Vera estava sentada sobre a mesa e comia uma salada de frutas enquanto relia as falas das cenas que gravaria naquele dia, quanto Renn sentou.
- Dormiu bem sozinha? - ele a indagou irônico.
- Você deve ter dormido bem melhor que eu, deve ser um alívio dormir longe de uma boneca inflável.
- Para Vera, eu não queria ter dito aquilo - ele tentou segurar a mão da morena mas ela a tirou da sua zona de alcance.
- Mas disse - ela levou outra colerada da salada aos lábios - me senti muito ofendida.
- Me descupa - ele murmurou.
- Claro... Peça desculpas e tudo se resolve... - ela ironizou.
- Não da pra ter uma conversa com você - ele soltou a xícara sobre a mesa - o que você quer que eu faça?
- Eu não quero que você faça nada Renn, nada, apenas me da as chaves do seu carro.
- Posso saber o por quê?
- Porque meu querido meu carro nesse horário ta na oficina, e meu marido perfeito nem perguntou como foi meu dia... Se tivesse conversado comigo saberia.
- Onde ele quebrou?
- No estacionamento do estúdio - ela levou um copo de suco aos lábios.
- Como você chegou em casa?
- Patrick me trouxe - ela engoliu seco ao dizer o nome do loiro.
- Ah sim - Renn disse indiferente e Vera suspirou fundo por ele não identificar nenhuma diferença no seu tom de voz. - não posso te emprestar meu carro quem vai levar e buscar as crianças na escola? E eu tenho que sair a tarde também...
- Não sei porque eu ainda te peço algo - ela olhou no relógio - não deixa as crianças sairem sem comer, eu deixei a lancheira deles pronta, obrigada por nada vou pegar um táxi.
- Agora é minha culpa que seu carro quebrou?
- Renn cala a boca e apenas faz o que eu falei porque eu tenho que trabalhar - ela disse apenas, levantando e pegando sua bolsa saiu pela porta deixando seu marido murmurando algo.
(...)
Farmiga evitava Patrick a todo custo pelo set, falando com ele apenas durante as cenas juntos.
Assim que pausaram para o almoço Vera se sentou num sofá afastada da mesa onde a produção e o restante do elenco comia numa tentativa não sucedida de se afastar de Patrick, pôs o homem se sentará no sofá a sua frente.
- Você vai ficar fugindo de mim? - o loiro a indagou encarando fixamente.
A mulher mantinha o olhar sobre sua refeição mas sentia os olhares de Patrick sobre sí.
- Eu não estou fugindo.
- A gente precisa conversar - ele disse ainda sem tirar os olhos da mulher.
- Aqui não é lugar, alguém pode desconfiar - ela olhou ao redor e fitou os olhos do homem que mesmo do da distância que estavam a balançaram.
- Vão desconfiar se você ficar fugindo de mim.
Ela voltou a encarar o prato enquanto o homem ainda a olhava de cima a baixo, seu figurino era um vestido até a altura dos joelhos mas cada movimento que a mulher fazia uma parte das suas coxas ficarem a mostra.
Vera começou a se incomodar com os olhares do homem, sentia que ele a comia com os olhos e aquilo era existante para a mulher mas o local nem a situação eram apropriados.
Assim que ela cruzou as pernas Patrick sabia que os olhares dele estavam mexendo com a mulher, continuou a encarando fixamente, olhando cada expressão que ela fazia enquanto tentava disfarçar a tensão sexual que se formava entre ambos.
- Para Patrick - ela sussurrou.
- Eu estou parado - ele ironizou rindo.
- Não tem graça, para de me olhar assim - ela colocou o prato sobre a mesa e limpou os lábios.
- Assim como?
- Como se eu tivesse nua - ela sussurrou a última palavra com receio de alguém ouvir.
- Talvez seja porque eu queira te ver assim, não acha?
Vera abriu os lábios para responder mas não encontrou palavras, cruzou mais forte suas pernas sentindo-se ainda mais excitada com aquela frase dita pelo homem.
- Não fala mais isso, eu sou casada.
- Eu sei disso, eu também sou - o ator murmurou e ela fechou o cenho, desviando o olhar do homem.
Patrick ainda a encarava, decorando cada traço de sua pele clara, seus fios castanhos, os olhos azuis penetrantes e o jeito que ela passava a língua no lábio inferior e mordicava.
- Que milagre é esse que vocês tão juntos e ninguém do outro lado do estúdio ta ouvindo as gargalhadas da Vera? - James se aproximou sentando numa pequena poutrona - Você tá bem Vera?
- Estou, tive uma noite mal dormida, só isso... - ela respondeu olhando para o diretor.
- Engraçado que o Patrick chegou me dizendo a mesma coisa, que não havia dormido, o que vocês andaram aprontando em vez de dormir?
- Nada - Patrick disse ainda sem tirar os olhos da mulher que tossiu assim que ouviu a pergunta do diretor.
- Essa insônia de vocês deve ser contagiosa, vou até me afastar - ele ajeitou os óculos sobre a face.
- Falta de tchau? - Patrick ironizou e James o olhou.
- Nossa, nunca mais digo que você é meu ator favorito - ele fingiu um choro fazendo Vera rir.
- Você me ama demais pra isso - o ator disse rindo também.
- Deixa de ser convencido - ele olhou para Vera - amanhã teremos folga, para vocês arrumarem tudo, vamos viajar pra Inglaterra depois de amanhã - ele disse juntando as mãos - já ta tudo pronto no hotel, vamos ficar todos juntinhos.
- Acho que essa viagem vai ser bem prazerosa - Patrick encarou Vera a fazendo cruzar as pernas novamente - nada como ar britânico pra nos revigorar.
- Gosto bastante da Inglaterra - a atriz ajeitou o vestido e levantou - vou ajeitar minha vida pode deixar James, agora me dão licença, preciso ir ao banheiro.
Ela pegou sua bolsa e andou o mais rápido possível até o banheiro, enquanto se afastava o loiro observou suas nádegas o balanço que seus quadris faziam quando ela andava.
James encarou Wilson e deu um tapa em seu braço.
- A Dagmara aqui agora - ele disse rindo.
- O que eu fiz? - o loiro indagou irônico.
- Eu vi você olhando, você não me engana meu amigo, cuidado.
- Você tá doido? olhei pra ninguém...
- To doido sim - o diretor o respondeu rindo novemente.
Já no banheiro Vera escovava os dentes enquanto olhava seu próprio reflexo, relembrando dos olhares do homem e suas frases de duplo de sentido, além de dito com todas as palavras que queria vê-la nua.
Havia tempos que não se sentia tão desejada mas aos olhos da morena aquilo teria que parar, era errado afinal ambos tinham casamentos e filhos, não podiam simplesmente jogar tudo aos ares.
- Se controla Vera - ela encarou o espelho - você tem que ser forte, é só mais uma viagem de trabalho - ela disse em voz alta.
- Assim espero - ela sussurrou mais baixo e jogando seus pertences dentro da bolsa.
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