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História Unhearted. - Stars.


Escrita por: Bandit

Notas do Autor


OI GENTE EU TO VIVA
Não sei se vocês lembram, mas eu já reescrevi Unhearted e tá todo bonitinho e repostado e POR FAVOR LEIAM, tem muita coisa nova que vão ajudar no entendimento dos próximos capítulos.
Ah, tentem ver pela perspectiva da Sarah também, ok?
Fora isso, boa leitura <3

Capítulo 19 - Stars.


Fanfic / Fanfiction Unhearted. - Stars.

Brendon

 

O enfermeiro abre a porta com cuidado, me seguindo para dentro do quarto iluminado por uma enorme janela. Sarah está deitada na cama, de bruços, arranhando um ursinho branco ao lado de sua cabeça. Sento-me na ponta.

— Quem é vivo sempre aparece, não é? — sua voz está rouca. Encaro o enfermeiro.

— Você pode nos deixar a sós? Nem que seja ficando do lado de fora da porta? — ele aquiesce, e então se tranca do lado de fora. Volto a olhar para minha ex-namorada. — Perdoe-me por não ter vindo antes.

— Você estava ocupado comendo a bunda do Ryan para se preocupar — ela não olha para mim, e o azul está opaco sobre as olheiras. — Não importa realmente.

— Acha mesmo que a primeira coisa que eu fiz depois de terminarmos foi procurar alguém para foder? É sério, Sarah? — ela dá de ombros, então senta-se corretamente. — Pensa que eu sou um boytoy?

— Considerando que me traiu assim que teve a oportunidade...

— O que eu fiz não conta como traição porque nosso namoro não passava de uma grande piada — Sarah arregala os olhos para mim. — Você me exibia para as pessoas, eu não precisava me preocupar com meus pais me enchendo para arranjar uma garota e todo mundo fazia questão de falar sobre nós dois. Todos ganhavam.

— Eu era isso para você?

— Você era minha namorada amada até eu perceber que você forçava o sumiço do mundo quando estávamos juntos... Sarah, porra. Nas últimas semanas eu tenho visto tanta coisa que não via com você, observado o mundo e... eu percebi tanta coisa ao meu redor que tem sido um dos melhores momentos da minha vida.

— Então eu prendia você? Eu era a sua maldita cadeia?

— Não, mas eu era o seu prêmio — crispo os lábios. — Eu sou a porra do garoto de fora da cidade que você conseguiu namorar e tentou engolir na frente de todo mundo, embora eu tenha uma parcela de culpa também. No nosso namoro inteiro, quantas vezes você perguntou como eu estava?

— Sempre parecia muito bem humorado para eu precisar me preocupar, Brendon — ela sorri de uma forma estranha. — Por que eu sinto que você melhorou desde a minha festa?

— Porque eu fiquei ao lado de alguém que se importava — saio da cama e paro de frente para a janela. O sol bate no meu rosto.

— Imagino tudo que fizeram naquele quarto sozinhos.

— Nós dormimos. Só... deitamos e esperamos a noite acabar — encosto a testa na janela. O beijo dele tem gosto de cereja. — Não tivemos muito mais o que fazer, já que você quase matou o garoto numa segunda.

— Eu tinha todo o direito de estar puta!

— Estar puta é estar puta, atirar vidros em pessoas e destruir o refeitório é algo completamente diferente, Sarah — volto a olhar para ela. — Eu sei que o mundo está caindo para você desde... desde...

Não posso falar.

— Ela tem quinze anos, Brendon — Sarah ergue a cabeça para mim, com seus grandes olhos azuis brilhando em lágrimas. — Imagina descobrir que o seu pai engravidou uma menina de quinze anos. imagina.

Eu não preciso.

— Quando eu vi você e Ryan juntos, decidi que não ia ser uma submissa estúpida como a minha mãe, porque ela é corna desde que eu me lembro... só que agora... vou ter um meio-irmão.

— Atacar o Ryan foi uma maneira de provar a si mesmo que não é uma mulher tão fraca quanto a sua mãe? — ela morde o dedo. — Você não precisa provar nada a ninguém, Sarah, nem mesmo ao seu pai. Será que valeu a pena mesmo jogar tudo fora e perder seu melhor amigo por causa de um homem tão escroto assim?

— Você continuaria sendo meu namorado se eu não tivesse feito aquilo? — ela apela. Esfrego o rosto, respirando fundo.

— Não, eu não continuaria.

— Por que estava muito apaixonado por ele? — a constatação é dolorosa para nós. O que porras é estar apaixonado?

— Porque ele faz eu me sentir confortável na minha pele, e porque pela primeira vez eu gostei da neve — cruzo os braços. — Ryan não é o primeiro cara que eu me envolvo. Antes de vir morar aqui, tive um caso ou outro com garotos da escola.

— Você é um maldito viadinho — ela troveja. — Quantas vezes deu para ele na noite passada?

— A palavra certa é bissexual. E ninguém deu nada aqui — ela ri, cinicamente. — O que você quer de mim, Sarah? Eu estou gastando meu sábado numa ala psiquiátrica e você não me ajuda.

— Queria que ainda fosse meu namorado, mas pelo visto não vai rolar. Saia. Eu preciso de tempo.

— Quanto tempo será preciso para você entender tudo que está acontecendo e se libertar das correntes que você mesma colocou?

