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História Umbrella High School - Andando Sobre Ovos


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Booooom diiiiaa \o/ \o/ \o/
QUE SAUDADE DE VOCÊS, MEUS AMORES!!!
Sim, sim... Ai ai ai, ui, ai, calma, povo! Eu sei, sim, quaseeeeeee três meses de pausa, que coisa feia. Mas enfim estou de voltaaaaaa iupiiiiiiiiiiiiiiiiii hehehe.
Amores, nenéns, bebês, tesouros... Para quem me acompanha em outras fanfics, já sabe porque demorei para ressuscitar nesta. Ultimamente minha vida tem tomado rumos complicados que me tiraram completamente o dom de escrever humor... E como escrever colegial, sem aquela dose de leveza e humor, certo!? Para quem não sabe também, nesses meses lidei com duas mudanças e agora moro sozinha, ou seja: lavar, passar, cozinhar, pagar contas e sobreviver é 100% de minha conta agora. Tem seu lado sensacional, mas isso me mantém bem mais ocupada e menos disposta... Mas aqui estooooooouuuu!!!
E para complementar, fiquei doente há umas semanas... Tomei o remédio e aparentemente havia melhorado, até essa noite eu passar em claro sentindo dor, ir ao médico e descobrir que o médico anterior me diagnosticou ERRADO e adivinhem... O que tenho é contagioso!!! Por isso as pessoas se queixavam perto de mim, espelhei pereba para todo mundo hahahahahaha. Voltei com antibióticos e este capítulo só faltava ser revisado, então aproveitei meu atestado para ficar de cama. Mas agora já estava entediada e resolvi dar uma revisada e postar de vez ^^
Enfim, muita coisa rolou!!!
Mas chega de papo, bebês <3
Espero que gostem!
Boa leitura...


Obs 1.: Amoreeeeeesss, aviso já, para desde já ficarem cientes: devido ao trabalho, dezembro inteiro e metade de janeiro ficarei off por aqui, sem nenhuma atualização. Vou dar uma adiantada nessa delícia para não deixar na mão e no final de janeiro, volto com tudooooo, cheia de capítulos semanais, beleza!? Então bora porque nosso novembro ainda promete muita treta de colegial \o/ \o/ \o/


Obs 2.: Mais uma razão da minha demora também, foi porque para o capítulo de hoje e para os seguintes, precisei mergulhar no mundo de William Shakespeare para entender melhor sobre "Romeu & Julieta". E claro, para escolher algumas cenas e planejar o que vou usar, entããããooo...
Aviso: ALGUMAS DAS FALAS ENCONTRADAS SOBRE A VISÃO DO CHRIS, DURANTE A AULA DE TEATRO, NÃO ME PERTENCEM!!! ELAS SÃO DA AUTORIA DO NOSSO ILUSTRÍSSIMO WILLIAM SHAKESPEARE, MESTRE DOS MESTRES!!! Mas o restante do capítulo é 100% meu, deixarei em itálico E em negrito as falas do teatro que tirei da peça dele.


Obs 3.: Agora, algo muito importante... BEBÊS, AMORES, MINHAS VIDAS, TESOUROS, DELÍCIAS, MUSOS E MUSAS, OSTENTAÇÃO DE PESSOAS LINDAS E MARAVILHOSAS: OBRIGADAAAAAA!!! ZEEEEEUUUSS, OBRIGADAAA, MEU POVO!!! CHEGAMOS AOS 100 FAVORITOS NESSA LOUCURA DE COLEGIAL... SÉRIO, AGRADEÇO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO!!! Mais de 100 "alunos matriculados" por aquiiiiii, que belezura ^^ mal posso expressar em palavras minha alegria com isso. Apenas agradeço ontem, hoje e SEMPRE!!!


Prometo continuar me dedicando e dando o máximo de mim para fazer desse colegial um dos melhores que já "frequentaram"!!! Obrigada novamente, pessoal. E sem mais delongas, bora para o capítulo porque tem muitoooo chão pela frente ^^

Capítulo 27 - Andando Sobre Ovos


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Andando Sobre Ovos

* * * Claire * * *

Aquela cena me fez congelar.

Completamente... Inteiramente... Desesperadamente.

Ele.

Meu irmão.

Beijando minha amiga.

Ou seja: FOI ELE!!! ELE QUE FERROU COM ELA, QUE A FEZ SE APAIXONAR E SOFRER!!! ELE QUEM BRINCOU COM OS SENTIMENTOS DELA E A MAGOOU A PONTO DE NÃO QUERER NEM MAIS OLHAR PARA MIM!!!

AGORA EU ENTENDO!!!

ELA NÃO QUERIA OLHAR PARA CARA DA IRMÃ DO IMBECIL!!!

-- É VOCÊ!!! VOCÊ QUE FEZ ISSO COM A JILL!!!

Eu grito e o Chris desvia parecendo bravo, mas a Jill me olha horrorizada em ser pega no flagra com o meu irmão.

-- EU NÃO ACREDITO QUE FOI VOCÊ!!!

Eu pego um copo de vidro ao lado e lanço na direção do meu irmão, mas infelizmente ele desvia ao puxar a Jill também para longe da minha mira.

IMBECIL!!! IDIOTA!!! CRETINO!!!

-- EU NÃO ACREDITO NISSO, CHRIS, SEU IDIOTA!!!

-- Claire, nem vem...

-- VOCÊ QUE FERROU COM A JILL, SEU IMBECIL!!!

-- Eu nã...

-- USOU A MINHA AMIGA PARA SATISFAZER SEUS DESEJOS DESESPERADOS EM PEGAR TODAS AS GAROTAS DA ESCOLA? COMO VOCÊ PODE, CHRIS!!!???

-- Claire, eu n...

-- CALE A BOA, SEU ESTÚPIDO!!!

