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História Unknown Love - André/Julia


Escrita por: alvera_Nanew02

Capítulo 53 - André/Julia


- Obrigada por ter vindo comigo. – Ela agradeceu se virando quando chegamos a sua casa.

- De nada. – Cocei o queixo e voltei a colocar no bolso. – Seu irmão está? Queria resolver as coisas com ele.

- Claro, não quer entrar? – Colocou o chave na fechadura e girou.

- Não, é melhor não. – Falei nervoso ao ouvir gargalhadas do lado de dentro.

- Vem, deixe de frescura. – Pegou minha mão e me puxou pra dentro. – Mãe, cheguei. – Fechou a porta novamente já com a gente dentro de casa.

Olhei pra a sala, e vir a mulher caminhar em nossas direção.

- André, querido. – Ela sorria e me puxou pra um abraço forte. – Que surpresa você por aqui. – Se separou e deixou suas mãos pousadas em meu rosto.

- Caramba, até minha mãe te conhecia e eu nada? – Julia berrou incrédula. – Estou começando a achar que você fazia de tudo pra não se encontrar comigo. Depois dessa me deu até vontade de ir pro quarto. – Pensou em tirar nossas mãos, mas apertei novamente.

- Claro que eu conheço esse menino. – Apertou minhas bochechas. – Ele já aprontou muito com o Joaquim. – Ri junto com ela. – Se lembra do dia que vocês pegaram meus sutiãs e vestiram? Aquilo deu mô trabalho pra tirar. Vocês fizeram um nó, e depois quase morreu de tanto chorar porque estava apertado. – Ri envergonhado. Pior dia de minha vida!

- Depois te ter tirado o nó, você bateu na gente e nos colocou na cadeira do pensar. – Ela riu e me abraçou novamente.

- Vocês eram inseparável. Não sei como pararam de se falar assim do nada. – Ela falou e se separou.

- Aliás, eu vim resolver isso mesmo, ele está no quarto? – Perguntei.

- Estou aqui André. – Olhamos pra trás dela e ele caminhou até nos. – O que é isso aí? – Seu olhar se abaixou pra nossas mãos. Soltei rapidamente e sorri amarelado. Ele nos encarava seriamente. Pronto, agora que não se resolvemos mais. – Pensei que tinha deixado claro, que não quero mais vocês conversando. Pior! Juntos! – Me encarava.

- Ah Joaquim, não começa. Você sabe muito bem o que aconteceu da última vez. – Julia exclamou irritada, mas não resolveu o clima entre a gente.

- O que quer aqui? Omar não foi o suficiente e veio correndo pra mim? Achando que pode voltar a falar comigo normalmente?

- Acho que você se esqueceu, mas quem parou de falar comigo foi você. Só estou tentando amenizar nossa amizade.

- Amizade? – Ele riu irônico. – Desde de quando um amigo deixa o outro nas dificuldades? Quando você estava aqui ao meu lado neste tempo que Manuela foi embora? Mas que eu me lembre, quando a Priscila sumiu eu estava lá. Não estava?

- Eu vim por isso mesmo.

- Ah claro. – Sorriu irônico. – Logo quando vou pro México?

- O que você vai fazer no México? – Julia perguntou em meu lugar. – E com quem?

- Joaquim. – Todos olharam pra trás com a voz. É a Manuela? – A mamãe acabou de mim ligar, e disse que já deram alta pra ela. Mas...

- Mas... – Ele incentivou a continuar. Ela quem?

- Mas a mamãe disse que ela está um pouco anêmica. Entende? Ela passou esse mês todo sem se alimentar. Amanhã sairemos logo cedo viu? Estou preocupada com ela.

- Claro, daqui a pouco compro as passagens. – A menina assentiu.

- Não estou entendendo. Ela não é a irmã de Manu? O que ela está fazendo aqui? – Julia perguntou.

- Longa história, que irei explicar assim que terminar de falar com o André. – Ele falou me encarando. Antes que eu pudesse falar algo ele passou por mim e provavelmente foi pra escada. Antes de eu se virar pra segui-lo, senti a minha mão sendo segurada. Julia me olhava apreensiva. Suspirei e me inclinei pro seu ouvido.

- Não se preocupe. Não vai acontecer nada. – Sussurrei e beijei seu rosto. Ela não respondeu. Só me virei e caminhei até a escada. Subi correndo por ele não está mais. Entrei em seu quarto e fechei a porta. Encarei Joaquim que estava de braços cruzados e com uma cara de poucos amigos.

