História Undyne, a Imortal - Capítulo Único

Não posso deixar tudo terminar assim. Não posso deixar essa humana fazer o que bem entender. Preciso ser forte. Preciso proteger a todos. Esse é meu dever, afinal. O título de líder da guarda real não foi dado a qualquer um. Eu, Undyne, irei deter essa humana que está destruindo tudo!

No momento estou ao seu encalço. Não permitirei que ela fira mais nenhum monstro. Enquanto eu estiver viva, ela não machucará mais ninguém. É uma promessa que estou fazendo a todos que restaram e que estão sendo evacuados nesse momento.

Alcancei a desgraçada. Ela está para atacar uma criança inocente. Como se atreve? Não permitirei tal atrocidade! Em um ato impulsivo, pulei na frente de seu ataque, levando-o no lugar do pequeno monstro.

- Undyne... – O pequeno monstro disse tristemente, olhando meus ferimentos.

- Isso não é nada. Agora me escute e vá para longe daqui. – Eu disse, com os olhos atentos a humana a minha frente.

- Mas Undyne... – O pequeno ser ainda quis retrucar.

- Não retruque, apenas vá! – Disse rudemente.

- O-ok... – O pequeno falou, se distanciando de nós.

- Ora, ora... A heroína resolveu dar as caras. – A humana falava com sarcasmo.

- Alguém tem que parar você, não é? – Respondi rudemente.

- Vai me parar como? Só mais um golpe e eu acabo com você. – A humana falou indiferente.

- De certo modo, com apenas um golpe, você conseguiu fazer esse estrago todo... – Falei, caindo de joelhos.

- Está se rendendo? Meu trabalho ficará mais fácil então. – A garota falou, sacando sua faca.

- Não... Não posso me render... Papyrus... Alphys... Asgore... Todos contam comigo... E eu não vou decepcioná-los! – Falei determinada. Então, um novo poder surgiu de dentro de mim, me dando forças novamente.

- Essa não... Como isso é possível? – A garota parecia incrédula com o que via.

- Essa é a minha determinação humana. Vou mostrar a você que monstros podem ser determinados também! – Falei com toda a determinação que eu tinha no momento. O vento começava a uivar insistentemente.

- Então, vamos acabar com isso logo. – A humana falou. Parecia estar interessada e se divertindo com a situação.

Nossa primeira batalha foi bem rápida. Consegui matar a humana em menos tempo do que imaginei. Mas, por algum azar do destino, ela sempre retornava com um sorriso cada vez mais aterrorizante. Cada flecha minha era desviada com a maior facilidade depois de um tempo. Desviar de seus ataques já estava ficando cansativo para mim. Sinto que a qualquer momento irei cair.

Não. Não posso ter esse tipo de pensamento. Tenho que vencê-la e arrumar um jeito de acabar com o poder dela de retornar todas as vezes. Não posso desistir. Pelo bem do futuro dos humanos e monstros, tenho que derrotar essa pirralha!

Dei tudo de mim durante a luta. As flechas invertidas eram as que eu mais lançava. Porém, de tanto ela voltar, acabou aprendendo os padrões de ataque. É questão de tempo agora essa luta terminar. Não posso deixar que termine assim. Não posso deixar as esperanças de todos morrerem. Não posso...!

Enquanto eu estava perdida em meus pensamentos, um golpe fatal acertou meu peito. Então... Nem mesmo esse poder foi o suficiente para parar um monstro feito ela...?

- Uma hora ou outra você ruiria. – A garota falou com um sorriso macabro nos lábios.

- Então é assim... Nem mesmo esse poder... Foi capaz de parar você...! – Falei com dificuldades.

- Nada pode me parar. Eu vou acabar com todos aqui e partir para o próximo mundo. – A humana falou friamente.

- N-não pense que só porque estou nesse estado minhas esperanças morreram. Alphys esteve assistindo a luta até agora. Ela prometeu que, se algo saísse do controle, ela evacuaria o subsolo. – Falei com o pouco de força que ainda me restava.

- Antes de eles evacuarem, eu os encontrarei. Matarei a todos. Não sobrará nem um monstro para contar a história. – A garota falou com a voz levemente distorcida.

A garota seguiu em frente, enquanto eu só pude vê-la partir, sem fazer nada. Eu, por alguma razão, estava derretendo antes de virar poeira. Isso não é normal, é? Enfim, agora tanto faz. Estou com os minutos contados. Não consegui fazer nada para impedir o genocídio. Papyrus... Alphys... Asgore... Perdoe essa fraca líder da guarda real que vocês tanto acreditaram que podia fazer alguma coisa. Perdoe essa monstra que agora só chora em seu leito de morte, torcendo para que todos evacuem o mais rápido possível. Só isso que peço antes de partir. Evacuem o mais rápido que conseguirem.