Lanço mais um copo na direção dele e faço a Jill sair correndo dali, mas quando o Chris vai de atrás dela, eu o empurro bruscamente o fazendo me olhar de um jeito furioso.

-- QUAL É O SEU PROBLEMA???

-- Dá para parar de gritar, sua doida?

-- NÃO, NÃO DÁ!!!

Ele revira os olhos parecendo entediado.

-- OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA AMIGA!!!

Eu o empurro novamente e ele respira fundo.

-- VOCÊ NÃO TINHA NADA QUE CORRER DE ATRÁS DELA, ELA É MINHA AMIGA E NÃO MERECIA ISSO!!! ELA NÃO TE CONHECIA E NÃO TINHA IDEIA DAS MERDAS QUE VOCÊ FAZIA PARA CONQUISTAR ALGUÉM, ELA PENSOU QUE VOCÊ ESTAVA APAIXONADO!!!

-- E eu estou

Eu começo a gargalhar ironicamente.

-- ME POUPE, IDIOTA!!!

-- Claire, ou você cala a boca ou eu v...

-- VOCÊ “O QUÊ”? VAI FERRAR COM MAIS ALGUMA AMIGA MINHA? CHRIS, A JILL NÃO MERECIA SE MAGOAR E NÃO MERECE ALGUÉM PODRE COMO VOCÊ!!! VOCÊ NÃO VALE NADA, NUNCA VAI SER DIGNO DE UMA GAROTA COMO ELA!!!

-- Está me irritando...

-- DANE-SE!!! VOCÊ É UM IMBECIL MAL CARÁTER!!!

Ele esfrega as mãos no rosto.

-- USOU MINHA AMIGA SENDO QUE TEM TANTAS QUE MORREM PARA SEREM USADAS POR VOCÊ!!! EU NUNCA VOU TE PERDOAR POR ISSO, NUNCA, IDIOTA, NUNCAAAA!!!

Quando eu pego mais um copo da cômoda, ele segura meu braço parecendo muito irritado e sinto que posso voar para cima dele a qualquer momento para arrancar seus olhos fora.

IDIOTA!!!

ESTÚPIDO!!!

CANALHA!!!

-- Escuta aqui, Claire... Não foi mentira, eu gosto dela!

Eu gargalho ironicamente mais uma vez e ele me fuzila com os olhos.

-- No começo pensei que era bobagem, mas não é...

Quando ele suaviza o olhar, espero ele tentar me convencer sobre a armaçãozinha barata dele para cima da Jill.

-- Estou apaixonado por ela.

-- MENTIRA!!! VOCÊ É UM CANALHA, MENTIU PARA ELA E PARA MIM!!!

-- EU NÃO MENTI, ELA É IMPORTANTE PARA MIM!!!

-- PARA QUÊ? ESPERA...

NÃO, NÃO, NÃO... JÉSSICA?

-- VOCÊ USOU A JILL PARA AGRADAR A JÉSSICA?

-- NÃO!

-- VOCÊ NÃO VALE NADA, NADA!!!

Voo para direção dele e começo a estapeá-lo, mas ele se esquiva e me segura mesmo comigo esperneando e tentando me soltar a todo custo para socar a cara dele até fazê-lo chorar.

-- VOCÊ NÃO VALE NADA, CHRIS!!! NÃO ACREDITO QUE É TÃO BAIXO, VOCÊ ME ENVERGONHA, É UM IDIOTA, IMBECIL!!!

-- CALE A BOCA, CLAIRE, VOCÊ NÃO SABE O QUE DIZ!!!

-- ME USOU PARA CHEGAR PERTO DELA E A USOU POR CAUSA DA JÉSSICA, NÃO MINTA, ISSO É BEM A SUA CARA!!! IMBECIL, SEU CANALHA!!! VOCÊ ME ENVERGONHA!!!

-- VOCÊ NÃO SABE DE NADA!!!

-- IDIOTA!!!

-- FEDELHA MIMADA!!!

-- MAS O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI??????

Com um berro entrando na cozinha, eu e o Chris paramos com tudo e encaramos nossos pais parados diante da porta avaliando o estado da cozinha e principalmente o nosso estado.

-- O QUE ACONTECEU AQUI?

Eu e o Chris nos olhamos e desviamos, mas quando ele me soltou, viro para nossos pais vendo a fúria em seus olhos. Só que minha raiva é tanta, que eu aponto para o Chris disposta a contar tudo.

-- Esse idiota mentiu para minha amiga!

-- O que aconteceu?

Minha mãe respira fundo e quando sinto a alegria em poder ferrar o Chris, – porque obviamente minha mãe comeria o fígado dele em saber de tudo – ele se enfia na minha frente me olhando curioso.

-- Claire... Acho que ainda está roxo aqui.

Ele aponta para o meu pescoço e dou um salto ao me afastar dele e escondeu o meu... Leve... Chupão. Sim, é um mesmo, foi momento de calor com meu namorado, e daí?

Mas...

Se meu pai souber, é o fim.

E meu irmãozinho “querido” sabe bem disso.

-- Qual “roxo”?

Meu pai se mete no meio e desvio.

-- Nada, foi só um mosquito, acho que sou alérgica... Não foi nada.

Quando encaro o Chris novamente, ele tinha um sorriso triunfante no rosto me deixando ler claramente a mensagem “se você contar sobre mim, eu conto sobre você”.

Droga...

ELE NÃO PODE FICAR IMPUNE!!!

-- E então... O que o Chris fez para você agir assim, Claire?

Minha mãe volta a me olhar e apesar de sentir uma dor gigante em meu peito por ter que esconder e adiar essa bomba, apenas sorrio e balanço a cabeça.

-- Nada...

Ela respira fundo e nos encara.

-- Algum motivo deve ter tido para brigarem assim!

-- É bom vocês nos contarem e já.

