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História Undercover - Freedom


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Oi, genteeee! Boa leitura e espero que gostem! ❤️

Capítulo 2 - Freedom


• Jasmine Maddox 

Sentia minhas mãos suando e minha perna esquerda não parava de tremer em sinal de nervosismo. Valerie sempre dizia que eu tinha um tique terrível com essa minha perna, mas o que eu podia fazer? Veria meu pai pela primeira vez desde que ele me deixou nesse lugar, deveria ao menos chamá-lo de pai? Deveria abraçá-lo? Deveria dizer que senti falta dele? Decidi que esperaria ele reagir primeiro. Duvido que ele ao menos abra um sorriso em minha direção, como esperaria que ele me recebesse de braços abertos? Não sou mais aquela criança tola que achava que tudo que o papai fazia tinha alguma razão e sempre ficava ao lado dele. Agora que sei que sempre fui jogada para escanteio, esperava que ele tivesse sentido minha falta... pelo menos um pouco. 

- Nós estamos com você, Jazzy. Não sairemos do seu lado, eu prometo. - a mãe da Valerie disse enquanto beijava minha cabeça e eu sorri pra ela. 

- Obrigada tia, você é a melhor pessoa que já conheci na minha vida. - a abracei de lado.

A mãe da Valerie, Jamie, é mesmo o ser humano mais incrível que conheci em meus dezessete anos. Seu namorado a deixou quando descobriu que Valerie estava a caminho e ela precisou se virar completamente sozinha com um bebê em seu ventre. Seus pais a expulsaram de casa e o fato dela ter tido Valerie com apenas dezesseis anos não mudou a sua forma de ver o mundo e muito menos a sua perspectiva. Já conheci várias pessoas que se tornaram amargas por terem sido abandonadas, mas ela era uma mulher tão maravilhosa, sempre fazia de tudo por mim e por sua filha... ela era a minha segunda mãe. Sempre será. 

- Jasmine. - ouvi uma voz grave atrás de mim e parecia que minhas pernas tinham virado gelatinas. 

- Pai. - soltei em um suspiro. 

Percebi que ele também não sabia como reagir. Olhou para Valerie, olhou para Jamie e seus olhos pararam em mim novamente. 

- Você cresceu muito. 

- É, quatro anos são bem significativos na vida de uma adolescente. - ironizei ao perceber que ele não queria e não ia me dar um abraço. 

- Quem são essas mulheres ao seu lado? - ele me perguntou.

- Jamie e Valerie. - apontei para cada uma. - Elas irão para Atlanta conosco. - meu pai franziu o cenho. 

- Não pra morar com vocês. Apenas no mesmo voo. - Jamie esclareceu, como se fosse óbvio. 

- Ah, sim. 

- Você não vai abraçar a sua própria filha? - Jamie perguntou. Ou melhor, alfinetou.

- Não sei bem como fazer isso. Nem ao menos sei quem é você ou quem você se tornou.

- Continuo sendo aquela garota levada e irresponsável. Lamento que essa prisão não tenha me feito mudar. - brinquei e fiquei na pontinha dos pés para abraçar o meu pai. Ele retribuiu de um jeito meio desajeito e logo me afastou de si. 

- Podemos ir? - ele disse e eu assenti. 

Valerie e Jamie sempre se viraram por conta própria, até que a falta de dinheiro começou a afetar o aprendizado da Valerie. Jamie precisou recorrer aos pais e eles disseram que só a ajudariam se ela estudasse nesse mesmo internato que a avó já estudou quando era jovem. Valerie quase fugiu de casa quando descobriu, porém ela era bem racional quando se tratava da Jamie. Elas combinaram de Valerie passar dois anos no internato para Jamie conseguir um emprego fixo e que os gastos girassem apenas em torno dela, não de duas pessoas - foi isso que a Valerie sugeriu -. Os dois anos se passaram e a Jamie estava trabalhando em uma empresa transnacional e pediu transferência para Atlanta pra poder ficar perto de mim. Elas eram mesmo a minha família, nem sei como teria conseguido passar os meus piores dias sem elas. 

Pousamos em Atlanta as dez e meia da manhã. Estava com uma sensação estranha no peito... seria liberdade? Seria saber que eu poderia sair correndo no meio dessas pessoas desconhecidas e ninguém gritaria pra eu voltar ou um policial viria me parar? Parecia que eu estava respirando direito pela primeira vez e eu precisava mesmo que essa volta traga boas coisas para a minha vida. Não aguentaria mais ter aquela vidinha sem graça, queria ter tudo. Queria a minha liberdade e ninguém poderia me tirar isso. 

