Brendon
Ryan está sentado no balanço em seu jardim quando chego ao pôr do sol, com um pijama de unicórnio roxo. Ele é tão fodidamente adorável, porra.
— Você parece um sad boy emo que perdeu a blusa do My Chemical Romance — sento ao lado dele. Ryan escorrega para os meus braços no mesmo instante. — Eu quero leva-lo a um lugar depois do jantar.
— Só aceito sair com você se usar pijama também. Não vou tirar essa roupa.
— Certeza? — sorrio. Ele soca meu braço. — Doeu.
— Meus pais estão esperando na sala de estar — Ryan aponta para dentro. Apenas a luz do andar de baixo está acesa, brilhando através das janelas da frente. — Eles acharam que seria uma boa ideia comermos ao redor da mesinha de centro.
— Por quê? — ele me guia pelo jardim, com nossas mãos atadas, e vira para mim antes de abrir a porta.
— Porque você é um burguês safado, afinal.
— Por que você gosta tanto de me chamar de burguês safado?
Ele apenas sorri, e me puxa para dentro. Danielle e George estão sentados em almofadas altas, de frente para a lareira acesa e com uma travessa fumegante no meio do grande centro. Os três estão de pijamas longos; e eu, com minha melhor calça jeans e uma blusa do meu pai.
— Acho que entendi agora — sussurro.
— Eu vou vesti-lo dignamente e já descemos, huh? — Ryan avisa aos dois, que sorriem para mim amigavelmente, e me arrasta pelas escadas até seu quarto. — Você tem de entender que pijamas são nossas roupas favoritas e só os tiramos para sair.
— A estranheza é de família, então — ele gargalha, e puxa um unicórnio azul do closet.
— Eu nunca usei esse, se quiser saber — encolhe os ombros, me entregando o cabide. — Minha avó me deu ano passado quando eu disse que gostava de alguém, e... bem, aqui está. Espero que caiba.
— Ela sabia que era um cara? — Ryan aquiesce. Tiro a blusa pela cabeça. — Por que sua família te dá presentes fofos e eu só ganho camisinhas de todo mundo?
— Nós estamos preocupados em nos manter confortáveis e caipiras na era da tecnologia, e por isso não tenho telefone, enquanto vocês... vocês estão focados em sexo e Rock N’ Roll e nenhuma gravidez — ele toca meu peito. Meus pelos se eriçam. — Talvez falte simplicidade na sua vida, Brendon Urie.
Ryan beija meus lábios brevemente e fecha o zíper no meu peitoril, abraçando-me pelo quadril por trás. Por algum motivo, minha última vontade agora é sair desse quarto.
Nós nos juntamos a seus pais na sala de estar, e ele senta ao meu lado. Danielle é a única que não bebe vinho, nós encaramos a lareira em total silêncio, e eu rodei a cintura do meu ficante-quase-namorado com um dos braços.
— Você poderia ter colocado Wham!, mamãe — ele comenta, mordendo o canudo. Percebo agora que é uma reação para algo que pode rendê-lo uma patada.
— Para que? Para sofrer pela minha juventude acabada?
— Você tem trinta e quatro anos, querida — George retruca, e seu tom é igual ao do filho. — Se você também tivesse nascido nos anos oitenta, saberia a dor de ouvir essas músicas.
— É impossível ouvir Last Christmas sem ter uma crise de choro, benzinho — Danielle sorri, e então volta-se para mim. — Se me permite perguntar, Brendon... já decidiu o que vai cursar na faculdade?
Demoro um pouco.
— Eu quero fazer música, na verdade — minha voz é baixa. — Mas meus pais jamais permitiriam.
Os Ross parecem sentir pena de mim. Ryan roça o rosto no meu.
— Não pode deixar que escolham por você — ela enfim fala. George balança a cabeça afirmativamente. — Se fosse assim, eu nunca teria casado e Ryan viveria numa casa desestruturada — o garoto ao meu lado assente. Há coisas que ainda preciso saber. — É um pouco difícil enfrentar os pais e isso é totalmente compreensível, mas... sabe, a vida é sua.
Meus pais só se importam se eu estou bem vestido.
— Talvez eu sinta um pouco de inveja de você agora, Ross — ele ri, mas Danielle estica a mão sobre o centro para apertar a minha.
— Você está vestido de unicórnio azul. Faz parte da farinha agora.
— Farinha?