Meu pai reforça com uma ameaça e eu com o Chris abaixamos a cabeça.

-- Vão ficar calados?

Continuamos quietos, mas vejo que meus pais se entreolham tentando entrar silenciosamente em um acordo, afinal, não tem como inventarmos uma desculpa coerente. Para copos voarem, berros ecoarem pela casa e agressões físicas compartilhadas, não pode ter nenhuma razão pequena para isto.

-- Certo... Cada um para o seu quarto de castigo.

-- O quê? Mãe!

O Chris discute e quando vou abrir a boca, minha mãe me interrompe.

-- JÁ!!!

Dou um salto com o grito dela e com mais uma encarada cheia de ódio na direção do Chris, saio dali em direção ao meu quarto. Quando chego, bato a porta com força e vou na direção da minha cama fazendo meus travesseiros voarem, minhas cobertas irem ao chão e me ajoelho batendo com raiva na cama, imaginando a cara do Chris ali.

-- Droga! Idiota!

Respiro fundo com as mãos em meu rosto, tentando me acalmar.

Estúpido, ele não vale nada!!!

E pensar que é meu irmão de sangue!!!

Céus, a Jill deve me odiar!!!

Espera... Jill!

Levanto e corro ao meu celular discando o número dela, então espero... Espero... Espero... MAS É CLARO QUE ELA NÃO ME ATENDE! E TALVEZ NUNCA MAIS ATENDA DEPOIS DO QUE O CHRIS FEZ!

IDIOTA!!! IDIOTA!!! AAAAAHH, IMBECIL!!!

Certo, certo, tentando me controlar... Tentando... Tentando.

Respiro fundo e desisto de ligar para ela, mas quando vejo o número do Piers, estreito meus olhos e disco esperando que ele atenda esperando para descontar minha raiva em alguém que sabia de tudo e ficou calado.

-- Oi, princesa! Como vai, amor?

Respiro fundo tentando controlar meu sangue fervendo.

-- Você sabia do meu irmão com a Jill e não me disse nada?

Ele fica calado e posso ver a expressão que ele fez mesmo há quilômetros de distância... Eles são melhores amigos, claro que não me contaria nada, mas com o meu irmão mentindo e enganando minha melhor amiga, esse pacto de sigilo devia ter ido ralo abaixo!

MEU IRMÃO É UM IDIOTA!!!

-- Claire, escute...

-- Enquanto ele usava ela para sabe-se-lá-o-que que a Jéssica queria, você sabia de tudo e não me contou nada?

Eu praticamente rosnei as palavras sentindo meu sangue ferver e ouvindo ele suspirar do outro lado, já imaginando o meu estado de espírito deste lado do celular.

-- Não é isso, não tem nada a ver com a Jéssica...

-- Como pode me dizer isso? Aquele retardado do meu irmão sempre lambeu o chão que aquela garota pisa e agora vem me dizer que foi pura coincidência ele correr de atrás da menina que a tal odeia?

-- Ele não foi de atrás da Jill por isso...

-- COMO PODE ME DIZER ISSO?

Quando termino de gritar, respiro fundo para me conter, porque ninguém poderia me pegar em uma ligação com ele. Então sento na cama passando a mão na minha cabeça para me acalmar, mas o escuto suspirar novamente.

-- Eu queria estar aí do seu lado, imagino como deve estar nervosa, amor... Mas me escute, o Chris não magoou a Jill de propósito, ele gosta dela.

-- Meu irmão não gosta de ninguém!

-- Dessa vez é diferente... Ele correu de atrás dela no começo por atração, mas eu o conheço, sei que agora está apaixonado para valer. Desde que os dois brigaram, ele está sofrendo, Claire.

-- Quer mesmo que eu acredite nisso? O Chris sempre foi um garanhão!

-- Sim, é verdade... Mas foi a Jill entrar na vida dele que ele deixou esse espírito de lado. Entendo sua raiva, mas acredite em mim, eu estive com ele desde a chegada dela a escola e pude ver de perto o quanto ela o fez mudar.

O quê?

-- Ele está apaixonado...

Mas o q... NÃO!!! NÃO PODE SER VERDADE!!!

AQUELE IMBECIL DO CHRIS!!!

QUE RAIVAAA!!!

-- Eu não acredito em nada que ele diga!

Respondo bruscamente.

-- Nem em mim?

Não me pune assim...

-- Não pode ver dentro dele, Piers!

-- Não preciso... Eu o conheço.

-- E eu também!

-- Sim, você conhece seu irmão desde pequeno correndo de atrás das garotas e elas se derretendo por ele... Mas um dia ele ia crescer e este dia chegou. Ele amadureceu, ele mudou sem nem perceber. Seu irmão está apaixonado, amor.

-- Isso é impossível! E como aconteceu com a Jill sem eu saber?

-- É complicado, melhor falar com ele... Mas o Chris está apaixonado pela Jill e ainda está aprendendo a lidar com isso, tem que ser paciente com ele e apoiá-lo, porque ela também está apaixonada por ele. Os dois merecem ficar juntos assim como nós dois, ruivinha.

Respiro fundo...

Não, não pode ser.

ISSO É INACREDITÁVEL!!!

MEU IRMÃO REALMENTE APAIXONADO???

NÃO PODE SER!!!

-- Se acalme, princesa... Quando a raiva passar, fale com ele. Talvez isso o ajude a entender sobre nós dois também, porque se apaixonar faz as pessoas entenderem melhor, principalmente seu irmão.

-- Eu não consigo acreditar nisso!

-- Mas acredite... Ele se apaixonou. E fez tudo o que fez para tentar conquistar a Jill e no final das contas, viu que estava completamente na dela. Não foi por maldade que ele escondeu que era seu irmão, ele só quis manter a Jill mais perto mesmo isso sendo meio infantil e besta.

