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História Unknown Love - André - Special Chapter (Parte 2)


Escrita por: alvera_Nanew02

Notas do Autor


Bom, deu pra perceber que o capítulo está gigante né? Esse foi o maior numero que já fiz, então se vocês tem um pouco de paciência leia se não tem não leia, mas vou logo avisando, é bastante especial!

Capítulo 69 - André - Special Chapter (Parte 2)


- A Julia disse que não estão se falando esses últimos dias. Vocês brigaram? – Joaquim perguntou sentado na minha cama e eu parei de jogar.

- Não. – Minha voz saiu baixa e eu voltei a pressionar o dedo, levando a carta.

- Ela fez algo pra você? – Neguei sentindo minha mão trêmula. – Você fez algo com ela? – Neguei novamente. – Olha, eu não quero mim intrometer no relacionamento de vocês, mas eu não consigo achar uma conclusão do porque disso.

- Não aconteceu nada, juro. – Insisti e ouvi um suspiro dele.

- Você sabe o que aconteceu com ela né? – Não respondi engolindo em seco. Ouvi a porta abrir mas continuei a jogar.

- Ele ainda está assim? – Ouvi um sussurrar.

- Sim, tem mais de duas horas que ele não abre a boca. Não fala nada, só ficou aí sentando jogando Paciência. – Joaquim sussurrou e eu revirei os olhos.

- Será que é pelo pai?

- Não sei, não sei, mas a animação dele tá contagiosa.

- Será... Será que podem por favor pararem de sussurrar? -Tentei controlar o tom de voz. – Não estou surdo, okay? – Meu notebook foi fechado com força e por pouco consegui tirar as mãos. – Qual o seu problema? Quase perdi meus dedos. – Gritei com ele.

- Qual o seu problema você! Quando vai superar que seu pai morreu e entender que vida segue?

- Isso aqui não tem nada a ver com o Vicente.

- Então o que é? Porque a única coisa triste pra ficar triste é uma morte. E simplesmente só foi isso que aconteceu com você.

- Você não sabe o que aconteceu. – Levantei da cadeira discutindo. – Ninguém nunca sabe o que acontece.

- Então abre a catraca da sua boca e conta o que está acontecendo. – Olhei pro lado sem responder. – Fala André! – Gritou.

- Eu não vou falar nada, Omar! – Gritei também.

- Se arruma. Bora, vai pro banho. – Disse autoritário abrindo minha gaveta de camisa.

- Como vai pro banho? Eu não vou sair.

- Vai pra porra do banheiro, André! – Gritou.

- Eu não vou pra porra nenhuma! – gritei de volta.

- Ah, mas você vai... Joaquim. – Eles se olharam.



- Você só sai desse banheiro, quando estiver tomado banho. – Omar jogou a roupa em mim e fechou a porta trancando. Gritei e dei um murro na porta. Me encarei no espelho, vendo minha mandíbula travada.

DIAS ANTES

- André, é melhor irmos pra casa. – Julia disse assim que adentramos o escritório do vovó.

- Calma, foi ele quem mandou vim buscar o troféu pra lhe dar. – Expliquei.

- Ali, pega e vamos logo. – Fui até a estante que tinha seus vários troféus e peguei o que havia o nome do pai de Julia. Lhe entreguei e fechei a portinha de vidro. – Vamos.

- Não, espera. – Fui sentar na sua mesa.

- André, seu avô disse que só era pra pegar o troféu. – Repreendeu.

- Vai ser rápido. – Liguei o notebook dele, começando a pesquisar o que pretendia.

AGORA

- André, não estou ouvido o chuveiro! – Omar gritou do lado da porta.

- Claro, o chuveiro ainda não aprendeu a falar. – Retruquei sarcástico.

- Olha. – Ouvi o riso dele quando fez repreensão falsa. – Não vai ganhar presentinho amanhã.

- Vai se fuder, Omar. – Puder ouvir os risos deles do lado da porta.

- E escova os dentes, seu bafo está vindo daqui. – Joaquim zombou rindo.

- Experimenta tirar a barba também. – Foi a vez de Omar zombar.

- Eu não tenho barba, insuportável.

- Sério? Joaquim, acho que teremos que abrir a porta pra limpar o espelho. Ou está sujo ou ele quer está cego. – Eles riram novamente e suas risadas se distanciaram. Mim olhei.

Sim, eu estava horrível! E sim, eu estava com uma barba rala. Meu cabelo precisava de um corte. Coloquei minha mão perto da boca e assoprei fazendo uma cara estranha. Cheirei meu braço e fiz a mesma cara. Como pude mim descuidar assim? Ainda bem que Julia não tinha mim visto esses dias, porque agora seria um cara solteiro.

Odeio admitir, mas foi bom os meninos terem mim empurrado pro banho. Eu estou um caos!

DIAS ATRÁS

- André, vamos.

- Por quê está tão apreensiva? Não tem ninguém aqui. – Falei digitando. – E a propósito essa casa também é minha.

- Mas o escritório não. – Retrucou. – E não sei se lembra, mas um dia eu fui acusada de roubo.

- Karen é uma vaca.

- Não fala assim. Apesar de tudo. 

- Affsz, você é igual Isabela. Só defende gente errada. – Falei clicando. – Achei. – Comemorei baixo quando encontrei o que queria na sua conta de Hotmail.

- Achou o que? – Disse curiosa.

- Não é nada de interessante. – Dei de ombro porque não era mesmo. Abri a gaveta pra procurar um papel pra escrever. Procurei, procurei, mas só tinha papéis que podem ser importante pra ele. Abri a outra gaveta e vi o nome do hospital em que minha mãe trabalha. Peguei em mãos e fiz esforço pra ler aquelas coisas que não entendia. Minha respiração falhou quando li aquilo e meus ombros caíram. – Como? – Sussurrei olhando um ponto fixo da parede. Como ele não havia mim contado?

- André? – Sai do devaneios quando Julia chamou. Enfiei o papel de qualquer jeito no bolso da jaqueta e levantei fechando a gaveta e a aba do notebook.

AGORA

- Olha aê, meu homem tomou banho. – Omar brincou glorificando e eu revirei os olhos. – Posso te beijar pra ver se a boca tá com o gostinho que eu adoro?

- Beija aqui oh.

- Adorooo. – Tive que rir. – Acho que vou largar a Priscila pra ficar com esse homem.

- E eu largo a Manu.

- E obrigamos Julia a largar ele. – Os dois disse juntos e riram. Babacas. Pensei usando perfume e desodorante.

- Pronto, agora que tomei banho já podem ir. – Voltei estaca rabugento.

- Não coloria você pra tomar banho se não fosse sair. Lá queria saber se você toma banho ou não. – Ele deu de ombro e revirei os olhos pegando um boné pra tentar esconder esse cabelo enorme. – Toma. – Ele estendeu a minha identidade.

- Pra quê isso?

- Daqui a 7 horas você faz 18. Eu já tenho, Joaquim também. Vamos ficar à maioria das horas com as meninas, e às 11 horas sairmos pra um bar. E voltar? Bom, vamos ver até onde vai dar.

- Eu não vou pra um bar.

- Prefere uma balada?

- Nem à pau! – Falei soletrando em sua cara.

- Vamos ver. – Soletrou também em minha cara.

DIAS ATRÁS

- Por quê está estranho? – Ela perguntou pedalando.

- Como? – Perguntei.

- Está estranho desde de que saiu do escritório do seu avô.

- Não é nada pra se preocupar. Continua a olhar pra frente.

- Por quê vimos de bicicleta e skate mesmo? – Ela perguntou confusa.

- Vamos se separar.

- Por quê? Pensei que iríamos pra sua casa. – Freio a bicicleta e eu parei o skate pra lhe olhar.

- É mais eu não vou mais. É melhor ir pra casa. – Voltei a andar.

- Onde você vai? – Gritou quando já estava longe.

- Tenha cuidado! Amo você! – Gritei pra ela e continuei a andar.

AGORA

- Eu já disse que odeio vocês? Minha vó vai mim matar se saber. – Reclamei quando chegamos na frente da casa de Joaquim.

- Cala boca. – Joaquim tocando a companhia.

- Pra quê tocar companhia sendo que é sua própria casa?

- Julia disse que não quer ninguém incomodando porque hoje elas tiraram o dia pra assistir filmes.

- Ótimo, já que ela não quer que ninguém incomode, vamos voltar? – Falei sarcástico. Os meninos olharam pra mim e revirou os olhos. Joaquim bateu na porta com força pela demora. – Tem certeza que as meninas estão aí? Está tudo escuro. – Falei olhando a brecha da porta. Joaquim colocou o ouvido na porta.