- O que está acontecendo entre você e minha irmã?


- Eu só quero saber onde está essa menina. – Otávio falou irritado apontando o dedo pra Rebeca. – Eu mandei ela ir pro colégio.

- Agora eu quero levo a culpa? Assim como você mandou, eu também mandei ela ir.

- Mãe. – Manu apareceu na escada e eles olharam pra trás. – Cadê a Isa? – Ela se apoiava no corre mão por ainda está fraca. – Eu passei no quarto mas ela não estava. Tá no colégio?

- Não, Manu. A Isa fugiu do colégio. – Rebeca falou entre um suspiro.

- Ke? Como? Por quê? – Perguntou ela preocupado e confusa.

- Não sei. Eu liguei pra ela pra dizer que você já tinha chegado do hospital, perguntei se ela estava bem e algo do tipo e ela disse que estava. Depois o colégio ligou pra seu pai e disse que ela não estava em lugar nenhum do colégio. Agora estamos aqui, preocupados. – Rebeca suspirou sentou no sofá.

- Eu vou ver no quarto dela se encontro alguma pista pra onde ela foi. – Manu falou.

- Eu vou também. – Rebeca se levantou rapidamente querendo se livrar de seu marido. A mulher ajudou a filha pra subir os últimos degraus e caminharam pro quarto da gêmea. Começaram a procurar nas coisas da garota mas nada encontraram.

- Mãe. – Manu chamou olhando o cofrinho quebrado debaixo da cama. Ela pegou e só tinha umas 6 moedas lá. – Tá quebrado.

- Pra quê será que ela quebrou? Ela sempre disse que ia deixar o dinheiro da mesada pra ajudar na faculdade dela. – Rebeca falou pensativa.

- Não sei. Mas se ela quebrou, é porque foi algo mais importante que sua faculdade. Olha, só sobrou isso. Isabela não quebraria se não fosse importante.

- Eu vou tentar ligar pra ela novamente. Pior que lá parece se em rede. – Rebeca falou saindo do quarto.

"Eu vou dar um jeito. Eu sempre dou um jeito."

"Como? Não tem como Isa." 

"Não se preocupe com isso, durma. Eu vou está aqui. Não vou sair." 

"Premete? Você, a mamãe e o papai são os únicos que tenho agora." 

"Prometo... Agora durma. Quando acordar vou lhe trazer um presente."

"Está bem, boa noite irmã."

"Boa noite, minha gêmea." 


- Não vai atender? – Isabela tirou a atenção de seu celular pra o garoto do outro lado da rua, na cerca também.

- Não. – Desligou a tela e suspirou. Droga! Eles descobririam.

- Namorado? - Téo perguntou. Isabela riu negando.

- Mãe. Namorado não tenho. Só crush. – Ela brincou.

- Hum... – Téo prolongou. – Seria indelicadeza perguntar quem é? – Brincou também.

- Um pouco. – Sorriu brincalhona. – Mas se quer saber. É só um garoto da Inglaterra.

- Ow, teve que abandonar o crush. – Téo zombou. A menina revirou os olhos.

- Pois é. Eu e ele sempre fomos colados. Vamos dizer que era uma amizade colorida.

- Entendo. – Ele mordeu o lábio inferior. O celular de Isabela tocou em sua mão. Agora quem mordeu o lábio foi ela ao encarar o a foto dele com ela. – Atende. – Isabela olhou ele e o menino sorriu. Ela deslizou o dedo encerrando a chamada.

- Depois eu ligo pra ele. – Ela retribuiu o sorriso.

"Tem coisas que fazemos, mas valem a pena." 

"Ousa-me! Nunca dexista de uma coisa por mim." 

"Não, não desisti. Só me livrei." 


- Não acontece nada. – Respondi depois de engolir em seco.

- Não minta, André. Ainda mais pra mim.

- Não estou mentido. – Ele suspirou.

- Está bem. Se você diz.

- Está tudo resolvido entre a gente?

- Não. Você tem seu amiguinho, Omar. – Retrucou.

- Só falta dizer que está com ciuminhos. – Zombei.

- Claro que não. Lá vou ter ciúmes de amigo. Ainda mais você. – Revirei o olhos sorrindo. – Aliás, você já contou pra ele que é apaixonadinho pela ex dele, que ainda por cima ele ainda é apaixonado?

- Não, e prefiro que ele não saiba tão cedo. Também diz ele que está conhecendo outra.