O mundo parou...

Como é que é?

-- Ele mentiu que não era meu irmão?

Sentindo a ameaça em minhas palavras, sinto o nervosismo do Piers em perceber que falou coisa demais para mim.

-- Ah, eu... Desculpe.

-- Me conta isso direito!

-- Claire, eu...

-- Ótimo, fique do lado dele então!

Falo bruscamente e desligo o celular, saindo as pressas do meu quarto e batendo na porta seguinte para falar com aquele IDIOTA QUE SE ACHA NO DIREITO DE FAZER TUDO!!! IMBECIL!!!

Quando ele abre a porta, escuto a música leve no fundo e ele me encara bravo e entediado, mas não me deixo intimidar pelo seu olhar.

-- O que você quer, fedelha?

-- Mentiu que não era meu irmão para Jill se apaixonar?

Ele estreitou os olhos.

ISSO FAZ TODO O SENTIDO!!!

POR ISSO A JILL NÃO ME ODIAVA ANTES, ELA NÃO SABIA QUE ELE ERA MEU IRMÃO E... CLAROOOO, QUE RAIVA!!! POR ISSO ELA SAIU CORRENDO NAQUELE DIA QUE APRESENTEI MEU IRMÃO E POR ISSO O CHRIS FICOU DAQUELE JEITO!!!

CARA, COMO SOU OTÁRIA!!!

Respiro fundo com tudo finalmente se esclarecendo na minha cabeça e espero ele falar, mas minha vontade de pular em seu pescoço continua aumentando perigosamente.

-- Não menti... Só não contei.

-- É a mesma coisa!

-- Me deixa em paz, fedelha!

Quando ele vai bater a porta na minha cara, eu enfio a mão na frente.

-- Não vai fazer a minha amiga sofrer, eu não vou deixar!

-- Você não pode fazer nada!

-- Não mesmo? Vou contar a ela tudo o que você é e já fez e depois vou proteger ela o tempo todo para que você não chegue perto dela outra vez!

Ele me encarou com uma raiva evidente e finalmente abriu mais a porta me puxando para dentro e a fechando em seguida, então me encarou friamente e apontou o dedo para mim.

-- Se tentar me ferrar com ela, eu conto para os nossos pais que anda se encontrando com um bosta as escondidas e que ele te carimbou no pescoço como se você fosse uma qualquer!

Droga...

-- E mais: eu vou até o inferno para saber quem esse moleque é e vou partir esse idiota em dois, para ter certeza de que nunca mais ele vai poder sequer levantar o braço na sua direção!

-- Você só ameaça, mas não faria isso!

Ele sorri com raiva e desvio.

-- Você acha mesmo que não sou capaz disso, Claire?

Reviro os meus olhos e o encaro novamente.

-- Não vou deixar você magoar a Jill.

-- Eu gosto dela, Claire... Nós nos desentendemos por bobagem.

-- As lágrimas desesperadas dela não pareciam bobagem!

-- A Jéssica armou uma palhaçada para ela e disse que fui eu... Eu não consegui convencer a Jill do contrário antes que ela descobrisse do meu passado com a Jéssica e achasse que tudo estava interligado.

-- Ótimo, então ela já sabe!

Ele me encara friamente e sorrio irônica.

-- Não preciso de mais ajuda para me deixar mal com ela...

-- Realmente parece que o mal já está feito e isso é realmente ótimo!

Com uma raiva bem evidente, ele desvia com as mãos na cabeça, me pega pelo braço e ao abrir a porta do quarto me joga para fora.

-- Está avisada! Se me ferrar, te ferro também!

-- Não vou deixar você magoar ela de novo, Chris!

-- Então não se meta!

-- Voc...

Bam.

Porta na minha cara.

IDIOTA!!!

É MENTIRA, TUDO MENTIRA!!!

ELE JAMAIS SE APAIXONARIA POR ALGUÉM, É IMPOSSÍVEL!!!

Volto para o meu quarto batendo forte a porta e pensando em uma solução... Preciso falar com a Jill e saber direitinho tudo o que aconteceu. E eu prometo, que por hipótese alguma deixarei ele a magoar de novo. Se eu precisar monitorá-la 24 horas por dia, tudo bem! Mas ela não vai chorar de novo por ele.

Vou cuidar dela, eu prometo.

Serei uma boa amiga para compensar essa merda toda que meu irmão imbecil fez, afinal... Ele não pode estar apaixonado de verdade, não é? Ah, meu irmão é completamente incapaz disso. Só não sei como mentiu até mesmo para o Piers, mas ele tem o dom para mentiras.

Vou cuidar de você, Jill.

* * * Chris * * *

Fala sério...

Tem como o dia ficar mais droga do que isso?

Matérias chatas para caramba, eu ainda brigado com a galera toda e a Jill conseguindo fingir perfeitamente que eu não existo o dia todo.

Depois da briga de ontem com a minha irmã, não nos falamos mais. Ela entrou no meu carro de manhã e sequer me olhou na cara, mas quer saber? Se for para me infernizar com bobagem, que permaneça muda mesmo.

Eu sei que ela não gostou...

E do ponto de vista dela, ela tem suas razões...

Mas não quero e nem tenho paciência para explicar tudo o que aconteceu para ela já sabendo que não vai me ouvir. Vai me xingar, vai espernear e vai voar para cima de mim outra vez e agora, não estou nem um pouco disposto de segurar uma pirralha em crise extrema de loucura.

E engraçado...

Foi só ameaçar o namorado dela que ela parou, não é?

