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História Uma vida juntos - De novo


Escrita por: Brunacsoares

Capítulo 13 - De novo


Welcome.
Bienvenido.
As luzes se acenderam, era uma replica perfeita do meu antigo quarto na casa dos meus pais. As janelas tinham como fundo concreto e a decoração não passava de papelão barato, mas era uma tortura perfeita. Consigo ver uma mancha no carpete, vindo do lado de fora, era de um vermelho muito vivo. Sangue. Eu entro em pânico, minhas mãos tremem, lembranças piscam na minha cabeça.
Fotos de Hanna, Emily e Spencer muito machucadas, uma placa mandando eu escolher uma de cada vez. Eu estava torturando elas, estava matando lentamente cada uma delas.
Não!
Acordo num pulo assustada, a camiseta velha e amarela de Ezra que eu usava pra dormir, colada no corpo, o meu rosto estava molhado. Ezra tinha acordado também, eu desabei. Não consegui achar um único motivo se quer para não o fazer, tudo parecia tão real e nada estava no lugar, é como se A estivesse de volta, tivesse chacoalhado minha vida e eu conseguisse ouvir a risada amarga no fundo.
Sinto o calor do corpo dele, nem isso me fazia acalmar. O abraço de Ezra era sempre a solução, mas não hoje. Não dessa vez. Os soluços saiam baixinho, não tinha vontade e nem energia sobrando no meu corpo.
Olho pela janela e vejo que o sol começa a nascer, aos poucos vou me acalmando, meu marido sabe, falar nem sempre ajuda, então ele espera. Espera eu me acalmar, me olha sereno nos olhos e quase sempre sorri. 
-Eu… estava.. matando elas - digo segurando o choro
-Aria, você não fez nada - ele diz acariciando meus cabelos.
-Eu..
-Meu amor, tudo esta bem! Vocês sobreviveram, todas vocês estão felizes. Você não machucou ninguém.
-Algo não se encaixa.
-Foi um sonho, muito real, mas um sonho. Você ta bem, eu não vou deixar nada disso acontecer com você, nunca mais. Ninguém vai encostar em ti ou na Emma.
-Emma…
-Dormindo, salva - ele diz olhando nos meus olhos. Ele fala com tanta paz que meu coração pulsa com menos violência. Minha cabeça não lateja mais e minha temperatura deve estar perto do normal. Tudo vai ficar bem.
-Foi um sonho.
-Foi um sonho - ele repete - tudo se encontra bem. Nossa filha dorme e nossos amigos estão seguros.
Pode parecer bobo, mas fazer isso sempre ajudava nos dias ruins, que vinham se tornando cada vez mais escassos. Segundo minha mãe eu tinha vivido coisas o suficiente para contar para Emma, é que era melhor eu não arranjar novas dessas. Eu sempre achava graça quando ela falava isso, por que mesmo sendo perseguidas, minhas amigas e eu sempre arranjávamos problemas que não envolviam a policia e sempre fazíamos coisas bestas, por que éramos meio desmioladas, mas sempre fomos unidas. 
-Você ta melhor? - ele pergunta me puxando para mais perto.
-Sim, obrigada.
-Não agradeça, essa é a minha função - ele diz me beijando.
O beijo se torna mais intenso, nos deitamos na cama e somos interrompido por um chorinho vindo do quarto ao lado,
-Essa também é a sua função - digo e ele bufa - ela é sua filha Fitz.
-Eu sei, mas as vezes ela consegue ser bem inconveniente - ele diz se arrastando para fora do quarto e eu gargalho alto.
Um minuto depois ele volta com Emma no colo, agarrada ao seu urso de pelúcia, os cabelos bagunçados e no seu pijama de panda, era impossível ficar brava, mesmo quando ela não queria tomar banho.
Ezra coloca o capuz de panda nela e aponta pra mim.
-Diz bom dia para a mamãe, Emma.
-Dia, mamãe - ela fala com um sorriso largo.
-Bom dia, querida - digo sorrindo de volta.
-Cama, papai - ela diz olhando para Ezra.
-Seu desejo é uma ordem, madame - ele diz e beija bochecha dela.
Ezra coloca ela em pé no fim da cama e ela vem correndo até mim e pula no meu pescoço, Ezra se junta a nossa pequena festa de sorrisos.
-Spencer vai vir aqui - eu digo - Nick também 
Emma me olha, um sorriso enorme abre em seu rosto, ela amava a madrinha e o Nicholas, Ezra ri da reação de nossa filha.
-Adoro essa reação, queria ficar aqui o dia inteiro - ele diz - mas tenho que trabalhar…
-Não! - Emma diz quase desesperada - fica, pufavo.
-Oh, querida eu não posso. Podemos ficar mais dez minutos, o que acha? - ele diz. Ela para pra pensar, como soubesse o que isso significa, aposto que na sua cabeça de quase dois anos aquilo significava uma eternidade, então ela fez que sim.
-Um tempão, sin papai? - ela diz e nos faz rir.
-Com certeza, querida um tempão - digo a esmagando em um abraço,
Ter Emma nos meus braços, sentir o seu cheiro, ver o seu sorriso me fazia ter certeza que algo deu certo e que eu poderia, ou não, sou feliz. De novo, sobrevivemos a tudo. 
Sim, no final tudo fica bem.



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