- Ah claro. – Sorriu sarcástico. – Pra quem disse que o odiava, vocês contam até os segredos. Quer dizer, ele né? Por quê!!

- Argh! – Soltei um rosnando e abri a porta. – Seus ciúmes me fascina. – Ele fechou a porta assim que passou por ela.

- Já disse que não iria ter ciúmes de você. Saí daí. Gosto de mulher carai.

- As meninas sentem ciúmes das amigas. Por que você não pode ter ciúmes de seu amigo? – Zombei caminhando com ele atrás.

- Por que homem não tem ciúmes de amizade. O máximo que ele faz é mandar ir se fuder só com passagem de ida.

                   Julia Vaz 

Olhei pra trás ao ouvir risadas soar.

- Ah, claro. É mesmo. – André falou em um tom de deboche rindo. Suspirei sorrindo aliviada. E eu pensando que eles sairia rolando pela escada se espancando até morrer. Já imaginou se isso acontecesse? Certamente é porque Joaquim descobriu sobre o beijo entre a gente. – Bom, já deu minha hora. – Olhou o relógio e mim encarou depois minha mãe. Ainda me pergunto, o que ele fazia pra não se encontrar comigo. Como é que eu nuca vir esse garoto aqui Jesus? Tô começando a achar que existe mesmo o pozinho de invisibilidade. – Tchau tia. – Ela caminhou até ele e se abraçaram do mesmo jeito que antes.

- Venha mais aqui. Você parou quando Julia começou a sair daquele quarto.

- Ke? – Perguntei confusa. Eles olharam pra mim e riram.

- Não se lembra? Você só vivia no quarto. Começou a sair assim, quando fez 10.

- Eu não. – Falei ainda confusa.

- Putz, é mesmo. – Bateu na própria testa. – Esqueci que você já teve um pequeno acidente no parque com 11 anos, e esqueceu algumas coisas.

- Ke? Como eu nunca soube disso? – Falei irritada.

- Ah, que deixei pra lá. Aí como você perdeu um pouco a memória aproveitei.

- Está dizendo que já tive lembranças com ele? – Perguntei sem acreditar.

- Eu acho que sim né, André? – Perguntou a ele que assentiu e fez mais ou menos com a mão.

- Se dizer que foi cinco, é porque mentiu. – Eu estava atômica. Sério!

- Vai meu filho, já está tarde. – Minha mãe sorriu e beijou seu rosto carinhosamente. Levantei da poltrona e sai com ele fechando a porta. Cruzei os braços e bati os pés no chão.

- O que?? – Riu vendo minha cara.

- Agora por isso que nunca me lembrei de você. Você e o Joaquim me disse que só foi uma vez na escola.

- Eu tenho culpa se você que foi desastrada e bateu a cabeça no brinquedo do parquinho?

- Vai se ferrar. – Ele riu novamente. Que engraçado, porque dele eu não me lembro, mas das outras coisas sim. Estranho, parece que só perdi as memória com ele.

- Ke?

- Ke de ke?

- Você disse algo.

- Ah. – Eu e minha mania. – Esquece, mas iai, você não contou pra ele sobre...

- Não, não. – Ele negou rapidamente. Suspirei aliviada.

- Ata. Bom, obrigada de novo por ter me acompanhado já que neste momento você deveria está no dormindo.. – Sorri de canto.

- E mesmo se não tivesse, nunca iria conseguir dormir sendo que você estava no andar de baixo. – Ele sorriu de canto também. – Aliás, me desculpe pela Priscila naquele momento.

- Tudo bem. – Respondi. Como faz pra nós se despedimos? – Bom, tchau. – Acenei com mão e toquei a maçaneta sem desgrudar o olhares.

- Tchau. – Acenou também. Sorri tímida e fiz menção de abriu mas só fiz mesmo.

- Tchau. – Mim despedir novamente. Ele riu.

- Tchau.

- Posso... Ahh... Argh!

Ele riu novamente e me puxou pra um abraço. Deixei meu ouvido pousado em seu peito ouvido seu coração, enquanto meus braços estavam enrolado em seu tronco. Seu queixo estava apoiado no topo de minha cabeça e enquanto me apertava que nem eu em minha cintura. Meus olhos estavam apertados enquanto sentia seu corpo quente no meu. Eu certamente nunca vou esquecer esse abraço.

- Julia, esse é o meu novo amigo. André! - Joaquim finalmente soltou minha mão. - André, essa é minha irmã mais nova. Julia!

- Oi Julia. Sou o André. - Estendeu a mão pra mim. Ri entre um sorriso e escondi com os dedos. 