Ela que não pense que me esqueci disso, só que por enquanto estou com a cabeça ocupada demais... Nada além da Jill me vem a mente. Estou completamente perdido, sem ter nem ideia do que fazer para me resolver com ela. As amigas não a deixam sozinha nem um minuto e se não é elas, é o bosta do Carlos no pé dela. E sabe qual foi o cúmulo de hoje? No intervalo, numa tentativa de me afastar dos meus “amigos” do time, fui para o campo de futebol e vi os dois ensaiando nas arquibancadas. Eles recitavam as falas aos risos e cada sorriso que aquele otário arrancava da minha bonequinha fazia meu coração rachar.

Que droga...

Essa foi minha visão o intervalo todo.

E por um minuto, eu notei que a Jill percebeu minha presença e ficou mexida, mas com poucas falas do Carlos para ela, minha bonequinha voltou a ensaiar com ele dando belas gargalhadas. O Piers do meu lado tentava me fazer acreditar que estava na cara que eram apenas amigos e só, mas eu posso sentir o perigo desses dois perto demais.

Ele é irmão do Wesker...

E a Jill é minha...

Minha bonequinha... Ontem, hoje e sempre.

Só minha.

Acho que depois de tudo que já aprontei na vida, esta é minha punição. Ver a garota por quem me apaixonei, tentar me esquecer na minha cara... Preciso conviver com ela distante de mim e sentir seu ódio toda vez que nossos olhos se cruzam. Mas hoje, nem isso eu ganhei. Nem um olhar de ódio. Nada. Ela apenas fingiu que eu não existia e parece ter se dado bem nisso.

Eu não entendo...

Sei que estou apaixonado, mas... Isso é demais. Meu coração dói com tudo isso e sinto uma agonia que afoga o meu peito. Eu corri de atrás da Jill, consegui ficar com ela e por burradas minhas, a perdi.

Eu devia levar isso numa boa?

Eu devia aceitar a escolha dela de nunca mais me ver?

Eu devia virar a página?

Talvez... Mas não consigo. Parece que o simples pensamento de não ter mais ela comigo, sorrindo daquele jeitinho lindo e tímido com aqueles olhos azuis brilhantes na minha direção, torna minha vida uma completa droga vazia.

Mas como mudar isso?

Devo esquecer?

Me sinto incapaz disso.

-- Ainda não está pronto, moleque?

Com a atual “rara” voz da minha irmã em minha direção me olhando com uma expressão de negação enquanto se apoiava na minha porta, olho para o relógio e vejo que estava na hora da aula de teatro.

Que ótimo, hein...

Mais tempo para Jill fingir que sou invisível.

-- Estou pronto.

Levanto da cama, pego minha jaqueta de couro e jogo por cima da camisa.

Claire caminha na minha frente até a porta de saída, mas quando pega no trinco minha mãe surge com total expressão de desaprovação.

-- Onde vocês pensam que vão?

-- Para aula de teatro, mãe!

A Claire responde e por mais que eu desejasse por um segundo que nossa mãe nos impedisse de sair, ela apenas concorda com a cabeça nos olhando com total desconfiança.

-- Tudo bem... Não voltem muito tarde.

-- Beleza.

Respondo e saio antes da minha irmã, notando o olhar curioso das duas em mim, mas vou até meu carro e espero a fedelha entrar e fechar a porta com um sorriso nos lábios ao encarar o celular.

-- Eu conheço o pivete?

Quando ligo o carro, ela me olha sorrindo.

-- Quem?

-- Seu... “Namoradinho”.

Falo com total ironia e ela revira os olhos.

-- Ele é da nossa escola.

-- Se ele gosta tanto de você, por que não veio falar com nosso pai?

-- Porque eu não deixei... Você sabe assim como eu que nosso pai o chutaria daqui antes que pudesse dizer uma frase inteira.

-- E com total razão.

-- E com total razão ele te expulsaria de casa se soubesse a barbaridade que você fez com minha amiga, seu idiota!

-- Dá para calar a boca, dá?

-- Desculpe, é mais forte do que eu, “irmãozinho”.

Ela ri ironicamente e desvio, mas ela volta a rir.

-- Decorou as suas falas?

-- Não.

-- Não é hoje o teste do Romeu?

-- Só amanhã.

-- E aí?

-- Não quero subir naquele palco.

-- A professora vai comer seu fígado quando ver que não ensaiou!

-- Não estou nem aí.

-- Ué... Achei que queria contracenar com a Jill.

-- A professora não vai colocar nenhum de nós da detenção para atuar para valer, ela não vai arriscar colocar a peça em risco por isso.

-- A Jill e o Carlos estudaram...

-- Só para cumprir o prometido.

-- E se os dois forem escalados para um casal, Chris?

-- É impossível, a professora não vai fazer isso.

-- Não sei não... Nossa professora sempre foi maluca e gosta de desafios. Se ela ver o mínimo talento em um deles, não vai pensar em experiência ou não, ela vai moldar até ficar do jeito que ela gosta, é o que sempre diz!

-- Bobagem.

-- Ela vai muito em aparência e jeito... Sabe que quem está ali está para aprender ou no caso de vocês, por obrigação. Se ela ver a Julieta na pele da Jill e gostar, não há Cristo que a faça mudar de ideia.

-- Besteira, nada a ver.

-- Aham... Vamos ver.

-- Não me joga praga, pirralha.

-- Pelo contrário, vou torcer para Jill ser a Julieta e o Carlos ser o Romeu!

-- Dá para calar a boca?

Ela ri como louca agora e quando estaciono o carro na entrada do teatro, eu saio bravo dele indo em direção ao salão. Quando entro, dou de cara com aquele par de olhos azuis que perde o sorriso ao me ver, mas desvia rapidamente voltando a falar com o idiota ao seu lado que parecia extremamente animado.

Carlos... Quer um papel principal, é?

Vai sonhando, idiota!

Me jogo na cadeira mais distante, assistindo a minha irmã ir em direção aos dois e abraçar a Jill que ainda parecia meio incomodada. Não a vi com a minha irmã no colégio hoje e não sei se chegaram a conversar, mas no momento, parece que a Claire só quer exibir a minha bonequinha para mim.