- Precisamos arrumar as coisas lá em casa, Jazzy. - Jamie disse. - Amanhã você poderia vir nos ajudar. Tudo bem?

- Sim! - abri um sorriso e abracei as duas ao mesmo tempo. - Obrigada mesmo por virem pra cá comigo. Sei que as coisas não serão perfeitas e vocês sempre serão meu refúgio. 

- Te amamos, Jazzy. - Valerie beijou minha têmpora e eu sorri novamente. 

As duas entraram em um táxi e meu pai e eu em outro. O silêncio estava me incomodando horrores, nem sabia o que deveria dizer. Esse homem ao meu lado era um completo desconhecido... a minha irmã era uma completa desconhecida. 

- A Alexia está em casa? - perguntei. 

- Sim. 

- E o Max? 

- O Max está viajando com a irmã da sua mãe. - respondeu, seco. - Então eu ia te dizer algo, mas estava esperando aquelas duas desencostarem de você. 

Me ofendi tanto que quis lhe dar um soco. 

- O que você quer me dizer?

- Alexia e eu iremos para Miami hoje. Você vai ficar sozinha e a vontade para arrumar seu quarto e tudo mais. - disse. Eu tinha acabado de chegar e eles já queriam se livrar de mim? Ok. 

- Vocês vão para Miami... - murmurei. - E quando voltam? 

- Domingo. Max também. 

- Ficarei sozinha por três dias? 

- Você não se importa, não é?

- Claro que não. - menti. 

Minha casa continuava do mesmo jeito que eu me lembrava. Enorme, branca, jardim florido e vários carros do meu pai na garagem. Me irritava um pouco saber que ele desfrutava de todo dinheiro que pertencia a minha mãe, mas querendo ou não, o trabalho dele também rendia dinheiro agora - claro que também graças a minha mãe. 

- Pai? Já chegou? - ouvi uma voz conhecida e logo minha irmã desceu as escadas com um shorts curto e uma blusa apertada. - Ah, você chegou! 

Seu semblante de surpresa me fez perceber o quanto eu estava diferente. Ela também. O cabelo castanho estava curto, os olhos ainda mais verdes e o corpo tão magro quanto o da tia Rosie, irmã do papai. Nunca entendi como Alexia e eu conseguimos ser tão diferentes fisicamente. 

- Você cresceu mesmo, hein pirralha. - ela disse bagunçando meu cabelo como se fossemos amigas de longa data. De longa data sim, amigas não. 

- Sim. - dei de ombros. - Quatro anos transformam qualquer pessoa. 

- Bom, podemos ir, pai? - Alexia disse. 

- O Warner não virá com a gente mesmo? 

- Não. - ela revirou os olhos. - Nós brigamos. Estamos tentando ter um relacionamento, mas ele gosta muito da vida de solteiro. Só se importa com rótulos... eu também, mas ele é pior. 

- Insista nele, filha. 

Aposto que ele é rico, pensei. 

- Quem é Warner? - perguntei e os olhos do meu pai e da minha irmã pararam em mim.

- Bom, isso não é do seu interesse, maninha. Nós estamos atrasados, pai! - Alexia disse. 

- O que vocês vão fazer em Miami? - perguntei como quem não quer nada, mas eu estava morrendo de curiosidade. 

- A Alexia está se dedicando a carreira de modelo. - meu pai explicou.

Ela tinha jeito mesmo. Magrela, um e setenta e cinco de altura, rebola tanto a bunda quando anda que nem sei como é possível. 

- Legal. Boa sorte. - falei e ela sorriu de um jeito que me fez questionar se era verdadeiro ou sínico. Acho que a segunda opção. 

- Tem várias coisas maneiras pra você decorar seu quarto lá no porão. - Alexia disse. - Perdi a conta de quantas vezes decorei meu quarto, pode pegar o quiser. 

- Obrigada. 

O meu pai e a Alexia colocaram as malas no táxi, então acenaram pra mim lá de dentro. Fiz o mesmo, mesmo querendo saber o que eles iriam dizer no momento em que se afastassem. Eu era mesmo uma intrusa ali. 

Respirei fundo e voltei para dentro de casa sem saber direito para onde ir. Ouvi um barulho vindo da cozinha e vi uma mulher de cabelos grisalhos mexendo no fogão. 

- Oi. - falei um pouco receosa. - Você é a cozinheira da família?

