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História Unknown Love - André/Narradora


Escrita por: alvera_Nanew02

Notas do Autor


Estão bem com o coração? Por que peço com muito amor, que vocês aguentem o que estão por vim. Foi mals o capítulo enorme, eu iria cortar pra colocar em outro capítulo, mais não dava. Peço que por favor, se vocês não tem nada pra fazer leia a vontade. Se você não tem, não comece a ler esse capítulo pois você vai querer continuar continuar, e não vai parar! Tô avisando! Não venha dizer que não avisei depois 😂😂

Capítulo 66 - André/Narradora


- Olha, eu não sei porque, mas acho que você pensa que sou invisível.

- O que você quer? – Ela trincou os dentes se virando pra ele.

- Quero saber porque você voltou.

- Voltei pra reconquistar tudo o que perdi. Está satisfeito com a resposta?

- Não. – Ele sorriu e ela respirou fundo. – Faz duas vezes que você me vê e nem se quer deu um oi.

- E faz duas vezes que te vejo com ele. Fica longe dele. – Ela trincou os dentes novamente.

- Eu não vou ficar. Todos esses anos que ele vive, eu estava ao seu lado mesmo ele nunca ter percebido. Se ele hoje está vivo...

- Foi porque minha mãe cuidou dele o suficiente.

- Não, foi porque eu estava lá o observando jogar bola na frente de casa enquanto a um outro lado tinha alguém lhe espionando. Eu vi esse menino crescer, Alicia! Em cada fase!

- Mas não o cuidou!

- Você também não e eu não estou julgando! – Ela olhou pra o lado com as mãos na cintura.

- Eu amo o André! Eu quero o bem pra ele! E você está desclassificado pra que isso aconteça.

- Eu também amo aquele garoto! É meu filho também! E cá entre nós, em uma escala de 10 a 0 você está bem abaixo de 0 se é que me entende. – Ele ironizou.

- Já pensou que em qualquer estante, ele pode saber a realidade sobre a história de seu querido pai?

- O quê? Que sou um traficante de merda? Que já matei mais de 50 pessoas? Que participo de tiroteios com pessoas de outro bairro? – Ele sussurrava com ódio. – Desculpe te enformar, mas ele sabe dessa história desde de quê entrou no ensino fundamental!

- Não, a história em que seu pai diz que essa criança não era dele. A história em que o pai chamou-a mãe de vagabunda e que pode ser de qualquer outro da rua. A história em que o pai, rejeita a criança o chamando de diabo insolente! Eu tenho nojo, de saber que um dia me envolvi com você. Agora eu posso sair andando como se nada tivesse acontecido, e você pode simplesmente atirar uma bala em minhas costas, mas pelo menos eu vou morrer feliz por saber que consegui dizer que você foi meu maior erro que cometi. – Ela cuspia as palavras se em dó.

- Você está certa. Eu poderia te matar de costas, mas de frente seria bem melhor pra ver sua cara de sofrimento. – Ela gelou ao sentir algo em sua barriga. Abaixou o olhar pra o pouco afastamento de seus corpos e era uma arma pressionada em seu ventre. – Continua sempre desafiando a morte né, Alicia? – Ele sorriu.

- Eu não tenho medo de você, Vicente. Quer me matar? Me mate. Não é a primeira vez que você levanta a arma pra mim. Não tenho mais medo, então mim mate.

- Prefiro que você morra sem ar. – Ele voltou a guardar a arma em suas costas.

- Vai me enforcar? Nossa, pensei que depois de anos, você havia melhorado na técnica pra matar alguém, mas acho que só piorou. – Ela arqueou as sobrancelhas lhe desafiando.

- Prefiro que você morra, com minha boca colada na sua. – Sem perder tempo ele puxou sua nuca, colando suas boca. Ela tentou se separar, bater em seu peito forte, morder sua boca, mas a real é que no final, ela não conseguiu resistir. Ele se separou dela, e ela estava ofegante fazendo ele sorrir. – Ciências provam que beijo não mata, se não quiser. Então eu não quis. Talvez seja porque gosto de você viva. Ou talvez seja porque quero você reconciliada com André. Ou talvez eu queira nos três juntos como uma família. – Ele sorriu.

- Você nunca, vai ter uma família com a gente! – Ela cuspiu as palavras com ódio mas não lhe fez tirar o sorriso. – Nunca, porque você seria uma vergonha pra a gente. Eu vou viver com o André, e você vai continuar matando pessoas e roubando coisas, porque é isso que você presta.

- Já reparou que somos aquelas histórias de um casal patricinha e o chefe da gangue? A patricinha que sonha em ser médica; filhinha do papai rico; a menina que eu odeia a madrasta por seu pai teria trocado sua mãe; a garotinha que desafia a morte. E por fim o traficante! Porque só é isso que ele é. – Ele sorria na mais pura verdade dita. – A menina se apaixona pelo traficante mesmo sabendo que corre risco de vida, e é dificilmente correspondida. Se envolve, ela chorava dias por está grávida do cara errado. No final eles acabam juntos com o filho, ele para de ser envolver com coisas erradas por causa da família que criou, fim!

- Não existe isso. Não existe história assim. – Ela diz negando com a cabeça confusa.

- Claro que existe. A nossa, querida. – Ela bateu em sua mão quando ele fez menção de tocar em seu cabelo. Ele riu mordendo o lábio.

- Não temos história. E nunca teremos história. E nunca terá uma história com o André envolvido!

- Ele já está envolvido, Alicia. – Negou com a cabeça sorrindo. – Não tem mais pra onde esconder. – Irritada, ela deixou ele sozinho parado em pé. Ele olhou pra trás e sorriu caminhando pro lado contrário.

- E EU NÃO SOU PATRICINHA! – Ela berrou e ele riu continuando a andar.

                       DIAS ATRÁS

Ela suspirou ao meu lado.

- Eu sinto saudades dele. – Concordei apertando os lábios. – Será que eu fiz certo parar a nossa amizade?

- Vai atrás dele, ue. – Respondi ajeitando os livros no armário. – Ele sempre foi seu amigo. – Murmurei tentando ao máximo lhe dar atenção natura conversa.

- Sim, mas... – Ela parou de falar. Arqueei a sobrancelha olhando ela terminar de falar. – Desculpe, não deveria está falando do Rafael com você cheios de problemas. – Ela levou o cabelo pra trás com a mão e suspirou.

- Eu tô bem. Pode falar. – Sorri amarelado pra ela.

- É, mas eu não estou nada bem! – Olhei pro lado esquerdo com Isabela chegando perto da gente falando. – Eu tô grávida! Téo faltou mais um aula e novamente sumiu! Minha mãe está desconfiada dos vômitos diariamente! E foi mais um motivo pra ela ficar mais desconfiada quando anunciei um jantar com toda família.

- Você não deveria falar tão alto. Essas pessoas são fofoqueiras. Logo você está na boca do povo porque a novata está grávida. – Eu ri fechando o armário.

- E que se dane esses povos! Não sabe cuidar da própria vida. – Eu olhei pra trás e depois pra Isabela. – Perdeu a algo aqui garota? – A menina praticamente correu de longe dela. – Eu hein. – Colocou a mão na cintura.

- E resolveu o que vai fazer? – Julia perguntou.

- Contar a verdade. – Isabela respondeu óbvia.

- Não, eu quis dizer com o Téo. – Eu ri da cara da Isabela.

- O que tem ele?

- Você citou o Téo em seus “problemas”.

- Eu? Desde de quando aquele garoto é um problema pra mim? Eu tenho meus assuntos, e ele o dele. Normal, nada demais.

- Ahh, você sofre de perda de memória recente. Está parecendo Dori. – Julia revirou os olhos. – Adorei o salto.

- Obrigada. – Isabela sorriu levantando o pé mostrando o salto.

- E é agora que eu saio. – Sai dentre elas as deixando sozinhas pra conversar.


- André! Concentração! – O professor gritava e eu revirei os olhos buscando ar. Caminhei até ele quando o mesmo mim chamou. – O que está havendo? Você nem parece está na quadra? – Ele dizia a mim.

- Eu estou cansado tá legal? Tenho problemas pra resolver. Coisas pra raciocinar. Não dá pra mim concentrar em só uma coisa sendo que tenho outras prioridades. – Falei quase me irritando.

- O quê? Em namoro?

- Não, coisas familiares. E se fosse o senhor não tem haver com nada aqui.

- Desde de quando isso afeta as aulas sim.

- Aulas? – Eu ri seco. – Não parece que te afeta só as aulas. Parece que os Vaz te afetam, isso sim. – Eu olhei pra trás, onde Julia e Joaquim conversavam na grade. – Sabe? Até pensei que o problema só era com a Julia. Fiquei 24 horas sem falar com ela, mas aí eu percebi, não era só com ela que você cismou. Eu sei, eles são um exemplo de irmãos. – Bati em seu ombro com um sorriso irônico. – É de se admirar tanto. São muito lindos juntos. Seus pais o ensinaram bem.

- Por quê tem tanta certeza de estar que tenho cismado com os Vaz? – Sua voz saiu baixa.

- Não sei, deve ser porque desde de que chegou não para de olha-los. Deve ter gostado da aparência deles. Tem formatos de rostos diferentes né? É porque Julia puxou ao o pai, e Joaquim e o caçula a mãe.

- Eles tem irmão mais novo? Pensei que só existiam eles. – Ele murmurou mais pra si.

- E eu pensei que professores não se interessavam na vida dos alunos. – Murmurei e ele me olhou. Sorri cínico e voltei pra quadra.


- Uii que solitário. – Eu olhei pro lado quando Isabela apareceu zombando.

- O que faz aqui?

- Eu que te pergunto. – Mostrei o skate e ela deu de ombro. – Eu vim porque, gosto de observar esses lindos brasileiro manobrando um skate. – Ela riu e até ri também. – O que foi?

- Nada. – Eu me levantei pondo no pé o skate. Desci a rampa.

- Você é um péssimo mentiroso! – Eu ri subindo a outra descendo logo em seguida. Parei ao seu lado novamente. – E maravilhoso no skate.

