História Uncover - VIII

O clima começava a esfriar na cidade de Nova York e Vera aquecia os braços com suas próprias mãos no ponto em frente ao estúdio, pedindo a todas as forças superiores que lhe mandasse um taxi vazio.

Fora em vão até o momento, a cada carro amarelo que ela fazia sinal já estava ocupado, ela bufou de raiva e cruzou os braços.

- Vera - a voz de Patrick Wilson era inconfundível para a morena que se virou assim que ouviu seu nome, sentiu seu coração bater mais forte assim que ele se aproximou. - que mania de fugir de mim você tá - ele suspirou fundo encarando os oceanos da mulher.

- Eu não estou fugindo, apenas quero ir pra casa - ela voltou a encarar a rua onde vários carros passavam rapidamente.

- Eu te levo, vem - ele tentou segurar a mão da mulher mas ela puxou para sí cruzando novamente os braços.

- Eu não vou a lugar nenhum com você Patrick, vai para sua casa, com a sua esposa... Que eu vou para a minha com meu marido.

O loiro suspirou fundo enquanto ela estava de costas para ele, pegando o braço da morena ele a fez se virar para sí.

A puxou para mais perto do seu corpo até eles colarem, ela abriu os lábios e sua respiração ficou acelerada por conta do susto.

- Diz olhando nos meus olhos o que você acabou de dizer - ele segurou o queixo da mulher com a mão direita enquanto a esquerda ainda segurava firme seu braço, trazendo seu corpo ainda mais pra próximo de sí, até não existir mais nenhum espaço entre ambos.

Vera encarou os olhos do loiro e em seguida seus lábios, sentiu sua respiração tão acelerada como a dela.

O barulho dos carros e as pessoas passando pela rua não tinha nenhum significado para o casal.

- Eu não vou me sentir culpado pelo que aconteceu - ele sussurrou próximo aos lábios dela - nem me arrependo de nada.

Vera sentia sua respiração falha com o homem a dominando, se imaginava muitas vezes fugindo com ele e se entregando ao mais carnal dos desejos.

Fitou fundo os olhos do homem e depois fechou os seus.

- Eu também não me arrependo - ele estava tão próximo de sí que ela ouvia as batidas do seu coração, igualmente acelaradas como o dela.

- Eu não estou sozinho nessa, sei que você sente o mesmo que eu - ele passou o nariz pelo dela e puxou seu queixo mais para cima com indicador deixando seus lábios numa perturbadora e pequena distância.

- Você me deixa louco Vera - ele sussurrou - louco.

Ela encarou novamente os olhos do homem, pode perceber suas pupilas dilatadas, a morena abriu os lábios tentando puxar o ar que Patrick estava roubando de seus pulmões.

- Patrick - ela sussurrou - alguém pode ver a gente.

- Então o problema não é o que estamos fazendo - ele apertou novamente de leve o braço dela - e sim que alguém veja.

Vera engoliu seco e fechou os olhos novamente, sentir seu corpo colado no seu ainda vestido era uma tortura, queria sentir a pele dele em contato com a sua.

- Patrick chega de joguinhos - ela sussurrou com os lábios colados nele - me solta eu preciso ir pra casa.

- Me deixa que eu te levo - ele sussurrou.

- Não sou forte o sufiente - ela olhou ele nos olhos e puxou seu braço pra sí - Boa noite Patrick - ela disse antes de se afastar e entrar no primeiro táxi que avistou e entrou, passando a mão pelo rosto e suspirando fundo, deixando o loiro sozinho com seus pensamentos.

(...)

Patrick aproveitava o dia de folga jogando basquete com seus filhos, o tempo que passava com Kalin e Kassian sempre o revigorava.

- Tempo - ele fez formou um T com as duas mãos enquanto os meninos brigavam pela bola - pai de vocês ta velho para isso - ele disse rindo e passando a mão pela testa que pingava de suor.

Entrou na cozinha e retirou a regata, enquanto abriu a geladeira e tomava um copo de água.

- Querido por que não aproveitamos hoje para sair - Dagmara chegou por detrás do homem beijando suas costas - podemos chamar a babá - ela passou as longas unhas pelo peitoral suado do homem - e nos divertir.

- Eu viajo amanhã Dag, tenho texto para decorar, não estou com cabeça.

- Eu desisto de você Patrick, qualquer homem com tempo que a gente ta sem ficar junto estaria carente, você é uma pedra de gelo.

Ele levou o copo de água aos lábios e suspirou fundo.

- Por que você não arruma outro marido então? - ele soltou o copo sobre a bancada - é livre.

- Eu tento ser romântica com você e você me trata igual um ogro desse jeito. - ela bufou e saiu da vista da loiro.

Do outro lado da cidade Vera também aproveitava a sua família, depois de jantar com Fynn e Gytta ela ajudava as crianças a pintar, agradecendo aos céus por Renn ter ficado até mais tarde num estúdio longe de casa.

Estava se sentindo leve enquanto apenas curtia a companhia de seus filhos.

- Terminei mãe - Fynn disse trazendo a enorme folha pintada com tinta.

- Ficou lindo meu príncipe - ela respondeu dando um beijo no menino - agora vamos tomar banho para dormir?

O menino balançou a cabeça positivamente e correu para o banheiro.

- Eu fiz uma borboleta - Gytta disse entregando a mãe.

- Ficou linda igual a você - ela passou a mão pelos fios da menina - vai lá tomar banho que eu já vou te da um beijo de boa noite - ela disse rindo enquanto a menina assim como o irmão correu de sua vista.

Vera começou a catar alguns pincéis e pensou em como seus filhos estavam crescidos, valia a pena suportar o Renn se fosse para vê-los felizes daquele jeito.

Suspirou fundo e passou no quarto de cada um deles para lhes desejar boa noite, foi até o seu e arrumava as malas para o dia seguinte.

Logo deitou na sua banheira, enquanto ensaboava seu braço lembrou dos toques de Patrick naquele local, o jeito que ele a puxou a sí e a olhou nos olhos como se ela fosse a única mulher no planeta.

Ouviu seu celular apitar e suspirou ao ver o nome do loiro.

- Não é possível que esse homem ler pensamento agora - falou consigo e desbloqueou a tela.

"Não vejo a hora de viajar para as terras britânicas com você "

Ela suspirou e respondeu:

"Comigo e com todo o elenco"

Logo após enviar ele a respondeu:

"Pra mim você é a única que importa"

Ela sorriu e logo viu outra mensagem.

"Onde você tá?"

"Na banheira" ela digitou na intensão de provocá-lo mas apagou em seguida.

"Estou indo dormir" ela enviou.

"Espero que tenha uma boa noite" ele mandou.

"Te desejo o mesmo" ela mandou a última mensagem e desligou o aparelho, o colocou longe de sí.

- Ai Patrick Wilson, não sei se tenho mais raiva de você por falar essas coisas ou de mim por essas coisas me abalarem - ela mergulhou a cabeça na banheira e deixou que a água levasse embora cada um dos pesamentos dela sobre o homem.