- Eu sei. Ele acabou de dizer. - Ele sorriu tímido e coçou a nuca envergonhado. 

- É mesmo. - Concordou ainda com seu sorriso envergonhado. 

- Sou Julia. - Peguei sua mão agora abaixada e balancei entrando em sua brincadeira. 

Me separei dele sentido uma pontada na cabeça e levei a mão no local.

- Você está bem? – Ouvi a voz de André preocupado.

- Estou... – Abri os olhos lentamente. – Só foi um... reflexo.

- Esta bem estão. – Falou ainda preocupado. Sorri fraco e ele beijou meu rosto. – Até amanhã.

- Até. – Ele sorriu e caminhou e olhou só mais um mais uma vez sorrindo.

"O que você fez comigo, garoto?" 

"O mesmo que você fez comigo... Me vê mais uma dose." 

"O que acha que vai fazer?"

"Vou beber. Beber até esquecer que você acabou com a minha vida da melhor forma possível, e agradeço isso a você."


O garoto riu impressionado com a menina. Isabela era uma figura. A menina a cabeça envergonhada por o silêncio e ele só está lhe olhando sorrindo.

- Isso é tão estranho e clichê. – Ela falou.

- Isso o que?

- Está conversando com você assim, sendo que te conheci hoje e já quero levar comigo pro México pra guardar em potinho. – Eles riram.

- Verdade.

- Téo. – Uma voz feminina embaçada por choro saiu da casa dele. Isabela arregalou os olhos ao saber quem e se baixou tentando esconder naquele tonco de árvore que fazia parte da cerca.

- O que foi tia, Helena? – Téo perguntou preocupado vendo que ela chorava desesperada.

- Uma das minhas sobrinhas fugiu do colégio. Agora ninguém sabe onde ela está. – Falou ela preocupada. - Rebeca está que nem louca ligando pra ela, só que ela não quer atender de jeito nenhum.

- Droga! – Isabela xingou baixo. Então esse foi o lugar que ela veio passar o mês com o marido e o irmão dele.

- Ah, ela fugiu? – Perguntou em tom de mistério ela deboche. – Isa, você conhece alguém que fugiu do colégio? – Isabela abriu os olhos com medo e se levantou aos poucos revelando pra sua tia.

- Se eu conheço? – Ela riu com medo ao ver a tia ali na casa a frente. – Não, eu não conheço. – Ria sem humor.

- Isabela menina! – Helena falou firme repreendendo.

- Oi, tia Helena. Como vai? Me desculpe não ter ido em seu casamento, sabe? Minha cólica é daquelas que só Jesus na causa. Aí me deu um bocado de dor. Aqui. Aqui. Aqui. Aqui. – Terminou de apontar no coração. – Mas não se preocupe, eu vi as fotos e estava muito lindo. Até que a senhora não foi tão caipira assim, sabe? Porque!!! Poxa! Eu me senti tão mal por não ter ido. Olha só, finalmente conheci o irmão de seu marido. E vamos dizer, que!!! É super gato e gostoso. – Falou a eles em voz de sussurro. Téo riu dela tentando fazer a tia esquecer que ela fugiu. – Jesus!!! Chega me deu um calor agora! – Se abanou com a mão. – Sabe? Eu acho que vou entrar. Oh, mais não se esquece de dizer a sua sogra que fez um ótimo filho, viu? Céus, que calor. Vocês não estão? Eu esou.  Ah e antes que eu me esqueça, felicidades aê no casamento viu? Não esquece que te amo muitinho, e que te perdoou por me trocado por sua nova família. Beijos. Beijos. E um milhões de beijos na bocaaaa. Err, tchau! – Correu pra porta da frente e se arrependeu eternamente por isso. Assim que tocou a maçaneta gemeu baixo ao sentir sua orelha sendo puxada. Téo ria descontroladamente enquanto caminhava até elas com a mão na barriga. – Tiaaa sua linda, que saudades que estava de você meu amor, mas esse seu afeto de carinho não caiu muito bem não. Você pode, ah... soltar? – Helena soltou e ela gemeu de dor com seu puxão última hora. Massageou a orelha encarando sua tia que estava raivosa.

- Que zorra você está fazendo aqui, Isabela? Que merda viu!

- Você não era religiosa? Que eu me lembre religiosa não xinga. Aliás, como minha vó ficou ao descobrir que você foi pra igreja católica? Tá parey...! – Se rendeu e suspirou sabendo que não tem outro jeito a não ser contar. – Você também viu. – Bateu no braço de Téo quando ele chegou até elas. – Não poderia ficar calado não é?