Abraços e risadas sem fim... Droga.

Reviro os olhos para aquilo e espero tudo começar.

-- Com as falas na ponta da língua, Chris?

Com a voz da professora, olho para ela e discordo.

-- Desculpe, mas não.

Ela se aproxima e avalia minha expressão.

-- Tem até amanhã... Chegou a ler o roteiro pelo menos?

Eu nem tirei o roteiro do meu carro, professora... Agora imagina ler aquela droga que parece estar em grego para mim.

-- Ah... É.

Ela discorda em desaprovação.

-- Você daria um ótimo Romeu, Chris...

-- Não, sou incapaz de decorar falas e atuar não é minha praia.

-- Você e o Romeu têm muito em comum, não precisaria de tanta atuação assim, só trabalharia com as falas mesmo... E claro, postura, expressões, posicionamento, enfim, nada de tão assustador.

-- É assustador para mim.

-- Que pena... Você verá que você e Romeu têm mais em comum do que imagina.

-- Como assim?

-- Aguarde... Vamos ver os ensaios.

-- Não vou falar nada, professora.

-- Tudo bem, mas não venha arrependido mais tarde para falar comigo.

-- Fica tranquila, não vai acontecer.

-- Hum... Ok.

Ela sorri gentilmente e sai como se pudesse ver o futuro, mas finalmente eu rio por causa do seu jeito... Sério isso? Por qual razão no mundo eu me arrependeria de não fazer esse teste? É ridículo e não farei droga alguma.

-- Oi, gato!

Jéssica chega e senta ao meu lado, mas a ignoro.

Só que o olhar da Jill... Finalmente por um segundo deixei de ser invisível.

-- Então vamos começar!

A professora fala animada e com os sorrisos nervosos da maioria dali, ela nos manda fazer várias atividades para exercitarmos a voz. Ela fala sobre a importância do teatro e sobre como o ator deve se dedicar. Fala sobre William Shakespeare e suas peças no geral. Fala sobre Romeu e Julieta e blá blá blá...

-- Não se trata apenas de subir no palco e ditar frases dispersas que decorou, não, meus amores... Ser ator, é você agir, se expressar e pensar como o personagem, porque só assim para ser visto como ele!

Não falei?

“Blá, blá, blá”...

Quando isso vai acabar?

-- Mas deixemos mais detalhes para depois, estou louca para ver minhas Julietas de hoje! Andem, vamos para o palco, meus amores!

Ela sai animada e vejo a Jill com a Claire se olharem nervosas e seguirem para lá junto com todos os outros. Vejo o Carlos encarando o roteiro dele e reviro meus olhos pelo seu desespero... Tudo bem, ele deve ter ajudado a Jill mais cedo, mas para que se preocupar com o dele agora? Essa palhaçada de Romeu é só amanhã e tenho CERTEZA de que será uma comédia ver ele “TENTANDO” atuar como papel do protagonista.

-- Perfeito! Sentem-se, depressa!

A professora nos apressa e vejo a Jéssica sentar bufando alto para tudo aquilo o que me deixou com ainda mais certeza de que o roteiro dela talvez nem tivesse chegado ao carro dos seus pais. Ela provavelmente o jogou fora assim que recebeu, não me surpreendo.

-- Helena, aqui para cima para ser a “Ama”.

Ser quem?

Cara, sou muito burro...

Tenho certeza de que não vou entender sequer uma palavra disso tudo.

A Helena vai animada lá para cima, a professora e ela cochicham por um minuto e voltam a atenção a nós.

-- Alguém quer ser a primeira?

Por incrível que pareça, algumas levantaram as mãos.

-- Cindy, para cima!

A namorada do Kevin vai sorridente até o palco e me pergunto por ele como se sentiria em ver sua garota contracenando com outro cara... Fazer juras de amor para outro na frente de toda a escola? Que bizarro.

Elas começam, a Helena é a segunda pessoa na sala, mas assim que começam a falar, me estico na poltrona do auditório e fecho meus olhos querendo tirar um longo cochilo. A voz ecoando no lugar não me incomoda nem um pouco, então apenas me concentro no meu leve sono enquanto escuto mais nomes serem lentamente chamados para o teste.

-- Claire, vem você agora, querida!

Ao ouvir o nome da minha irmã, vejo ela correr para o palco sorrindo e nervosa, ajeitar os cabelos, respirar fundo e esperar o sinal da professora. Quando acontece, minha irmã fica séria, encara o horizonte por alguns segundos e parece se transformar completamente agora parecendo alguém preocupada.

-- Nove horas o relógio tinha soado, quando eu mandei a Ama. Prometeu-me que voltaria dentro de meia hora. Talvez não o encontrasse... Oh! Ela é coxa. Como arauto do amor só deviriam servir os pensamentos...

E blá, blá, blá.

Volto a fechar meus olhos.

Não posso negar que torço para minha irmã pegar esse papel... Quem sabe o namoradinho dela é ciumento e termina com ela. Meio perverso? Talvez, mas não estou nem aí, só me pouparia de ir de atrás dele. Se bem que depois da marca na minha irmã, ele está com os dias contados de qualquer jeito.

Dormir...

Cochilar é bom...

Vozes ao fundo ecoando...

-- Ótimo, excelente, Claire! Você evoluiu muito!

Com os elogios da professora, acordo e bato palma com os demais, até assovio quando minha irmã sorri sem jeito com os aplausos bem mais agitados do que para as demais Julieta’s.

Legal...

Vai que dá certo, não é?

-- Jéssica, pode ser a próxima?

Com a professora a chamando, ela desvia do celular e sorri ironicamente.

-- Desculpe, perdi o roteiro...

-- Eu imaginei.