- Eu sei. – Ela revirou os olhos. – Três rodadas pra você fazer três perguntas. – Ela concordou sorrindo. Olhei pra cima por um minuto e depois desci.

- Está com problemas no relacionamento com a Juh?

- Não. – Desci a outra. – Está tudo na mais perfeita ordem. – Parei novamente ao seu lado. – Outra. – Voltei a descer.

- Acha que consigo andar também? – Eu ri.

- Você está grávida. Óbvio que nunca iria deixar. – Depois parei novamente ao seu lado. – Você só tem essa pergunta. Não faça pergunta besta como a que acabou de perguntar. – Ela riu.

- Foi mal, é a curiosidade e sonho alto. – Eu ri descendo novamente. – Sua mãe merece seu perdão. – A pergunta me fez desequilibrar e descer do skate por pouco não cai. Eu esperei o skate desde e peguei.

- Isso não é uma pergunta. – Respondi colocando o skate lá em cima e subindo.

- Sendo mais específica. Quando é que você vai perdoar sua mãe? – Eu coloquei o pé na ponta do skate levantando o mesmo, e peguei nas mãos.

- Perdeu as chances das três perguntas. – Eu murmurei caminhando pra sair.

- Vai André, não seja tão rancoroso consigo mesmo. – Ela voltou a dizer me seguindo. – Você deve perdoar sua mãe. Ela é importante. – Eu pulei pra ir ao encontro do chão. – Vem, me ajuda a descer.

- Você subiu. Sabe como descer. – Continuei a andar.

- Não sei se sabe, mas eu estou grávida. – Eu bufei voltando pra lhe pegar. Coloquei o skate de lado e lhe carreguei pra coloca-la no chão. – Valeu. – Eu revirei os olhos pegando o skate novamente e sai andando com ela ao meu lado quase correndo. – Você ainda não respondeu a pergunta. – Ela cruzou os braços e eu parei de andar pra lhe encarar.

- Eu tenho uma pergunta pra te fazer também.

- Pode fazer. Responderei todas! – Sorriu empolgada.

- Se você fosse abandonada pela sua mãe por uma faculdade de medicina, dada a sua avó. Você passa todos os anos de sua vida a espera dela, até que chega um momento em que você cansa, e quando menos espera ela aparece tentando voltar a atrás do que nunca conquistou. Com você reagiria a isso? Você gostaria? Você, conseguiria aceitar que foi abandonada por sua mãe? – Ela não respondeu. – Agora entende o que estou passando. – Eu sai de sua frente e percebi que ela não mim seguia mais.

- EU MANDARIA ELA VOLTAR AO INFERNO QUE ESTAVA. – Ela gritou. – MAS DEPOIS EU ABRAÇARIA COM FORÇA, PORQUE IRIA ME LEMBRAR DE QUE ELA FOI SEMPRE O SONHO QUE QUIS QUE ACONTECESSE. – Eu parei de andar, com o que ela disse. – E depois diria a ela que a amo. – Sua voz se aproximava.

- Você é uma péssima mentirosa. – Repetir o que ela disse pra mim e sai.


- André, cuidado.

- Eu tô bem, tá legal? – Puxei meu braço. – Não preciso da ajuda de ninguém pra andar de skate.

- Sério? Por quê acho que o carro quase te pega agora. – Ele pegou meu braço novamente e me virou pra ele. – Você está horrível.

- Obrigado pela sinceridade, papai. – Zombei irônico. Ele suspirou coçando a testa.

- O que aconteceu?

- Por que você se importa?! – Eu me virei e novamente ele mim puxou. – Me deixe em paz.

- Sua mãe está preocupada. Olha as horas. Você nem atende o celular!

- Eu não preciso da preocupado dela. Manda ela ir pro buraco onde estava!

- Eu estava falando de sua avó.

- Ela não é minha mãe. Eu não tenho mãe.

- Então porque se confundiu com Alicia? – Ele sorriu convencido quando não respondi.

- Não importa. – Ele riu e eu revirei os olhos. – Tenho mais o que fazer. – Me virei caminhando.

- O quê? Tipo ficar no quarto até amanhecer e ir pra escola novamente?

- Não, tipo eu mim trancar do mundo pra esquecer que sou um completo órfã porque os meus pais, não quis cuidar de uma criança! – Falei irônico se virando. – Sabe o que é isso? É porque já tiveram pais. Sabe o que é isso, e quer mudar a história. Alicia teve pais maravilhosos. Você teve pais mas não os obedecia e fazia de tudo pra os fazer sofrer. Nem que eu faça as mesmas coisas que você fazia com eles, mas tudo o que eu queríamos era saber que eles me amavam mesmo com todas as coisas que você fazia de errado.

- Nós amamos você. – Ele pegou meu ombro balançando. – Eu, Alicia amamos você André.

- Mas não o suficiente pra que eu não sofra o quanto estou sofrendo agora. – Eu soltei meu corpo bruscamente.

- Todos nós sofremos, André. E o que eu mais sofro, é saber que o meu filho me odeia.

- É mais que merecido não acha?

- Eu sim, mas sua mãe não. Eu fiz todos os erros possíveis. Tenho sangue em minha mãos. Uma arma nas costas. As polícias finalmente não tem mais poder pra mim prender. Tem duas pessoas na minha cola pra mim matar ou matar alguém importante pra mim. Eu nunca se quer, serei perdoado por o que sou. Mas sua mãe. Sua mãe tem sangue em mãos, mas pra fazer coisas ao contrária da minha. Carrega estetoscópio no pescoço pra ouvir os batimentos do coração de alguém. Teve sempre a total liberdade de poder sair na rua sem ser presa nas frentes das pessoas. E nunca se quer é ameaçada. Quem você acha que merece perdão? Eu mato pessoas, ela as salva. Ela nunca fez nada de errado, eu sim. Não cobro seu perdão, pois sei o quanto eu sou uma vergonha pra você. Mas sua mãe merece e necessita dele. Você está me ouvindo?

- Julia. – Sussurrei. Merda! Ele olhou pra trás confuso. – Julia, deixe eu me explicar. – Andei até ela pegando sua mão, mas ela puxou.

- Eu já entendi, André. – Ela deu um passo pra trás. – Sabe? Na semana passada eu te perguntei sobre seu pai, e você preferiu ser um grosso comigo do que responder a verdade. Acha que eu iria parar de falar com você porque seu pai tira sangue de pessoas inocentes e indefesas?

- Ótima comparação. – Olhamos pra ele e ele levantou as mãos pro alto.

- Sim. – Respondi baixo. Ela suspirei de boca aberta.

- Você realmente não me conhece. – Ela deu as costas voltando. Eu fechei meus olhos, pressionando-os com o dedo. Ótimo! – Aliás, senhor, você está certo. Já que nunca o educou, parabéns foi ótimo. Seu filho precisa mesmo que alguém o repreenda pra ver se toma juízo da coisa. – Ela voltou a caminhar se afastando cada vez mais de mim.

- Parece que alguém ficou chateada. – Cantarolou Vicente. Olhei pra ele e ele se calou. Se virei, peguei o skate do chão caminhando pro lado oposto. – Está vendo? A gente faz escolhas e no final sempre dá errado. – Eu olhei pro lado, lhe olhando de canto.

- Eu não fiz essa escolha. Eu só preferi esconder a verdade dela pra salvar nosso relacionamento.

- Então eu seria uma ameaça? Entendi... Claro, sou um traficante mesmo. É normal acontecer. – Eu olhei pra trás e ele caminhava o lado oposto.


Bati três vezes na porta. Ela deitada na cama de frente pra porta, assistindo algo no notebook, me olhou.

- Podemos conversar? – Perguntei entrando em seu quarto lentamente. Ela suspirou pesado e alto, fechando o notebook. Tentei ignorar a parte em que ela só vestia um jeans e um sutiã branco. Eu sentei na ponta da cama e ela se levantou seguindo pro guarda roupa. Abri a boca pra falar algo quando ela entrou no banheiro, mas ela fechou bem na hora. Bom... Olhei sua escrivaninha e tinha várias fotos e um quadro aberto sem foto. Peguei as fotos começando a ver. Era fotos dela pequena. Dela de sua mãe, seu pai, Felipe, Joaquim. Tinha fotos dela com seus amigos, Isa e Manu, pessoas que nunca vi na vida – que talvez seja seus parentes. Observei uma foto dela com Omar juntos e tentei ignorar aquele pequeno ciúmes que crescia em mim. Mudei de foto. Não posso fazer nada se eles já foram felizes juntos, e quer guardar essa lembrança. Eu sorri quando a próxima foto era dela com Lola, fazendo caretas. Tinha mais outra foto delas, e era Julia beijando seu rosto. Passei a foto e me surpreendeu quando vi uma dela com minha vó. Normalmente ela diria “Não! Odeio tirar foto” mas pelo contrário, ela sorria feliz. Uma coisa que percebi era que elas estavam na cozinha, sujas de farinha no rosto. De todas as visitas dela lá em casa, não tinha me lembrado que elas cozinharam juntas. Quando ia passar a próxima foto, ouvi um barulho e um grito. – Julia? – Me preocupei se levantando deixando as fotos na cama. Bati na porta e tentei abrir conseguindo. Ela estava em pé, me olhando – já vestida –, enquanto em um canto do banheiro perto do vaso tinha uma maleta de remédios quebrada, com compridos espalhados. – O que houve? – Perguntei atômico. Ela respirava pesado e por vezes te peguei com cara de dor.

- Eu quero morrer!!! – Jogou a cabeça pra trás.

- Quer se matar com remédios?

- Não bocó, eu tô com cólica.

- Ahhh. – Ela revirou os olhos. – Que que eu vá comprar? – Ela não respondeu. – Te trago um pote de sorvete. – Ela sorriu no final e eu ri. Olha o sorriso dessa guria mano. Que perfeito! – Acho que isso é um sim. – Ela sorria e escolheu os ombros levantando as mãos ao altura.


Quando cheguei, ela estava deitada de bruços na cama e o travesseiro no rosto. Entrei silenciosamente. Em sua mão, que estava acima do travesseiro tinha uma foto virada pra o mesmo. Quando fui pegar, sua mão se moveu e ela tirou o travesseiro do rosto. Okay né?

