História Unknown Love - Julia

Naquela manhã, eu acordei com o rosto sendo coberto por lágrimas secas. Minha primeira visão, foi a janela. Meu primeiro som que ouvi, foi o silêncio. Minha primeira dor que sentir, foi ao descobrir que aquilo não era sonho. Que aquilo não era sonho, e sim real.

No dia anterior, tinha chorado, até ver o pôr-do-sol se formando na janela de meu quarto. Assim que a noite tinha chegado, finalmente tomei contagem pra levantar e tomar um banho, mas não sai do quarto pra nada.

Minhas costas bateu na cama, e suspirei passando a mão no rosto que era marcado pelo o travesseiro. Tinha vestígios de lágrimas, que provavelmente foi enquanto dormia por ter dido um pesadelo. Ou simplesmente, o pesadelo foi ter que relembrar cada parte do meu dia anterior nele.

Virei novamente de lado pra ver a janela. Estava nublado, e provavelmente iria cair chuva a qual quer momento. Eu não entendia esse clima.

Na verdade, eu nunca entendi nada nesta vida!

Finalmente tomei coragem pra levantar da cama contra a minha vontade e andei até o banheiro. Um banho, poderia melhora meu dia?

É, hoje será um dia muito difícil pra mim.

- Bom dia, irmã. - Felipe pulou do sofá quando me viu entrar na sala, e correu pra mim abraçar.

- Bom dia, Lipe. - Falei apertando seu corpo contra o meu cada vez mais, pra aproveitar um confortante abraço pela manhã depois de uma noite de lágrimas. Separei dele aos poucos. E sorri de canto pra ele, bagunçando seus cabelos encaracolados.

- Vem, vem tomar café. - Puxou minha mão, apressado. - A mamãe fez café.

- A mamãe fez café? - Perguntei confusa.

Normalmente quem faz é Lydia, nossa cozinheira.

Ele assentiu, e correu mim puxando pra ir a sala de jantar. Ri pela primeira vez no dia. Felipe soube tirar pelo menos um sorriso de meu rosto. Por isso que amo esse garoto!

- Mamãe, mamãe. A Juh. - Felipe falou, avisando todos que estavam sentados na mesa.

- Filha. - Ana levantou da cadeira pra vim em minha direção. Ela mim abraçou fortemente. Ainda era estranho, ela ter voltado a me enxergar, depois anos ela me ignorando. Ela finalmente se separou de mim, e pegou meus dois lados do rosto. - Fiquei tão preocupada, por você não ter descido ontem pra nada.

- Anram. - Concordei com a cabeça, ainda desconfiada. Ela sorriu triste e deu um leve beijo em minha testa, pegou minha outra mão livre e também me levou pra mesa. Joaquim não fez questão de levantar a cabeça quando sentei. Encarei a grande mesa, cheia de coisas que amo comer. Minha barriga roncou, por não ter se alimentado nada. Comecei a comer em silêncio, e por isso fazia a mesa também em silêncio, um silêncio terrível e perturbador. Minha cabeça estava baixa, e sentia o olhar da parte do Joaquim em mim.

- Filha. - Ana chamou quebrando o silêncio. Levantei a cabeça esperando ela dizer algo. - Gostei da roupa. Faz tanto tempo que você não usa suas jardineiras. - Sorriu tentando amenizar o clima. Sorri agradecida pra ela.

- Sim, na verdade. - Mim ajeitei na cadeira sorrindo. - Cabeu perfeitamente em mim ainda.

Aos 14 anos, tinha parado de vestir minhas jardineiras. Era minha roupa preferida, só acabei gostando mais de calças e esqueci elas no fundo do guarda-roupas. Hoje que revi, resolvi usa-la novamente, já que minha outras roupas já estava tudo desgastadas.

Minha única diferença no visual de hoje, era que eu não usava meus velhos bonés. Meu cabelo estava em um coque frouxo. Realmente, me sinto nos velhos e bons tempos.

- Deveria usar mais vezes. - Ela falou tomando seu suco.

[...]

Xinguei-a mentalmente, por novamente ela não deixar eu entrar na sala. A professora entra, 15 minutos antes, e quando a pessoa irá entrar não deixa. Velha chata!