A professora desvia dela e olha para minha bonequinha super aflita.

-- Jill? Encerra para nós, querida?

Ela sorri nervosa e minha bonequinha sobe ao palco completamente sem jeito e constrangida, mas a professora conversa baixo com ela parecendo aconselhar e tentar deixá-la mais calma.

-- Que coisa ridícula...

A Jéssica cochicha do meu lado, mas ignoro.

De repente meu sono se foi... Cara, que mal pressentimento é esse?

-- Silêncio, pessoal.

A professora sai rapidamente do palco e senta na poltrona da frente, esperando ansiosa a Jill começar. Mas minha bonequinha desvia de todos nós, respira fundo mais de uma vez parecendo se concentrar, então para e fecha os olhos.

Por pior que seja... Quero que se saia bem.

Não tanto para conseguir o papel, mas quero que não passe nenhuma vergonha, sei que ela é tímida demais para essas coisas. Mas inteligente e corajosa como ela só, então sei que fará muito bem feito esse teste.

Quando abre os olhos, seu olhar doce e meigo me invadem.

-- Nove horas o relógio tinha soado, quando eu mandei a Ama. Prometeu-me que voltaria dentro de meia hora. Talvez não o encontrasse... Oh! Ela é coxa. Como arauto do amor só deviriam servir os pensamentos, que mais céleres dez vezes são que os raios do sol claro, quando as sombras expulsam das colinas. É por isso que o amor sempre é levado por alígeras pombas, e Cupido, como o vento veloz, tem asas lestes.

Ela é incrível...

O olhar doce dela e a expressão forte, a enchiam de encanto.

Ela parecia brilhar em cima daquele palco.

-- Agora o sol está na altura máxima de seu curso diurno; há das nove horas até às doze três horas demoradas. No entanto, ela não chega. Se dotada fosse ela de paixões e sangue moço, correria veloz como uma bala; minhas palavras a teriam feito lançar-se contra o meu amor, e as dele para mim a jogara. Mas gente velha nunca chega ao porto; é chumbo escuro e lerdo, quase morto.

Será que alguém além de mim não entendeu metade do que ela disse?

Como eu decoraria algo que nem entendo o que diz?

Quando a Helena entra pela milésima vez no milésimo teste, a Jill a olha surpresa e nervosa, caminhando em sua direção.

-- Oh Deus! Ei-la, afinal! Que novidades me trouxeste, doce ama? Acaso o viste? Então, mãezinha? Oh Deus! Por que está triste? Se forem tristes tuas novidades, conta-as alegremente; sendo alegres, não estragues a música, tocando-a com uma cara tão tétrica.

Hã?

Como é?

Como que a Jill decorou tudo isso?

ISSO É GREGO!!!

Então finalmente a Helena abre a boca para falar.

-- Deixai-me repousar um momento; estou cansada. Como os ossos me doem! Que corrida!

-- Quisera que tivesse os meus ossos, e eu, tuas novidades. Vamos, peço-te, boa ama: fala logo.

-- Quanta pressa, Jesus! Não podereis esperar nada? Pois então não notais que estou se fôlego?

A Jill continua passando o papel de nervosa e ansiosa como imagino que a Julieta deveria estar... Linda, não é? Minha bonequinha está linda em cima de um palco e como sempre, encantadora. Não sei como ela pode ser tão inteligente a ponto de recitar tais palavras ao mesmo tempo que finge expressões de ansiedade, mas ela é realmente maravilhosa.

Perfeita...

Completamente encantadora...

Meu sorriso é inevitável ao admirá-la lá em cima, mas meus olhos pegam o sorriso estonteante da professora ao assistir a cena com seus olhos brilhando de tanta empolgação.

Mas a Jill continua...

-- Como sem fôlego, se estás com fôlego bastante para me dizer que fôlego não tens para falar? Esse pretexto de tanta dilação é mais comprido do que a história a que serve de desculpa. Tuas notícias são ruins ou boas? Responde-me logo isso, que as minúcias escutarei depois, com mais paciência. Satisfaze-me nisso: más ou boas?

-- Bem; fizestes uma escolha muito simples; não sabeis escolher homem. Romeu... Não, ele não! Conquanto ele tenha o rosto mais bonito do que não importa quem for, suas pernas levam vantagem sobre as de todos os homens. Quanto às mãos, pés e o corpo, muito embora nada se tenha a dizer, estão acima de qualquer confronto. Não é a flor da cortesia; mas, posso asseverar-vos, é manso como um cordeiro. Prossegui nesse caminho, menina e continuai servindo a Deus. Como! Já jantaram por aqui?

Engraçado...

A Helena recita tudo como se fosse a coisa mais fácil do mundo e eu aqui, mal entendendo uma palavra do que falava e muito menos entendendo a facilidade que ela tinha para fazer isso.

Mas não importa... Minha Jill brilha muito mais.

-- Não, não; mas isso tudo eu já sabia. E sobre o casamento, que disse ele?

-- Oh! Que dor de cabeça! Que cabeça, senhor, a minha! Como bate! Creio que estalar vai em vinte pedacinhos. E, do outro lado, as costas! Oh! As costas! Oh! Que esse coração seja punido por me ter feito procurar a morte, a galopar sem pausa.

Que mulher mais chata...

Eu, no lugar da Jil-digo, da Julieta, já tinha sacodido ela para falar logo. Mas minha bonequinha ainda no papel, volta a falar.

-- Sim, contrista-me saber que não estás bem. Mas, minha doce, doce ama, que te disse meu amor?

-- Vosso amor disse, como cavalheiro honesto e cortês, e bondoso, e belo, e – posso assegurá-lo – virtuoso... Onde está vossa mãe?

Me remexo na poltrona, já tenso com a enrolação da tal “Ama” insistindo em enrolar a Julieta, mas as duas continuam me fazendo sentir como se estivesse assistindo a um filme que havia sido ensaiado mil vezes para alcançar a perfeição.