- Trouxe o remédio. – Levantei o saquinho e ela se sentou escondendo a foto debaixo de suas pernas.

- Brigada. – Sorriu agradecida pegando a caixa.

- Quer água?

- Água e sorvete. Trouxe?

- Sim. – Ri caminhando pra sair e buscar.


Quando entrei no quarto novamente, ela olhava pra suas pernas e sabia exatamente o que era. Me bateu uma insegurança. Ela tinha uma foto do Omar. E se for dele que ela está olhando? Nossas pelo o que eu vi, não tinha.

- Aqui. – Julia fechou as pernas e sorriu pra mim. Sorri fraco também é lhe entreguei o copo d’água.

- Você salvou a minha vida. – Ela riu pegando.

- Orgulhoso disso. – Ri também lhe observando tomar o comprimido. Quando ela colocou na escrivaninha lhe entreguei o sorvete e a colher.

- Mano, você não é real não. – Ela diz quando abriu o pote. – Obrigada. – Levantou a cabeça sorrindo. – É tudo o que eu sempre desejei nesses momentos.

- Sorvete?

- Não, um cara como você. – Sorri junto com ela, e me inclinei pra lhe dá um beijo rápido. – Não quer? Cadê sua colher? – Ela perguntou quando sentei ao seu lado de frente pra ela.

- Pode comer. Não quero não. Comprei pra você. – Ela deu de ombro dando a primeira colherada. – Pensei que estava irritada comigo.

Ela encolheu os ombros.

- Só chateada por não ter contado. Eu queria saber mais sobre você e sua família.

- Agora já sabe.

- Mas não é a mesma coisa. Eu queria que você me dissesse, não que eu descobrisse. – Ela levou mais uma colher na boca. – Toda às vezes que te perguntava se você estava bem, você mentia. Fiquei mal ao ver que não reconheci isso.

- Eu achava que você iria se afastar com medo de que ela possa fazer um mal pra ti.

- Eu estou com você. Não com seu pai. Por mais que ele seja assim, você não é. Joaquim não se afastou de você. O que te fez pensar que eu iria? – Sua voz saia baixa e calma.

- Pessoas se afastam de mim. E esse seria um ótimo motivo pra você também ser um deles.

- Pessoas não se afasta de você, André. Elas correm porque sabe que você merece coisa melhor. A vida faz um favor de tirar aquelas pessoas que não são essências, e só fica aqueles que querem ver sua vitória.

- Desculpas.

- Está tudo bem. Só não faz de novo. – Concordei e sorri de canto. – Quer falar sobre o assunto que ele dizia? Sobre ele? – Levou mais um colher na boca.

- Não pelos dois. E também a única coisa que sei dele é seu nome Vicente e que seus pais estão fora do Brasil. – Ela concordou encostando as costas na cabeceira e levantando um pé. Levei a mão pra pegar mais ela abaixou a perna prendendo minha mão. – Deixa eu ver.

- Não.

- O que tem demais?

- Não. – Revirei os olhos puxando minha mão junto com a foto. A foto saiu amassada, mas as pessoas na foto que me interessou. – Fui rápida demais. Foi mal. Eu não deveria ter revelado essa foto.

- Não, eu gostei que tenha revelado.

- Sério? – Lhe olhei e concordei sorrindo.

- Eu estava vendo antes essas fotos, e não vi nenhuma nossas.

- Achei que você iria me achar apressada demais. Foi nossa primeira foto e única, já que Joaquim havia chegado no momento.

- Hey, que tal sairmos esse fim de semana?

- Claro, pra onde?


- Hey, onde você vai? – Téo tirou a atenção do celular pra Julia.

- Eu tenho que ir.

- Mas... – Ela não conseguiu terminar.

- Foi mal. – Ele saiu praticamente correndo.

- Parece que alguém não gostou de eu estar aqui.

- Não é verdade, Isa. Ele só deve está com problemas em casa.

- Helena é como uma segunda mãe pra mim. Somos unha e carne. Sentimos ciúmes uma da outra. Contamos segredos uma da outra. Todo dia conversamos. Está tudo perfeito em sua casa. Eu sei. O André está com problemas em casa, e né por isso que ele falta escola todos os dias. Acha mesmo que é isso?

- Tanto faz. E ele tem uma mãe. Talvez ele esteja cuidando dela.

- É, assim como Pedro também tem mãe. – Julia deu de ombro.

- Agnes, você não está em casa. – A professora passou pela nossa mesa falando. Isabela revirou os olhos tirando os pés da mesa.

- Quando é que vai admitir que gosta dele? – Julia sorriu.

- Quando André me ensinar a andar de skate.

- Eu? – Perguntei quando ouvi meu nome ser dito naquela conversa de amigas que fazem com que eu fique com elas a força.

- Sim, você vai me ensinar a andar.

- Eu já disse. Você está grávida. Não pode fazer isso. Isso não vai acontecer.

- Bom, então a resposta é nunca. – Ela diz a Julia com um sorriso convencido.

- Você não me contou que anda de skate. – Julia disse a mim.

- Não?

- Não.

- Devo ter esquecido. – Dei de ombro.

- Ah, ele é ótimo. – Isabela elogiou e eu sorri agradecido.

- Valeu.

- Você vai todos os dias lá?

- Não. Eu tenho trabalho. Eu costumava ir com Joaquim bem lá atrás quando tinha uns 15 anos. Faz tempo que não vou lá, ou até ando no skate.

- Já que eu não estou grávida, você vai me ensinar né? – Julia perguntou e eu lhe olhei.

- Claro. Por quê não? – Sorri e ela sorriu irônico, estranhei.

- Pode ser no final de semana quando sairmos.

- Sim. Pode ser. – Ainda estranhava seu sorriso irônico pra mim.

- Quando eu... Ah, pera. – Pediu pegando o celular quando vibrou. Aproximei meu rosto em Julia.

- Sabe? Você não precisa ficar com ciúmes, Linda. – Sussurrei divertido em seu ouvido.

- Sabe que posso lhe dar um murro agora mesmo seu besta. – Eu ri mim afastando. Ela voltou a olhar pro lado com a mão na nuca.

– Pronto. Onde estávamos mesmo? Ah, me lembro. Quando eu ter a criança você vai me ensinar de qualquer jeito. – Ri com o que Isabela disse.

- Quando você ter a criança você não vai nem sair de casa mais. Vai ter que abandonar dias de festa, pra cuidar dele. As saídas pro shopping, pra leva-lo no posto. Ser mãe não é como parir e deixar pra mãe cuidar, enquanto você sai pra comemorar seu aniversário. Ser mãe é você ter uma aliança de compromisso com a responsabilidade.

- Julia, é melhor ver se ele já em experiência com filhos. Ele está me assustando. – Eu negando com a cabeça. Olhei pra Julia que estava de cabeça virada com a mão na nuca.

- Não é que eu tenha experiência. – Falei voltando a olhar Isa. – Só disse o que eu queria que acontecesse comigo. E se estou falando isso pra você é que eu não quero que ele passe o que passo.

- Quer saber? Eu não sei se essa criança vai nascer. Não sei se serei uma boa mãe. Mas já sei quem vai ser o padrinho e a madrinha dele. – Ela bateu na mesa.

- Quem? – Ela sorriu olhando eu e Julia. Com o venho franzido, encarei Julia que me olhou. Isabela mexia as sobrancelhas pra cima e pra baixo com seu sorriso alegre. – Não, não, não. – Neguei com a cabeça quando percebi o que ela quis dizer.

- Por favor... Vocês são as duas pessoas que eu mais tenho intimidade. Nem com meu cunhado eu tenho intimidade assim. Sem contar que vocês são o melhor casal OTP. Eu quero vocês.

- Escolha o Téo. Ele quis ser o pai. Talvez o padrinho você aceita que ele seja.

- Eu quero você. – Pegou minha mão que estava na mesa. – Por favor... – Ela olhou pra Julia. – Vocês dois. – Pegou sua mão também, juntando nossas mãos. Encarei Julia e ela também. – Julia me aconselhou de não tirar. E você acabou de abrir meus olhos. Não vão rejeitar o pedido de uma grávida em puros, né?

- Bom, eu não vejo problema. Já sou destinada a ser madrinha da de Bruno. – Julia respondeu sorrindo.

- Eba! – Isa lhe abraçou. – E você? – Ela me olhou.

- Só com uma condição. – Ela concordou. – Que prometa que não vai pensar em tirar, e nem fazer o mesmo que Alicia fez comigo.

- Prometo, juradinho. – Beijou seus dedos e eu ri quando ela me abraçou junto com Julia. – O melhor trio que você respeita. – Ela se separou e ela ficou nos olhando com a cabeça apoiada nas mãos. – Agora um beijinho do casal mais OTP. Vamo.

- Oh, não, o refeitório tá cheio.- Julia negou.

- Agora! – Trincou os dentes. Julia me olhou e eu ri. Não acredito que Isabela quer mesmo que a gente faça isso. Levei minha mão em sua nuca, juntando nossos rostos. Demos um selinho que não deve ter durado nem 5 segundos. – Oh, que fofinhos. – Julia abaixou a cabeça envergonhada. – Só falta se oficializarem. – Isa me olhou com um sorriso malicioso e eu ri.

- Mano, você não presta. – Levantamos quando o sinal tocou.


- Ow, Joaquim. – Lhe chamei cutucando seu braço.

- Late.

- Au! – Ele riu e eu ri também. – É sério.

- Fale. – Ele fechou o armário.

- Só promete não fazer besteira?

- Fala logo, André.

- Jorge acabou de chegar na Manu.

- Como? – Apontei pra eles dois. – Viado. – Não pude ver seu rosto, mas pelo jeito que ele começou a andar em direção pra eles, eu já tinha percebido que tinha que segui-lo pra ele não fazer merda. – Manu. – Joaquim chegou lhe chamando.

- Ah, oi querido. – A garota sorriu.

- Por quê está conversando com esse cara? – Jorge sorria cínico.

- Achei que como são amigos, não é teria problema.

