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História Undercover - First day


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Alô alô pessoal!!! ❤️

Capítulo 3 - First day


- Então, começaremos o colégio amanhã. Ok. Uau. - Valerie estava tão nervosa quanto eu. - Eu não sei o que vestir. O que nós devemos vestir?

- Eu não faço ideia! Usamos uniforme durante esse tempo todo! - falei. - Puta que pariu, Valerie, será que as pessoas pegam pesado com os novatos? Eu nem lembro como era antes do internato. 

- Eu também não lembro! Fiquei um tempo sem estudar, lembra? 

- Que droga! - murmurei enquanto dobrava as roupas que baguncei e guardei novamente. - Ah, eu nem ligo! Não quero impressionar ninguém. Se eu for de pijama, está tudo bem. 

- Pijama da Minnie? Com certeza esse. - uma voz grave fez a Valerie e eu olharmos para a porta. 

- Sai daqui! - joguei uma almofada no Travis e ele riu enquanto ia para o quarto da Alexia. 

- Qual é a desse cara? - Valerie perguntou. 

- Não sei, mas ele tipo mora aqui! A Alexia chegou hoje cedo e ele não saiu daqui desde que ela chegou.

- Ele é absurdamente lindo, mas só pelo jeito que fala da pra perceber que é o tipo de pessoa que você não gosta. 

- Ele é superficial, mesquinho e só se importa com status. Nem ao menos deve saber quem ele é de tanto que finge ser quem querem que ele seja. 

- Bom, dizendo assim... ele combina com sua irmã então. 

- Sei lá. Como cabe tanto ego em um relacionamento? 

- Não cabe. É por isso que não vai durar nem duas semanas. 

- Ele se acha tanto, Valerie. Você não faz ideia do quanto. E olha que só conversei com ele por dez minutos na quinta e dez minutos hoje. 

- Dez minutos?

- Talvez mais, mas eu não aguentei muito tempo. Ele só sabia falar sobre seu time, sobre como as garotas caem aos pés dele e o pior: ele não gosta da Alexia. 

- Como assim não gosta da Alexia?

- Ele não gosta dela, ué! Nem sei porque estão juntos! Ele praticamente admitiu isso pra um amigo dele. 

- E você ficou ouvindo a conversa, Jasmine?

- Eu não sou surda. - dei de ombros. 

- Claro que não. - ela riu. - Bom, preciso ir. A escola é perto da minha casa, a gente se encontra lá. Tudo bem?

- Sim. Até amanhã. - ela beijou minha cabeça e saiu do meu quarto. 

Resolvi tomar um banho e fiquei fantasiando mil e uma coisas que poderiam acontecer amanhã. Eu poderia considerar primeiro dia de aula em uma escola "de verdade" porque nem lembrava como era antes do colégio interno. Não lembrava como as pessoas agiam, não lembrava se eles me olhariam estranho, não lembrava de nada que aconteceu antes da morte da minha mãe. Só me lembrava dos momentos com ela e nada mais. 

- Por Deus, garoto, como você está em todo lugar?! O quarto da Alexia está livre pra vocês, fique com ela! - gritei quando Travis me assustou. Ele estava rindo tanto que precisou apoiar as mãos no joelho.

- Você está assustada demais, Minnie. 

- Para de me chamar de Minnie!

- Você não quer me dizer seu nome. E quando perguntei pra Alexia, ela ficou paranóica. 

- Você sabe o nome da irmã e isso basta. 

- Por que eles te esconderam? - ele perguntou mais sério dessa vez. - Por que nunca ouvi falar sobre você? 

- Você sabe porque. Não me faça perguntas óbvias!

- É que eu estou meio indignado. Eu nunca esconderia minha irmã mais nova. 

- Você tem uma irmã?

- Sim. Ela tem quinze anos. 

- Legal. 

- Viu? Eu não escondo minha irmã. 

- Pergunta pra Alexia porque ela me escondeu e não pra mim. 

- Onde você esteve esse tempo todo?

- Não é da sua conta, Warner, pelo amor de Deus! 

- Não vou te deixar em paz até que você responda todas as minhas perguntas.

Bufei de irritação e o encarei séria. 