- Você me chamou de gostoso. – Zombou rindo. Isabela mandou o dedo do meio pra ele em sua cara e ele também que foi recebido por um tapa dela.


                   André Alencar 

Cortei mais um pedaço do bolo que Lola e minha vó fez e meti na boca.

- Você está melando tudo seu idiota. – Senti muito braço arder. Minha vó e essa mania de mim xingar de idiota depois me bater. – Tá com o buraco de Alice nos país das maravilhas na boca seu besta? – Bateu novamente.

- Também te amo. – Falei de boca cheia. Ela me bateu novamente e ri me esquivando. Engoli o bolo delicioso e esfreguei a mão no braço. – Seu tapa doe caramba. – Ela me bateu novamente.

- Olha o respeito seu moleque. – Bateu novamente.

- Tá chega. Chega. – Me rendi. – Cadê a Lola? – Lavei minha mão suja de brigadeiro.

- Coloquei pra tomar banho e foi dormir. – Desliguei o registro pegando o pano de prato.

- Quer que eu a leve na escola amanhã? – Apoiei os cotovelos no balcão.

- Acho que não vou deixa-la ir. – Mordeu o lábio. – Sabe? Vou dar um tempo pra ela. Não foi fácil pra ela depois do que aconteceu no colégio. Os colegas vão rir se a ver, e o doutor disse que isso pode causar depressão nela.

- Entendo. Está certa mesmo. Deixa amenizar um pouco. Daqui a alguns outros dias os colegas esquecem. Mas escuta... Não é verdade aquela história de namoradinho né? – Ela riu negando com a cabeça. – Ufa! – Respirei aliviado.

- Só disse aquilo pra provocar vocês. Sei como não gostam. – Se explicou divertida.

- Claro que não gosto. Lola não tem idade pra namorar. – Bufei com indignação.

- Você queria que Julia namorasse com você com sete anos de idade?

- Julia é Julia. Lola é Lola.

- Ah claro. – Debochou. – Quando vai na casa de seu avô?

- No domingo. – Ela concordou com um mínimo sorriso. – Bora lá também?

- E ver aquela barbe falsificada dando um bote no dinheiro de seu avô? Prefiro ir morrer esfaqueada do que ver aquilo. – Ri junto com ela.

- Ah, mas Karen é tão legal. – Provoquei.

- Legal é o preço daquele diamante em seu pescoço. – Retrucou. – Você já viu aquilo? Deve pesar mais que minhas compras mensal.

- Pior que é mesmo. – Ri concordando.

- Um dia desses encontrei com ela na farmácia. – Ficou de frente pra mim. – Aí ela: Oh querida. Que bom te ver novamente. – Tentou imitar a voz fina dela. – Aí eu: Oh é mesmo? Porque pra mim foi pior que uma pessoa demoníaca. – Ri jogando a cabeça pra trás.

- Sério? – Perguntei não acredito que ela disse isso mesmo. Mas minha vó como odeia ela não duvido.

- Sério. Aí ela riu com aquela risada de peixe cru e disse: Perde a amizade mais nunca perde a graça né fofa? Aí eu: Não querida, sua amizade eu nunca fiz questão de ter, e se tivesse mandava pra o não sei aonde, que sua amizade é pior que as zamigas das meninas de hoje em dia.

- Você é demais. – Falei rindo descontroladamente.

- Ah menino! Você não sabe da maior. – Ela falou. – Acredita que ela disse que estava lá só pra comprar um teste de gravidez? – Parei de rir assim que ela falou isso.

- Como? – Perguntei se é isso mesmo que ouvi.

- Isso mesmo. Ela disse que está desconfiada de que está grávida de seu avô. Eu achei estranho. Sabe? Nunca confiei naquela mulher. Ela começou a me provocar dizendo que seu filho nunca iria abandonar um filho e a mãe.

- Ela falou de minha mãe? – Perguntei incrédulo.

- Falou. – Concordou. – Agora cada uma viu. Mulherzinha insuportável. Isso deve está dando o golpe da barriga em seu avô, e ele como idiota está caindo.

- Cá entre nós, você ainda gosta dele né? – Sorri malicioso pra ela que negou fazendo uma careta.

- Sai daí. Seu avô é passado. Estamos no presente. Presente que só é você e Lola.

- E tem mais alguém também? – Ainda estava sorrindo malicioso.

- Sua mãe e não se fala mais nisso.