- Não somos amigos.

- Não? Ele disse que era.

- Ele sabe muito bem que não somos.

- Qual é, irmãozinho. Vai mesmo fazer desfeita da nossa amizade? Se conhecemos há tantos anos.

- Já deixei claro que não quero que você se aproxime.

- Sério? Não ouvi. – Ele sorriu.

- Você não cansa de ser tão infantil?

- Pera, deixa eu ver... Não.

- Vamos, Manu, não quero perder tempo com pessoas insignificantes. – Se virou lhe empurrando pelas costas.

- Mas? Pensei que André já era o bastante.

- Cara, cala boca. – Pedi tentando manter a calma.

- O que está havendo aqui? – Julia chegou com Omar ao lado.

- Oi, Julinha. – Ele se virou pra ela. – Uê, os pombinhos voltaram? Ah, acho que já sei o que aconteceu. André te traiu com outra. Tinha que ser. Ele não presta. Eu tentei avisar, mas ninguém me escutou. Eu acho que já sei quem deve ser. É aquela novata, gêmea dela, sua amiga. Eles estavam juntos na pista de skate ontem. Bom, o que André tem de idiotice, tem de bom gosto. – Mano, que vontade de matar esse cara.

- Bom, se André tem bom gosto ele tem mesmo. – Isabela chegou falando, pegou meu braço impedindo de que eu avance nele. - Por isso que namora a garota em que você é obcecado. Pra você vê né, que ele tem um talento que você nunca se quer soube ter. Eu sei, é horrível você ser louco por uma pessoa e ela não corresponder. A propósito, já passei por isso. Não foi a mesma coisa que você. Mas também não tinha que ser pior que sua situação. Você louco por uma garota, enquanto ela é por outro e sente um incrível e deliciosa raiva de sua pessoa. Mas não a culpe! Ela merece coisa melhor, e querendo ou não, você concorda que é ele a pessoa certa.

- Oh, novata, você não sabe de nada. – Ele saiu e Isabela começou a rir dando um toque comigo.

- Jorge, espera. – Julia correu pra lhe alcançar. Olhei cada um, que também estavam confusos. – Espero que um dia você veja quem se tornou. Mas uma coisa você estava certo. Eu pareço mesmo uma lutadora de MMA.

- Ow! – Falamos em uníssono surpresos. Julia havia lhe dado um murro, tão forte que chega sentir em minha pele. Massageei minha mandíbula com isso. Pqp, nunca vou mexer com essa mulher! A mesma olhou pra sua mão, e depois deu de ombro.

- Quero mais é que você seja feliz, apesar de tudo que fez pra Omar e Priscila. – Ela se virou caminhando. – E deixa a merda do meu namorado em paz cacete! Parece que você é apaixonado por ele não por mim. – Ela voltou a caminhar.

- É oficial? – Perguntei colocando meu braço em seu ombro, enquanto caminhamos.

- Não até você pedir. – A gente riu. Se depender de mim, não vai demorar muito.

Mas uma coisa eu sei. Eu nunca vou trair essa mulher. Pqp, viu o murro que ela deu velho? Foi mais forte que o primeiro que ela havia dado na quadra. Mulher forte pra caralho!


Quando cheguei na porta de casa, olhei pra trás. Eu não tinha aquela sensação de estar sendo protegido. Não sentia mais. E era estranho porque, desde de sempre se sentia assim. Eu dei um passo pra frente e olhei atentamente aquele gramado verde...

(Imaginem aqui 👇 em itálico, como um passado de andré. Tô cansada pra fazer isso.)

Eu corria, procurando minha bola. Meus pés pequenos, fazia com que a distância seja maior. Eu olhei pro lado, onde havia encontrado minha bola. Eu segui, o olhar do pé, até sua a cabeça. Nossa, como ele era grande!

- É seu pequeno? – O homem se abaixou pra pegar a bola em mãos.

- Sim. – O homem sorriu estendendo pra mim.

- Toma. – Ele diz quando recuei pra pegar. Com as mãos pequenas, suja e machucada por às vezes que cai ter me apoiado com elas no gramado, eu peguei a bola.

- Brigado.

- André, vem. – Minha vó apareceu na porta me chamando. Corri até seu encontro deixando o homem gigante pra trás. Eu entrei em casa, mas ela continuou na porta olhando pra fora.

- Vovó.

- Oi querido. Vá pro banho. Já estou indo. – Ela sem me encarar, saiu de casa. Me escondi na batente pra os observar. – Você voltou.

- Sim. Voltei. Desculpe. Não deveria ter se aproximado dele.

- Não tem problema.

- Ele... Ele tem quantos anos mesmo?

- Três... Três anos.

- Eu... Eu quero te pedir uma coisa.

- Não, eu quero te pedir uma coisa. Eu sei quem você é, mas eu peço que proteja ele, sem tirar sangue de ninguém pra que isso aconteça. Queria realmente lhe dar uma nova chance, mas se a única coisa que posso fazer é pedir que o proteja sem precisar matar ninguém. Não sei se você vai ficar, não sei como Alicia iria reagir ao saber desse pedido, mas eu quero que você pelo menos faça um papel de pai o protegendo nem que seja de longe. Posso confiar em você?

- Claro.

- Não me decepcione. Ele é uma metade de mim, não conseguiria viver sem ele. Ouviu? Lhe proteger, sem matar. É isso que peço. – Ela se virou caminhado. Me colocou pra dentro e fechou a porta.

- Quem é ele vovó?

- Ninguém querido. Ninguém...

(Chega de passado kkkk)

Eu entrei na casa.

- Cadê ele? – Eu perguntei quando encontrei minha vó no sofá assistindo seus programas matinais.

- Ele quem? – Minha vó perguntou confusa.

- Meu pai. Cadê ele?

- É eu que vou saber?

- Todo dia ele está comigo. Ele sempre esteve comigo. Por quê hoje ele não está?

- Eu não sei, André! Como eu vou saber?!

Olhei Lola que estava arrumando sua mochila assustada. Depois novamente pra Rosa que estava com a pior cara de confusa. Foi aí que percebi. Ela não tinha culpa de seu sumiço. Eu tinha!

[...]

Eu parei o skate, quando vi seu corpo impaciente em pé e sorri segurando o skate. Estávamos no centro ao parque, e sua postura não podia ficar melhor naquela tarde. Optei por ela mim encontrar neste local, já que ela queria aprender a andar de skate e tenho a sensação de que aqui seria um lugar perfeito. Ela estava um short, uma regada, e um tênis. Se de costas ela já estava perfeita, não quero nem ver a frente. Peguei o celular no bolso e vi que ela mim ligava. Talvez eu tenha me atrasado um pouco. Só talvez! Desliguei a chamada e ouvi um “filho da mãe” dela e tentei não rir com isso. Entrei nas mil mensagens que ela havia me enviado. No mesmo momento ela entrou.

Amor ♡: Porra, cadê você?

Eu: Me atrasei um pouco. Foi mal.

Amor ♡: Está bem. Não demore.

Posicionei a câmera nela, tirando uma foto. Escrevi a seguinte frase:

Que tal recomeçar onde tudo começou? Poderia fazer o mesmo pedido de sempre, mas você sempre dá um jeito pra não responder se quer casar comigo. Então optei por um pedido mais simples sem ser casamento.

Namora comigo?

Ela se virou pra mim e eu sorri. Ela sorriu com a mão abaixo dos olhos. Com um sorriso maravilhoso ela começou a digitar no celular.

Amor ♡: E depois do namoro?

Eu: Nós casa.

Eu: E você vai aceitar de qualquer jeito.

Amor ♡: Só se prometer que todo mês que estiver com cólica vai cuidar de mim.

Eu: Todo mês que tiver cólica, vai ser eu, você, sorvete e Netflix, e de extra um beijinho pra acompanhar.

Amor ♡: Por quê não casar né?

Eu: Pois é. Eu me pergunto isso todos os dias.

Guardei o celular caminhando até ela. Minha mão foi pra sua nuca, e selei nossos lábios. Eu não podia está mais feliz. Era tudo o que precisava. Saber que ela era finalmente minha – não como um objeto, pelo amor – e de mas ninguém. Sua mão estava em cima da minha, e eu só podia imaginar o quanto ela me faz feliz. Se separamos e eu abri os olhos sorrindo. Coloquei seu cabelo pra trás da orelha.

- Eu amo você.

- Eu... – Levei o indicador em seus lábios lhe impedindo de falar.

- Não precisa falar se, se sente que é obrigação responder também. Eu não ligo. Não por agora. – Disse calmo acariciando seu rosto com o polegar.

- Não, eu realmente quero falar que amo você.

- Então fale. – Sorri pensando o quando os olhos de Julia eram bonitos.

- Eu amo você, André. – Ela sorriu também. Era o sorriso mais lindo da fase da terra.

- Eu também amo você, Julia. – Agora foi ela selou nossas bocas em um beijo calmo e apaixonante. Eu amava seu beijo. Eu amava saber que consegui oque sempre desejei. Eu já amava saber que ela também me amava.



- Você não está naqueles dias? – Eu perguntei confuso, enquanto seguro suas mãos lhe ajudando a movimentar no skate.

- Estou. – Respondeu naturalmente.

- E porque está me colocando pra te ensinar?

- Porquê eu quero.

- Mas não pode.

- Se um dia eu já joguei bola nestes dias, skate não é nada.

- Tá, desce. – Ela me olhou com beicinho.

- Ah, não, André!

- Ah, sim. Agora desce.

- Não!

- Eu vou te soltar. A gente está descendo uma pequena ladeirinha. Você vai se ferrar.

- Você não teria coragem. – Sorriu desafiadora.

- Tá legal. – Soltei sua mão e ela me olhou em pânico. Parei de andar pra lhe observar descer aquela pequena ladeira do parque enquanto ficou gritando meu nome que nem doida.

- André! Eu vou cair!

- Ponha um pé no chão! – Foi tarde demais. Ela já tinha caído de bunda no chão e eu não consegui controlar a risada. Desci a ladeira rindo que nem psicopata. Parei em sua frente ainda rindo e ela me encarava raivosa. – Eu... eu disse. – Falei pausado pra rir. – Ponha o pé no shawn!

