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História Unhearted. - So what.


Escrita por: Bandit

Capítulo 18 - So what.


Fanfic / Fanfiction Unhearted. - So what.

Ryan

 

É constrangedor acordar tão excitado quanto seu parceiro e precisar aliviar os dois aos sussurros, e mais ainda quase ter uma crise para esconder as marcas da noite violenta com a roupa. Brendon ri do meu desespero antes de se mover para arrumar a gola no meu pescoço e esconder o enorme chupão que ele deixou.

Danielle atira uma pedrinha na parede do lado de fora da casa e eu ponho a cabeça na janela, encontrando-a de braços cruzados.

— São nove da manhã, Ryan Ross — mamãe troveja. — É melhor você descer aqui agora, porque eu não aguento mais esperar sua boa vontade.

— A senhora não prefere me engolir como um monstro gigante? — ela inclina a cabeça. — Grossa.

— Falou o senhor simpatia. Desça agora.

Ponho a cabeça de volta para dentro. Brendon está mordendo os dedos.

— Eu não posso olhar na cara dos seus pais depois do que fizemos — ele cora. — Não vou conseguir encará-los cinco minutos depois de te foder.

— Para de drama, porra — bato-o no ombro, rindo. — Minha mãe gosta de você, e garanto que ela não vai fazer perguntas constrangedoras.

— Espero que ainda goste depois de ver que você não consegue sentar — retorço a boca.

Meu pai ainda não está na cozinha quando sento numa dos lados, com minha bunda pinicando pela dor. Brendon apoia o rosto na mão e sorri para mim enquanto Danielle coloca pratos e jarras na mesa, cantarolando. Minha mãe tem tentado engravidar por cinco anos, e três meses depois já me perguntou se eu poderia acompanha-la numa loja de bebês.

George senta na cabeceira da mesa, entre eu e minha mãe, e Brendon aperta minha mão sob o pano. Meu pai ergue o jornal até os olhos, quase nos ignorando. Ele dificilmente lê pela manhã.

Uh-oh.

— Ryan, por que tem um chupão do tamanho de um limão do seu pescoço? — ele pergunta através da folha, rígido.

Bato com a mão na testa e olho para o garoto ao meu lado, tão pálido que seus lábios estão verdes. Entrelaço nossos dedos, trêmulo, e meu rosto esquenta. Brendon esconde o rosto no meu pescoço e sua respiração está acelerada, porém gelada.

Nunca falei sobre sexo com meus pais e agora eles sabem que eu fodi a noite toda com alguém. Danielle esconde a boca com um copo de suco, estranhamente quieta. Ela geralmente fala pra porra.

— Eu espero que isso seja um relacionamento, Urie — George continua, ainda nos olhar. Brendon ergue a cabeça, ainda branco como papel. Acaricio-o com o polegar. — Meu filho não é uma prostituta.

— Eu... eu sei disso...

— Veja pelo lado bom, querido — mamãe sorri. Por algum motivo, a cor começa a voltar ao rosto do garoto ao meu lado. — Ryan não vai aparecer com um filho acidental aos dezessete. O quão bom isso é para todos nós?

— Não ter filhos é bom? — ele enfim tira o jornal da frente do rosto. Mamãe continua rindo.

— Você acha que eu vou ajudar a criar o filho do meu filho adolescente?

— Eu não quero ser pai, mãe — resmungo. Eles franzem a testa para mim, assustados. — Esperem netos do meu irmão. Não de mim.

— Falando no seu irmão, vamos saber o sexo do bebê hoje — Danielle muda o foco do assunto, olhando para cima.

— Vocês não me contaram que iam a capital — ergo a cabeça, coçando um olho. Brendon observa nossa conversa com um sorrisinho. — Por que não me contaram?

— Porque mais o que se preocupar no momento, querido — mamãe fica de pé, e George a acompanha. — Vamos nos trocar. Vá para a loja ficar com Dallon.

— Mas... — eles me ignoram, e sobem as escadas juntos. Chegar perto dos dezoito significa ficar por fora do que acontece na família? — Não acredito que eles não me contaram.

