perguntou Naruto. 

Sua ? Nunca! 

— Eu consigo descer sozinha.

— Tudo bem. 

Com um pouco de esforço, consegui descer mas me desequilibrei quando pus os pés no chão e de novo sou segurada por dois braços fortes.

— Cuidado.

Ele gritou e agarrou a minha cintura. E mais uma vez estou eu aqui, encarando os seus olhos azuis, cor de mistério. Porque ele ? Por que sinto que minha vida vai virar de cabeça pra baixo ? 

— Huruhurum. — Sasuke se pronuncia alí com a voz de sua garganta.

Em instantes, ele tirou sua mão da minha cintura e olhou para minhas vestes. O que ele está olhando ?

— Não tem roupa ? — Perguntou ele.

— Se tivesse, acharia que eu ainda estava usando a mesma de ontem ? — Falei indo em direção a casinha. 

Com mais alguns passos, eu escuto Sasuke gritar. 

— Ele tá bem ?

— Melhor impossível, né ? — Sasuke olhou pra Naruto e eu tinha certeza que ele forçou um sorriso. — Ótimo. — Respondeu ele.

Fui caminhando até a casinha e entramos todos juntos. 

— Você organizou isso aqui ? — Sasuke perguntou.

— Na verdade... já estava assim. 

— Estranho. Completamente estranho. — A voz de Konohamaru sôa atrás de nós.

— Chefinho, fiz o que me pediu. 

— O que ele fez pra você Sasuke ? — Naruto pergntou e eu cheguei a conclusão que era a hora de escutar. 

— Eu mandei ele informar a sua mãe que eu encontrei uma mulher pra cuidar de seus alimentos particulares e cuidará de alguns serviços no seu quarto ou pra você. Mas somente ela e mais ninguém.

Naruto sorriu. — Você é o melhor. — Disse ele.

— Eu sei.

— Onde ela irá dormir agora ?

Bingo! Boa Ko. Tirou as palavras da minha boca, mesmo que eu não esteja falando nada aqui.

— Em um quarto ao lado do seu Naruto. Como eu disse que a contratei, não posso deixá-la dormir em quartos de empregados do castelo.

Naruto colou a mão em seu queixo e falou decido. — Tem razão. 

— Então vamos.

Meu deus! Eles não esqueceram de mim, esqueceram ? 

— Espera! Eu não posso ir assim! — Naruto parou e passou a me analisar. 

— Veste meu smoking. Vou dizer que você foi roubada. Algo do tipo. Ah, e finja está assustada.

Ele tirou sei lá o que estava vestido, não entendo nada de roupas assim. Sério, qual o problema de dizer uma blusa ? Enfim.. ele tirou " algo " e me entregou. Ok. Agora eu estou constrangida. Não vou olhá-lo de novo. Não posso.

— Vo- Vocês... po- podem sair ? — Perguntei e obviamente com as bochechas vermelhas. 

— Ah claro. — Respondeu- me ele calmo.

Os três saíram. Vesti o que ele me deu e estou me sentindo nua. Será que estou exagerando ?

— É PARA HOJEEE! — Naruto grita do lado de fora impaciente.

— A roupa que você me deu ficou muito curto.

— Curto como ? 

— Curto! 

— Nervosinha, eu não posso tirar minha calça e dar pra você. Então, saía daí ou eu vou te pegar nos braços. Você decide. 

Droga. Saí.

Ele me olhou de cima a baixo e nem pra disfarçar, consegue. 

— Va- Vamos ? 

Ele pegou na minha mão e fomos para o castelo. Mal passei pela porta e escutei vozes de uma mulher preocupada.

— Naruto, meu filho. O que hou- Oh! Nossa! O que aconteceu com ela ? Alguém trás uma toalha! — Uma mulher de cabelos ruivos gritou.

— Dois bandidos tentaram abusar dela, mas ela conseguiu fugir. 

Segundos depois veio outra mulher e acredito ser a Tenten, pela cara que me olhou, o Konohamaru estava certo.

— Meu bem, você tá bem ? Quer um chá ? Venha. Vou levá-la para se banhar e depois eu quero que desça pra jantar. Tudo bem ? 