- Uma pergunta e eu vou dormir. 

- Uma pergunta por dia?

- Não. Uma pergunta na vida. 

- Qual o seu nome?

- Jasmine. Satisfeito? 

- Jasmine... - não gostei do jeito que sua voz brincou com meu nome. - Combina com Minnie. Coincidência, não? 

- Vai dormir, Warner. 

Passei por ele e fechei a porta do meu quarto. Precisava dormir.

(...)

Avistei Valerie me esperando perto da sala do diretor e fui andando em passos largos até minha melhor amiga. Ela parecia mesmo tão nervosa quanto eu. E eu que sempre fui tão segura, estava com medo de um primeiro dia - ridículo - de aula. Nós escolhemos as matérias na sorte e uma das coordenadoras nos mostrou onde estava nossos armários, um ao lado do outro.

- Tomara que tenha vários novatos. - comentei com a Valerie e ela assentiu. 

- Melhor do que todos os grupos já estarem formados e nós duas intrusas.

O sinal bateu e saíram adolescentes malucos com hormônios à flor da pele de todos os lados possíveis. Ok, o internato era totalmente organizado e completamente diferente desse lugar. Lá na França nós precisávamos fazer fila para entrar nas salas, no refeitório e nos dormitórios, enquanto aqui era tanta gente se esbarrando que eu me perdi da Valerie três vezes. 

- Boa sorte na sua aula de física, Einstein. - acenei para Valerie e ela piscou pra mim, então cada uma entrou na sua sala. 

A única carteira vazia era a última da terceira fileira e vi um rosto conhecido lá no fundo. Travis. Tentei encontrar outra carteira vazia bem longe dele, mas...

- Pode sentar do meu lado, Minnie. Eu não mordo. - disse em um tom de divertimento e eu o encarei. 

- Ótimo. 

- Caralho, Warner, outra?! - ouvi uma voz e olhei para o garoto ao lado do Travis.

- Outra o caralho! Sou a cunhada dele! - retruquei irritada e sentei ao lado do Travis logo de uma vez. 

- Ah, então essa é a estressadinha gostosa que você citou ontem? - o garoto disse e Travis deu um tapa na cabeça dele. 

- Você anda falando coisas ao meu respeito para seus seguidores, Warner?

- Que porra? Seguidores? Não sou seguidor dele não, sou o melhor amigo. - o garoto disse, claramente ofendido. - Garotinha impertinente. Gostei de você. - ele apontou pra mim com um sorriso. 

- Obrigada. 

- Qual o seu nome? 

- Jasmine. - respondi e Travis me encarou indignado. 

- Por que disse seu nome pra ele na primeira vez que ele perguntou?!

- Porque você é um idiota. E ele não parece ser. 

- Obrigado, Jasmine. Sou Nolan, a propósito.

- Prazer, Nolan. - sorri.

Travis nos encarava incrédulo.

- Por que você está sorrindo pra ele?! Você nunca sorriu pra mim. Nunca. - fiquei séria ao encarar Travis e Nolan caiu na gargalhada. 

- Estou achando que é pessoal, hein Warner. - Nolan alfinetou. 

- E é mesmo. 

- Por que? 

- Tenho péssimas lembranças de pessoas como você. - respondi. 

Aaron Turner. Meu maior sonho e meu maior pesadelo. Quarterback do time de futebol do internato, superficial, galinha, galanteador, sorriso charmoso, conseguia quem queria e quem se apaixonasse pra ele acabaria ferrada. Fui uma dessas ferradas e tenho vontade de matar qualquer um que tem valores iguais ao dele. Além de Travis parecer com ele com sua personalidade, também parecia com ele fisicamente. 

- A diferença, Minnie, é que eu não sou como nenhum cara que você já conheceu. - ele sorriu galanteador. 

- Tem razão. - sorri sínica e espalmei a mão esquerda em seu rosto. - Você é pior. - o empurrei pra longe de mim e Nolan permaneceu rindo.

- Toma cuidado, Jasmine. Travis fica obcecado quando recebe um não. - disse. - Ou melhor, ele nunca recebeu um não. 

- Uma pena. Ele tem namorada e essa namorada é minha irmã. 