- Ela não é minha mãe. – Bufei se virando pra sair da cozinha.

- André Alencar!

- Me erra! – Falei sem olhar ela.

- Fique com sua ousadia. – Ameaçou e vi que a casa ficou um pouco escura. – Vá dormir não fique aí. Dou-lhe um murro. – Ri debochado subindo as escadas.

- Ah claro. Vamos comer bastante feijão. – Zombei e olhei pra trás vendo que ela corria a mim. Ri subindo as escadas correndo. Abri meu quarto e fechei antes que ela entre.

- Amanhã você vai ver seu grande atoa. – Falou do lado de fora.

- Te amo também, sua linda. – Respondi.

- Linda é a marca da minha sandália em sua cara seu besta, grande atoa.


- Agora entende porque fugi? - Isabela perguntou quando parou de contar seu motivo.

- É Isabela, mas você não podia tomar essa atitude. Ficamos preocupado poxa!

- Você não vai contar pra eles não é? - Isabela perguntou incerta.

- Claro que vou.

- Não, não conta. Eu quero fazer uma surpresa pra a Manu.

- Olha, vamos fazer assim. Eu vou contar pra seu pais, e peço pra eles não contar pra a Manu que você vai levar ele.

- Mas meu pai nunca vai aceitar ele. A senhora sabe como ele é. Ele não gosta do Joaquim.

- Mas Isabela. Eu não posso ficar aqui sabendo onde você está, e deixar eles lá preocupados.

- Está bem. Faça do jeito que você disse. Mas por favor, prometa que Manu não vai saber. Depois eu me resolvo com meu pai sobre está levando ele.

- Está bem. – Suspirou. – Téo, depois entre viu? Mesmo sendo na casa da frente já está tarde. – O menino assentiu. – E você? Tome jeito em sua vida viu menina? – Apontou o dedo pra Isa. – Beijos, e nunca mais faça isso comigo. – Beijou sua testa e sorriu caminhando de volta pra casa da frente. Assim que ela entrou Isabela começou a bater ne Téo.

- Está vendo o que você fez? – Batia em seu braço. – Agora vou ter que arranjar um jeito de controlar meu pai. Ele vai me matar por está levando Joaquim pra ver Manuela. – Parou de bater e sentou no único degrau ali, escondendo o rosto.

- Seu pai é tão ciumento assim é? Até vendo a filha sofrer ele evita que se aproxime de Joaquim. – Sentou ao seu lado com a mão em suas costas.

- Você não sabe o quanto. – Suspirou abafada.

- Se ele é assim com sua irmã que está em um relacionamento. Imagina se souber que você tem uma amizade colorida com um garoto. – Ele riu tentando amenizar o clima mais sem sucesso ao ver a cara raivosa dela. – Desculpa. – Pediu engolindo em seco. Isabela choramingou e deixou a cabeça cair em seu ombro. - Mas você me chamou de gostoso. – Ele conseguiu tirar um riso dela.

- Foi mal. Eu não estava falando nada com nada. – Riu e mordeu o lábio inferior.

- Que nada. Eu até que gostei. – Ele sorriu.

- Sério? – Ela tirou a cabeça de seu ombro e lhe encarou.

- Claro. Não é todo dia que uma garota me chama de gostoso se não estiver acontecendo algo entre a gente.

- Idiota. – Revirou os olhos ao ver o sorriso malicioso dele ao falar aquilo.

- É sério! Ainda mais quando é uma garota como você.

- Você nem me conhece. Não tem como saber sobre quem sou. – Encolheu os ombros ao falar.

- Te conheci hoje, mas sei coisas que até você não sabe sobre si mesmo.

- Ah, é? Então o que sabedão? – Perguntou sarcástica.

- Você se esconde com uma máscara de durona mas é sensível. Diz se surpreender por está nesta aventura toda, mas lutando ou não, faria tudo novamente só pra ver a felicidade de sua irmã mesmo isso custando a sua. Quem me dera ter essa coragem de sair de um país pra buscar o cunhado pra sua irmã. Pessoas normalmente pegaria o celular e ligaria pra dizer, mas você quis enfrentar até seus pais, só pra ir pegar a felicidade da Manuela. Mesmo dizendo que não gosta de abraço, é umas das coisas que mais você deseja pra ter. Se machuca aos poucos por seu “crush” só querer uma diversão, enquanto você é perdidamente apaixonada por ele, mas mesmo assim isso nunca te impediu de chamar os outros de gato e gostosos.