- Estou ouvindo barulho de gritos. A verdade é que essa porta e difícil de escutar lá dentro. – Joaquim bateu mais forte na porta e começou a tocar a companhia tudo junto. – Julia diz que não é pra incomodar mas isso é totalmente ao contrário. Não sei pra que merda ela pegou minhas chaves. Tem certeza que sua namorada é certa? – Ele perguntou a mim que neguei. Observamos a porta se abrir só um pouco. Joaquim terminou de empurrar e vimos tudo escuto. – Cadê elas? - Tenho a sensação que não foi só Joaquim que perguntou isso, mas Omar e eu que não fomos. No mesmo momento começamos a ouvir gritos tudo em conjunto, perto de nós. Quando Joaquim ligou a luz, o susto que tomei foi tão grande, que eu tive que mim abaixar pra não agarrar em mim. – Meninas! – Joaquim repreendeu assustando quando o barulho do vidro se caiu lá fora. – Quase matou o André na véspera de aniversário. – Se levantei assustado e as meninas começaram a respirar aliviadas. – Aquele é o vaso da mamãe? – Julia veio até nós na porta e olhou por cima da gente fazendo cara de encrencada.

- Vish. Culpa da Isabela! – Se virou pra elas.

- Culpa minha? – Disse comendo uma barra de chocolate. Até nesses momentos grávida come?

- Sim, porquê se você tivesse mandando seu namorado abrir a porta eu não teria quebrado o vaso da mamãe tentando matar o André!

- Não fode! – Ouvimos Téo falar lá dentro e olhamos vendo ele no sofá assistindo um filme de terror.

- Como Lola veio para aqui? – Perguntei.

- Sua vó deixou aqui. Ela disse que não queria ficar com você não, porque você fede. – Julia disse isso e os meninos do meu lado gargalhou.

- Minha vó disse isso?

- Não, a Lola. – Olhei Lola que acenou cínica. – Mas eu não acho que esteja fedendo. – Chegou até mim e cheirou. – Você não tá fedendo. Tá até com aquele perfume que eu gosto.

- Pois bem, vai ficar com ela a noite inteira até amanhã. E eu não quero saber se ela tiver pesadelo. – Falei com ela que mim olhou confusa e os meninos se morderam de rir.

- Fedido. – Omar gargalhou falando. – Você percebe quando é verdade quando até uma criança de 7 anos fala. – Eu revirei os olhos empurrando os dois pro lado. – Por quê resolveram assim filme de terror sendo que nem coragem tem? Ainda com duas crianças na sala. – Ele perguntou quando todos se espalharam na sala.

- Por quê pensamos que com o Téo não teríamos medo, mas estávamos enganadas. – Manu disse dando um tapa na cabeça dele que reclamou.

- Vocês 6, incluindo Lola e Felipe. - Deu ênfase. - Mim tiraram do meu aconchego pra vim ficar aqui, ouso gritos no meu ouvido e a ainda passa na cara que não presto. Valeu garotas.

- Você não presta nem pra abrir a porta. – Isa disse toda largada no sofá.

- Eu abri a porta quando vocês usaram Felipe e Lola com suas caras fofas e irresistível, pra mim chamar.

- Usou minha irmã? – Falei incrédula.

- Ela não se importou. – Julia disse dando de ombro comendo a pipoca. – A Isabela. – Seu ênfase. – Não quis porque jogou o motivo de estar gorda demaais.

- Gravidez tem suas vantagens. – Sorriu comendo pipoca e barra de chocolate. – Pega o refri pra mim? – Pediu pra Téo que estendeu ralando os olhos.

- Vai Julia limpar o vaso antes que a mamãe veja. E ore pra que ela não perceba. Esse vaso foi a vovó que deu.

- A vovó, vovó? Mãe do papai? – Arregalou os olhos.

- Sim, a vovó, vovó. Mãe do papai.

- Ai desgrama! Eu tô ferrada. – Ela xingou se levantando correndo. Ri, pelo jeito que ela correu estava declarado que sua vó iria matar Julia quando perceber que faltou o vaso.



- Gostei que tenha chamado a Priscila. Assim Omar não é o único de vela.

- A verdade é que. – Riu varrendo os cacos. – Mesmo depois de tudo, naquele dia achei que poderíamos dar uma trégua. – Ficamos em silêncio.

- Hey, tem noticias do Rafael? Ele voltou pro colégio?

- Não, e nem você.

- Como?

- Você não voltou pro colégio, e nem tenho notícias. Então Rafael não é o único que devo se preocupar.

- Eu estou aqui agora.

- Mas não estava no dia do acidente com a bicicleta. – Sorriu forçada. – Eu podia ter morrido.

DIAS ATRÁS

Peguei o e skate do chão e entrei em casa. Coloquei de lado e fui em passos rápidos até elas. Tirei o papel da jaqueta e assustei a duas quando dei um tapa na mesa de centro com os papéis em minha mão.

- Como pode não mim contar? – Gritei com minha mãe.

- Contar o quê? – Alicia perguntou confusa.

- Que o NOSSO pai tem tumor? – Ela ficou mim encarando sem falar nada. – Não venha dar pra cima de mim que não sabe do que está falando porque sabe muito bem. Essa assinatura é sua! É você que está cuidando do caso dele. Como pode não mim contar? Eu estava começando a confiar em você e você faz isso comigo. – Gritei na última parte sentido meus olhos arderem querendo chorar.

- Ele pediu pra mim não contar.

- E você deixaria ele morrer sem eu souber o que aconteceu?

- O papai não vai morrer, André.

- Como tem certeza disso? É um tumor! Qualquer momento ele vai partir. E eu não quero perder um pai novamente. – Minha voz falhou no final. Eu encarei minha vó que estava com a mesma cara de Alicia. – Você sabia disso? Você sabia disso e não mim contou? – Voltei a gritar. – O que vocês acham que eu sou? A Lola que até hoje não entende como apareceu uma irmã na vida dela? Eu sou filho e neto dele. Eu merecia saber a verdade!

- Ele pediu pra não contar, o que eu podia fazer?

- Não está sendo fácil eu superar a morte de Vicente. Não está sendo fácil, perdoar uma mãe que nunca esteve presente. Não está sendo fácil, mas eu estou tentando. Mas vocês... Vocês acabaram com pingo de vida que eu tinha. – Eu sai da sala indo pro meu quarto. Fechei a porta do quarto e comecei a chorar baixinho. Eu não quero perder outro pai. Ainda mais ele que sempre esteve comigo. Meu celular tocou no bolso, e eu peguei com as mãos trêmulas atendendo. – Alô.

- André, a Julia...

- Eu não quero falar agora, Joaquim. Me liga depois.

- Espera, a Julia ela... – Eu desliguei a chamada e deixei o celular cair de minha mão.

AGORA

- Acho que se o carro não tivesse passando naquela hora, eu não teria mim machucado. Acho que se eu não estivesse mim jogado da bicicleta, eu não estaria viva. Acho que... Se tivéssemos ido pra sua casa, nada disso teria acontecido e eu não teria torcido o braço. Mas não importa mesmo. – Riu fraco. – Minha bicicleta se foi, minha mãe vai ter que pagar o conserto do carro, e eu fiquei sem minha última lembrança do papai. Já que a mamãe havia jogado várias coisas dele fora, pra não olhar e pensar o quanto que ele gostava daquilo. – Ela sorriu triste. – Foi muito difícil ver voar no poste cair no chão e quebrar, enquanto sentia uma dor nas costas, na cabeça e na mão.

- Eu sinto muito. – Dessa eu não sabia.

- Eu também. – Rodei o braço direito em seu pescoço lhe abraçando.

- Desculpa não ter vindo te ver. – Falei beijando seu cabelo que cheirava o seu típico shampoo que eu adorava. – Isso é culpa minha. Se eu não tivesse se separado e irmos pra minha casa você ainda teria o troféu de seu pai.

- Está tudo bem. – Ela não mim abraçava por estar segurando a vassoura e a pá. – Eu costumo perder coisas preciosas. – Separei meu rosto lhe dei um selinho com o braço ainda em seus ombros.

- Vem, vamos voltar pra dentro antes que os meninos sintam nossa falta. – Falei se separando. – E nunca mais tente mim matar novamente. Se não vai perder outra coisa valiosa.

- Haha, convencido. – Ela riu fechando a porta quando passamos. Ela foi levar os cacos e eu voltei a sentar com todos.



- Julia, o que é isso? – Joaquim perguntou quando ela sentou na frente da mesa com um saquinho na mão. Ela jogou na mesa.

- O troféu do papai. Bom, o resto do troféu né? – Pegou a cola e tentou juntas as peças.

- O que está tentando fazer? – Joaquim segurou sua mão que estava se com tala, fazendo-a a parar.

- Tentando consertar. Era a única coisa que temos do papai e eu quero pra mim. – Puxou sua mão voltando a tentar colar.

- Para Julia! – Voltou a pegar seu braço. – Você não vai conseguir colando com cola de papel! Do que vai adiantar sendo que o coisa está destruído?

- Eu quero tentar.

- Mas não vai conseguir. Isso é bobeira. Esquece essa merda. – Ele jogou todos as peças no chão que caiu em vários lugares da sala.