-- Onde está minha mãe? Está lá dentro. Onde podia estar? Oh! Que resposta!

-- Oh, Santa Virgem! Por que tamanho ardor? Ide, vos digo; é essa, somente, vossa cataplasma para meus pobres ossos? De hoje em diante, de vossas comissões cuidas vós mesma.

-- Quantos rodeios! E Romeu, que disse?

-- Podeis ir confessar? Tendes licença?

-- Tenho.

-- Não percais tempo, então, e à cela correi de frei Lourenço, onde um marido achareis que vos vai deixar mulher. Ora vos sobe ao rosto o sangue lúbrico; a qualquer nova, torna-se escarlate. Correi a igreja, que à outra parte eu tenho de ir depressa, prover-me de uma escada, para que vosso amor consiga o ninho do pássaro alcançar, quando for noite. Besta de carga sou de vossa festa, mas a noite um bom peso vos apresta. Vou jantar, Ide à cela bem contrita.

-- Adeus, querida; é para minha dita.

E enfim, a Jill se afasta.

Vejo que a Helena sorri de canto para professora que sorri maravilhada e dá início a aplausos gloriosos para minha bonequinha. Eu acompanho o escarcéu de todos ali e assovio ainda mais, mas quando a Jill olha para mim ao descer do palco, vejo que fica ainda mais sem jeito do que antes, voltando a ser minha bonequinha lindamente meiga e tímida.

Perfeita, não é mesmo?

Não entendi praticamente nada, mas... Foi lindo.

Minha bonequinha no palco seria realmente encantador, mas não vai rolar.

-- Ótimo, ótimo!

A professora levanta e olha para todos nós.

-- Vou avaliar os testes em casa e amanhã, no teste de nosso Romeu, já darei o nome do casal que vai dar vida ao Romeu e Julieta! Obrigada por virem, meus amores, tenham uma boa noite e até amanhã.

O pessoal todo bate palmas e os acompanho, mas meu olhar fixa na Jill que conversa animada com o Carlos e com minha irmã. Ela parecia ter deixado o nervosismo de lado agora, mas continuava um pouquinho vermelha pelo momento.

Linda, não é?

O que eu faço, hein?

Respiro fundo voltando a deitar a cabeça na poltrona, tentando encontrar uma resposta para me ajudar a resolver meus problemas... Jill, Jill, Jill. O que eu faço para voltar ao que era antes? Isso parece mais difícil do que decorar um texto gigante em “grego”.

Mas não pode ser impossível, não é mesmo?

Pense, Chris... Pense.

* * * Jéssica * * *

Que hilário...

A estúpida da novata dando uma de Julieta... É patético.

Mas vou ignorar isso, porque agora meu foco é outro, afinal, isso tudo é como um grande dominó... Derrube uma peça e atinja TODAS. Sei que quando eu colocar meu plano em ação e acabar com a irmãzinha caçula do Chris, vou atingir a sem sal da novata também.

Quando bato na porta da casa, ouço passos.

-- Jéssica?

-- Olá, diretor, posso falar com a Ashley?

-- Já está tarde... Você está bem?

-- Ah, é só uma parte extra da matéria da prova de amanhã que eu queria passar para ela... Posso entrar?

Ele me avalia desconfiado, mas concorda.

-- Claro... Entre.

-- Obrigada!

-- Ela está lá em cima, fique a vontade.

-- Obrigada, diretor!

Sorrio gentilmente e subo as escadas animada pensando em meu plano A, mas sem me estressar se por um acaso a idiota e incompetente da Ashley não der conta, porque aí parto para o plano B e C já de cara.

E dane-se tudo.

Principalmente o “casalzinho”.

Quando chego até o quarto, abro a porta e a Ashley me olha curiosa sem saber que eu chegaria ali, mas apenas sorrio.

-- Jéssica? O que faz aqui?

-- Sei de um jeito para ter o Piers para você.

Ela arregala os olhos e levanta apressada da cama.

-- Como?

-- Prometi ajudar, não é mesmo...

-- Sim, mas... Como farei para ele ficar comigo?

-- Muito simples, vou te contar... E depois disso, ele não ficará com mais ninguém, tenha certeza disso.

Ela sorri maravilhada e eu sorrio perversamente, porque será assim mesmo... Depois do meu plano, a Clairezinha nunca mais vai querer olhar para o bom rapaz! É uma questão de tempo até eu encaixar meu plano.

E vai dar certo!

Vou acabar com esse romance!

E facilmente usarei a Ashley para me ajudar em tudo sem saber disso, ela apenas vai achar que tem a ver comigo querendo ajudá-la a ter o Piers e ponto final... Que inocência. Ela pensa que vai ser beneficiada, mas a mais presenteada serei eu quando essa relação chegar ao fim.

Eles que me aguardem.

Estão com os dias contados.


Notas Finais


Huuuuuum... O que dizer?
Será que a Jill tem chance como Julieta?
Ou talvez a Claire adote o roteiro?
E o Chris, será que vai tentar decorar as falar?
E o Carlos?
Esse teatro vai dar o que falar!!!
Mas como falar de "pressão" sem citar a briga dos irmãos Redfield's, hein!?
Como o Chris vai chegar na Jill agora?
Como a Claire vai proteger a amiga?
E será que logo o Chris descobre quem é o namorado secreto da ruivinha?
Huuuuuuuuuuuum, difícil dizer ^^
E a Jéssica sempreeeee planejando!
Qual plano será que ela tem na mente?
Será que dará certo?
Será que vai separar nosso casal?
AINDA TEM MUITO PARA ROLAR AQUI!!!
Espero que tenham gostado!
Até a próxima (em breve, prometo) *--*
Bjooon ;-)


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