- É um caso complicado. - Nolan disse. - Foi meio que pressão minha que eles estão nessa. 

- Sério?

- Sim. - disse. - Acho que Alexia gosta dele e falei pro Travis tentar, mas ele já quer cair fora. 

- Bem previsível. Minha irmã é insuportável. 

- Pensei que eu era o único que achava isso! 

- Definitivamente não. 

- Ela andava com a gente antes, mas teve algumas confusões e agora... bom, agora ninguém suporta olhar na cara dela. 

- Além do Travis. - completei. - Credo. Ela me dá preguiça. 

- Gostei mesmo de você, garota. - ele levantou a mão e eu ri enquanto fazíamos um hi-5. 

Travis estava com os braços cruzados - em uma posição extremamente sexy, mas isso não vem ao caso - e com um semblante de irritação bem engraçadinho. 

- Bem-vindos de volta, pessoal! - o professor de história entrou na sala. - O diretor pediu para eu apresentar os alunos novos, então quando eu dizer seu nome você diz de onde veio. - ele olhou para o papel. - Abigail Walters. 

A tal de Abigail levantou. 

- Vim da Flórida. Orlando. - ela disse totalmente tímida e sentou novamente. Todos bateram palmas, achei engraçado. 

- Jasmine Maddox. - o professor chamou e eu me coloquei de pé. 

- Oi. Então, eu vim da França. Paris. 

Começou vários burburinhos e me irritei. O que tinha demais?

- Como você não tem sotaque? - ouvi alguém perguntar. 

- Eu não sou francesa. Nasci aqui, fui para lá aos treze anos. E agora voltei. - sentei novamente e agradeci quando o professor prosseguiu. 

- June Lancaster. 

- Califórnia. - ela respondeu simples e sentou novamente. 

Tinha mais um garoto novo, mas nem prestei muita atenção no que ele dizia. Por que os olhos de Travis estavam cravados em mim? Mal conseguia me concentrar. 

- Bom, sejam bem-vindos. Espero que os nossos alunos recebem vocês bem! - o professor disse, então sua aula - finalmente - começou.

A segunda aula era de biologia e eu estava alerta e rezando para que Travis não fizesse essa aula comigo também. Bom, nenhum rosto conhecido a princípio e espero que permaneça assim. Ali os grupos de amigos estavam mesmo formados, eu era a única sozinha e me senti deslocada. Me aproximei do fundo da sala, mas trombei com um garoto que se virava na hora e meu celular foi parar no chão. Junto comigo. 

- Puta merda, você tá bem? - ele disse se agachando e me segurando pelos ombros.

- É o que? Essa é a hora clichê que a menina nova esbarra em um gato e eles se apaixonam intensa e perdidamente? - murmurei enquanto levantava e as sobrancelhas do menino franziram. 

- O que você disse?

- Nada! - levantei e sorri nervosa. - Está tudo bem. Sério. A tela do meu celular não trincou nem nada, então está tudo bem. 

- Mesmo?

- Sim. 

O encarei direito pela primeira vez e me perdi ao encarar suas íris cor de mel. Eu sempre teria uma quedinha ridícula por garotos com olhos cor de mel, era mais do que eu podia aguentar. Percebi que estava encarando demais e tentei disfarçar, mas foi uma tentativa falha. Afinal, ele também estava me encarando.

- Você é nova aqui? - ele perguntou. 

- Sim. 

- Veio de onde?

- França. 

- Uma francesa? - um sorriso brincou com seus lábios. 

- Não sou francesa. Nasci aqui, mas morei lá por alguns anos. - respondi e ele assentiu, mas sem o sorriso sair de seus lábios.

O professor de biologia entrou na sala e disse que precisava resolver alguns assuntos pendentes, então saiu novamente. Ok, então. O garoto sem nome sentou na carteira em minha frente enquanto me encarava e eu franzi o cenho. 

- Por que está me olhando desse jeito?

- Estou tentando adivinhar o que te fez passar anos na França.

- Uma pena você não ser adivinho. Essa pergunta tem me irritado muito. 

- Sua família...