- É, depois de eu ter me esbofeteado toda.

- Foi mal. – Falei ainda rindo. Estendi a mão pra ela e ela pegou se levantando. Minha boca já doía de tanto rir e eu parei as poucos. Ajeitei seu cabelo enquanto ela limpava o short. Julia me encarou e bufou ao ver meu sorriso risonho novamente. Ela se virou caminhando com os braços cruzados. – Ah, foi engraçado! – Falei voltando a rir, pegando o skate e lhe segui.

- Agora sei porque protegeu tanto Isabela pra não andar. – Ela resmungou e ri mais ainda. – Se eu que sou namorada ele deixou cair, imagina ela que não é nada.

- Ah, para, foi engraçado vai.


- Você não levou a sério o que Jorge disse né? – Perguntei incerto.

- Sobre você e Isabela? – Ela me olhou.

- Sim.

- Não. Por que? Devo mim preocupar? – Arqueou as sobrancelhas.

- Não! – Falei rápido. – Não. – Repeti. – Somos só amigos.

- O que vocês faziam lá? Juntos?!

- Não estávamos juntos. – Revirei os olhos ao falar aquela coisa óbvia. – Eu estava andando e ela chegou. Não conversamos nem 10 minutos.

- O que falavam?

- Ela... – Cocei a cabeça com a mão livre e olhei pra frente. – Ela estava falando da minha mãe. Sobre... Sobre eu perdoar ela. Mas eu fui embora depois.

- Você não pode fugir pra sempre André. Qualquer momento você vai ter que encarar a realidade. E a verdade é que você quer ela como mãe.

- Eu tenho medo. – Murmurei sentindo minha barriga embrulhar.

- De quê? – Ela puxou a mão pra parar de andar. Julia levou a mão em meu rosto pousando lá.

- Tenho medo dela me abandonar de novo.

- Oh. – Ela me abraçou. – Alicia não vai te abandonar novamente, querido.

- Como sabe? – Perguntei com a cabeça afundada em seu pescoço.

- Ela ama você. Eu sei disso.

[...]

- Você é André né? – Um homem perguntou quando atravessei o beco. Ele estava na parede, ao lado direito. Pra que merda, eu fui inventar de passar por aqui? Ah, já sei, deve ser porque era o único jeito pra chegar em casa o mais rápido possível! – André Alencar. – Ele sorriu se desgrudando da parede.

- Sim. – Murmurei. – Licença. – Tentei se virar mas novamente ele me chamou e eu me virei com os ombros caídos. – Eu tenho que ir. – Eu sabia quem era ele. E não sei porque o enfrentei.

- Calma, não vou demorar. – Ele sorriu e se aproximou.

- O que você quer comigo? – Só talvez, eu esteja provocando a morte! Culpa do trabalho que me fez ficar assim.

- Cadê seu pai? – Ele cruzou os braços empinando o queixo.

- Não sei.

- Cadê ele?! – Diz mais firme.

- Eu já disse que não sei!

Mãe, pai, vó, irmã, amigos, amor, adeus!

(MANO QUE TIRO! “Amor” QUE TIROOOOO 😍😍😍)

- Vamos lá, não adianta mentir. Será melhor pra nós dois.

- Mas eu já disse que não sei!

- Eu só vou lhe dar essa última chance. – Ele tirou uma arma das contas e apontou pra mim. Arregalei os olhos. Maldito trabalho que me fez sentir estressar assim! – Cadê ele? – Estremeci ao ouvir o barulhinho pronto de atirar. O homem mastigou o chiclete e olhou pra mim depois pra trás.

- Deixe ele em paz. – Estremeci novamente ao ouvir sua voz lentamente. Não foi ele, foi meu pai.

- Vicente. Como dizem: quem é vivo sempre aparece.

- André, saia. Se ele é homem de verdade, vai ser comigo que ele tem que resolver. – Continuei no mesmo lugar. O cara estava com uma arma apontada em minha cabeça, como eu iria sair assim? – Sai André! – Diz firme e autoritário. O homem gesticulou a cabeça pra o lado como mandando de sair. Sai dentre eles correndo. Parei quando estava em uma distância boa daquele beco, e me virei. Eu não ia conseguir sair assim, sabendo que meu pai estava lá naquele beco. Eu só encarava aquela rua deserta respirando pesadamente. Voltar eu não ia, mas sair também não. Meu pai estava lá. Eu não ia sair assim! Eu sei que ele sempre passou por isso, mas eu não. Não com eu por perto! Mas isso tinha um lado ruim. O cara matar Vicente e ver eu aqui parado que nem uma estátua. Ouvi gritos. E de pensar que quando sai do trabalho minha vó ligou pra mim dizendo que não era pra demorar de chegar e que era pra vim com Deus. Meu pânico aumentou! Um tiro! Mais outro pra finalizar. Comecei a suar frio. Minhas costas foram de contato com a parede. Eu não conseguia se mover, sabendo que pode ser ele que tenha morrido. O homem podia aparecer, me ver e me matar também, mas eu, não sairia daqui até ver o rosto dele – nem que esteja deformado se o tiro foi na cabeça. Mas eu tinha que ver ele. Foi quando olhei novamente pro lado. Eu deixei minha cabeça tombar na parede. Minha respiração regularizou. Soltei um suspiro aliviado. Eu me desgrudei da parede correndo até ele. Ele correu ao meu encontro também. Sem pensar duas vezes, se abraçamos. A idéia de ter perder Vicente, era assustadoramente estranho. Ele se relaciona com tráfico, pode acontecer. Mas eu não quero mas sentir como senti esses últimos dias. Sem proteção de um pai. Ele tinha seu jeito de proteger, mas era esse que eu gostava mesmo sendo da forma errada.

- Desculpas. – Sussurrei.

- Está tudo bem. Eu tô aqui com você.

- Eu tô com medo.

- Eu sei... Eu sei. – Se separamos. – Vem, temos que ir. - Pegou minha mão puxando pra correr.

( ~2a3z4a5z Enlouqueça agora. Enlouqueçaaaaaaaa ((no comentário me diga seu nome pra ser mais específica quando for citar você 😅))

- E ele? – Perguntei preocupado pelo cara morto. Só talvez, eu sempre me sinto mal quando um deles morrem também. E errado sentir isso? Vicente olhou pra mim e não respondeu continuando a mim puxar.


Minha vó nos olharam e suspirou no final, quando abriu a porta nos encontrando. Olhou pro braço de Vicente que estava tampado com sua mão. Olhei minha mão direita. Havia sangue nela e eu não havia percebido isso. Ele tinha se ferido!

- Lola, pro quarto. – Por trás dela, Lola passou a subir a escada nos olhando.

- Desculpe. – Vicente pediu quebrando o silêncio momentâneo.

- Ele viu? – Perguntou em suspiros.

- Não.

- Entra André. Vá lavar sua mão. – Olhei Vicente e ele concordou. Entrei ela deu passagem.

Eu fiquei os observando discutirem na brecha da porta.

- Você fez, e ainda perto dele. – Minha vó diz.

- Eu não tinha escolha. Se não tivesse feito isso, ele iria procurar André de qualquer jeito. Se não tivesse chegado a tempo não quero nem imaginar o que aconteceria. Ele estava com uma arma na cabeça dele.

- E você resolve aparecer com uma arma na mão? Achando que ia melhorar tudo?

- Melhorou.

- Não, Vicente, só piorou a situação. Sabe o que vai acontecer? André só vai sentir medo.

- Isso não vai acontecer. – Ele negou com a voz baixa.

- Tem certeza? – Ele não respondeu. – Sabe quantas vezes você levantou a arma pra minha filha? Perdi as contas. Mas mesmo assim te perdoei e te pedi pra cuidar dele. Mas agora percebi que arrisquei demais a vida de meu filho. Você é um ótimo garoto apesar das coisas que faz, mas eu não quero repetir neste erro novamente. Você sabe o que faz, mas não quero que meu filho siga o mesmo rumo que o pai segue só porque ouviu seu pai matar uma pessoa perto dele.

- Eu salvei ele!

- E agradeço por isso, mas o resultado agora não vai ser nada bom pra você. André já passou por muitas coisas. Já teve até depressão, e com isso... Eu não quero que ele tenha novamente. Você errou por ter levantado uma arma perto dele, mas o erro maior foi eu que confiei em você. Ele... Ele vai sentir medo de você... É melhor ir pra casa cuidar do seu braço. – Sua mão tocou a maçaneta mais ela não se virou.

- Só foi um raspão. – Ele murmurou.

- Mas é melhor cuidar. Licença. – Se afastei da porta o mais rápido possível ficando parado encarando ela entrar. Minha vó olhou pra mim suspirando. Fiz o que desejei faz tempo; lhe abraçar e não consegui controlar o coração.


- Se você sujar o sofá eu lhe mato. – Rosa sentou ao meu lado e eu revirei os olhos com o que ela disse puxando a carne dos dentes. – Lola, cadê o diário? – Lola bufou lhe entregando. Aí tem coisa! Minha vó me olhou com os olhos cerrados já desconfiando e abriu o diário. – Mãe, isso não é uma reclamação e nem outro tipo de aviso, mas peço sua presença ou de algum responsável na escola pra uma pequena reunião. Peço que compareça. É importante. – Fiz um bico encrencado pra ela que revirou os olhos e cruzou os braços. – O que você aprontou?

- Eu não fiz nada.

- Agora vou ter que cancelar o médico pra ir à escola. – Minha vó reclamou fazendo sua assinatura no diário.

- Eu vou.

- É melhor eu ir.

- Não, deixe que eu vou. Não tenho nada pra fazer mesmo. Se ela perguntar por você eu digo que você não pode vim. O que não é uma mentira.

- Ela me quer lá, André. – Entregou o diário a Lola. Ainda bem que não tenho essas frescuras de diário. Porque aí ela não sabe o que passo na escola.

- Querendo ou não eu sou o responsável quando não está.

- Tá bem. Mas se ela não quiser falar, avise-a que amanhã eu vou sem falta.