- Joaquim! – Manu repreendeu

- Olha o que você fez! – Gritou com a voz cortada empurrando Joaquim. – Agora eu não sei onde está as peças. – Agachada ela começou a recolher as peças que estava a vistas. Começou a procurar debaixo do sofá e da estante, e eu vir ela chorar enquanto recolhia.

- Julia, desculpas. Eu mim descontrolei. – Joaquim pediu arrependido.

(E voolta o cão arrependido, com suas orelhas tão fartas, com seu osso ruuído, e com o rabo entre as patas 😹😹 brincadeira gente, eu tô aqui chorando e fiz essa palhaçada 😿)

- Cala boca! Eu não tenho culpa se você já sentiu remorso de mim no passado e quer voltar com isso. – Ela simplesmente colocou as peças na blusa e saiu chorando.



- Julia? – Ela se virou.

- Ele está certo. É bobeira tentar consertar uma coisa que já quebrou. – Sua voz estava embaçada. Jogou um pano em cima das peças na cama.

- Não é não. – Ela passou por mim. – Julia. – Lhe chamei mas ela saiu sem responder. Rasguei uma mexa do pano e juntei todas as peças em cima. Com a mexa que rasguei fiz um nó. Olhei todo seu quarto e resolvi guarda-lo em uma das gavetas de sua escrivaninha. Deixarei ali, por enquanto.



- Eu não estou confiando nadica deles dois dormindo juntos. – Reclamei colocando Lola na cama de Felipe.

- Para de ser careta. Não é como se eles fossem acordar na madrugada e fazer coisas inapropriadas. – Ele disse colocando Felipe ao seu lado.

- Se não fosse você e Omar, ela estaria dormindo sã na minha casa.

- Felipe não é tão safado pra abusar de sua irmã.

- Joaquim, aos 4 anos Felipe perdeu o bv com a menina da escolinha, e virou um galinha. Eu aos 4 anos eu nem sabia andar direito.

- Tá, Felipe pode ser um galinha, mas olha ele. Um anjinho. Nunca se quer vai tocar em Lola gente.

- Só quando estiver dormindo. E olhe lá se ele não tiver mão boba. – Ele riu.

- Pra quê ciúmes? Sabe que um dia sua namorada vão juntar eles dois pra dar um fica.

- Eu mato eles dois juntos.

- Até parece que não conhece sua namorada. Julia mim disse que a primeira coisa que pensou quando viu Lola era como eles dariam um par fofinhos. E ela está certa.

- Lola gosta do Lucca.

- E porque ela não pode gostar dele? – Cruzou os braços.

- Por quê... Por quê... Por quê seu irmão é galinha desde os 4 anos. Com 4 anos o menino já falava “eu vou te beijar” e beijava. Minha irmã é muito inocente pra ele vim e quer tirar o bv dela.

- Então você aprova ela com Lucca e não com meu irmão?

- Não... Não aprovo ela com ninguém que tenha pinto.

- Quer que ela virei sapatona?

- Você entendeu o que eu quis dizer. – Ele riu e seu rodei a cama para sair.

- Acredite, ou Julia será o cupido, ou ela ajuda eles pra esconder de você.

- Se seu irmão tocar em minha irmã eu ranco o pinguelo dele. Oh! O que está fazendo?

- Fechando a porta. – Disse óbvio.

- Não, deixa aberto. É como dizem, quando o gato sai, o rato faz a festa. O gato somos nós, e o rato é eles. Então é melhor deixar aberto porquê de lá de baixo vamos farejar o cheiro deles. Agora vamos. – Lhe empurrei.

- Eles só queriam privacidade.

- Privacidade é uma ova! – Ele gargalhou. – Acho que deu nossa hora. – Ele quando descemos e encontramos Omar em pé no celular.

- Vamos? – Ele olhou pra gente. Tentei correr pra subir, mas Joaquim pegou na minha blusa me fazendo ficar.

- Onde vão? – Priscila se levantou com as mãos na cintura.

- Sair. – Ele respondeu. – Téo, vamos?

- Qualquer lugar longe dessas meninas. – Ele levantou rápido.

- Omar.

- Priscila.

- Joaquim.

- Amor.

- Fala logo pra caceta que vocês vão. – Julia disse. Tão delicada.

- Vamos todos pra um bar beber.

- André! – Joaquin e Omar gritou.

- o quê? Eu não quero ir. Se as meninas soubessem elas não vão deixar.

- Ainda bem que você tem noção das coisas. – Ela sorriu sarcástica.

- Vocês não vão ir, pra um lugar cheio de...

- Putas. – Isabela completou a fala de Manu.

- Só queremos dis... – Tampei a boca de Joaquim.

- Só queremos se distrair. E revirar a noite já que amanhã eu farei 18. É uma idade bastante importante pra deixar passar assim, né?

- André, você mesmo disse que não quer festejar nada amanhã. – Priscila falou.

- E não vou. Só estou dizendo que os meninos querem passar a noite festejando. Não festa, festa. Mas sim um momento de meninos. Entendeu?

As meninas nos olharam caladas.

- Quando chegarem, quero todos aqui. – Julia arremessou a chave pra Joaquim que pegou sorrindo. – Vamos colocar uns colchões no chão aqui na sala e vocês vão tudo dormir aqui. Não quero barulho quando chegarem e nem bagunça. Estão ouvindo?

- Valeu. – Ele mim empurrou.

- Se chegarem bêbados vão dormir lá fora.

- E não fazem besteiras! – Elas juntas gritaram quando fechamos a porta.

- Por que tampou minha boca?

- Porque não quero que Julia saiba que estamos indo pra querer mim distrair. Ela vai ficar preocupada.

- Ela já está preocupada. Mas não vamos pensar nisto. Hoje o dia promete. – Omar sorriu.

- Estou desistindo de ir com vocês. Acho que vou pra casa, pra elas pensarem que fui também. – Omar segurou a camisa de Téo lhe parando.

- Se eu vou, você também vai. – Bati em seu ombro e ele bufou frustado. – Espera, esqueci o boné. – Entrei correndo e fui até Julia. Tirei de sua cabeça e beijei seu rosto assustando-a. – Tchau.

- Tchau.

- Boa noite meninas. – Coloquei o boné indo pra porta.

- Tenha cuidado! E JUÍZO. – Ela gritou e eu ri fechando a porta.



- Então, André... não vai contar o porquê da depressão momentânea? – Omar perguntou.

- Meu avô vai morrer. – Consegui jogar a bola no buraco e os meninos mim encararam.

- Como? Por quê? Como descobriu? - Joaquim perguntou rápido.

- Parece que tem tumor. – Consegui mais uma bola.

- E você fala tão naturalmente assim? – Téo perguntou.

- Vocês mim trouxeram aqui pra quer? Pra mim distrair certo? Então parem de mim fazer essas perguntas. E comecem a fazer perguntas inteligentes. – Quando tentei novamente, a bola foi com força na direção deles que se assustaram.

DIAS ATRÁS

- André, que susto. – Vovó diz quando mim encontrou em seu escritório sentando na sua cadeira. – O que faz aqui? – Fechou a porta.

- Sabia que, eu e o Vicente não éramos tão próximos? – Comecei. – Mas quando ele morreu, levou uma parte de mim consigo. – Ele me olhou sem entender. – Já imaginou SE por acaso você também se vá?

- André, você é bastante inteligente pra saber que todos nós um dia irá morrer. – Riu. – Eu estou chegando em uma idade que já deveria partir.

- Mas... E se não fosse por idade? “Ah, ele morreu por quê já estava velho demais” “Ah, ele era tão bom, se Deus levou ele é porquê sabe de todas as coisas” essas seriam as desculpas que dariam pra mim? Que você morreu porquê estava velho? – Trinquei o dente no final. – Por quê, você estaria morto. Ninguém nunca iria querer dizer seu nome porque iria chorar. Quando iriam saber a verdade? – Abri a mão separando os dedos da caneta. – Nunca. – Afirmei – Nunca porquê se vivo não contou, morto que não iria. Quer mim contar algo, papai? – Dei ênfase no final.

- André, eu não estou entendendo. – Ele riu nervoso.

- Nossa, acho que já fomos mais sinceros uns ao outro. Foi por isso que estava tentando mim por na Oxford tão cedo? – Joguei os vários papéis – que havia achado mas de onde vinha isso - com a voz alta se levantando da cadeira. – Que não esperou nem terminar os estudos pra tentar. Achei que fosse por eu ter potencial e eles aceitariam fazer a escola e faculdade juntos, mas eu estava enganado né? Eu sempre estou enganado. – Voltei com a voz alta no final.

- Não, eu acredito no seu potencial, André.

- Sério? Pois não parece. Parece que você só queria que eu mim formasse e conseguisse cuidar da empresa, pra quando você partir não ter mais que assumir isso.

- Não acredito que passou pela sua cabeça isso. Eu não fiz isso por interesse. Eu fiz isso porque acreditava em você pra cuidar do que eu amo. E você, não tinha o direto de entrar na minha sala e olhar minhas coisas sem permissão. Só lhe dei o direito de pegar o troféu da Julia, não mexer onde não devia.