- Cara, sou irmã da Alexia Maddox. - o interrompi. - Isso diz muito sobre mim, não? - seu semblante de surpresa misturado com susto me fez rir. 

- Sim. Diz muito sobre você. - ele assentiu ainda com uma expressão meio suspeita. 

- Coisas boas ou ruins? 

- Espero mesmo que você seja diferente dela. 

- Ah, eu sou. Completamente diferente. 

- Não só fisicamente?

- Não só fisicamente. - garanti.

- Fico aliviado. - ele sorriu pra mim e lutei pra não corar. - Qual seu nome, Maddox?

- Jasmine. - respondi. - E o seu?

- Noah Spencer. - ele estendeu a mão e eu ia aperta-la, mas ele - super conquistador barato - beijou o dorso da minha mão. Revirei os olhos. 

- Tão previsível esse beijinho na minha mão. - falei e me arrumei na cadeira, o encarando logo depois. 

- Previsível por que? Tenho cara de quem beija a mão das meninas?

- Sim. 

- Obrigado, então. Cavalheiros fazem isso. - soltei uma risada debochada. 

- Não. - balancei a cabeça. - Galanteadores fazem isso. - ele fez uma expressão de ofendido e eu ri.

- Não sou um galanteador, Jasmine. 

- Duvido. 

- Você conhece o pessoal daqui? Estudava aqui antes de ir pra França?

- Não. Não conheço ninguém.

- Se quiser sentar comigo no intervalo... - ele deixou no ar. - Aula de que antes do intervalo?

Olhei o papel onde estavam meus horários. 

- Inglês. 

- A minha é de álgebra, mas eu te espero na frente da sala do Sr. James. 

- Tudo bem. - sorri. - Obrigada.

O professor voltou para a sala e Noah sentou na carteira ao meu lado. Pela primeira vez reparei nas pessoas que ele estava conversando antes... apenas dois garotos e uma garota muito bonita. A menina me encarou por um momento e pensei que ia fazer cara feia ou, sei lá, me mandar ficar longe do Noah, mas ela sorriu e eu fiz o mesmo. Pelo menos ela não era uma das meninas que Noah fica quando o convém. 

(...)

Valerie e eu estávamos saindo da sala do professor de inglês totalmente distraídas e Noah parou na minha frente de repente, me assustando. 

- Opa, foi mal. - ele riu. 

- Oi. - sorri. - Noah, essa é a Valerie. Minha amiga. - apresentei. 

- Prazer, Valerie. - ele apenas acenou com a cabeça pra ela.

- Prazer, Noah. - ela fez o mesmo. 

- Então, vocês já se conheciam ou se conheceram hoje? - ele perguntou enquanto íamos em direção ao refeitório. 

- Já nos conhecíamos. Ela estudava no internato comigo. - respondi. - Ah, e eu queria te pedir uma coisa... 

Noah se aproximou como se eu fosse lhe contar um segredo. 

- Não comenta com ninguém sobre o colégio interno, tá? 

- Por que?

- As pessoas comentam. Por que a irmã mais nova de Alexia Maddox foi mandada para um internato? Ninguém sabe. 

- Tudo bem. - ele assentiu. 

- Obrigada. 

- Jazzy, eu ainda preciso decidir entre fotografia e teatro. O diretor disse que eu poderia conversar com os professores agora no intervalo. - Valerie disse. - Nos vemos depois?

- Sim! - ela beijou minha bochecha e foi para o lado oposto do nosso. 

Percebi que Noah estava me olhando de soslaio e o encarei. 

- Então, seus amigos não vão achar estranho uma desconhecida na mesa deles? - perguntei. 

- Não. - ele balançou a cabeça. - Eles são gente boa. Você vai gostar deles. 

Entramos no refeitório e me controlei pra não corar quando todos os olhares pararam em nós. Merda, Noah era popular! Por que não me dei conta disso antes? Quase entrei em choque quando vi ele sentando na mesma mesa que Travis e Nolan. Puta que pariu, Jasmine! Nolan estava com um sorrisinho suspeito nos lábios, Travis sério demais, os outros garotos me encarando de cima a baixo e as duas meninas estavam sorrindo simpáticas. 