- Caramba! – Falou impressionada com o que ele disse.

- Eu disse. – Ele sorriu de canto e se levantou. – Já vou, boa viagem e quem sabe se vemos por aí quando sua tia e sua mãe se encontrarem. Tchau.

- Tchau... – Sussurrou ainda atômica com o que ele disse. Téo caminhou até a casa da frente sem olhar pra trás. – Téo. – Ela chamou e se levantou correndo até ele. Téo se virou confuso.

- Diga.

- Como saber tudo isso? – Perguntou sussurrando olhando cada traços de seu rosto. – Ninguém nunca conseguiu me decifrar assim tão... rápido.

- Gosto de observar olhares. Tem pessoas que demonstram os sentimentos neles. Não foi difícil com você. Você é cheio deles. – Ele sorriu e pousou a mão direita em seu rosto esquerdo. A respiração da garota parou ao ver ele se aproximar de sua bochecha e deixar um beijo demorado no canto de sua boca. Téo sorriu mais uma vez e acariciou sua bochecha delicadamente, fazendo-a se arrepiar com isso. – Boa noite, Isabela.

- Boa noite, Téo...


- Como ela foi parar aí? – Rebeca controlou a voz pra que Otávio não acorde.

- Resumindo, ela veio pra buscar o Joaquim. - Respondeu do outro lado da linha.

- O Joaquim? Pra quê?

- Pra Manuela. Ela disse que Manu só pedia ao Joaquim, e que quer fazer uma surpresa pra ela.

- Isabela e suas artes. – Murmurou Rebeca. – Obrigada Helena por mim avisar. Ela está aí com você?

- Não. Ela está conversando com Téo. – Helena sorriu ao ver na janela eles conversando. – Quem diria que eles se encontraria assim do nada.

- Pois é. – Rebeca e Helena riu.

- Aliás, não é porque o Téo é o irmão do Pedro, mas eles ficam mais bonitos juntos do que ela com aquele tal de Benjamin.

- Nem me fale desse garoto. – Rebeca pediu. Helena riu e soltou a cortina.

- Ela vai voltar amanhã mesmo pra aí com o Joaquim. Mas...

- Tem mais?

- Ela pediu que não conte a Manu. Chega implorou pra pedir pra não contar pro pai também, mas aí não pode. Cadê ele?

- Coloquei pra dormir. Ele estava agoniado aqui. Tive que dar um calmante.

- Vai contar a ele?

- Não tem outro jeito, Helena.

- Verdade. Mas faça de tudo pra que ele não diga a Manu. Ele irá se retar com Isa, por isso, mas vai valer a pena.

- Nem me diga. As vezes eu me pergunto se Otávio não quer a felicidade das meninas.

- De querer ele quer, mas ele acha que elas ainda são crianças de sete anos que precisa dos pais pra atravessar a rua.

- Verdade. Agora eu vou dormir minha irmã. Obrigada por mim avisar. Acho que se acontecesse algo com minha menina eu nunca iria me perdoar.

- Que nada. Não pense nisso. Você não tem culpa se ela que fugiu por vontade própria.

- Mas eu que concordei pra por elas no colégio.

- Vocês colocaram pra protege – lá. Durma em paz, e dê um beijo na Manu pra mim.

- Tudo bem. Tchau. Ah Helena?

- Sim?

- Você vem pra cá né? Pro México?

- Não sei direito. Pedro e eu gostamos tanto daqui do Brasil. Não sei de iremos querer sair mas.

- Ah tá bem. Você já foi visitar a mamãe?

- Ainda não. Você deveria vim pra cá também. Morar aqui. Aí ninguém fica separado da mamãe.

- Acho bem difícil Otávio querer se mudar. Logo agora que se mudamos pro México.

- Bom, a escolha é suas. Vocês que decidem entre si. – Helena abriu a cortina novamente e sorriu ao ver Isabela e Téo se olhando no meio da pista em pé. – Mas acho que as meninas que iriam gostar.

- Por que acha isso?

- O namorado da Manuela mora aqui em frente. E Téo. Bem, acho que vai continuar no Brasil.

- Do namorado da Manuela eu entendi. Mas o que tem o Téo?

- O Téo e a Isa vamos se dizer que... – Prolongou ao ver Téo beijar o rosto de sua sobrinha. – Tem bastante químicas entre eles. Na língua dos adolescentes de hoje em dia: Eu shippo! – Helena riu e desligou a chamada antes que Rebeca fale que não entendeu.