— Você estava sobrecarregado esses dias e sabe disso... ter ido visitar a Sarah, as provas finais da escola... eles provavelmente queriam que você focasse nisso — Urie põe meu cabelo atrás da orelha. — Não se preocupe. Esse momento deve ser só deles.

Só deles? Mas é meu irmão!

— Ryan, eles eram adolescentes quando você, e mal devem ter aproveitado a sua gravidez. Agora estão adultos e casados e você está crescido — aperta minhas bochechas. — Não seja infantil. Deixe que se aproveitem.

— Eu odeio você, Brendon Urie.

Nós subimos para o quarto e nos trancamos no banheiro, dentro da água fumegante da banheira. Ele deita com a cabeça encostada na borda, e fico sobre seu corpo, com a nuca apoiada em seu ombro. O vapor sobe ao nosso redor junto ao cheiro dos sais.

— Você quer que eu vá com você para o trabalho? — ele passa as mãos nas minhas costas e me deita na cama, sonolento.

— Seus pais não vão me odiar eternamente por te tirar de casa até agora?

— Meus pais não estão na cidade de novo — ele enfia a cabeça no travesseiro, bem ao meu lado. Acaricio suas costas. — Eles vêm aqui às vezes, mas a capital é mais interessante que qualquer coisa sobre mim.

— Fique comigo o resto do dia, então — sugiro. Brendon sorri. — Podemos ficar na loja sem a presença dos meus pais e o café da frente vai estar aberto hoje... será um bom dia.

— Eu não me importo de ficar até a segunda de manhã ao seu lado.

Ele me beija antes de ficar em pé e me privar da visão maravilhosa de seu corpo nu — quando você transa muito com alguém num curto espaço de tempo, ela se torna um pequeno e móvel templo. Observo os moldes de seus membros, a pele pálida destacada no meu guarda-roupa negro, e ele sorri na minha direção.

Brendon segura minha mão no segundo que colocamos o pé para fora de casa, encostando a cabeça no meu ombro enquanto andamos pela calçada congelada para o centro. As pessoas da cidade nos encaram estranho, porque ele é filho de Boyd e Grace e seus pais são poderosos no país inteiro, e porque nós devíamos estar escondidos na minha casa e não andando juntos na rua.

— Você precisa parar de tremer, Ryan — ele sussurra no meu ouvido. Um arrepio violento corre meu corpo.

— As pessoas estão... olhando.

— Elas sempre vão olhar, porque a gente ainda vive num mundo em nós não... — Brendon para e crispa os lábios. — Eu cheguei nessa cidade há tempo suficiente para saber de quase tudo e, fora Dallon e Jon, não ouvi sobre alguém se assumindo gay desse jeito. Somos dois caras andando de mãos dadas na frente de uma comunidade pacata que vai para a igreja todo domingo. É estranho de qualquer maneira.

— É estranho estar saindo um cara quando você deveria bancar o hétero? — resmungo. Ele passa a mão pelos meus ombros e me traz para mais perto.

— É estranho perceber que eu estou pouco me fodendo.

Ele me beija enquanto continuamos andando para baixo, prendendo meu lábio inferior numa mordida dolorosa e audível. Solto uma risada fina, abraçando-o para que possamos nos esmagar entre o acúmulo de pessoas num sábado de manhã no centro. A quentura de seu corpo é como asas ao meu redor.

Nós entramos na loja aos saltos para encontrar Spencer sentado na bancada com um sanduíche do tamanho da minha perna. Brendon ergue uma sobrancelha para ele.

— Eu sabia que vocês iam foder como dois coelhos! — meu amigo grita, apontando seu sanduíche repleto de algum molho na minha direção. Tranco a porta de vidro antes que alguém entre. — Veja só o seu pescoço, Ryan!

— Spencer, porra — chamo-o a atenção, vermelho, e trago Brendon para trás do balcão. Ele me abraça pela cintura e apoia o queixo no meu pescoço. — Você não precisa gritar as experiências da minha bunda para o mundo inteiro.

— Ah, então você foi o passivo — ele ri como uma criança. — Por que não estou impressionado?

