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História Valentes guardiões - Capitulo 10: Conversa.


Escrita por: Anjoescritor10

Notas do Autor


Oi, desculpem a demora, fiquem a vontade para me apedrejar, nesse capítulo vou tentar um novo estilo de narrativa, se gostarem, vou continuar dessa maneira, se não, farei ela numa possível continuação (Não tenham grandes expectativas), enfim, obrigado pelos que estão acompanhando e sendo pacientes com o autor, me desculpem por fazê-los esperar, mas minha vida está se complicando, mas não quero desistir, por favor comentem, vocês também leitores fantasmas...

Capítulo 10 - Capitulo 10: Conversa.


Assim que partimos, tirei a roupa de gala como se ela fosse feita cactos. Coloquei minha roupa de sempre e corri para o mesmo lugar onde fiquei durante a viagem para Arendelle. A parte mais inferior do navio, bem ao pé da escada.

Eu estava agitado, tremulo e fazia meus joelhos saltitarem enquanto passava as mãos nos cabelos.

“Sério?! Tipo assim... Jura?! Eu conheci uma mulher e me casei com ela no próximo dia?! E tudo isso por causa do Breu e do Drago?! Já chega! Não importa o que aconteça! Quando eu puser minhas mãos neles eles vão se arrepender!”

Eram as únicas coisas que passavam pela minha cabeça. Mas lentamente, os devaneios do casamento puxavam minha atenção, e não demorou muito para que eu começasse a pensar na minha “esposa”.

Como será que ela estava se sentindo quanto a isso? Não a ouvi reclamar em nenhum momento nas vezes que eu estive perto dela.

Suspiro e noto que meu ar fez cristais de gelo no ar. Tudo o que eu queria agora era chegar em casa, mas eu não tenho coragem de passar pelo convés e encarar a todos, ainda mais aquela específica moça.

Resolvo ficar aqui embaixo e esfriar a cabeça.

Chega a ser cômico dizer que alguém como eu estou de cabeça quente.

Respiro fundo e sinto meu coração desacelerar, mas algo tira o ar de meus pulmões, a porta se abriu atrás de mim. Me viro para saber quem chegou. Pensei que poderia ser um dos marujos carregando alguma coisa para o inferior do navio, mas a silhueta da pessoa na porta não era de um dos marujos.

Tinha curvas e usava um casaco azul com barras brancas, carregava um lampião de vela, que iluminou seu rosto. Era Elsa, minha “esposa”, a luz dourada do lampião iluminou sua face sedutora me fazendo corar.

Ela bateu a porta e desceu em silêncio. Desceu as escadas e se sentou do meu lado, devido à proximidade que estava, se afastou e logo se iniciou um silêncio constrangedor.

Tudo o que eu podia fazer era ver a vela derretendo e minha moral do mesmo jeito. Eu que sempre tive a fama de “sem-vergonha” por alguns vikings da ilha, e fui calado pela presença de uma mulher. Mas o que eu podia fazer? Talvez se não estivéssemos casados daquela maneira, talvez eu não estaria tão quieto, mas agora eu me sentia um prisioneiro ali. Prisioneiro daquela situação, prisioneiro daquele navio, e agora, prisioneiro de uma mulher.

-Por que está aqui em baixo? – ela perguntou.

Aquela pergunta me pegou de surpresa, não sabia o que responder, não sou alguém que assume a vergonha que sente. Muito pelo contrario, não sou de sentir vergonha, e quando sinto, tudo o que faço é escondê-la.

-Aqui é muito escuro – ela completou.

Agora eu entendi. Não sei se ela estava tão envergonhada quanto eu para dizer que queria saber o porquê de eu estar lá, mas de porque está num lugar como aquele, de todos os outros.

Solto um sorriso, mas ele logo se esvai devido a um devaneio do passado.

O frio e a escuridão fizeram parte da minha vida, desde pequeno. Berk é muito gelada e quase sempre é inverno, as nuvens ofuscam a luz do sol, mas mesmo assim ela chega até a ilha, mas a noite, a luz da lua e das estrelas não são tão fortes, e a floresta na qual tive que me isolar não permitia que eu enxergasse a luz da vila, por isso, sempre ficava na escuridão, encostado em alguma arvore ou pedra buscando sonhar por uma vida melhor do que aquela, muitas vezes chorando e querendo que alguém fizesse companhia para o “monstro” que até os dragões evitavam.

Eram poucas as vezes que eu conversava com a lua, muitas vezes tudo o que ela fazia era chiar ou fazer algum tipo de sinal, cheguei a morrer de ódio quando ela me deu algo que amplificava aquilo que me afastava dos outros, mas quando descobri que eu podia voar para mais perto das estrelas, da lua, do sol, e para longe da escuridão, fiquei feliz.

Voltei de uma longa viagem e descobri que poucos segundos se passaram.

-Não me incomodo muito com isso – falei soltando um sorriso.

-Por que não?

Nessa hora senti um turbilhão de sensações. Primeiro de tudo, senti estar encurralado por aquela pergunta, e segundo, a maneira como ela mexeu a cabeça para o lado com olhar pacífico foi intimidador. Eu mal conhecia aquela mulher, mas eu só preciso olhar para uma pessoa para saber se ela é atraente ou não, e ela era...