- Claro. – Voltei a comer e olhei a tevê que passava um jornal. “Traficante da XXX foi encontrado morto, em um beco no XXX, baleado com um tiro na cabeça.” Li na mente e soltei o garfo no prato. Passou a imagem do corpo na noite com mosaico na cabeça e o sangue no chão em uma poça. Pressionei a boca e logo a tevê foi desligada.

- Bom. – Minha vó se levantou lançando um olhar confortante. – Já vou. Não posso me atrasar. Tem certeza que vai ficar bem?

- Claro. – Sorri forçado. – Vamos ficar ótimos. Vá com Deus. – Ela respondeu um amém e beijou minha cabeça depois a de Lola. Depois de alguns minutos ela saiu nos deixando a sós. – Bom... vamos?


Fiquei observando Lola sentar em sua cabeça no fundo da sala e ficar lá sozinha. Eu me lembrava dessa sala. A saudades esgana! A professora com seu sorriso gentil e carinhoso veio até mim.

- Olha quem veio fazer um visita pra sua pobre professora. – Ela brincou e eu a cumprimentei com dois beijos no seu rosto.

- Como vai. – Sorri também.

- Vou bem. Espero que ainda seja aquele garoto inteligente na outra escola.

- É impossível isso mudar em mim. – Ela riu. – Espero que não se incomode por ter vindo sendo que pediu minha mãe. Ela tinha médico marcado e não pode vim.

- Não, não. Não me incomodo não. Imagino que quer saber o que houve né?

- Sim.

- Vem. Entre. – Ela entrou na sala caminhando pra mesa e eu lhe segui. Olhei Lola no fundo que estava de cabeça baixa e aquilo me preocupou. A professora tirou um papel A4 e me mostrou. Franzi a testa. Não havia nada ali. – O que você vê?

- Nada. – Falei estranhando.

- Pois é. Na aula passada, havia pedido pra todos fazerem um desenho de seus amigos. E no final Lola me mostrou esse papel em branco. Estranhei porque tipo, no começo das aulas ela tinha muitos amiguinhos. E sabe o que ela respondeu?

- O que?

- Que ela não tem amigos. Perguntei o porquê. E ela respondeu com as simples e duras palavras: Porque os amiguinhos que eu tinha, rir de mim porque era doente. Acho que eles pensam que sou um monstro porque se afastam quando chego perto. Será que eles não percebem que isso doe em mim? – Eu olhei Lola e suspirei.

- Posso? – Perguntei a ela olhando Lola.

- Claro. A vontade. – Eu peguei o papel e sorri de canto pra a professora arrumar soltou. Caminhei até Lola, sendo observado pelos colegas de sala. Lola levantou o olhar pra mim. Afastei a cadeira vazia que tinha ao seu lado, colocando pra mais perto dela de frente.

- A professora disse sobre isso. – Coloquei o papel na mesa. Ela encolheu os ombros.

- É meu dever.

- Sim, eu sei. Não quer falar nada sobre isso?

- É só a verdade. – Sua voz saiu baixa e os ombros encolhidos.

- Você é linda, Lola. Do jeitinho que é.

- Então por que todos riem e sai de perto?

- Porque todos eles são pequenos demais pra entender que você é linda e especial. Eles são pequenos pra entender que o que você passou, todos nós podemos passar a qualquer momento. – Mexi o papel colocando pra ficar de frente pra mim. – Me passa o lápis. – Pedi e ela pegou na mochila mim entregando. – Vamos supor que, aqui sou eu. – Fiz um boneco de palito e ela riu me fazendo sorrir.

- Você é péssimo nisso. – Ela diz rindo suavemente.

- Sim, eu sou péssimo, admito. – Ri também maravilhado por ter conseguido tirar um sorriso dela. Fiz outro boneco. – Aqui é a mamãe. – Apontei pro boneco. No meio fiz mais um, só que menor. – E aqui é você. – Desenhei umas nuvem no topo do papel. – E aqui é umas nuvem.

- Por quê nuvens, sendo que o tema é amizade?

- Vou explicar. – Ela concordou. – Se eu desenhei nos três. Dê um palpite o porquê disso. – Lhe olhei.

- Não sei. Porquê somos uma família?

- Acertou. E o tema é?

- Amizade.

- Sabe porque desenhei nos três? – Ela negou confusa. – Porque a única amizade que temos e que nunca vai nos abandonar é nossa família apesar de tudo. A única amizade que não rir, não machuca, e nem larga nas dificuldades.

- E as nuvens? - Apontou no papel.

- Às nuvens, são a maior forma pra mostrar que a maior amizade vive em cima da gente e ele é Deus. Quando você esteve internada, quem nos sempre falávamos era nosso melhor amigo. Amigos podemos ter de escola e tudo mais, mas são só Ele e nossa família que vai estar com a gente sempre. Amigos vai e vão, mas só quem são essências ficam e permanece. – Ela sorriu e eu também, retribuindo o abraço que ela deu. Suspirei aliviado por ter conseguido pelo menos um sorriso dela. Separamos depois de alguns segundos. – Toma. Acho que alguém vai ter que fazer seu dever e entregar a professora. – Sorri lhe entregando o lápis e ela pegou sorrindo. Trocou o lado da folha. – E faça um desenho mais bonito. O meu é horrível!

- É mesmo. – Ela riu começando a desenhar.

- Você é tão artista, que tem uma pessoa que colocou seu desenho em um quadro! – Ela me olhou com a testa franzida.

- Quem?

- Não sabia? Sua cunhada tá com aquele desenho que você fez, no quarto dela. – Coloquei pressão na voz.

- Sério? Aquele desenho feio?

- Não é feio. – Ela riu voltando a desenhar. – Vai ficar bem aqui?

- Vou. Brigado. – Ela sorriu e eu me levantei deixando um beijo em seu rosto.

- De nada, princesa. – Coloquei a cadeira no lugar e sorri uma última vez pra ela que nem se quer havia visto já que desenhava. Voltei pra perto da professora que nos encarava sorridente.

- Na próxima vez vou te chamar, ao invés de sua mãe. – Brincou e eu ri olhando pra Lola.

- Faria tudo pra não vê-la nessa situação. – A professora cruzou os braços.

- Vou fazer algo pra quê não se repita o caso da Lola. Mesmo eles sendo crianças, e total inocentes do que é isso, é de agora que os pais deve mostrar que isso não é bom. Futuramente, isso pode se repetir com qualquer um, e acontecer o mesmo que acontece agora. E agora o melhor é educa-los e ensinar o que é certo e errado.

- Claro, com certeza. Aproveitando que já estou aqui, Lola tá tendo dificuldades, aprontando muito?

- Não, não. Lola é uma excelente aluna. Não tenho o que queixar. Eu reparei que, quando ela estava com os seus colegas ela se esbaldava e agora não tem mais. Me lembrou muito você pequeno. Todo quietinho no seu canto, Joaquim apareceu, só Deus na causa pra aguentar vocês. Olha você, tá um homem formado já. – Sorri agradecido.

- Todo mundo diz isso. Tanto comigo quanto com Joaquim.

- É a mais pura verdade. Joaquim até agora não o revi, mas deve também tá um homem também. A propósito, seu aniversário tá chegando. Não vamos mais bater parabéns na sala como nos velhos tempos. – Ela sorriu se desgrudando do quadro.

- A vergonha bate só de lembrar. – Ela riu. – Bom, eu já vou. Não quero atrapalhar. Acho que já deveria ter começado a aula.

- Claro querido. Adorei revê-lo.

- Também. – Sorri uma última vez pra ela e me distanciei caminhando pra porta. Acenei pra Lola que também acenou contente. Acabei me tombando com um serumaninho loiro. Lucca!

- Lucca. – A professora lhe chamou ao vê-lo. Ele engoliu em seco me encarando. Parece até que tá devendo. Ri com esse pensamento. – Venha querido, entre, a aula já vão começar.

- Licença. – Diz com sua voz insuportavelmente fofinha e passou por mim quase correndo. Ri negando com a cabeça caminhando novamente. Crianças! Acho que passei um certo medo pra aquele serumaninho desde da última vez que ele falou comigo. Eu sou malvado?

[...]

Joaquim balançou a cabeça. Eu olhei pro lado que ele indicava.

- Isabela! – Repreendi.

- Aii desculpas papai. – Ela zombou largando o skate.

- Você parece aquelas crianças birrenta que chora porque não ganha o que quer. – Revirei os olhos junto com ela.

- Eu só quero... – Caminhou até a gente balançando as mãos. – Aproveitar os últimos dias de adolescência.

- Não é como o fim do mundo.

- Por que não é você que vai ficar gorda. – Revirei os olhos novamente. Ela olhou pra casa a frente com os olhos apertados. – Não devíamos estar fazendo o trabalho? Como eles?

- Devíamos? – Perguntei olhando pra cada também.

- Sim. Devíamos. – Joaquim também diz olhando a casa.

- Então porque tão jogando bola? – Eu e Joaquim se olhamos com a testa franzida.

- Não sei. – Ele respondeu.

- Quem é o mais inteligente aqui?

- O André! – Revirei os olhos com a rapidez que ele respondeu.

- E lá?

- Ninguém.

- Somos um caso perdido. – Concordamos voltando a olhar pra casa da tia de Isabela.

- Vai, André! Pensa em algo!

- Por que eu?

- Porque você é o nerd. – Lhe enviei o dedo do meio pra ele que riu. – Vem, vamos voltar a jogar. – Voltou a chutar a bola pra mim que pegou.


Isabela jogava a pipoca no ar, pegando com a boca. Ri com isso.

- Conseguiu? – Joaquim sentou ao meu lado com outra bacia de pipoca.

- Não. Ela não atende. – Desliguei a chamada quando deu caixa postal.

- Eles estão tão concentrados assim?

- Tão melhores que nós. – Respondi rindo e peguei a pipoca.

- Como vamos fazer esse trabalho? – Isabela perguntou.

- André também não pensa em nada. – Joaquim diz.

- Sou nerd mais não sou lerdo. – Ele riu. – Eu não pensei nada porque tipo, como vamos falar dessa campanha sendo que ela quer uma coisa que não seja tão repetitiva e de internet?