- Essa é Jasmine. - Noah disse e me olhou. - E esses são Nolan, Travis, Leon, Ethan e Parker. 

- Caralho, Noah, já laçou a novata? - o tal de Leon disse. 

- Não ligue para o que eles dizem. Eles são idiotas. - uma das meninas disse. - E obrigada por me apresentar, Noah. - ela ironizou. - Sou Melanie e essa é Sophie. 

- Um prazer conhecer vocês. - falei meio baixo e sorri. 

Eu tinha tantas perguntas. Como alguém como Noah andava com alguém como Travis? E se esse era o grupo de amigos do Travis, por que a Alexia não estava presente? E se Travis era o Quarterback, esses meninos também eram do time e imaginei que eles andariam com as líderes de torcida, certo? Por que essas meninas com eles são simpáticas e legais se deveriam estar marcando território? Ok, nem sei mais o que julguei certo e errado. 

- Você vai sair com o Noah agora? - ouvi a voz de Travis e o encarei. 

- Sair com o Noah? Acabei de conhecê-lo. - falei como se fosse óbvio. - E se eu fosse sair... o que você tem a ver com isso?

- Nada. Nada mesmo. 

- Cadê a sua namorada? 

- Sei lá. Não nasci grudado com ela. - ele pareceu meio irritado. 

- Esses meninos são do time também? - perguntei e ele assentiu. - A Melanie e a Sophie são líderes de torcida?

- Sim. 

- A Alexia também?

- Sim. Por que? 

- Por que elas não andam com a Alexia e as outras meninas? Ou melhor, vocês não deveriam andar todos juntos? 

- Que tipo de filmes você anda assistindo? - ele franziu o cenho e soltou uma risada. 

- Ué, é o normal! - dei de ombros. 

- Ninguém suporta a Alexia e suas amiguinhas. Só eu.

- Por que? - perguntei sincera. Realmente queria saber. 

- Isso não é da sua conta. - ele devolveu a minha grosseria de mais cedo e eu revirei os olhos.

Passei o intervalo inteiro conversando com Melanie e Sophie. Elas eram muito legais e mesmo com as piadinhas sem graças dos meninos, também gostei muito deles. Eles achavam que o Noah queria transar comigo, até parece! Minhas outras aulas continham Travis, mas para aliviar um pouco Valerie fazia uma delas comigo - de álgebra. As aulas extracurriculares que escolhi foram dança, fotografia e vôlei, nem sei qual gostava mais.

(...)

- Carly! O Max chegou?! - a primeira coisa que quis saber quando pisei em casa. 

- Jazzy?! - ouvi uma voz grave demais e franzi o cenho. 

Quase me engasguei quando vi um homem descendo no lugar de um menino que era pra ser o Max. Acho que meu queixo caiu porque Max começou a rir e senti seus braços - fortes - me envolverem em um abraço. 

- O que aconteceu com você?! - perguntei perplexa. - Você está tão alto, tão velho, tão grande, tão homem! 

- Puberdade, maninha. - ele beijou minha testa. - Senti tanto sua falta, Jasmine.

- Eu também, Max. - o abracei mais forte. - Espero nunca mais sair de seu lado, pequeno Maddox. 

- Você não pode mais me chamar assim. - disse rindo e mostrando que estava mais alto que eu. 

- Não mesmo, minha nossa! Como é possível que você tenha crescido tanto? Os meninos de quinze anos lá do internato não são tão desenvolvidos igual a você. Pelo menos não todos. 

- Você também está diferente. - disse mexendo no meu cabelo que batia um pouco antes do quadril. - Está um mulherão! E cada vez mais parecida com a mamãe. 

- Obrigada, Max. - o abracei mais uma vez. - Como está a sua relação com o papai?

- Péssima. É um absurdo, Jazzy. - ele balançou a cabeça. - Eu queria te ligar todos os dias depois que ele te levou, mas ele não deixava. Ele me travanca no quarto sem nenhum aparelho eletrônico e me deixava lá por horas. 

- H-horas?

- Horas. 

- Você... - suspirei. - Você gosta dele? 

- Alguém gosta? Eu só suporto mesmo. Nem faço questão de conviver e nem ele. 