- Oi, Jasmine. - franzi o cenho. Como ela sabia meu nome? - Sim. 

- Como você sabe meu nome? - perguntei. - Meu pai... ele falava de mim?

- Não muito. Sei seu nome por causa do álbum de fotos da sua mãe. - disse. - Você não se lembra de mim, mas eu já trabalhei aqui enquanto sua mãe estava viva. Depois fui embora, mas voltei há dois anos. 

- Entendi... 

- Se você quiser comer qualquer coisa é só me avisar. 

- Obrigada. - falei. - Só me diz uma coisa: o quarto da Alexia e do meu pai são no segundo ou no terceiro andar?

- Segundo andar, querida. O seu é ao lado do da Alexia. 

- Tudo bem. Obrigada mesmo. Qual o seu nome? 

- Carly. - disse. - Você gosta de massa?

- Sim. 

- Vou fazer pra você e, infelizmente, vou precisar ir embora. Você sabe cozinhar? - antes que eu assentisse, ela voltou a falar: - Ah, claro que não! Você morava na escola!

- Na verdade, eu tive aula de culinária. - falei. - Sei cozinhar. Sei me virar sozinha... sempre soube. 

- Lamento muito por sua perda, Jasmine. Sei que já faz tempo, mas sei que no seu coração não. 

- Obrigada, Carly. Você acha que meu pai e a Alexia sentem falta dela?

- Sinceramente? Não. Talvez a Alexia sinta, mas lembra o quanto ela a desprezava? 

- Sim... - suspirei. - Eu vou no porão pegar algumas coisas, vejo você outro dia. 

- Boa sorte nessa casa novamente, menina. 

- Vou precisar mesmo.

(...)

Encontrei vários itens de decoração no porão, mas nada que fizesse meu estilo. Me dei conta de que a Alexia tinha mesmo virada uma patricinha e não queria pegar as coisas dela para enfeitar meu novo cantinho. Encontrei uma caixa com algumas coisas da minha mãe e me senti no direito de levar para o meu quarto. Ninguém sentia mais falta dela do que eu, isso era um fato. 

- Ah, mamãe... espero que aqui seja melhor do que aquele internato. - falei sozinha. 

Entrei no meu quarto e fiquei feliz pelo tamanho. Dividi um quarto minúsculo com uma garota maluca por tantos anos... ter meu próprio lugar seria uma das melhores coisas de ter voltado. Coloquei algumas coisas da mamãe pelo quarto, desfiz minhas malas e guardei todas as minhas roupas. Eu não tinha tantas roupas por motivos óbvios: nunca saia do internato e eu só precisava do meu uniforme lá. As roupas que eu tinha era o que Jamie me trouxe ou que Valerie e eu compramos nas nossas escapadas. 

Meu celular vibrou no bolso e eu me lembrei do Owen. 

"Owen: Está aí?" 

Abri um sorriso involuntário. 

"Skye: Sim... está tudo bem?" 

"Owen: Não muito. Mais problemas aqui em casa... acho que vou dar um jeito da minha mãe ir embora."

"Skye: Como assim?! Seu pai vai ficar maluco! Ele vai atrás dela até no inferno e se descobrir que você está envolvido... vai piorar."

"Owen: Eu sei, mas, porra, como vou deixar minha mãe desse jeito?"

"Skye: Ela tem medo dele, não tem?"

"Owen: Ele é um filho da puta da pior espécie. Ainda acho que tem alguma coisa ali que eu não sei."

"Owen: Mas eu não quero falar disso. Sua volta foi adiada mesmo?"

Merda. Por que eu dizia a ele que estava aqui?! Por que eu não conseguia?! 

"Skye: Sim... mas não tem problema. Espero que isso mude."

"Owen: Eu também espero."

(...)

Ainda era verão, mas chovia muito forte lá fora com direito a trovões e raios que iluminavam toda a casa por míseros segundos. A questão era que eu morria de medo de trovão, sempre foi assim, e quando eu estava quase pregando os olhos... um estrondo me assustava. 

Resolvi ir tomar uma água, mas enquanto estava saindo do quarto, ouvi um barulho vindo da janela. Quase cai pra trás quando vi a cabeça de uma pessoa. O que diabos estava acontecendo?! Peguei o abajur para me defender - caso esse ladrão maluco de sair na chuva tentasse me atacar - e meus nervos se acalmaram quando vi que era um garoto comum parado ali. 

- Quem é você?! - perguntei sem abrir o vidro. 

- Abre aqui, pelo amor de Deus. O galho da árvore está quebrando! - disse desesperado. 