— Farinha do mesmo saco — George dá de ombros. — Não somos as melhores pessoas do mundo, mas ao menos ainda não explodimos a cidade.
— Embora papai queira fazê-lo todos os dias.
Eles riem em conjunto, e Ryan deita em meu peito. Embora tenha passado um ano grudado a alguém na frente de deus e o mundo e perceba o quão ruim é, a sensação dele perto de mim na frente dos pais é boa. Como se eu realmente fosse parte da farinha.
— Aliás, qual o sexo? — Ryan aponta para a barriga da mãe. Ela sorri.
— É menina — troca um olhar com o esposo sorridente. — Tracy.
Depois que acabamos o jantar, George leva Danielle para a varanda dos fundos e eles deitam num balanço grande o suficiente para ser usado como cama. Ryan me puxa até a porta da cozinha, e se aproxima dos pais, segurando no suporte. Os pés da mãe dele estão inchados.
— Eu e Brendon vamos sair — ele avisa. — Vocês precisam de alguma coisa?
— Vai dormir em casa? — a mulher pergunta, olhando para mim através dos ombros. Balanço a cabeça negativamente.
— Nós vamos acampar.
— Não esqueça o cobertor negro — ela manda, apontando para o rosto do filho. — Não quero você morrendo de hipotermia por aí.
— Eu vou ficar bem, mãe.
Ele realmente enfia um cobertor negro na mochila e alguma coisa que furta da cozinha, e nós saímos de pijamas pelas ruas vazias de Leavenworth, abraçados. A mochila que separei pela tarde ainda está na varanda da frente, e a casa inteira está apagada e silencioso. Às vezes, Jon pode ser extremamente útil.
Ele me dá a mão, e nós andamos para o relevo através de uma longa rua do centro. Poucas pessoas circulam por aqui e as luzes são fracas de onde estamos, pequenos pontos de luz nas principais casas. Ryan ergue a cabeça para o caminho íngreme.
— Se eu pudesse, teria um maldito carro — ele resmunga. — Parece cansativo.
— Não é — aponto para o outro lado. — Construíram uma passagem para as escolas da capital que acampam no vale no verão.
A passagem fica atrás do primeiro punhado de pinheiros que leva à passarela da subida do vale, e é uma gigantesca escada de pedra batida coberta de neve. A escada fica entre duas muralhas escuras, e preciso acender a lanterna que guardei na bolsa para nos acharmos. Os degraus são largos e escorregadios, e o topo do caminho é uma abertura para o posto usado como sede no verão.
Embora a altura seja capaz de me assustar e já passe da meia-noite, seguimos de mãos dadas pelo terreno plano. O vale é largo, com ondulações a cada quilômetro quadrado, e grandes áreas para acampar. Ryan me ajuda a montar a barraca azul que trouxe e senta-se à frente dela, com o grosso cobertor sobre os ombros.
— Por que me trouxe aqui? Ninguém vem ao vale.
— Eu queria você... longe de todo mundo — sento-me ao lado dele, entrando no cobertor. O vento gelado bate em nossos rostos com força. — Minha primeira ideia foi dá-lo um presente, mas... isso é melhor. Parar e ficar fora de tudo por um período.
Ryan olha para mim.
— Por que de repente nós estamos assim? Nós nos beijamos, você me chamou para o baile, transamos e agora parecemos um casal de muito tempo que quer fugir dos filhos adolescentes por um dia — ele respira fundo. — Como chegamos a esse ponto?
— Se eu soubesse, já teria dito-o — trago-o para mais perto. O calor de seu corpo bloqueia os poucos flocos de neve que caem. — Um dia, eu... apenas conversei com Jon porque estava apavorado. Poucos meses atrás, tive alguns rolos com caras por não saber se era gay ou hétero, mas você... você não é alguém com quem eu quero foder uma vez no banheiro e deixar de lado depois — ele pisca devagar. — Jon disse que quando uma pessoa te fazer admirar as estrelas, ela é a pessoa. E por sua causa eu estou num vale vazio num sábado à noite.
Ryan fica quieto por um longo período, apenas encarando meu rosto, então dedilha meu queixo.
— Se eu dissesse que estou apaixonado por você desde que me lembro, o que você responderia?
Trago-o para meu colo e afasto o cobertor dos nossos ombros, abrindo suas pernas para acomodá-lo. Ryan se ajeita enquanto eu seguro-o pelo pescoço para beijá-lo, abrindo a boca assim que mordo seu lábio inferior. Ele me empurra para que deite na pedra, deitando-se sobre mim, e se afasta para encarar meus olhos.