- É mas eu mexi! O que vai fazer agora? Mim bater porquê descobri que está doente? Vai em frente. Seja o pai como foi pra Alicia e bate em mim sem sua consciência pesar. Eu não sou seu filho? Mim repreenda por estar se preocupando atoa por você.

- Amor. – Karen entrou na sala. – Eu ouvi gritos, está tudo bem? O que André faz aqui?

- Está vendo essa mulher? No fundo, ela está morrendo de felicidade porque seu dia de partir está chegando. A cada dia, ela deve pedir a Deus que você morra pra ficar com tudo isso aqui. Mas você não está ligando. Agora se sou eu, que mexi em uma coisinha você vem quer meter pau. Eu me preocupo com você, e você esqueceu desse detalhe quando não mim contou. Obrigado por ter jogado fora o significado de amor e confiança que tinha sobre você. Mas não preocupe, eu vou tentar consegui entrar na Oxford e assumir o cargo na empresa. Mas isso vai acontecer quando for acontecer, e você estará aqui pra ver isso. – Lhe encarei uma última vezes e sai do escritório em passos rápidos querendo sair logo daquela casa.

AGORA

- Acho que alguém está fazendo 18. – Omar sorriu fazendo a bola da sinuca bater nas outras espalhando.

- Eu não vou cair na sua novamente, Omar. – Revirei os olhos e foi a vez de Téo jogar.

- Olhe você mesmo. – Balançou a cabeça pra trás de mim e eu revirei os olhos novamente de virando. Ele estava certo. O ponteiro marcava meia noite em ponto. – Feliz aniversário. – Estalei a língua no céu da boca e batuquei com os dedo na mesa se virando. Os três me abraçaram e eu tentei sorrir. Os meninos sorriam, mas quando viu minha cara sumiram.

- Você não parece muito feliz. – Téo disse.

- Fica feliz, homem. Chegou a idade em que vai sair de casa. – Joaquim começou a mim balançar e eu acabei deixando escapar um riso.

- Você não saiu de casa. – Falei rindo quando ele parou de mim balançar.

- A casa dos Vaz precisa de um homem. – Sorriu convencido.

- Um homem que nem você? Era mais fácil ter um cachorro. – Os meninos riram.

- Aqui, pra adoçar a vida. – Omar mim sua bebida.

- Eu não gosto dessas coisas, Omar.

- Esse vai ser o último dia. Eu também não gosto e estou tomando. Estou fazendo isso pra você não se lembrar do que está passando. Não é pra sempre, mas é um tempo bom pra esquecer.

- Omar falando coisas bonitas sem brincadeiras? Acho que estou sonhando. – Ele riu e eu tomei.



Eu comecei a sentir beijos por todo o meu rosto. Ainda sonolento me remexi, mas sem mexer a cabeça. Já estava sentindo meu sonho de volta, mas o beijo no meu rosto continuava.

- Amor, acorda. – Uma voz doce falou perto do meu rosto. Meus olhos foram se abrindo aos poucos, revelando a visão embaçada. Pisquei lentamente três vezes, por causa do sono e consegui ver Julia sorrindo ao meu lado. – Feliz aniversário. – Como assim tão linda? Ela juntou seus lábios no meu e nos beijamos de lábios fechados. Maldito seja matinal e a bebedeira ontem. Uma mão nos separou.

- Obrigada pelo beijo na mão, mas chega de romantismo. – Revirei os olhos e Julia riu quando Joaquim fez isso. Olhei pra trás acabei se virando confuso.

- Por quê estão molhados? – Perguntei aos meninos.

- Acordamos com um balde na cara. – Téo disse bufando e Julia riu colocando seu corpo no meu. Agora que percebi que sua perna estava nas minhas e seu braço no meu tronco.

- E porque eu não?

- Por que não estamos festejando aniversário. – Omar sacudiu os braços irritado. Comecei a rir.

- Se sua namorada não estivesse aqui você estaria na mesma situação. – Isabela disse com os braços cruzados.

- E por que vocês estão irritadas?

- Porquê estamos irritadas. Não podemos mais não? – Priscila disse.

- Calma Loira. – Gargalhei e foi o motivo delas ficarem mais irritadas. Parei de rir quando vi a perna de Joaquim. Aproveitei que as meninas começaram a conversar e Bati nele lhe chamando que mim olhou confuso. Aii meu Deus! Eu também tinha. Não que eu estivesse bêbado pra fazer isso, eu que quis, mas eu tinha esquecido e estava muito, mas muito agitado pra pensar duas vezes. Omar também tinha, só Téo que havia se livrado já que ele não havia tomado nenhum gole e também, precisávamos de alguém com consciência pra voltarmos. – Vai, levanta. – Julia bateu em meu peito e se levantou. Eu e Joaquim escondemos, já que éramos o único que tinha a vista. – Venham tomar café, mas primeiro vão escovar os dentes. Joaquim sabe onde fica as escovas novas. – As meninas saíram conversando pra cozinha. Téo começou a rir quando se levantamos. – E botem o colchão pra secar. – Julia apareceu dizendo.

- Por que se foi você que molhou a gente? – Téo lhe desafiou murmurando.

- O que disse? – Téo se tremeu todo.

- Nada. Nos... Nós vamos por a cama pra secar.

- Ah bom, pensei que tinha falado algo. – Volto pra dentro.

- Pelo amor de Deus, diga que isso não é permanente. – Pedi a Téo apontando pra minha mão.

- É permanente.

- Eu disse pra não dizer. – Ele riu.

- Vocês oh. – Bateu na mão. – Se fufu.

- Pelo menos o meu dá pra esconder. – Omar começou a rir também. Encarei Joaquim e fomos pra cima dos dois que continuava rindo.



Tatuagem. Eu fiz uma tatuagem.

Morte. Eu estou prevendo uma morte.

Duas. Duas mulheres irão mim matar – isso se não for três.

Que ótimo aniversário!

Todos nós estávamos sentados na mesa tomando aquelas variações de escolha. As meninas que tinha feito um café da manhã, já que eu mesmo não queria nada e elas escolheram isso.

Lola ainda não havia levantado, só Felipe – que por acaso quando passou por mim só faltou se mijar, talvez de medo não sei – escolhi deixa-la dormir mais um pouco, já que era domingo.

O telefone de Julia tocou na mesa ela pegou atendendo.

- Oi mãe... Ele está aqui. – Passou mim encarar. Julia mim estendeu o celular e falou que era minha vó. Neguei. – André! Sua vó quer falar com você! – Ela gritou e todo mundo lhe olhou. Neguei rapidamente mandando ela parar. – Ela está querendo falar com você mais seu celular só cai na caixa postal!

- Por quê está gritando sendo que ele está na sua frente? – Felipe perguntou e eu bati na própria testa.

- Porquê ele é um idiota que não quer atender a mãe que só quer desejar um feliz aniversário. – Voltou a gritar. Peguei o celular lhe mandando um olhar raivoso. Ai eu mato uma guria dessas eu vou preso e morro junto com ela de saudade.

- Diga.

- Por quê não atende o celular?

- Descarregou.

- Você dormiu aí?

- Sim. Na sala com os meninos.

- Eu não pensei besteira se é isso que está pensando.

- Cada um pensa o que deseja. Ai Julia! – Disse quando pisou no meu pé.

- Responde sua vó direito. – Apontou a colher que ela usava pra tomar salada de fruta.

- O quê? Vai mim bater com uma colherzinha? – Zombei e ela bateu a colherzinha na minha mão com força. – Ai. – Murmurei tirando o celular do ouvido e massageie. Voltei a por o celular no ouvido só que no esquerdo e a outra mão coloquei na minha nuca.

- Então, é... Você está bem né? A Lola?

- Sim. A Lola está ainda dormindo.

- Tá... É, a propósito eu não sei que horas iremos chegar, Ana e eu vai sair daqui só meio dia. E olhe lá, porque aqui está chovendo demais. – Ela riu.

- Sim. – Um silêncio reinou na linha.

- Bom, é então tchau. – Mexi a sobrancelha como se ela estivesse aqui vendo. – Feliz aniversário, querido. – Sua voz parecia estar sorrindo.

- Valeu. – Minha voz não saiu muito boa não. Entreguei o celular de Julia e ela me encarou. Levantou o dedo pra mim e pegou o celular colocando no ouvido. Sua cara irritada já esteve melhor. Julia se levantou e saiu da mesa. Comi a torrada e soltei no prato. Quando ela voltou ficou na minha frente soltando fumaça no nariz – literalmente.

- O quê?

- Ela é sua mãe! Se não fosse ela você não estaria aqui fazendo aniversário. Qual seu problema? Se fosse a Alicia até vai, eu não estaria reclamando porquê entenderia seu lado como sempre entendi. Mas você simplesmente passou dos limites agora. Tatuagem, André? Sério? – Puxou meu braço. – Por acaso esqueceu de crescer?