Joguei minha mochila no balcão do banheiro, e sentei no mesmo. Minhas mãos estava na borda, e minhas pernas se movia frequentemente, enquanto minha cabeça estava em outro mundo.

Ainda não resolvi o caso do Rafa, por ainda não ter o visto. Teria que resolver o mais rápido possivel isso. Rafael é uma das pessoa que eu mais admiro, não aguentaria perder uma amizade dessas. Quero muito saber, desde de quando ele e os meninos esconde isso de mim, e por quê eles não me contaram antes. Meu único pedido agora, era que tudo fosse diferente.

Outro problema que terei que resolver, era com meu irmão. Ele não tinha culpa, eu tinha. Ele só quis me afastar do Jorge, pois sabe como ele era. E eu fui mal-agradecida com ele. Joaquim só queria cuidar de mim, do mundo, mas eu não aceitei. Não aceitei por um egoísmo meu, achando que já sei tomar conta de mim mesmo.

Eu estava um caos de problemas.

E o outro era o Anônimo...

Meu Anônimo...

"My Anonymous: Estou vendo, que esses dias de mensagens pra você, não está significando nada como você diz."

Era óbvio que significava. Era o que mais significava pra mim esses dias.

Não sei quando tempo passei pensando, só sei que desperte-me, com passos do lado de fora do banheiro feminino. Minha visão foi direcionada pra porta aberta, e de lá apareceu André. Seu olhar se cruzou com o meu, mais logo foi desviado por ele, que entrou no banheiro masculino. Continuei olhando a porta se fechar, e não demorou muito novos passos foram ouvidos. Do mesmo lugar, apareceu Jorge. Ele olhou pra mim e sorriu, entrando no banheiro feminino. Encolhi meus ombros, a cada passo minúsculo dele.

- O que quer aqui? - Perguntei. - Não está vendo que aqui é o banheiro feminino?

- Nada, só queria te ver. - Ele parou a minha frente, pondo as mãos ao redor de meu corpo.

- Licença. - Pedi ficando de pé, a sua frente. Seus braços ainda está no mesmo lugar. - Licença Jorge. - Pedi tentando empurrar seu peito. Ele não se moveu, só inclinou a cabeça pra perto de meu ouvido.

- Não tente resistir. - Ele sussurrou e ficou cheirando meu pescoço.

- Para. - Pedi empurrando cada vez mais seu peito. Minha voz era baixa, e clamava pra ele se afastar.

- Oh Julia. - Deixou um leve beijo em meu pescoço. Encolhi os ombros empurrando seu tórax. Finalmente ele se afastou de mim, mais só por ter ouvido uma porta batendo fortemente. Olharmos assustados pra porta e de lá estava André, vermelho. Agradeci mentalidade por ele ter chegado, pra interromper o que não sei o que aconteceria aqui.

- Por que não vão a um motel? - André falou quebrando o silêncio. - Ninguém é obrigado a ver isso.

- Olha, a ideia de ir ao motel até que é boa. - Jorge falou. André ficou mais vermelho do que já estava. - E bom, muitas pessoas iria amar está no meu lugar. - Ficaram se encarando e percebi André fechar o punho.

- Que bom pra você não é Jorge?! - Ele falou sarcástico. Eu não conseguia falar nada, vendo a situação onde eu se encontrava.

- Não, bom não... ótimo. - Sorriu vitorioso quando André não respondeu. - Você gostaria de está em meu lugar, André? - André olhou pra mim. Jorge esperava uma resposta, com os braços cruzados. André olhou pra Jorge novamente, e respondeu.

- Não valeria a pena... - Saiu.

Minha boca estava aberta. Eu estava surpresa. Muito surpresa. Meus olhos arregalados, foram ao de Jorge que também estava surpreso.

Okay! Eu sei que não sou muito bonita e tal, mas precisava disso tudo? Essa frieza toda? Minha nossa, não sabia que ele era assim tão sincero e realista. Meus olhos desceram pra os meus pés, e peguei minha mochila no balcão, e sai do banheiro, arrasada.

Meus problemas,
Não sei resolver...

A vida poderia
Colaborar comigo

Ai eu não sofreria tanto,
E não precisaria
Passar por tudo isso
Que estou passando...