No começo, não havia luz…
Desde que me conheço por gente, era tudo cinza.
Eu não via. Não fazia questão. Fugia.
Odiava dessa cor.
Andando pela rua,
se a visse por uma janela de carro,
eu desviava.
Só, entre quatro paredes,
se a visse refletida por meus olhos,
eu chorava.
A vida era fria, morta… Cinzenta.
Mas um dia eu fui capaz de ver.
E compreendi.
A vi por teus olhos.
E senti. Dentro de mim.
E então, fez-se a luz.
Aceitei que eu sou o cinza.
Mas que também sou o azul e o vermelho.
O amarelo e o violeta.
Eu sou o sol, eu sou a lua.
O bem e o mal.
Mãe e pai.
Eu sou o Rei!
Tal como sou a Rainha, o Bispo,
o Cavalo e a Torre.
O Peão.
Eu sou tudo e sou todos.
Mas também sou apenas eu.
Única.
E o teu corpo pequenino em meus braços coloriu minha alma.
Eu não mais fujo de quem sou.
Não mais nego o que me é refletido no espelho.
Minha alma agora é livre. E eu aceito isso.
Aceito meu reflexo. Ele não é mais cinza.
Ele é azul e vermelho.
Amarelo e violeta.
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