— O mesmo tempo que esse seu maldito relacionamento durar, provavelmente um mês. Boa sorte com a criança que o Ryan é.

— Você é uma pessoa horrível — minha voz está falha. — Desde que eu me lembro, você cospe na minha cara que ele é seu melhor amigo e que sua vida é nada sem ele. Valeu mesmo a pena perder isso?

— Perder o que, Brendon? Ele roubou a porra do meu namorado! — ela grita, pulando da cama. — Ele destruiu a minha vida inteira e agora eu estou na merda de um hospital tomando remédio! Ele fodeu tudo!

Respiro fundo.

— Por que eu sinto que não estamos mais falando do Ryan?

— Porque nós não estamos!

Puxo-a para um estranho e confortável abraço para ter meu quadril esmagado por seus braços ultra magros. Deixo que chore o quanto quiser, apenas massageando-a nos cabelos, quieto como um túmulo.

— Você falou isso ao psicólogo? — pergunto, erguendo seu rosto. Ela nega com a cabeça. — Famílias podem ser abusivas também, Sarah, e não é porque ele é seu pai que precisa protege-lo. Se está transformando a vida da sua mãe no inferno e for o motivo de você estar aqui, sua melhor escolha é entrega-lo ao médico.

— Minha mãe me mataria.

— A raiva passageira da sua mãe é mais importante que sua saúde mental? — ela crispa os lábios. — Prometi a Tracy que almoçaria com ela hoje, mas venho visita-la essa semana, sim? — Sarah coça os olhos, assentindo. Beijo-a na testa. — Eu te vejo logo.

O lado de fora está mais gelado que quando entrei, e preciso me encolher na jaqueta para conseguir chegar ao restaurante onde Jon trabalha. Atravesso o estabelecimento pouco movimentado até os fundos, encontrando-o conversando com um dos cozinheiros.

— Hey, Jon — chamo-o. Ele bate no braço do garoto e saltita na minha direção. — Eu preciso da sua ajuda.

— Minhas camisinhas neon acabaram — ele ri e me guia para a porta dos fundos. Há um pequeno jardim com um caminho de pedras para a rua. — O que foi?

— O que eu compro para alguém que odeia que gastem dinheiro com ele?

— Algo caro que não pareça tão caro — dá de ombros. Ergo uma sobrancelha. — Você ganha mais dinheiro dos seus pais num dia do que eu trabalhando todo dia por um mês. Desfrute disso.

— Preciso de dinheiro para a faculdade.

— E para um presente bobo que vai fazer aquele garoto sorrir por um ano inteiro — aperta meu pulso. — Ele vai para o outro lado do país em pouco mais de um mês, e vocês só vão se ver se seus pais te deixarem viajar sozinho...

— Posso dizer que é uma garota.

— Sim, você pode, mas vai ser mais difícil que você pensa, Urie. Pelo que conheço seu pai, ele te espancaria só de desconfiar que você gosta de outros caras — suspira. — Dê algo que ele vá olhar o tempo todo e se lembrar, mas que não o faça se sentir desconfortável com o dinheiro gasto.

— Desde quando você virou conselheiro.

Ele ergue a mão esquerda. Um anel com uma pedra verde brilha contra a luz do sol.

— Por que você não me avisou que noivaram?

— Você não atendeu minhas ligações noite passada — ele sorri maliciosamente. — Deu no couro, não foi?

— Por que você quer tanto saber o que eu faço com meu pênis?

— Porque você é o único que não me olha estranho por ser gay, talvez? — Jon encosta no meu ombro. — O que vai fazer hoje?

— Ryan me chamou para jantar na casa dele, mas acho que o pai dele me odeia — olho para cima. — Ele viu um chupão no pescoço dele e... ficou meio estranho para o meu lado.

— Pode ser apenas você se sentindo culpado mesmo. George é a pessoa mais tranquila que eu conheço — ele coça a barca por fazer. — Eu também fiquei constrangido quando fui conhecer os pais do Dallon ano passado e transamos durante o banho; parecia que eles escutavam, mas o andar de cima estava vazio. É porque é constrangedor você pensar que seus pais sabem que você faz sexo.

— É estranho porque meus pais me estimulam a fazer sexo, incluindo me darem revistas e livros que falam sobre isso, e os do Ryan... para eles é algo natural, mas eles não incitam nada.

— Diferenças nas famílias — o vento bate em nossos rostos. — Vá a esse jantar, mesmo que esteja um pouco envergonhado. Ryan tem algo de especial que eu e Dallon estamos tentando entender até hoje.

— E nada?

— Nada — é como se faíscas voassem ao redor dele. — Eu ouvi que ele gosta de admirar as estrelas. Talvez esse possa ser seu presente.

— Levá-lo para admirar as estrelas? Não é algo simples?

Jon me arrasta pelo caminho de pedras até a rua. Desse ângulo, é possível ver a subida para o vale e a neve que se acumula nos picos, como uma gigantesca e maravilhosa pintura.

— Você mora em Leavenworth há um ano e meio. Já pensou em ir ao vale? — ele sorri. — É a melhor visão de todo o mundo, e agora você tem alguém para acompanha-lo.


Notas Finais


Existe uma música, chamada Saturn, que inspira essa história de muitas formas. Aconselho ouvirem:
https://www.youtube.com/watch?v=dzNvk80XY9s


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