Que amor ela é. Como pode ser tão diferente do seu filho ? Não consegui falar nada em resposta, apenas asenti a cabeça em concordância. 

Subi para um quarto e acredito ser o da mulher de cabelo ruivo. Tomei um banho relaxante e vesti um vestido que estava em cima da cama. Logo depois, penteiei meu cabelo. Suspirei nervosa e saí. 

Desci as escadas devagar e ouvi risos de uma criança, resolvi olhar. O menino ficou imóvel ao me ver, tanto que fez com que Naruto se virasse e ficou a me encarar. 

— Oi. — Consegui dizer algo, pois eu fui puxada por outra mulher. Mas essa era diferente. Seu cabelo era da cor rosa. Porquê tenho a impressão que essa casa é cheia de mistérios ?

No fim, eu fui arrasta para outra sala de estar. 

— Como se chama ? — Perguntou-me ela. 

— Hinata e você ?

— Sakura. Sou a irmã do Naruto. Ainda falta a Ino, mas ela não está aqui no momento. 

Opa! Será essa a minha chance de descobrir algum podre do príncipe metido ? 

— Prazer Sakura. Fica sempre sozinha ? 

— Não muito. Na verdade o Naruto fica aqui comigo, sempre quando ele pode. Porque ele tem que resolver alguns papéis que papai manda fazer e nem sempre está comigo. 

Me enganei.

— Ele fica com você ? 

— Sim. Eu sei, que esse idiota é grosso. Mas nem sempre ele foi assim. Sério. Ele já foi feliz.

Feliz ? O que ela quer dizer com isso ? 

— Feliz ? Hum.. quantos anos você tem ? 

— 20 anos. Mentalidade de criança, mas esperta como um gafanhoto.

Então, ela já sabe..

— Você me viu, né ? Digo... no celeiro.

— Sim. A casa que você dormiu ontem, era um esconderijo meu. Onde eu derramo minhas lágrimas, sabe ? 

Sinto a necessidade de ajudar ela, mais não sei como. Quando eu ia fazer-lhe uma pergunta pra matar minha charada, a sua mãe entra na sala onde estávamos. 

— Meninas ? Que bom que se conheceram. O jantar já está pronto.

Sorri um pouco desapontada, eu queria terminar a minha conversa com Sakura.  Ao chegar na cozinha, Sakura poxa uma cadeira para mim. Sorri em jesto de agradecimento e assim sentei. 

— Você que é Hinata ? — Uma voz grave se pronuncia atrás de mim. Giro minha cabeça em sua direção e senhor! ELE É O REI! EU ESTOU JANTANDO COM O REI ?! 

— S- Sim. — Consegi falar.

— Prazer, sou Minato. Fiquei sabendo que foi contratada pra cuidar do meu filh-

— S- Sim. — O corto sem perceber.

— É... cuide dele por favor. 

— Claro. — Sorri.

De repente a voz da mãe de Naruto que eu pensava em ser calma, se expandiu. — NARUTOOOO!

Alguns segundos passam e ele volta sorrindo. Estranhei.

— Devia respeitar o horário da janta com sua família. — O pai de Naruto fala.

— Não pedi a ninguém que me esperasse. — Respondeu Naruto secamente.

O que foi isso ? O seu pai em minutos atrás, estava todo preocupado com seu filho e agora falou rispidamente com ele, no entanto Naruto o respondeu seco, sem a mínima importância.

Tem algo errado aqui e eu vou descobrir.

— Não vão começar né ? Não com visitas aqui. Por favor. — A mãe de Naruto fala preocupada.

— O que a senhora me pede mamãe que eu não faço sorrindo. — Respondeu Naruto a sua mãe e ela sorriu.

A janta no final das contas terminou bem. Depois eu fui para o quarto de Naruto, porque diz ele que queira me explicar algo.

— Esse é meu quarto. — Disse ele assim que entramos.

— É, eu sei. Vi ele ontem.

Isso Hinata! Abre mais essa sua boca e ganha um " você está demitida ". 

— Grosseria está no seu horário de trabalho ? — Perguntou ele e em seguida se virou para mim.

— Desculpe.  

— Coloque seu relógio pra despertar as 3hrs da manhã e venha ao meu quarto.

