Acordei bem, olhei pra tv e ela estava desligada, ainda bem, achei que tinha ido dormir e deixado ela ligada. Enfim, quando olhei, eram 6h, uau, eu acordei cedo mesmo dormindo tarde.
Me vesti correndo (tomar banho de manhã é pra mané, nem tô suja mesmo) e desci as escadas correndo. E lá estava aquele inútil deitado no meu sofá.
-LEVANDA AÍ, Ô, COZINHEIRO, QUERO MEU CAFÉ DA MANHÃ! – E chutei o braço dele que estava pendurado, fazendo ele levantar com um pulo.
-Ai... – Ele esfregou o olho. – Asuna!
-Tá achando o quê? Que eu vou sustentar macho aqui em casa, assim, de graça? Sorte que estou de bom humor e com pressa, se não te dava uma lição das boas...
-Você é mais cruel que ela... – Ele murmurou.
-Que?
-Nada. – Ele levantou do sofá e suspirou. – Enfim, o que minha donzela deseja?
- Te vira aí lek, desde que preste.
-Que informação útil. – Ele suspirou e fez alguma coisa lá na cozinha.
Assim que ele serviu, comi rápido e fiz cara de que servia, apesar de ter gostado bastante. Mas ele não precisava saber, então foda-se. Peguei minha mochila e saí de casa, notando que ele voltou a dormir assim que fechei a porta. Se eu chegar e o almoço não tiver feito, ele vai ver só.
Saí andando com o máximo de cuidado de não acabar sendo atacada novamente. Evitei ruas meio vazias, mas como nenhuma loja tinha sido aberta, era meio difícil. Acabei sendo interrompida no caminho por uma voz.
-ASUNAAAA-CHAN! – Senti algo pulando em cima de mim e dois melões esmagando minhas costas.
-SOCORRO
-Ta indo pra escola? Eu vou com você! – Michelle virou a cabeça pra mim e sorriu. Idiota... – Você ta corada! – Ela riu. Putaquepariu.
-DESGRUDA – Empurrei ela, cruzando os braços. – Mas como assim pra escola comigo? Você não estuda na cidade vizinha, tipo, na direção contrária?
-Meh, não importa, eu vou contigo. – Ela grudou no meu braço. – O conteúdo é muito fácil, então o que é perder uma aula ou duas?
-Se sua tia souber que você estar perdendo aulas para me acompanhar até a escola... – Ela não podia fazer isso, que garota irresponsável!
-Aaah... –Ela fez cara feia. – Ok, eu não faço mais isso, mas ao menos hoje... – Fez carinha de cachorro pidão.
-Ta, ta. Só desgruda de mim. – Cruzei os braços, me soltando.
-Ok! – Ela ficou me seguindo. Ela era meio chatinha, mas gente boa... Espero eu.
Andamos até a entrada da escola.
-Ah, legal. – Ela parecia não estar muito surpresa. – Ela pegou o celular. – Bom, já vou indo. Falou Asuna! – Ela saiu correndo sorrindo, olhando pra tela do celular... Isso não vai dar em boa coisa.
Suspirei e entrei no colégio, primeira vez no ano que eu tinha chegado cedo. Era meio estranho: poucas pessoas conversando, pouco barulho... É, gostei daquilo. Andei alguns centímetros, sendo interrompida por uma silhueta alta.
-Ah, Asuna! – Ele sorriu... Era ele, mais uma vez.
-Oi... – Peguei meu celular e fingi usar ele.
-Sabe, o trabalho? – Ele caminhou comigo.
-Ah... Sim.
-Então, poderia me entregar? É que eu gostaria de deixar tudo pronto pra quando for entregar.
-Ta. – Abri minha mochila e entreguei minha parte. – Quando é mesmo pra entregar?
-Ah... – Ele pensou. – AH, quarta.
-Ou seja, amanhã.
-Isso. Enfim. – Ele guardou na mochila. – Quer dar uma volta por aí?
-Ta. – Segui ele olhando pelo celular, não tinha tocado ainda, então beleza.
Continuamos andando em silêncio até o pátio da escola, que estava vazio. Nos sentamos num banco e ficamos em silêncio. Aquilo era estranho. Por que ele havia me chamado?