Eu quase respondo, mas o telefone histérico de Brendon Urie berra em seu bolso e ele se afasta para atendê-lo. Liberdade sexual é tão recente para mim, merda.

— Mas me diz... — Smith se inclina sobre mim, com um estranho sorriso nos lábios. Apoio os cotovelos no vidro do balcão. — Ele faz direito? Tipo... direito?

— Você está me perguntando se ele me deixou gozar? — ele aquiesce. — Sim, Spencer, ele faz direito. Não é o tipo de ativo escroto.

— Meu pai quer que eu vá visitar a Sarah agora — Urie reaparece atrás de mim, entediado. Spencer salta do balcão e se enfia no meio dos cintos para nos dar espaço.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não necessariamente... só que eu ainda não fui vê-la. Boyd ama aquela garota como uma filha e exigiu que eu vá antes que ele perca a paciência — ele suspira profundamente. — E eu não estou com cabeça para discutir com ele.

— Acho que deve conversar com ela. Passaram um ano juntos — coço a nuca, constrangido. Amigo traíra que roubou o namorado.

— Não se sinta mal ao falar sobre isso, Ry — ele segura meu rosto e me faz olhá-lo. Seus olhos brilham na luz. — Você não é uma pessoa ruim por estar comigo agora. Entenda isso.

— Às vezes penso que causei o surto dela. Ela me viu te beijar no próprio aniversário de dezesseis anos — Brendon morde a boca. — Foi cruel, no mínimo.

— Você não me beijou sozinho, e a dívida maior era minha. Agora pare com isso, huh? — ele beija minha testa. — Prometo vê-lo antes de a noite cair.

— Jante na minha casa hoje — ofereço. — Sábado é dia de lasanha.

— Eu vou adorar — ele sorri.

Brendon Urie sai da loja depois de piscar para mim, sumindo pelo meio do povo. Sento-me com dificuldade no banquinho atrás do computador, ao que Spencer reaparece.

— Ryan Ross, você é uma puta — ele gargalha. — Não sei como está conseguindo sentar.

— Não estou. Quase morri para tomar café hoje mais cedo — passo a mão no rosto, sentindo os formigamentos nas minhas pernas subirem estranhamente. Vou garantir de usar um bom lubrificante da próxima vez. — Mas, se quiser saber, poderia fazer isso pelo resto da vida.

— Só vai poder fazer por mais algumas semanas, e olha lá — eu fecho os olhos para o lembrete, segurando possíveis lágrimas que ousem tentar algo. — Utah está te tragando para longe daqui.

— Salt Lake City tem a melhor faculdade de Jornalismo do país inteiro e me aceitou na primeira etapa da prova. Embora queira ficar com Brendon cada segundo pelo resto dos meus dias, minha vida profissional também é importante.

— E você não tem certeza se está mesmo namorando com ele, não é? — Spencer me oferece seu sanduíche, e eu aceito de bom grado. — Ainda não conversaram sobre?

— Ele disse que é algo próximo de um relacionamento, mas não deu nenhum indício que é oficial. Fomos ao baile juntos, tiramos fotos absurdamente românticas, transamos duas vezes num curto espaço de tempo e ele conheceu meus pais essa manhã... todos os requisitos para um namoro e não temos nada.

— Ou talvez ele só não vá pedir oficialmente porque já soe como um para ele?

— Você não é tão otimista assim, Spencer Smith. Vá comer seu sanduíche.

Na primeira mordida, a porta é destrancada e uma criatura de quase dois metros passa por ela, cantarolando. Dallon de bom humor num sábado é algo raro, e ele sorri para qualquer coisa que vê antes de nós dois.

— Reuniões das gays e ninguém me chamou? — ele bagunça os cabelos de Spencer e me beija na bochecha, atirando a mochila em algum canto. Dou espaço para que sente ao meu lado.

— Ryan enfim liberou para Brendon Urie.

— Você por acaso vai falar isso para o mundo todo, caralho?!

Dallon apenas ri, e passa o braço pelos meus ombros.

— Ele sabe que eu já paguei uma pra você?

— Ele acha que a gente já transou — sorrio, encostando-me a ele. — Mas não, não sabe.

— Vamos manter assim.

 



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