Abri a janela de vidro, mas ainda segurando firme no abajur. 

- Se você for algum peguete da minha irmã lamento dizer que você errou o quarto. - falei. 

- Quem é você? - ele perguntou segurando no batente da janela e simplesmente entrou no meu quarto, formando uma poça de água embaixo de si. 

- O que você pensa que está fazendo?! - perguntei, indignada. - Eu vou chamar a polícia! 

- O que você pretende fazer com isso? - ele abriu um sorriso travesso e segurou o abajur da minha mão, mas apertei com mais força. 

- Eu vou te atacar!

- Se você fosse me atacar, seria uma péssima ideia avisar. - disse dando um passo pra frente e eu realmente ia acerta-lo na cabeça, mas ele era tão alto e tão grande que foi completamente inútil. - Quem é você? 

- Como assim quem sou eu?! Você está invadindo o meu quarto todo ensopado e ainda tem coragem de perguntar quem sou eu? 

- Conheço a sua voz de algum lugar. 

- Não, você não conhece. Sou irmã da Alexia, fiquei anos longe daqui. - ele se engasgou e eu até acharia engraçado se não estivesse irritada.

- Uma irmã?! A Alexia tem uma irmã? Por que eu nunca fiquei sabendo disso? Por onde você esteve esse tempo todo?! Ela nunca mencionou que tinha uma irmã. 

- Isso não é da sua conta, seu gigante enxerido! - cruzei os braços na altura dos seios e vi seu olhar descer até lá. - Sai da minha cara. Agora! A Alexia está viajando, é uma pena que vocês não sejam tão próximos a ponto de te contar isso.

- Gigante enxerido? - ele abriu um sorriso zombeteiro e eu revirei os olhos. - Olha, menina, a questão é que eu preciso ficar aqui. 

- Como assim precisa ficar aqui?! Lamento que você esteja sem teto, mas aqui você não fica. - falei. - O que você é da Alexia?

- Sou... hã... - ele tossiu. - Namorado dela. É um caso complicado. 

- Poxa, deve ser uma história emocionante. Agora cai fora da minha casa que eu ainda vou precisar limpar essa droga de poça de água que você criou!

- Por favor, eu preciso ficar aqui essa noite. Você não me conhece, não sabe nada sobre mim, mas às vezes as coisas pesam muito na minha casa. Preciso dormir aqui. - quase achei fofo sua súplica. Quase.

- Qual o seu nome?

- Travis Warner, a seu dispor. - ele sorriu galanteador e eu revirei os olhos, recusando-me a apertar sua mão estendida pra mim. Então, esse era o tal de Warner...

- Como sei que você não vai roubar tudo da minha casa? 

Ele riu meio incrédulo e debochado, então tirou o celular da mochila. Minha nossa! Ainda bem que não molhou o celular. 

- Pronto. Isso é uma prova pra você? - me mostrou uma foto onde estava ele, Alexia e mais algumas pessoas que nunca vi na minha vida. 

- Você vai ficar, mas vai limpar essa bagunça que você fez. - falei dando as costas pra ele. - Como é namorado da Alexia deve conhecer a casa bem melhor que eu, então se vire. 

- Por que Alexia nunca falou de você? Ou melhor, onde você estava durante todos esses cinco anos que a conheço?

- Já falei e vou repetir: isso não é da sua conta. Só limpe isso aí e quando terminar, me chame lá na sala. Você vai pro quarto da Alexia e eu, finalmente, vou poder dormir. 

- Como quiser, princesa solitária. 

- Não me chama assim. Você não me conhece, não sabe nada sobre mim!

- Princesa solitária e na defensiva também, né? Admito que estou curioso pra saber porque seu pai e sua irmã te esconderam, mas não vou te importunar. 

- Você estará me fazendo um enorme favor, Sr. Enxerido. Cuida sua vida. 

- Só consigo pensar em mais adjetivos para acrescentar ao princesa. - ele sorriu prendendo o lábio inferior com os dentes, o que me fez revirar os olhos. O que ele pensava que estava fazendo?! 

- Tchau, Warner.

Me retirei do quarto o mais rápido o possível e senti que pude respirar normalmente. Tudo bem, eu não tinha direito nenhum de opinar sobre meu cunhado, mas puta merda, parecia que eu tinha esquecido como se respirava mesmo que seja totalmente automático. Um metro e noventa, ombros largos, abdômen definido marcado pela camiseta abaixo do fino casaco de zíper, cabelo escuro coberto por um boné virado com a aba pra trás e tentei distinguir a cor de seus olhos, mas não consegui. Azul? Verde? Preto? A escuridão causada pela falta de energia não ajudava em muita coisa. 