-Então... Por que você me chamou? – Permaneci com os olhos no jogo.
-Eu... Vi você ontem. – Hã?
-Isso é óbvio, até porque eu não faltei na escola.
-Digo... Quando você estava... – Ele me olhou fundo nos olhos, mas espera... QUÊ?
-Então você me viu sendo atacada, E NÃO FEZ NADA? – Larguei o jogo e olhei pra ele.
-Eu ia te ajudar mas... Chegou o seu namorado e eu não soube o que fazer. – Ele ficou com um olhar sério pra mim. Hein? Namorado?
-Mas o que... – Pensei por alguns segundos, até cair na gargalhada. –N-não acredito que... Você... Pensou mesmo... – Eu tava até sem fôlego.
-Hein? Não entendi a graça. – Ele cruzou os braços, com uma expressão confusa.
-No dia que eu e o Levi namorarmos, saiba que o apocalipse está chegando! – Ai minha barriga...
-Então... Vocês não namoram? – Ele parecia estranhamente aliviado.
-Então... Você me chamou até aqui só pra esse interrogatório, mamãe?
-Não... – Ele ficou com um olhar sério. – Você... Está bem? Eles... Eles não...
-Não sei porquê[eh1] tanta preocupação comigo, mas sim, eu estou bem, não, eles não fizeram nada comigo. Pelo menos ele chegou bem na hora. – Suspirou, já parando de rir. –Pfft, namorado. – Deu um risinho.
-Hum... – Ele ficou com uma expressão mais leve. – Quer dar uma volta pela escola enquanto não toca?
-Ta. – Peguei meu celular e fiquei ouvindo músicas, com meu fone. Garoto estranho... Eu continuo com medo dele, mas né. Enfim, enquanto estou na escola, nada pode me acontecer... Espero.
-Ah, Bruno, eu queria te falar uma coisa! – Depois de alguns minutos andando, ouvimos uma voz atrás da gente. Era a Sunny. – Ah, oi Asuna. – Ela sorriu pra mim.
-Oi. – Acenei, com cara neutra.
-Então Sun, o que foi? – Bruno parecia relaxado.
-Poderia vir comigo? Está tendo uns probleminhas ali na sala...
-Ish... – Ele olhou pra mim. – Nos vemos depois, Asuna!
-Tchau. – Acenei e fui andando pra minha sala. Começou a tocar a finalização de Ano Hana, me sentei na cadeira e fiquei pensando na vida. Até ser interrompida com a chegada da professora e os demais.
-Então pessoal, hoje temos uma nova aluna. Miliana, pode entrar.
Então, veio uma garota com um cabelo ruivo preso, usando uma blusa colada azul com um casaco preto por cima, com uma saia preta até um pouco acima dos joelhos. Por ser peituda e rosto agradável, os garotos ficaram olhando pra ela, com algumas garotas também observando, enquanto outras como eu nem ligavam. Era só uma aluna nova, afinal.
-Miliana, sente ali na frente do Bruno. Aquele ali com um cabelo sem pentear há 3 dias e quase caindo de sono.
Só então me toquei que o Bruno estava na minha sala. Achei que ele era mais velho, ué.
Começamos a aula chata de sempre, era Português, meh, algumas vezes os garotos tentavam ver se conseguiam ver a saia da novata, mas era perda de tempo, ela estava usando short por baixo, isso explicava tamanho conforto com aquela roupa.
Acabou a aula e era Educação Física. Eu não estava afim de participar, mas eu já tinha faltado muito e ficar em recuperação logo nisso é foda.
Saí e fui em direção do vestiário, logo sendo interrompida por alguém.
-Ah, licença, moça, onde ficam os vestiários? – Era a novata.
-Ah, eu estou indo pra lá, me siga. – Ela concordou com a cabeça e brevemente chegamos lá. Vesti minha roupa num local sem ninguém e fomos. Eu estava com dor de cabeça e meio tonta de sono, acabei nem notando que o jogo começou.
Era queimada, porra, eu odeio queimada. Desviei algumas vezes, mas acabei sendo atingida em cheio pela bola com uma força desumana, onde ficou tudo preto.
Eu odeio minha vida.
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