- Todos nós fizemos menos o Téo.

- Eu não quero ouvir. Até você ligar pra sua vó e pedir desculpas, eu não te quero ver na minha frente. – Julia saiu. Peguei a torrada.

- Que ótimo aniversário, não? – Sorri sarcástico olhando eles na mesa.



- Você não precisa levar ela. Eu já irei pra casa daqui a pouco.

- Tenho certeza de que ela não irá se importar. A propósito Felipe estará pra brincar com ela.

- Por quê quer tanto levar ela? Já disse que não tem nenhum problema ficarmos em casa como sempre foi.

- É seu primeiro aniversário com a Julia. Vai aproveitar. Ficar um tempo. Já passou tempo demais com os amigos que a propósito está causando um problemão pra você. – Rimos fraco.

- Valeu, mas eu acho bem difícil sua irmã querer me ver agora. Já falei com a vovó, mas...

- Sei que faria o mesmo por mim. – Sorriu de canto e bateu em meu ombro. Sorri de canto concordando. Ele abriu o quarto da Julia e entrou com Felipe. – Uau, que menina mais linda. – Sorri na porta quando ele disse isso pra Lola que se olhava no espelho.

- Não diz isso só porque estou sem a peruca. – Seu cabelo já estava em crescimento, e não era surpresa pra mim vê-la assim, se olhando no espelho.

- Está de brincadeira? – Fez falso espanto enquanto ela voltava a por a peruca – Você é linda com ou sem. Pra mim não faz diferença. Você é linda de qualquer jeito que faz pensar em terminar com a Manu só pra namorar você.

- Não termina não. – Ela virou pra ele tirando uma mexa de seus olhos e colocando pro lado. – Ela é legal.

- Se Felipe dizer que você é bonita nós iremos passear no shopping com a Manu. Prometo não terminar com ela. Mas só se Felipe dizer porque se não, não vamos pro shopping e eu termino com ela pra ficar com você. Sabe o que é, eu não costumo ser talarico. – Ele saltou sotaque pra mim e eu revirei os olhos.

(Gente, o que Joaquim quis dizer era pra querer fazer ciúmes. Não tem nada haver com outra coisa.)

- Por que eu tenho que dizer? – Felipe olhou pra ele.

- Por que esse é o combinado. Ou vai deixar Lola sem ir no shopping? – Felipe ficou calado. Ele olhou pra mim engolindo seco e voltou a olhar pra frente calado. – Frouxo. Então Lola, vai querer ir? A Manu vai adorar.

- Só se a Julia deixar. – Julia da janela olhou pra trás.

- Por que eu não? – Perguntei sem entender.

- Porque eu não estou com você. – Deu língua.

- Então pra buscar uma roupa pra você eu estou né? Okay.

- Você foi pra casa tomar banho, não buscar uma roupa pra mim.

- Mas eu trouxe. – Ela revirou os olhos.

- Posso ir, Juh?

- Claro, vá se divertir. – Ela sorriu fraco. Lola lhe abraçou e Julia ajeitou o cabelo dela.

- Desculpas por ontem, viu? – Joaquim pediu beijando sua testa e ela concordou. Eles saíram do quarto e Julia voltou a olhar a janela.

- O que está esperando pra ir também?

- Sinceramente? Joaquim não planejou ficar com as crianças pra você ficar sozinha em casa. – Ela não respondeu nem se virou. – Olha, eu já pedi desculpas pra minha vó o que mais quer que eu faça?

- Água. – Ela olhou pra trás e eu lhe olhei confuso. – Eu quero água.

- Então tá. Eu trago uma água pra você. – Disse ainda sem entender e sai do quarto.



Encarei meu pulso e tirei aos poucos o plástico de cima da tatuagem. Eu tinha tirado mais cedo pra tomar banho. Tinha lembrado que era pra lavar com sabonete antibacteriano e passar uma pomada – que não sei como estava no bolso da minha calça. Só que quando voltei tive que colocar o plástico filme porquê estava fazendo MUITO sol. Agora estou tirando pra tomar um ar – céus parece até um cachorro pra ter tanto cuidado assim.

Os meninos e eu haviam colocados umas das frases de Harry Potter. O meu era no pulso, Joaquim na perna, e Omar no peito. Minha frase era “Brave men” – Homens corajoso. Joaquim era “Be brave” – Seja corajoso. E Omar era “You brave” – Você é corajoso.

- Não acredito que alguém vai mim deixar aqui sem motivo. – Gritei soltando indireta. – Eu não fiz nada pra merecer isso. – Voltei a gritar pra ela. – Não me faça cantar uma música aqui.

- O que música tem haver aqui, garoto? – Ouvi perguntar rindo do quarto.

- Eu vou cantar! – Ameacei e ouvi mais seu mim fazendo sorrir.


"Brigar pra que a essa hora, deixa eu entrar

Abra essa porta, escute, eu tenho uma explicação

Não fala nada ou vai perder a razão... "


Eu lhe ouvi rir quando comecei a cantar.


"Tô sem juízo, tantos problemas

Me dá uma força, não me condena

Preciso tanto de você nesse momento

Deixa eu entrar, já é tarde, por favor... "


Simplesmente, eu já não sorria mas por diversão.


"Já falei, não tem ninguém no seu lugar

Então me diz o que é preciso pra provar

Que eu te amo

Que eu te amo..."


- Fecha os olhos e entra. – Julia apareceu na porta só a cabeça. Ela estava de batom vermelho? – Fecha logo. – Fechei e levantei. Ela pegou minha mão e fechou a porta.

- Por acaso você não está de sutiã não né? – Recebi um tapa.

- Seu tarado. – Ri e caminhamos alguns passos. – Nós vamos dançar e eu quero que continue cantando. Mas sem abrir os olhos ouviu?

- Sim.

- Vou te fazer umas perguntas mas tente responder sem parar de cantar ouviu?

- Viu, mas eu canto que música?

- Me surpreenda que eu te surpreendo.

Ela encostou a cabeça meu ombro e pegou minha mão direita. Coloquei a mão esquerda em sua cintura. Naquele momento meus olhos não conseguiram fechados e eu evitei lhe olhar – já que acho que era isso que não queria deixar eu ver.

"Você me encantou demais

Mostrou seu coração do que ele é capaz

Por isso eu quero te dizer

Que a flor dessa canção sempre será você

Seu beijo despertou paixão

Desculpe se me apressei, pois nada foi em vão

O que eu desejo a você

É que os deuses do amor estejam a te proteger

E que o verão no seu sorriso nunca acabe

E aquele medo de viver um dia se torne um grande amor

Vou te falar, mas acho que você já sabe

Você apaixonou, alucinou, descompassou

Meu coração, meu coração... "


Julia me olhou e paramos de dançar abaixando as nossas mãos, mas eu continuei a cantar


"Você me fez sonhar demais

Chegou, sorriu, beijou, mostrou como se faz

Por isso eu quero te falar

Que os As dessa canção eu fiz só pra te dar

Seu jeito lindo fez arder

Fiquei feito vulcão fervendo por te ver

O que eu desejo a você

É que os deuses do amor estejam a te proteger

E que o verão no seu sorriso nunca acabe

E aquele medo de viver um dia se torne um grande amor

Vou te falar, mas acho que você já sabe

Você apaixonou, alucinou, descompassou

Meu coração, meu coração... "


Ficamos se olhando. Como ela estava linda. Seu cabelo estava solto um pouco bagunçado, seus lábios estavam com um batom vermelho e seus olhos estavam com um contorno escuro, e a verdade era que ela estava mais linda que nunca. Julia usava um vestido preto rodado, incrivelmente lindo.

- A música ficaria melhor com um violão ou algo assim mais foi o que deu. Desculpas, sei que pediu pra não abrir os olhos mais foi impossível.

- Não, tudo bem. Eu também não consegui fazer as perguntas. – Coçou a cabeça. – Pode sair por favor? Preciso mim trocar. – Ela se virou mas eu lhe puxei lhe rodopiando.

"Ouvi você falar de outros amores

Eu vi o mundo então perder as cores

Quanto tempo esperei a frase certa

Pra te mostrar que eu era..."


Seu vestido rodava só com dois giros e no final lhe puxei pra mim. Seu corpo se chocou no meu e nossos rostos foram aproximados pelo contato.

- Feliz aniversário. – Ela sussurrou olhando minha boca. Segui olhando a sua boca chamativa. Merda, alguém contou pra ela que tenho esse fetiche por batons vermelhos?

- Lindo presente. – Nossos olhares voltou a se cruzar e ela sorriu junto comigo e fechamos os olhos juntando nossos lábios em um beijo lento. – Não usa mais batom vermelho tá bom? – Separei falando e ela sorriu.

- Te peguei. – Ri negando com a cabeça.

- Como sabe disso? – Rodei os braços em sua cintura colando mais nosso corpo.