- Ela quer uma coisa própria. Que nós mesmos escrevemos o que sentimos sobre isso.

- Pois é. Mas é TÃO difícil. – Concordei com Joaquim. Comi a pipoca e olhei Isabela. Ela comeu a pipoca e sorriu amarelado.


- Alô. Julhia? – Errei seu nome a falar sabendo que ela odiava.

- Fala o que quer?

- Sabe o que é... – Fiquei mexendo no gramado. – Poderia aparecer na frente da porta aí? Pra mim poder admirar sua beleza. – Isabela tampou a boca tentando abafar o riso.

- Sério? Tá de brincadeira com minha cara né?

- Não. E manda a Manu aparecer também. Joaquim tá doido pra ver ela. O Téo também pra nós bater um papo.

- Vamos parar de fazer o trabalho, só pra satisfazer o desejo de vocês dois?

- Sim. – A gente riu baixo com isso. – Tamo comendo pipoca com leite condensado. Não estão com fome? Joaquim disse que você não almoçou hoje.

- Ele tá de brincadeira com nossa cara. – Ouvi Julia falar com Manu baixo e ri com a mão na boca.

- Tô não pô. Você tem que comer. Vai vim ou não?

- Vocês são insuportáveis! – Mandei Isabela ir. Ela correu pra trás da casa e no mesmo momento a porta se abriu revelando as duas.

- Olha que gatas. – Falei sem desligar a chamada pra elas lá escutarem. – Imaginando aqui a mini Julhinha. Correndo por esse gramado, chamando por mim. “Papai, papai!” – Joaquim começou a rir alto juntamente comigo e Manu.

- Idiotas. - Ela desligou a chamada.

- Vem. – Levantei o balde pra elas. – Cadê o Téo? – Sussurrei pra Joaquim nervoso.

- Espero que Isabela venha logo. Ele pode ver ela. – Ele sussurrou também. Sorrimos pra as garotas que já estavam perto da gente. – Pipoca garotas lindas e maravilhosas? – Levantei a bacia pra elas que estavam de braços cruzados.

- Tirando a parte em que vocês estão querendo algo, vou pegar porque tô com fome. – Julia pegou a bacia e se sentou também no chão. Agradeci por ter sido de costas pra casa da tia de Isabela.

- É a mini Julhinha que tá causando isso. – Manu zombou e eu ri descontroladamente da cara de Julia.

- Mini Julhinha um cacete!


- Então, garotas. Cadê o Téo? – Joaquim perguntou e olhou pra mim.

- Não quis vim. – Manu deu de ombro.

- Já terminaram de fazer o trabalho?

- Talvez.

- E como está?

- Cadê a Isabela? – Julia perguntou mudando as perguntas.

- Ela... Ela... – Olhei Joaquim. – Ela...

- Ela...

- Ela foi ao banheiro. – Joaquim diz. – Vomitar. – Balançou a cabeça.

- Ah, será que ela tá bem? Vou ver ela.

- Não! – Joaquim impediu que Manu se levantasse.

- Por quê não?

- Por que... Por que...

- Por que ela quer privacidade. – Respondi.

- Isso! Ela quer privacidade. – Ele concordou.

- Privacidade pra vomitar?

- Sim. Existe isso sabia? – Ela negou. Por trás delas, Isabela apareceu ao lado da casa. Ela ficou nos olhando. – Olha, uma lagartixa. – Apontei pra parede. Elas olharam e Manu se encolheu no braço de Julia.

- Mata, Joaquim! Vai! Eu tenho nojo. Vai logo! Mata! – Manuela mandou. Com elas distraídas lhe dei sinal pra Isabela atravessar a pista. – Vai matar Joaquim! Fica com essa cara de besta!

- Eu hein. Deixa o bicho viver.

- Você é um idiota! – Manu trocou de lugar com Julia.

- Olha ela aí! – Apontei pra Isabela e elas olharam.

- Ufa! Até que fim voltei! O tio da barraquinha me deu de graça. Acredita? – Ela tirou da jaqueta um pacotinho de mendorado. Bati na própria testa.

- Mas você não tava vomitando?

- Eu tava?

- Tava. – Elas olharam pra gente e sorrimos amarelado.

- Sim, eu tava! Mas aí eu pensei. Poxa, eu quero tanto comer um mendorado e sai pra comprar que eles nem perceberam. Eles estavam fazendo a pipoca. Por isso não disse nada. Manu, tem uma lagartixa perto de você.

- AHHH. – Manuela levantou desesperada. Julia levantou também mais sem desesperado como ela estava. – André, mata. – Levantei e fui em um canto pegar um pedaço de pau. A lagartixa correu e Manu correu também gritando feito louca. Logo consegui matar a peste e Manu parou de gritar. – Tira daqui agora. – Sorri diabólico pra ela. – Não. Não faça isso. – Ela recuou pra trás. Posicionei o pau como se fosse jogar golfe. – Não faz isso. AHHHHHH. – Ela correu pra dentro de casa quando joguei em sua direção. Comecei a rir e deixe o pau de lado.

- Medrosa. – Zombei rindo. Ela saiu de casa.

- Está vendo, Joaquim! Aprende com ele como ser um bom namorado. – Fiz insinuação de jogar o cabelo pra trás.

- Olha outra atrás de você aí!

- AHHHHH. – Ela correu e Joaquim começou a rir.

- É mentira dele. – Ela voltou olhando pro todo chão ao seu derredor. Caminhei até eles mais especificamente pra Isabela que comia o amendoim. – Não era esse o plano. – Sussurrei em seu ouvido passando por suas costas e ficando ao seu lado.

- O Téo estava lá. – Ela sussurrou também.

- Mas pra pegar amendoim você não se importou né?

- São muito gostosos. Você quer? – Sua voz saiu alta novamente e ela me estendeu. Revirei os olhos. – Não? Não quer? Vocês querem também?

[...]

- Crianças, espero que vocês não fiquem com vergonha como sempre. – A professora diz entrando na sala.

- Como assim? – Um aluno perguntou.

- Quero que digam aqui na frente. – Começou um araué e eu bufei.

- Como vamos dizer, se não fizemos nada? – Perguntei a eles.

- O jeito é não ir. – Joaquim respondeu.

- Valia quanto mesmo?

- 3. 3 pontos. – Suspirei frustrado. – Era o ponto final da unidade. Contava com eles pra passar.

- Tamo fudidos. – Ele riu.

- Silêncio! – Todo ser calaram. – Grupo 3, vocês começam. – Ela sentou na mesa.

- Ah, professora... – Lhe chamei. – A gente...

- Vocês... – Mandou continuar.

- A gente...

- A gente vai com maior prazer apresentar. – Isabela se levantou da cadeira dizendo.

- Isabela! – Repreendi sussurrando. – A gente não fez nada. Como vai apresentar? – Ela sorriu e não respondeu a pergunta caminhando pra frente. A turma ficou em silêncio enquanto eu e Joaquim olhava ela em pé lá na grade olhando um papal.

- Se importaria de só eu falar? – Ela olhou pra professora.

- Bom, na verdade...

- Por favor. – Pediu.

- A vontade. – Isabela olhou novamente pra o papel.

- O que é assédio? Que pergunta besta não acha? – Ela riu dobrando o papel. – Existe muitas coisas que se referem assédio. Existe assédio moral, sexual, processual, psicológico. A questão é, vocês são vítimas? Quem aqui, assistiu Os 13 porquês? A nova série produzida por Selena Gomez? – Algumas pessoas levantaram as mãos, juntamente eu e Julia já que assistimos juntos na naquela tarde. Ela olhou pra mim e sorriu. – Pois é. Pessoas diriam que são como Hannah Baker, mas 90% delas, são uns dos porquês... Assédio, estrupo, bullying... O que uma série, tem haver com o que estou falando? Nada. Mas ela mostra em que as mulheres se tornam tão indefesas, que pode tirar sua própria vida por aquele ato. Quem sou eu? Eu sou Isabela Agnes. Vinda da Inglaterra. Irei fazer 17 anos daqui a um mês. As noites, fico em minha cama me perguntando “por quê eu deixei aquilo acontecer?”. Tem pessoas que selam pela minha vida. Se eu estivesse me jogado na frente daquele caminhão, eu ia perder minha vida, fazer pessoas sofrerem com a perda, não estaria aqui enchendo o saco de meu amigo pra andar de skate. – A gente riu. – E se naquela noite eu tivesse me suicidado, eu teria perdido meu filho que estranhamente estou aprendendo amar.

- Está grávida, querida? – A professora sorriu e Isabela também concordando com a cabeça. – Que Deus abençoe. Quem é o pai? Desculpe-me, fiquei empolgada. – A sala riu junto com a professora.

- Ele não tem pai. – Sorri ao ver que Isabela não se importou como sempre se importa ao falar que não tem pai. – Continuando... Quero dizer que, se você sofre de assédio, você tem duas escolhas. Ou você denúncia, ou você vive pelo resto de sua vida se perguntando como pode deixar isso acontecer sendo que você não tem culpa de nada. E o tema é: mexeu com uma, mexeu com todas. Chega de assédio. – Ela sorriu quando todos bateram palmas.

- Parabéns, Agnes. Foi um ótimo discurso. Pode se sentar, por favor. O ponto do grupo já está garantido. – Isabela caminhou pra sentar.

- Como conseguiu isso? – Perguntei quando ela chegou perto da gente.

- Uê, eu passei por isso esqueceu? – Ela sorriu sentando em sua cadeira. Joaquim se levantou e pegou o papel que ela estava na mão. Ele abriu e olhou atrás.

- Mas não tem nada. – Ele diz confuso.

- E quem disse que escrevi? – Ela olhou para nos sorrindo. Eu e Joaquim se olhamos e rimos impressionado.

[...]

Eu olhei pra ele quando ele se sentou. Voltar a olhar pra frente calados.

- Você tem medo de mim? – Vicente quebrou o silêncio.

- Talvez eu tenha. – Dei de ombro.

- Sente vergonha do que sou?

- Talvez eu tenha. – Repeti.

- Eu também tenho.