- Pronto, princesa solitária. O que tenho que fazer agora? - o tal de Travis disse enquanto descia as escadas quase atropelando-se nos próprios pés de tão rápido e parou em minha frente. 

- Você vai dormir no quarto da Alexia? - perguntei levantando e arrumei meu pijama (nada atraente) no corpo. 

- Não sei. Eu dormia no "seu" quarto quando vinha dormir aqui. 

- Você dormia no meu quarto?! Ou melhor, você dormia aqui?! Como o meu pai deixa que um namorado de sua filha favorita durma aqui? 

- Seu pai gosta muito de mim. - o encarei surpresa. - Sim, também fico surpreso quando me lembro disso. 

- Isso é um milagre. Ele não gosta de ninguém além da Alexia. - falei enquanto passava por ele para subir as escadas. 

- Como assim? Ele gosta de você também. 

- Você nem me conhece, e muito menos o meu pai. Por que acha que ele me mandou pra longe?

Ele me encarou com um pouco de pena por um momento e isso me irritou subitamente. 

- Durma no quarto da Alexia e vá embora antes que eu acorde. 

- Como você quiser, princesa solitária. 

- Não me chama assim, que droga! - rosnei irritada e entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim. 

Fechei a porta do meu quarto e rezei para que esses trovões passassem o mais rápido o possível, eu precisava dormir. 

E quando estava quase pregando no sono, ouvi três batidas na porta. 

- Você não ouviu o que eu disse? - falei no momento em que a abri. 

- Ouvi, Minnie, mas eu não consigo dormir e ficar em silêncio é uma droga. 

- E o que você quer que eu faça? 

- Posso entrar?

- Qual é a sua? Vai dormir! 

- Você gritou duas vezes com o trovão, consegui ouvir. Você não quer companhia?

- Não. - ia fechar a porta, mas ele colocou o braço. 

- Por que está me tratando mal se nem me conhece?

- Ah, eu conheço você. Só de saber que anda com a minha irmã já me diz muito sobre você. - falei. - Playboy, mauricinho, superficial... aposto que é o Quarterback do time de futebol americano, não?

Ele pigarreou e isso foi uma confirmação.

- Como eu imaginava... - revirei os olhos. - Não suporto pessoas iguais a minha irmã. O mundo não gira em torno do seu próprio umbigo, Warner. 

- Eu não sou igual a sua irmã. Quer dizer... não sou superficial, nem mimado. 

- Duvido muito. - falei. - Agora vá dormir e vá embora antes das nove da manhã. 

- Como você quiser, Minnie. 

- Não me chama de Minnie só por causa do meu pijama! - murmurei, irritada e ouvi sua risada. 

- Boa noite, Minnie. E a propósito: esse pijama te deixou muito sexy. 

Revirei os olhos incrédula e fechei a porta me sentindo ridícula por um garoto consideravelmente bonito (ok, talvez maravilhoso) ter me visto com meu pijama da Minnie. Será que ele era mesmo igual a Alexia? Ah, Deus, se ele for... é um desperdício e tanto. Como é possível caber tanto ego em um relacionamento? Dava pra perceber o quanto ele se achava só pelo sorrisinho debochado nos lábios. Tão previsível.

(...)

Por sorte consegui dormir na noite passada. Tinha me acostumado tanto com a rotina do internato, que a primeira coisa que fiz quando acordei foi tomar um banho. Me dei conta de que esqueci meu celular no andar de baixo e fui buscar apenas com uma toalha enrolada no corpo. Peguei uma maçã na fruteira e sentei na bancada enquanto revirara uma revista. 

- Bom dia, Bela Adormecida. - me assustei com uma voz e quase cai da bancada. 

- O que eu disse ontem?! - perguntei correndo pra me esconder atrás de algum lugar.

Travis estava apenas com uma bermuda e meus olhos percorreram pelo seu corpo desprovido de panos. 

- Vai embora! - falei caindo na real e subi as escadas correndo e morrendo de vergonha pela toalha.

Cobiçar o namorado da minha irmã era a última coisa que eu queria fazer. Já tenho problemas demais com ela e Travis Warner não pode ser mais um deles. Não mesmo. 


Notas Finais


Não se esqueçam de comentar pra eu saber o que vocês estão achando!!! Bjs 😘😘


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