- Vamos se dizer que um passarinho loiro mim contou. – Disse sorrindo passando o polegar na minha boca.

- E esse passarinho se chama Priscila?

- Talvez. – Ficamos rindo por um minuto mas paramos e nos olhando. Ela mordeu o canto do lábio inferior. Merda, eu tinha que parar com isso logo.

- Ah, é mesmo você pediu pra sair pra se trocar. Foi mal. – Me afastei dela. – A propósito você está a menina mais linda do mundo. Sério, você é muito linda. O aniversário é meu mais você está de parabéns. Muito bom. Muito bom.

- Está nervoso?

- Eu nervoso? Magina. – Ri nervoso recuando cada vez mais pra trás. Ela deu um passo a minha frente. – Não se aproxima. – Disse rápido.

- Como não se aproxima?

- Ciências provam que 90% das pessoas sofrem de emoções com toques e aproximação.

- Como sabe disso?

- Não sei, só saiu da minha cabeça e eu quis falar. – Julia riu.

- Então você está nervoso por causa disso? Está com medo de eu te tocar?

- Não, eu estou com medo de não conseguir se controlar e fazer tudo errado.

- Nada será errado quando se é nós dois. Agora vem aqui que eu quero aproveitar do meu namorado. – Sorriu pousando as mãos em meu peito.

- Adoro quando você ou outra pessoa mim refere assim. Repete. – Sorri com as mão em seu cintura.

- Meu homem.

- Muito melhor. – A gente se beijou com calma, soltando sorrisos. Se olhamos com o rostos próximos e voltamos a nos beija novamente. O beijo começou a ficar mais quente. Levei uma mão pra seu cabelo aprofundado mais. Suas mãos desceram pra o cós da minha calça. Começamos a andar ainda se beijando para sua cama.

Julia me empurrou pra sentar na cama. Caralho, que mulher de atitude é essa? Paramos de nos beijar e eu aproveitei pra tirar minha camisa jogando em qualquer canto do quarto. Nos beijamos de novo e ela me deitou sentando em cima de mim sem desgrudar nenhum minuto nossas bocas. Minhas mãos passearam em suas belas curvas enquanto a sua mãos em meu peito. Ela jogou o cabelo pro lado começando a descer os beijos para o meu pescoço. Minha mão se atreveu tocar seus seios, mas eu tirei rápido.

Eu entendo que a qualquer momento eu vou tocá-la assim, mas eu não achei certo. Ela me olhou e sorriu delicada.

- Não fique sem jeito, querido. – Passeou os dedos em meu rosto. – É só ler seu pulso.

Tenebrosa ela.

Julia deu um gritinho surpresa quando lhe joguei entre os travesseiros e subi em cima dela.

- Não é só você que pode ter atitude. –Sorri malicioso e tomei sua boca. Ela estava certa, eu não devia estar nervoso. Eu devo fazer, tudo o que sei entre quatro paredes. Minhas mãos voltaram aos seus seios e eu apertei. Caralho, ela estava sem sutiã! Ela deixou escapar um gemido no beijo após ter apertado seu peito. Deixei sua boca indo pro seu pescoço. Comecei a deixar chupão nela fazendo-a estremecer em meus braços. Fui descendo os beijos. Comecei a beijar seu seio direito por cima do tecido de seu vestido, e apertando o outro. Julia deixou soltar gemidos baixos. Sua respiração estava acelerada. Subi o beijo pra sua boca descendo as mãos pra suas pernas. Juntei mais nossos quadril e acabamos arfando juntos pelo contato mesmo por cima da minha calça. Sua mão desceu e alcançou o cós da minha cueca – não que ela tenha entrado a mão, mas sim porque não usava cinto e a calça ficava mostrando o cós da cueca. Levei a mão pra suas costas e ela arqueou as costas. Se separamos e eu lhe olhei.

Achei o zíper – que não sabia que existia – de seu vestido em suas costas e comecei a descer lentamente lhe arrepiando com meu toque no tule transparente do vestido sem nenhum momento desgrudar os olhos do dela. Fiquei de joelhos pra ela tirar vestido de seus braços.

O vestido escorregou de seus braços e eu tive aquela visão linda. Pela primeira vez naquela tarde, Julia corou. Passei seu vestido pela cabeça e sorri jogando pro lado. Como assim tão linda?

- Você tem que parar de ser linda. A cada dia mim apaixono mais. – Ela sorriu tímida eu te beijei a deitando novamente. Julia arfou quando beijei seu pescoço e apertei suas coxas. Com total respeito, mas Julia tem um corpão que só Deus na causa. Deixei um selinho em seus lábios e levantei abrindo minha calça.

- Amo quando usa essas calças. Fica sexy. – Mordeu o lábio com um sorriso malicioso.

- Minha situação já não está muito boa, você ainda morde o lábio. – Ela riu.

(Que bloqueio insuportável! Tem mais de 7 horas que ainda estou nesta parte)

Encarei ela deitada na cama. Julia só usava uma calcinha preta de renda, totalmente sexy e excitante. Meu membro – que dês do começo já estava acordado – pulsou só de vê-la assim. Mas não era excitação que eu pensava no momento.

- O que foi? Por que mim olha assim? – Ela perguntou rindo com o rosto corado.

- Nada. É só quê, você sempre foi o meu maior sonho. – Ela sorriu e se ajoelhou na cama ficando na minha altura.

- Que bom, não aguentaria viver sabendo que possa ser outra. – Ela juntou nossos dedos. Ela me beijou com doçura acariciando minha nuca. Ela mim puxou pra deitar novamente sem desgrudar do beijo. Sua mão enrolou em meu cabelo quando comecei a beijar seu busto. – André. – Arfou chamando. Fiz um murmuro. – O celular...

- Deixa tocar.

- E se... For Joaquim sobre os meninos?

- Ele sabe resolver. – Olhei pra ela que pegou o celular sem olhar quem era. Voltei a beijar seu corpo.

- Alô. – Ela se engasgou quando abocanhei seu seio direito. – Sim, sou eu... O André? Ah, é, uh, hum, tá aqui. – Mordisquei seu mamilo apertando o seu esquerdo. Ela mordeu o lábio pra evitar gemer. – André, sua vó mandou dizer que daqui à 1 hora ela chega e vai vim direto pra cá. E ela pediu pra se comunicar com Alicia. Ela está querendo falar com você, mas está no trabalho e não pode falar por muito tempo.

- Mas eu não tenho o número dela. – Falei lhe olhando com a festa franzida.

- Ela mandou dar seu jeito.

- Mas...

- Tchau, até daqui a pouco. – Julia colocou o celular de volta. Julia me empurrou na cama e subiu em cima de mim pressionando meus pulsos nos travesseiros. Ela revirou os olhos rindo. – Nunca mais faça isso.

- Isso o quê? – Provoquei.

- Eu estava gemendo, pra sua mãe.

- Isso é tão explícito. – Ela revirou os olhos sorrindo. Ela mim beijou e soltou meus braços firmando no meu peito. Desci as mãos pra suas pernas e apertei fortemente sua carne. Gememos abafado quando Julia rebolou. Peguei sua cintura pressionando nossas intimidades coberta pelas roupa íntima. Como ela era quente naquela região... – Ah, Julia? – Parei o beijo. – Não é querendo estragar o clima, mas eu me lembrei que não tenho. Não agora, só... em casa.

Arregalei os olhos quando ela passou o preventivo na minha visão.

- Vocês nunca saberão o que aconteceu na noite passada... Fizemos um sexo grupal, só de garotas.

- Julia. – Ela gargalhou quando me viu assustado.

- É brincadeira, seu besta.

- Se eu brochar não venha mim culpar. – Revirei os olhos pegando o preventivo de sua mão enquanto ela ainda ria.

- Duvido. Normalmente todos se excitaria de imaginar a cena.

- Bom, eu não. Não tem nada de excitante imaginar sua namorada fazendo essas coisas com várias mulheres. Por isso que dizem que não se pode confiar em um grupo de amigas sozinhas. – Ela sorriu cínica. E eu lhe virei na cama novamente.

(Não sei quantas vezes eles já se viraram, daqui a pouco cai da cama ((ou quebra, não sei 🌚)) kkkk 🙄)



Já estávamos sem roupa nenhuma no corpo. Julia já não era mais tão maliciosa como a poucos minutos atrás. Ela estava tímida e se eu não segurasse sua mão, ela estaria neste mesmo momento escondendo sua intimidade. Julia é muito linda, mano.

Seus olhos transmitiram medo quando lhe encarei. Ela estava com medo de sentir dor novamente, assim como sentiu com Omar – mas eu tenho quase certeza que ela não sentirá muitoo como normalmente sentem. Já que ela era meio-virgem.

Coloquei suas mãos em meu ombro, pra caso ela sentir dor, apertar o quando quiser. Posicionei meu membro em sua intimidade. Ela concordou quando percebeu meu olhar preocupado.

Sua testa se franziu quando coloquei a glande. Fiquei parado esperando ela dar o sinal pra continuar. Não demorou muito e sua testa parou de se franzir.