- Ele sempre foi assim, né? A gente só não percebia porque a mamãe preenchia totalmente a ausência dele. 

- Sim...

- E a Alexia? 

- Não aguento ficar mais de cinco minutos perto dela senão tenho vontade de agredir alguém. - disse, o que me fez rir. 

- Hormônios à flor da pele, não é Max? - sorri e ele soltou uma risada. 

- Você vai tornar a minha vida muito mais... vivível? - ele franziu o cenho em duvida. - Essa palavra existe? 

- Eu sei lá. Tenho cara de dicionário agora? 

- Ah, Jasmine, você vai mesmo melhorar tudo. - disse rindo. 

- E você se livrou do primeiro dia de aula, né? - sorri maliciosa. - Tem namoradinha, Max?

- Que tipo de pergunta é essa, Jasmine?

- Quero saber se você tem namorada, ué! Sou sua irmã mais velha. Você tem namorada? 

- Não. - ele riu. - Não mesmo. 

- Ah, Max, não me diz que você é um mini Travis. 

- Quem é Travis? - ele franziu o cenho. 

- O namorado da Alexia. Você não conhece ele?

- Travis Warner? - assenti e ele soltou uma gargalhada muito alta e muito debochada. - Ele não está namorando a Alexia. 

- Como não? Ele veio aqui todo dia desde que cheguei! 

- Jasmine, Travis nunca namora ninguém. - disse sério. - Ele coleciona corações partidos... talvez nem seja intencionalmente, mas ele poderia encher essa sala enorme inteira dos corações que partiu. Várias amigas minha foram vítimas dele.

- Que horror... - murmurei. - As suas amigas se iludiram sozinhas ou ele ajudou?

- Ele faz qualquer coisa se quer te levar pra cama. - disse. - Chega como quem não quer nada, começa a conquistar até que a menina aceite transar com ele. Quando ele cai fora, elas ficam indignadas e com o coração partido. 

- Então, ele é pior do que eu pensava! Ele tirou a virgindade das suas amigas?

- Isso eu já não sei, mas provavelmente. 

- Elas estão bem agora? 

- Sim, é passageiro. - ele deu de ombros. 

- Ainda bem! 

- Eu preciso sair, Jazzy. Volto às oito. - disse. 

- Espera! Aonde você vai?! 

- Trabalhar. 

- Oi?! - quase me engasguei. - Por que você trabalha?!

- Pode esperar porque você também vai precisar. - disse. - O papai está pior do que você se lembra. Ele não me dá mesada e nunca me dá grana quando peço. Se eu quiser sair, preciso me virar. 

- E a Alexia?

- Ele da tudo o que a Alexia quer. - disse. 

- Onde você trabalha?

- Meio período em uma oficina. 

- Oficina?! 

- Sim, Jazzy. - ele riu. - É a mais movimentada do bairro.

- Você está dizendo que é tipo um mecânico?

- Sim. Conheço o filho do dono e ele conseguiu arranjar um horário sem que afetasse o colégio e tal. 

- Maneiro, Max. Sério. - falei. - Você ganha quanto?

- Mais do que o papai me daria. 

- Claro. - ri. - Boa sorte. - beijei sua bochecha e ele piscou enquanto saía de casa. 

Ok, essa era nova. Meu irmão mais novo trabalhava como mecânico enquanto meu pai esbanjava dinheiro por onde passava. Isso chegava a ser cômico de tão absurdo! Que ele tem preferência pela Alexia... todos sabemos, mas ele tirar as vantagens dos outros filhos por uma simples implicância? Me dava nos nervos lembrar quando ele decidiu que me levaria pra longe daqui. Eu tinha fugido de casa em um dia de chuva, fui para a casa de uma amiguinha da época, mas meu pai me pegou no meio do caminho e vi que tinham malas no banco. Perguntei pra quem era todas aquelas malas, então ele sorriu e disse: É pra você, Jasmine. Você vai passar um longo tempo na França para aprender a se comportar como deveria. E nem pense em chorar, se espernear ou falar com o Max. Você vai agora, sozinha e seu contato com Max está proibido. 


Notas Finais


Gente, comentem pf pf pf! Quero saber o que vocês estão achando! ❤️😘


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