- Tem? – Olhei pra ele.

- Quando eu me olhou no espelho do quarto, me pergunto porque deixei isso acontecer. Atrás do meu reflexo, costumava ter sempre uma mulher deitada na cama de lingerie. Ela era linda. Tinha cabelos longos e um sorriso mais lindo que já vi. Seu sonho era estudar medicina, mas ela estava a disposta de acabar com aquilo querendo mudar quem sou. Eu lutava pra não ter sentimento com ela, mas era impossível, porque ela era perfeita. Foi quando observei bem no espelho. Sua barriga estava inchada desde da última vez. Mesmo eu sendo quem sou, cuidava dela. Lhe pegava no colo quando ela pulava a janela do quarto pra fugirmos juntos. Mas sem querer, um dia eu acidentalmente deixei-a cair. Meu desesperado estava enorme. Ela tinha batido a cabeça em uma pedra e no mesmo momento desmaiou. Quando fui pega-la no colo pra chamar socorro, minha mão estava cheia de sangue, no local entre suas pernas. Olhando minha mão, a luz da sala se acendeu na janela. Eu fui um covarde, e corri pra bem longe quando a silhueta de sua mãe apareceu na janela.

- E o que aconteceu depois?

- Ela estava grávida. Sofreu um pequeno trauma. E por pouco perdi aquela mulher e...

- E...

- E meu filho. Por pouco perdi a Alicia e você André. – Ele passou a mim encarar. – Antes dela sair do hospital, eu já sabia que ela estava grávida porque sua avó tinha mim contado. Mas aí, ela apareceu em minha casa com um sorriso maior que o mundo pra contar a novidade. Eu... Eu fui muito idiota, mano. – Ele começou a puxar o cabelo.

- O que você disse pra ela?

- Eu prefiro que você mesmo pergunte a ela. Eu não quero ver você com mais mágoa de mim do que já tem. Mas eu quero que saiba toda a versão de sua mãe antes de odia-la tanto. E quero que saiba também que sinto muita, mais muita vergonha de mim mesmo por quem sou. – Depois de alguns segundos nos olhando, ele se levantou.

- Vicente.

- Oi. – Ele se virou.

- Por que sumiu e só apareceu naquele momento? Estava esperando isso acontecer pra entrar em cena? – Brinquei no final e ele riu.

- Não. Eu só tive que resolver umas coisas com meus pais. Pedir perdão.

- Obrigado. Por ter chegado na hora. – Ele sorriu de canto e concordou. – Pera, você disse pedir perdão?

- Sim. Eu tinha que resolver isso com eles.

- Por quê?

- Você não vai entender isso mas... pessoas como eu, parece sentir que sua vida está chegando ao fim, entende? Que tem que se resolver com tudo e todos antes de partir. É uma coisa louca.

- Você não vai morrer. – Levantei nervoso.

- Não estou dizendo que vou. Estou dizendo o que uma vez uns dos caras disse quando tomou um tiro. E realmente estou sentindo isso.

- Não. Isso é mentira. Você não vai morrer, Vicente. E eu? Como eu vou ficar?

- Você tem sua família. Tem sua namorada e amigos. Por que está se importando se eu morrer? Deveria está feliz que não vai ter que mas esconder pra sua namorada que o pai é traficante.

- Eu errei tá legal? Errei te ter escondido a verdade, mas agora eu não quer que você morra. Você é meu pai. Você sempre mim protegeu desde dos 3 anos de idade. Eu se sentia protegido. Um dia que você some, eu sinto pessoas ao meu derredor querendo mim perseguir. Não me deixe aqui. Por favor. – Minha voz falhou.

- Você sabe como viver, garoto. – Ele sorriu dando tadinhas no meu rosto. – Você é um Alencar. Alencar sempre realiza sonhos e sabe como vive-los. Só te desejo tudo de bom pra você e sua família. Que seu futuro seja incrível com a pessoa que você ama. – Ele sorriu uma última vez e se virou caminhando pra sair.

- Então é assim? Você vai mesmo abandonar a chance que minha vó lhe deu? – Ele se virou.

- Como sabe disso? Você era pequeno demais pra lembrar.

- Mas não burro o suficiente pra esquecer. – Caminhei até ele. – Sabe quando disse que que eu era seu ponto fraco? O que quis dizer com aquilo?

- Que você sempre foi importante pra mim e ficaria injustiçado se acontecesse algo.

- Só isso? É só isso que quis passar na mensagem?

- Também que eu... – Ele olhou pra o lado. – Eu tenho que ir.

- Vicente. – Lhe chamei quando ele correu a encontro de uns de seus parceiros.

- Só, desculpas. – Ele se virou correndo de moonwalk. – Por tudo. – Voltou a correr de frente até o cara lhe esperando.

                           ATUALMENTE

Uma dor lhe perfurou, o fazendo parar de caminhar. Com os olhos arregalados ele levou o dedo no peito, e olhou. Seus dedos pingava sangue. Seus olhos estava arregalados. Ele sentia a dor. Seu corpo ficou fraco, caindo de joelho no chão daquela rua. Observou, atrás do capô de um carro um cara com a arma apontada pra si. Ele deu mais outro grito estridente ao sentir mais outra bala lhe perfurar. Foi quando suas costas foram de contato com o chão. Seus olhos, transmitam lágrimas, e ele sentia seu fim próximo, e não demoraria muito. Mas antes, olhando pra aquele céu, sua mente produziu cenas.

Cabelos lhe dando as costas, e seu sorriso ao encarar aquele corpo irritado depois daquela última conversa.

O sorriso mais lindo que existia, em suas costas na frente do espelho. Ela era tão linda.

O corpo dela, no chão enquanto encarava sua mão suja de sangue que saia da região de suas pernas.

Seus gritos naquela sala, e o quanto ele foi um babaca e covarde.

Aquele último beijo roubado com a mulher que ele tanto amava...

Aquele pequeno menino com suas pequenas mãos pegando a bola de futebol.

O quanto ele riu, ao ver aquele garoto todo destrambelhado falando com aquela linda menina loira.

O quanto ele sorriu orgulho de vê-lo caminhar de mãos dadas com a menina morena mais conhecida como Julia Vaz, a garota dos sonhos.

Ele era tão bem manobrando um skate que dava vontade de ir ali e lhe ensinar outras manobras.

O último abraço com seu primeiro e único filho que tanto amava.

Sua última cena, foi ele atrás de uma mesa, enquanto em cima dela tinha 5 papéis e 5 envelopes e uma caneta em suas mãos. Era ali que ele iria dizer tudo o que desejava dizer pra aquelas 5 pessoas.

Seus batimentos foram aos poucos parando, e a uma silhueta apareceu em suas visões embaçadas.

- Se vemos no inferno, Vicente. – A voz melancólica do cara que lhe atirou disse.

Seus olhos foram se fechando aos poucos, e nada mais ele viu, ouviu, e sentiu!


Notas Finais


••••》Esse capítulo, foi uns dos mais difíceis que fiz até agora! Foi muito difícil fazer, foi muito difícil pensar, achar as palavras certas pra se expressar. Meu aplicativo que usava pra fazer os capítulos tava bugando e agradeço a Deus que não precisei escrever novamente pois estava já em uma medida muito grande do capitulo. E também foi muito difícil escreve-lo depois de ter pedido minha bisa avó. Sim, eu perdi minha bisa! Peço que perdoe-me pela demora que tive, mas espero também que mim compreenda neste momento. Eu mim esforcei muito pra fazer esse capítulo, só pra não deixar vocês na mão. Na próxima sexta, irei viajar pra ir pra antiga casa de minha bisa e ficar uma semana lá com seu marido e seus filhos e irmãs, enfim, meus parentes. Vou visitar seu túmulo, e tudo mais. Talvez antes de ir, eu poste um capítulo, não sei. Não prometo nada.

••••》~Soy_Luttina se estiver lendo isso, quero que saiba que sinto saudades de suas loucuras se misturando com as minhas no comentário. Espero que não tenha falado nada demais pra ti. Não tô pedindo pra comentar sempre, mas manda pelo menos um salve ai porque estou preocupada 😊😉😆

••••》Como disse nas notas inicias, eu avisei! 😂😂😂

••••》Bom, eu poderia falar do capitulo, mas é tanta coisa que nem sei por onde começar! Ah mim lembrei! Tô chorando demais 😂😢😢😢😢

••••》Quem aqui tá gostando dessa amizade de Isa com André? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui tá morrendo de felicidade porque Judre tá oficialmente juntos? E aquele "eu te amo" que eles deram? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui adorou o murro que Julia deu em Jorge e que também morre de medo dela? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui morreu de chorar em todo momento delicado desse capítulo? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui já assistiu Os 13 porquês e se sente injustiçado porque não pode shippar Hannah e Clay porque ela tá morta? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui tá cansado de ler essas baboseira porque cansou de ler todo o conteúdo do capitulo? 🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌🙌

••••》Quem aqui.... Tá chega de quem aqui 😂😂😂😂😂

••••》Vocês queriam Vicente vivo pra ter ele, Alice e André como família né? Desculpe-me, mas eu também queria que Hannah tivesse viva pra ficar o resto da vida com Clay mais a vida é injusta não acha? Kkkkkkk Eu mim inspirei dessas 5 cartas nessa série. Estão curiosos pra saber o que é, e pra quem sao essas 5 cartas? Leia a fic! kkkkkk Normalmente na série eles dizem "ouça as fitas" mas sou rebelde e quis mudar kkkkkk

••••》Tá chega de papo porque sei que vocês estão cansados de ler e não tá lendo essas besteiras que digo! Espero que tenham gostado desse difícil capítulo, que tenham chorado comigo, e que tenham se apaixonado nos momentos Judre e naquele pedido de namoro que André fez pra Juh. É cada tiro que eles dão né? 😍😍😍😍

Tchauzinho e desculpe por qualquer coisa. Espero que tenha gostado e não mim mate por ter matado Vicente kkkkkk amo vocês e tchau! 😍😍😍

(Obs: Esperando graciosamente cair um homem do céu que mim dê sorvete quando estiver com cólica. 😏😍😍)


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