- Posso continuar? Se quiser...

- Não, continua. – Respiramos e continuei. – Não, não para. – Pediu quando revezei a pausa.

- Julia.

- Por favor.

- Se acostume primeiro, se você se acostumar agora, não vai sentir muita dor depois. Escute o que digo. – Ela concordou. Eu estava errado, ela sentia mais dor do que imaginei. Quando meu membro já estava dentro dela, gemi rouco. Como ele era apertada. Quente. Lhe encarei. – Tudo bem?

- Você é muito gran... – Eu ri quando ela percebeu o que falaria.

- Não sabe o quanto um homem fica feliz a ouvir um elogio desses. – Envergonhada, eu lhe beijei. Julia movimentou o quadril e gemeu manhosa com seu próprio ato. No beijo sua mão passeou em meus cabelos e eu voltei a se mover dentro dela. Sinceramente, eu não sei se era a camisinha ou ela, mas sua entrada estava muito escorregadia. Soltei o gemido rouco quando suas paredes interior mim apertou. Beijei seu pescoço que já tinha marcas de chupão visíveis mais não me importei. Naquele momento eu só pensava o quanto sonhei com esse dia. O dia que ela estaria entregue pra mim. Toda. Peguei sua cintura, firme e minhas invertidas ficaram mais rápidos e intenso. Julia começou a liberar seus gemidos deixando mais altos e soltos.

- Mais... – Ela sussurrou no pé do meu ouvido entre gemidos. Comecei investir mais rápido como ela havia pedido. Eu soltava gemidos roucos em seu ouvido também. Como se encaixávamos perfeitamente. Nossos corpos suados vivia quentes e fazia em uma perfeita sincronia... – André. – Ela começou a arranhar minhas costas em puro êxtase. Só Deus e eu sabe o quanto adorei ouvi-la gemer meu nome no momento de prazer. Eu lhe coloquei no meu colo sem desgrudar nenhum momento nossos sexos.

Sua testa tinha fios de cabelo colado lá. Seus seios balançava a cada subida e descida em mim. Seus gemidos manhosos se tornaria a melhor música que já ouvirá. Soltei um suspiro abafado quando alcancei seu ponto e ela estremeceu gemendo alto. Meu membro pulsava dentro de si e se apertava com sua intimidade tão apertada que era.

- Caralho. – Que eu tava vivendo a mais intensa sensação. – Vem cá. – Peguei sua nuca puxando seu corpo pra frente e lhe beijei. Minhas mãos desceram calmamente em suas curvas perfeitas e ela só se arrepiava. Firmei em sua cintura e lhe ajudei a continuar as investidas – rápidas e fundas – em meu membro sem cessar o beijo. Acabamos sorrindo naquele beijo e eu nunca iria esquecer desses sorrisos. Nunca!

Meu corpo estremeceu e senti meu membro rijo soltar espasmo. Seu baixo ventre me apertou cada vez mais. Era o ápice chegando pra nós dois. Nossas testas suadas ficaram juntas enquanto respiramos ofegante nos olhando.

Gememos juntos e nos desfazemos no mesmo momento. Seu corpo caiu cansada em mim e eu lhe abracei.

Que dia. Que aniversário!

Ela era perfeita demais.

- Amo você. – Sussurrei em seu ouvido afagando seus cabelos úmidos. Ela estava cansada demais pra responder. Só apertava bem meus ombros me abraçando. E eu não me importei.



- Você tinha planejando isso? – Perguntei a ela quando ela parou em minha frente me pedido pra fechar o sutiã.

- Eu não sabia o que lhe dar de aniversário. – Coloquei seu cabelo recém-lavado – que tenho orgulho de dizer que fui eu que lavei – pra frente. – Porque tipo, você era só mais um rico querendo ser pobre. Já tinha tudo o que queria. – Ela virou quando fechei jogando o cabelo pra trás. – E eu pensei; bom, mais um ano de vida apaixonado por minha pessoa. Não tenho presente pra dar. Tinha mais é que fazer algo que possamos fazer juntos e nunca esquecer.

- Por isso que te amo. – Ela sorriu e eu lhe beijei. Mas ela se afastou sorrindo cínica e passou o indicador em meu peito se virando. Tentei não olhar seu corpo de costas, mas foi impossível. Ela olhou por cima dos ombros ainda com seu sorriso e mordeu a ponta do mesmo dedo que havia passado em mim. Caralho que sexy.

- Elas chegaram. – Falou ainda sorrindo provocativa e agiu naturalmente ao vestir sua roupa.

- Não me provoca, garota. – Avisei e peguei minha camisa. Caminhei pra porta. – Aliás, esconde bem esses chupão ai viu? Só mostra pra algum descarado que tentar tocar em você. Mostra a eles quem manda.

- Pode deixar capitão. – Vestiu uma camiseta branca colada. Ri negando com a cabeça e sai do quarto vestindo a camisa.

Quando sai da casa vi as duas mulheres conversando.

- Meninas. – Chamei atenção e ela nos olharam.

- Filho. – Minha vó veio me abraçar. – Parabéns, feliz aniversário.

- Obrigada. – Abaixei a cabeça e ela beijou minha testa. – Ficando pequena. É a velhice batendo na porta. – Brinquei e ela riu me dando um tapa.

- É você que está crescendo.

- Oi, sogra. – Ana riu quando beijei seu rosto.

- Parabéns, viu? – Ela me abraçou.

- Obrigada. – Olhei as duas. – Como foi o casamento?

- Bem. Estava muito lindo, não estava?

- Sim, estava mesmo. – Ana concordou. – Cadê a Julia?

- Ela estava comendo algo. Sabe como é, né?

- Sim, sei muito bem. – Ana riu. –Espero que vocês todos tenham se comportados enquanto estávamos fora.

- Sim, sim, se comportamos bastante. – Minha vó me olhou com os olhos cerrados quando escondi meu braço atrás.

- Todos eles fizeram tatuagem. – Julia chegou falando e eu revirei os olhos. Ela chegou ao meu lado comendo uma maçã sem mínimo interesse. Minha vó puxou meu braço.

- Quando chegarmos em casa você vai tirar isso com escova de dente nem que sua pele vá junto. – Ela avisou jogando meu braço e novamente revirei os olhos.

- Quando você diz todos, você diz Joaquim também? – Ana perguntou a ela.

- Todos. Menos Téo que tem cérebro. – Vi ficar com a mesma cara de Rosa. Julia começou a gargalhar e eu olhei pro lado. – Você está ferrado. – Ela diz gargalhando pra Joaquim que chegava com os meninos e colocou o cotovelo em meu ombro.

- Por que eu estou ferrado? – Ele se juntou na gente. Julia ainda ria. Parecia uma diabinha. – Você... Porra Julia. Eu vou lhe dar um tabefe. – Ela correu rindo quando ele foi pra cima.

(Eu com meu irmão kkkkkkk)

- Vamos conversar sério depois mocinho. – Ana disse séria pra Joaquim. Olhei pro lado que Julia estava e ela não ria mais. Ela olhava diretamente pra um lugar.

- Está olhando o quê? – Perguntei e ela me olhou vindo correndo pra gente.

- Não tem uma árvore ali? – Balançou a cabeça sussurrando. Concordei e olhamos.

- É nosso professor de educação física. – Falei observando bem o cara que nos olhava.

- Por que ele está olhando a gente? – Felipe perguntou.

- Deixa eu ver quem é. – Ana ficou do lado de Felipe. O professor assim que viu ela se desgrudou da árvore e veio pro claro. Parecia pronto pra vim aqui. – Por quê não vamos entrar né? – Ela virou pra nós.

- Por que temos que entrar? Ele que está olhando pra gente. – Julia empinou o nariz.

- Julia, obedeça e entre com seus irmãos. – Ela trincou os dentes. – Agora! – Os Vaz se assustaram.

- É-e, acho que vou entrar. – Julia me deu um beijo rápido e praticamente correu pra dentro com Joaquim.

- Mamãe, ele ta vindo. – Felipe apontou e ela abaixou sua mão rápido.

- Você também. Entra. – Felipe correu pra dentro. – Entra vocês também. – Falou mais com calma.

- Nós já vamos. Está ficando tarde. – Minha vó respondeu.

- Claro, se preferem assim. – Ana despediu da gente e entrou. Encarei o professor e ele voltou a caminhar de lado contrário. Encarei minha vó.

- Vai saber né? – Ela abraçou eu e Lola e caminhamos pra sair. – Você falou com sua mãe? – Me olhou e eu fiz cara de encrencado. – Você não falou com sua mãe, André? – Paramos de andar.

- Eu tentei dizer que não tinha o número dela. Por que você não deu a ela o meu? Não seria mais fácil?

- Sinceramente eu não sei o que vou fazer com você. Você está impossível. – Ela voltou a andar. – Pelo menos diga que falou com seu avô.