- O que é “Eu shippo”? – Rebeca se perguntou confusa. Ela saiu do quarto pronta pra saber o que é “Eu shippo”. – Manu? – Abriu a porta do quarto com cuidado e viu ela deitada na cama toda encolhida. A menina olho pra porta e sorriu fraco.

- Oi, mãe. – Sentou na cama. Rebeca tocou sua testa pra ver se estava quente.

- Por que estava toda encolhida? – Sentou na cama.

- Só estava pensando. – Murmurou abaixando a cabeça e olhando as mãos. – A Isa apareceu?

- Não. Mas não se preocupe com isso. Amanhã vou comunicar com a polícia. – Mentiu. – Mas me responde uma coisa. O que é “Eu shippo”? – Sua cabeça caiu pro lado como cachorrinho abandonado. Manuela riu de leve.

- Aí mãe. – Negou rindo. – “Eu shippo” é o mais novo jeito de dizer que torce por um casal. Que quer ver eles juntos porque são fofos juntos e que se combinam. Essas coisas... Tipo: a senhora e o papai. Eu e o Jo... Jacob Sartorius. – Sorriu amarelado. - Tem o shipper também. Que formamos as junções dos nomes do casal.

- E esse negócio de shipper. Qual é o do seu pai e o meu?

- Ah, sei lá. – Mordeu o lábio inferior. – Retavio, talvez? Nunca pensei no seus não.

- E você? Tem? – Manu abaixou a cabeça olhando sua mão.

- Eu tinha com o Joaquim. Era Majo... Só que acabou, né?

- Desculpa. – Pediu a mãe ao ver que ela ficou triste.

- Tudo bem. Mas porque a pergunta?

- Ah, nada. Curiosidade! – Beijou a testa da filha e suspendeu mais o cobertor quando ela se deitou. – Boa noite.

- Acho bem difícil, mas obrigada mesmo assim. – Rebeca saiu do quarto pensativa.

Então Isabela mais Téo, se combinam? É isso? – Pensou ela ainda confusa. – Bom, pelo o que vi no casamento de Helena, ele me passou ser um ótimo rapaz. Melhor do que aquele Benjamin.

                       Julia Vaz 

- Juh, você tem alguma roupa pra emprestar pra Isa? – Joaquim apareceu na porta de meu quarto ao lado dela.

- Claro. – Levantei da cama caminhando até meu guarda-roupa. Peguei a primeira que vi pela frente e lhe entreguei. Ela sorriu e agradeceu. – Não é grande coisa, mas dá pra vestir.

- Obrigada mesmo assim. É do jeitinho que gosto. – Colocou em sua frente a camiseta que roubei de Joaquim. Ri.

- Vocês meninas e suas manias de dizer que essas camisetas minhas são confortáveis. – Joaquim falou revirando os olhos.

- Como não? Essas camisetas são melhores que qualquer baby doll que existe no mundo. – Isabela falou indignada.

- Prefiro dormir sem elas. – Revirei os olhos e ele fechou a porta deixando nos duas só.

- Me diz, aquele garoto é seu namorado? – Isabela sorriu maliciosa. Franzi a testa.

- Quem? – Perguntei confusa.

- Não se faça de desentendida. Eu vir vocês no maior clima lá na porta de sua casa. Eu estava na cerca ao lado.

- Ah, o André... Não ele não é meu namorado. – Sentei na cama com o pé em baixo e voltei a mexer no celular.

- E você gosta dele? – Ergui o olhar pra ela que vestia a camiseta que dei.

- É, estou aprendendo a gostar. – Sorri fraco. – Mas acho que não vai dar certo. Ele tem namorada. – Dei de ombro.

- Namorada e tem a mô cara de apaixonado por você? Como podemos ver, que mundo vivemos hoje. – Riu dobrando sua roupa.

- É complicado nossa relação. – Mordi o lábio inferior. – E você? Tem?

- Namorado? – Riu. – Tô que nem você. Em um relacionamento hiper mega complicado. – Ri junto com ela.

- As vezes devemos dá um tempo ao tempo. Sabe? Pra ver se ele conserta o erro do passado. - Ela sorriu e mim fez sorrir também

- Boa noite.

- Boa noite.


Notas Finais


Bom, foi mal o cap chato. Ahh, eu tô amando fazer essas cenas de Teobela 😻😻 O que pode acontecer no próximo capítulo? Será que finalmente Majo irão voltar?
Isa dizendo que Téo é gostoso. TÁ CERTAAAAA 😂😂

Beijos de luz 😻


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