Tomo-o novamente, sem dá-lo espaço algum para me controlar. Ele solta um grunhido contra minha boca, tombando a cabeça para cima para me dar liberdade em seu maxilar. Deposito um chupão ali.
— Como você quer que eu responda? — sussurro. Ele puxa o zíper do meu pijama até o quadril.
— Como você acha?
Ryan rola para fora do meu colo e abre minhas pernas, de joelhos. Ele afasta o próprio zíper até que seu membro semiereto fique à mostra, e se inclina para pôr o meu na boca, sugando a glande lentamente, como um maldito pirulito que ele esperou o dia inteiro para abrir. Apenas enrolo seus fios num dos meus dedos.
Quando estou duro e roxo o suficiente, ele levanta e tira os pijamas, mas empurra minha mão quando tento tirar o meu. Seu corpo arrepia pelo vento gelado, e ele treme ao sentar-se no meu baixo ventre. Meus dedos escorregam para baixo de suas coxas atrás do meu maldito lugar favorito, e ele se ergue para me dar espaço. Dois dedos e Ryan força o quadril para trás, gemendo.
Ele custa para me pôr dentro de si completamente, descendo com dificuldade pela falta de preparação. Aperto-o com força na bunda e ajudo a descer os últimos centímetros, esperando pacientemente que se acostume. Dessa vez é tão, tão calmo.
— Como prefere essa noite? — beijo-lhe o peito, carinhoso. Ele afasta meu cabelo da testa.
— Deixe-me fazer tudo — franzo a testa. Ryan é tão submisso a maior parte do tempo. — Digamos que eu tive algumas aulas.
Por alguma razão, isso me excita fodidamente.
— O quão bom aluno você é, Ryan Ross?
Ele apenas ri, e rebola contra meu corpo, tombando a cabeça para trás. Não movo um músculo sequer, apenas mantendo as mãos em suas coxas finas, e deixando que faça o que bem entende em mim. Ele se aperta com força ao redor do meu pênis, arquejando, e arranha meu peito quente, forçando-se para baixo com cada vez mais facilidade.
É como o fogo avassalador do inferno, incapaz de ser contido. Ryan geme para cima, movendo-se sobre mim lascivamente, controlando meu emocional e físico apenas com seus olhos. Como alguém tão fleumático pode ser tão... argh. Porra.
Empurro o quadril para cima quando meu corpo começa a formigar. Ele solta um grito fino pela surpresa e se empina, me dando liberdade para apertá-lo na bunda e abri-lo mais. Ryan estica as pernas para fora e envolve o próprio pênis com a mão.
— Ali, merda! Ali!
Ele cai sobre meu peito assim que goza, agarrando meus ombros enquanto preencho seu interior. Meus braços estão fracos demais para segurá-lo agora.
— Foi uma boa maneira de me presentear hoje — Ross puxa o pijama de volta para seu corpo, escondendo seu membro úmido. Solto um gemido frustrado. — Mas está frio demais e eu acho que devíamos entrar na cabana.
Nós deitamos com a cabeça para fora, sob as estrelas. Rodeio-o com o braço, com sua nuca apoiada em meu ombro, e nos cubro até onde posso. A lua está se afastando do topo da montanha.
— Você vai embora em um mês — infiro, manhoso. Ryan roça o rosto na minha pele. — Quando suas aulas começam?
— Em dois. Como sou de outro estado, preciso ir até lá aprontar tudo antes que as aulas ameacem chegar... não quero ter esse stress.
— E quando você volta a Leavenworth? — enchê-lo de perguntas, aqui, parece melhor que em outro lugar. Em outro momento.
— Se você for me visitar, apenas quando Tracy nascer. Danielle me torturaria com uma vara se não aparecesse no dia do nascimento da minha irmã — mordo a boca.
— Se eu for te visitar?
— Você vai me deixar numa cidade desconhecida sozinho sem sequer ir me dar um olá, Brendon Urie?
— Por mim, eu moraria com você lá.
— Não exagere.
Nós dormimos quando o relógio bate três da madrugada. Ryan se aconchega a mim, um pouco lento, e dobra a perna sobre meu baixo ventre. O calor de seu corpo é maravilhoso para essa noite.
Fecho os olhos quando a lua cai, prendo o zíper da barraca. O amor nos abraça.
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