- Ah, é meu aniversário. Eles que tem que se preocupar pra ligar. – Reclamei passando por ela.

DIAS ATRÁS

Eu ajoelhei na grama ao lado de seu túmulo.

Era a primeira vez que vim lhe visitar. Em meu celular tinha chamadas perdidas de Rosa, Joaquim e Antônio, mas eu não quis atender nenhuma desde de que sai de sua casa. Eu não queria ninguém preocupado comigo. Eu não queria ficar com ninguém neste momento. Só eu, e ele. Separados por uma morte, mas juntos no meu pensamento.

- Eu queria ter dito mais tempo com você, pai. Você foi sem nem dizer um adeus. Mas fico feliz que tenha dito a oportunidade de se despedir de Alicia. – Passei o dedo em seu nome.

- Vicente? – Eu olhei pra trás quando uma voz feminina falou. Era uma jovem um pouco mais velha de pele escura e cabelo definidos. – Oi, desculpas. Eu pensei que estava imaginando...

- Meu pai? – Completei e ela me encarou.

- Você é filho dele? – Acabou que sua voz saiu baixa.

- Sim. Quem é você? – Levantei.

- Kat. Meu nome é Kat.

- Você não é daqui não é?

- Não, sou de Portugal. Meu pai mora aqui. Bom, morava aqui. Ele morreu.

- Ah, sinto muito... O meu também morreu.

- Acho que já vou. Desculpa se atrapalhei seu momento. Sinto muito.

- Espera, como conhece o Vicente? – Gritei ela olhou pra trás e continuou a andar correndo. Por que ela fugiu? Que estranho.

AGORA

Eu bati na sua porta. Quando ela abriu e me viu se engasgou com o suco que ela tomava.

- André. – Tossiu colocando o copo em algum lugar de perto da porta. Observei que ela usava seu jaleco e seu cabelo estava preso bagunçado. – Eu acabei de chegar do hospital. Eu ia tomar banho e ir pra lá, te ver. Queria falar com você desde de cedo mas eu não tinha seu número. Desculpa, eu sei que deve estar irritado comigo por mais um motivo, mas quero que saiba que eu sinto muito mesmo. Eu sei, realmente você não merece uma mãe assim; descuidada e irresponsável. Eu acho que...

- Posso falar? – Lhe cortei rindo com tudo que ela falava. Alicia concordou voltando a respirar. – Eu estava conversando com a mamãe e Lola antes de vim pra cá, e queria saber se você não quer voltar pra casa? Lá não tem outro quarto mas eu gostaria que você voltasse.

- Sério que você quer que eu more lá? – Um sorriso nasceu nela.

- Sim, ela disse que você mora com uma colega. Mas se não quiser, eu entendo, não vou insistir. Só acho que seria bom. E também... Eu passei 18 anos longe da minha verdadeira mãe, um dia eu vou morar sozinho e quando eu terminar os estudos acho que... Vou pra bem longe.

- Sim, é claro que sim. – Contente, ela me abraçou mim surpreendendo. A mesma se separou rápido. – Desculpa, eu estou suja de hospital.

- Eu não me importo. – Lhe puxei pra um abraço. – Desculpas por todas as coisas que falei pra você.

- Eu merecia. – Ela sorriu dando de ombro, se separando.

- Aproveitando que está aqui. Sabe dizer se Vicente conhecia alguma Kat? Eu fui no cemitério e uma menina pensou que eu era ele. Depois saiu correndo.

- Não é atoa. Você estar largando da minha aparência. – Ela riu. – Mas não, não me lembro de Vicente conhecer nenhuma Kat. E ele nunca citou esse nome. – Colocou as mãos na cintura.

- Ah, ta certo então. Só achei estranho, mas ela deve ter se confundido com outra pessoa.

- É, deve ser isso mesmo. Sério, eu ainda não acredito que está me dando uma chance. – Pegou minha mão apertando com as suas, sorrindo. – Vamos começar do jeito correto?

- Não, vamos continuar do jeito que está. Mas de um jeito completamente diferente. – Sorri no final. – Você sendo minha mãe. Eu pensando se somos mãe e filho, ou somos irmãos. Julia tendo duas sogras. E no futuro uma disputa de quem vai entrar comigo no casamento. A única coisa que será comum é nosso nojo por Karen, mais aí não fará diferença. – A gente riu.

- Que graça, você. – Disse rindo. – Isso é uma tatuagem?

- Ah, não! – Puxei minha mão. – Ter duas mães não tem vantagens. As duas vão ficar dando sermão. Será tudo em dobro. Tudo. – Ela começou a rir.

- Peguei você. – Revirei os olhos com ela zombando de minha cara.


Notas Finais


Me desculpa mesmo. Perdão por não ter sido nada que esperou na primeira vez Judre. Eu sou horrível nisso pq eu nunca fui de fazer. A primeira vez que escrevi hot foi de Majo que também saiu horrível. Sei que esperavam algo mais, mas eu fiz o possível só pra dar a vocês o quer tanto esperavam. Vocês viram que eu estava com bloqueio. Eu passei quase dois dias nas parte de hot pq simplesmente não vinha nada na minha cabeça. Está horrível, me desculpa mesmo por não ter sido o que esperavam na primeira vez deles.

Bom, foi um capítulo gigante e eu vou tentar resumir o que me lembro e o que são realmente especial kkk

Sim, o Antônio está doente. Desde daquela festa, eu já tinha tudo planejado pra seu futuro na fic. Cheguei a citar que ele estava com problemas de saúde, por isso se aposentou, mas André não ligou muito pq achou que era só fase. E quando ele descobriu, ficou assim, estranho; depressivo pq Antônio sempre foi seu pai e ele não se conforma que um dia vai perder-lo. Sua vida já não estava muito boa com a perda de Vicente, agora só piorou pq foi ele que sempre esteve com ele.

Não sei se vocês sabem, mas essa história não era só a paixão de André por Julia. Essa história foi pra contar o caos que é sua vida familiar. Sinceramente? Vocês podem achar que a fic só será morte na famíla dele, mas estão errados. EU não quero mais que ele sofra assim. Eu não irei aguentar que ele sofra tanto como é perder uma pessoa especial. Desde do começo eu sempre pensei em eliminar a Lola da vida de André. Foi por isso a doença. Mas eu acabei me acostumando de escrever essa pequena. Lola é um dos personagens que eu mais admiro pq ela foi feita em homenagem a minha tia e minha prima que morreram de câncer. Queria mostrar o quanto elas eram guerreiras nessa personagem, mas eu fiz, um futuro que elas nunca tiveram e vocês não sabem o quanto amo ela só por isso.

Então, eu não quero que André sofra mais do que já sofre com seu drama familiar. Lola vai ficar, Rosa vai ficar, e Alicia vai ficar. E infelizmente Antônio não irá, e seriamente? Eu não estou preparada pra escrever esse capítulo. Eu não vou conseguir descrever André sofrendo com sua morte. A situação de André será que nem a minha: sofri e chorei escrevendo Vicente morrer, e eu vou morrer escrevendo a morte de Antônio. Mesmo ele só ter aparecido no final, eu já amei seu personagem.

Parece que, sou eu interpretando um personagem. Sabe aqueles atores de novela que se emociona mesmo atuando uma cena chocante? É assim que me sinto escrevendo.


Bom, vamos esquecer as coisas ruins e focar em outro assunto.

Já falei da primeira vez, já falei da doença de Antônio e agora vamos falar sobre Alicia.

Bom, acho que nem a primeira vez de Judre foi tão especial como André perdoando sua mãe. Eu sinceramente amei muito escrever pq isso sempre foi o mais esperado pra mim. Espero que comentem o que acharam sobre isso e se gostaram. Foi importante escrever pra mim e queria saber se foram pra vocês também.

Tem outra coisa bastante importante pra comentar aqui, mas eu prefiro comentar só no próximo capítulo.

Acho que era só isso. As outras coisas não são tão importante assim. Só foram: A tatuagem dos meninos kkk "vai lavar com escova de dente mesmos que leve sua pele" kkkkkkkk Rosa a melhor; o incidente de Julia com o carro e a bicicleta; o troféu quebrado (que no próximo capítulo saberá pq André guardou as peças); os casais Pridré e Teobela estão namorando mesmo não tido a oportunidade de mostrar o pedido; não podemos esquecer de Lola e Felipe dormindo juntos e o ciúmes de André kkkk (espero que tenham pegado a referência pq eu irei usa-la na segunda temporada haha); o que todos sempre pediram era um momento sós dos meninos e das meninas (mesmo não ter aparecido mas elas tiveram uma noite boa juntas); Rafael sumido; Priscila com as meninas e a quase morte de André causada pela própria namorada kkk

Ah, não esqueci da Kat não. Fiquem no mistério de quem é ela, hahahaha

Nossa escrevi uma história kkkkkk

Boa noite, desculpem os erros ortográficos (eu troquei de teclado e ainda não estou acostumada) amo vocês e rumo ao último capítulo 👏👌🏃😍


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