— Porquê ? Digo... porque tão cedo ?

— Uma rotina minha. Gosto de ver o céu.

Ele também gosta do céu ?

— Ok... — Respondi

— Quer perguntar algo ? 

Ele ler mentes! 

— Eu não ia perguntar, mas já que você sugeriu eu vou perguntar. Eu vou receber algum salário ?

— Talvez.

Yes!

— Isso. — Dei alguns pulinhos, mas parei ao perceber que ele me olhava. — Então... eu vou indo.

Me virei e saí constrangida mais uma vez. Fechei a porta e suspirei, dei dois passos para a esquerda e entro no quarto ao lado. Tirei a roupa que usava e vesti um vestido mais confortável e adequado para dormir. É curto, mas eu nunca imaginei alguém da minha idade dormindo com vestido longo e ainda nesse calor.

Após trocar de roupa, puxei uma poltrona até o canto da parede e subi nela. Marquei no ponteiro 3hrs. Desci da poltrona e caí de cara no colchão.

O relógio bate 3hrs em ponto. Suspiro cansada. Sério, muito cansada. Me levanto e caminho até a janela do quarto. Olhei o vidro embaçado com gotas de chuva e sinto um calafrio percorrer por toda a minha espinha.

Saí do quarto dando alguns bocejos e silenciosamente entro no quarto de Naruto, mas me deparo com ele em pé.

O que ele está fazendo ? 

Em instantes ele se abaixa e pega uma espada embaixo de sua cama. 

Fiquei chocada.

Em questão de segundos, vejo ele se virar e enfiar a espada em alguém ou algo. Mas o quê ? Senti meus olhos se encherem de lágrimas.

— Pensou que eu estava fraco ? Não se engane. — E nessa vez ele enfiou a espada mais fundo.

O que foi aquilo ? O que ele é ? Confesso que minhas pernas queriam correr, queriam sair dali, mais elas não fizeram isso. Porque eu não corri ? Porque eu não fiquei com medo ? Eu devia estar apavorada, mas não.

Eu não tenho medo.

Naruto se virou e me viu alí, com lágrimas nos olhos. — Não era pra você ter visto isso. — Disse ele por fim antes de desmaiar.

— Naruto! — Gritei e corri ao encontro. — Fala comigo! Ei! Na-

Fui interrompida.

— Ele está bem.

Me viro e vejo Sakura chegar calmamente, a mesma pega ele em seus braços e leva pra cama.

— Como ? — Perguntei sem poder acreditar.

— Nem todos os monstros ficam embaixo da cama Hinata.

— Monstros ?!

— Só maneira de falar. Meu irmão não é um monstro, ele quer que as pessoas o vêem assim. Então, como se sente agora ?

De verdade ? Me sinto estranha.

— Sei lá, tá tudo coisado.

Ela sorriu. 

— Isso é impossível. — Falei pela lógica.

— Só se você acreditar que é. 

E mais outra vez ela saiu, me deixando mais curiosa. Droga.

Com Naruto na cama, eu me senti na obrigação de cuidar dele naquele momento. Então, decidi dormir alí mesmo, mais sem nenhuma intenção a não ser dormir.

Deitei ao seu lado e dormi olhando pra ele.

Abri os olhos e lentamente e vi que ele me observava, como se ele quisesse descobrir algo em mente e não conseguisse.

Pisco os olhos e vejo sangue em seu rosto.

— Você está sangrando! — Dei um pulo da cama e corri em qualquer cômodo naquele quarto, mais a única coisa que encontrei foi um lenço.

Voltei com o lenço molhado e comecei a passar em seu rosto que tinha uma feição séria. 

Daria tudo pra saber o que se passava na cabeça dele. Eu queira saber. Eu precisava saber.

Passava o lenço com cuidado em seu rosto, mas fui parada com sua mão em meu pulso.

— Porque está fazendo isso ? — Ele perguntou com o seu olhar sério e outra vez eu não consigo me concentrar.

— E- Eu fui contratada pra isso, lembra ?

— Quero que saía daqui. 

— Mas- — Tentei falar.

— Não ouviu ? Saía! 

Eu estava enganada. Ele é só mais esses príncipes metido a besta. Parabéns Hinata, você foi tola outra vez.