-Eu não sei... Só... Não me importo muito com isso.

Ela arregalou os olhos de uma maneira engraçada, tanto que quase ri.

-Bem... – ela passou o cabelo para trás da orelha – eu só acho que seria melhor se você fosse para cima.

Penso em mudar de assunto, e tudo o que me vem à mente é tocar no assunto que eu queria evitar:

-Como está se sentindo quanto à isso?

-Isso o que?

Franzi o cenho e um pensamento me veio à mente: “Ela não pode ser tão sonsa.”

-A tudo! Essa guerra, essa historia de casamento!

A expressão dela não mudou, obviamente havia me respondido aquilo de propósito  por não querer no assunto, mas honestamente, eu prefiro falar daquilo do que falar de mim.

A ouvi suspirando, passando a mão em seus cabelos esbranquiçados, ela fechou os olhos como se estivesse com dor de cabeça. Considero ter sido um erro ter tocando naquele assunto de maneira tão inusitada.

-Sou rainha há pouco tempo... Estou com medo...

-Medo? – perguntei.

Eu conhecia bem o medo, foi algo que também parte ativa na minha vida junto ao frio e a escuridão.

-É! – falou quase que brigando comigo.

Seu semblante mudou totalmente, chegava a parecer que ela ia chorar.

-Eu estou no meu castelo, com minha irmã, o Olaf e os outros, e de repente chega uma criatura esquisita com uma carta da rainha Elinor me chamando pra uma reunião numa ilha com vikings e dragões... E naquela reunião, meu casamento foi decidido, e por razões de guerra!

Aquilo foi um verdadeiro desabafo. Posso ser considerado insensível devido a isso: mas foi algo cômico, tanto que eu não sabia se chorava ou se gargalhava, ou os dois juntos.

Respiro e tento confortá-la de alguma maneira, mas tudo o que me vêm à mente é que ela ainda é uma completa pra mim, logo, não posso dar consolo enquanto eu não conhecer uma pessoa de verdade.

-Não... Se preocupa... – falei chamando sua atenção – vai ficar tudo bem... O Stoico me falou que seria temporário, você só vai ficar fora enquanto estivermos em batalha, depois disso, nos divorciamos e você volta pra casa e tudo volta ao normal.

Dizer “tudo volta ao normal” soou tão mentiroso para mim quanto deve ter soado para ela. Não é um trabalho temporário, é um casamento, algo marcante na vida de uma pessoa, e não foi um casamento por amor, foi um casamento forjado, por razões de guerra. Provavelmente quando ela se casasse com alguém que ama de verdade e contasse aquela historia aos filhos dela, ela sentiria vergonha.

Mas o semblante dela mudou, parecia estar mais calma, menos agitada.

Só que algo começou a martelar minha cabeça: reclamar que estamos casados um com o outro sendo que somos completos estranhos, não mudaria nada. Por isso, o melhor seria nos conhecermos melhor, afinal, ficaríamos numa ilha, um lugar que é cercado de água sendo impedidos por esta e também por dois malucos por aí. A minha melhor alternativa era tentar conhecê-la.

-Eu acho que começamos mal... – ela me olha com um olhar curioso – meu nome é Jack Frost – falo estendendo a mão para ela esperando que ela me saudasse, ela sorriu apertou minha mão. Era algo que ela já sabia, tinha que pelos menos saber o nome de seu marido. Enquanto apertávamos as mãos, ela falou – prazer, meu nome é Elsa... Frost...

Nós dois rimos, até agora tudo ia bem...

-Navio bonito muito esse hein... É seu?

-Ah não, é uma herança de família, pertenceu ao meu pai, que pertenceu ao pai dele, que pertenceu ao pai dele e assim vai...

Nós rimos de novo.

Fizemos muitas outras piadas, ela comentou sobre meus pés descalços e eu sobre as riquezas dela.

Depois de rimos de mais um gracejo, respirei fundo.

-Nunca imaginei que uma rainha pudesse ser engraçada.

-E eu nunca imaginei que um viking poderia ser tão brincalhão...

-Bem...

-O que foi?

-Eu nunca me considerei um viking pra ser honesto...

-Não?!

-Não... Certo! Eu nasci entre eles e... Convivo com eles, mas... Nunca me vi como um deles...

-O típico garoto rebelde? – ela pergunta.

Ela não está em toda errada, mas esse não é exatamente o motivo...

Suspiro e sabendo do pouco que conhecia ela naquele tempo juntos... Eu já imaginava que o sorriso em seu rosto desapareceu.

-Eu não to muito afim de falar sobre isso...

-Ah, por favor conta... – ela puxou minha roupa enquanto falava, foi de uma maneira tão delicada que eu corei na hora, olhando para ela com o rosto corando, vi seu rosto demonstrando que ela queria saber o que eu tinha para não dizer. Foi de uma maneira tão sedutora da parte dela e de maneira inconsciente (suspeito eu) que não resisti.

Não sei exatamente por que ela agiu daquela forma, normalmente não é assim que se age exatamente com alguém que acabou de conhecer. Mas ela parecia estar com a mesma mentalidade que a minha: já que estamos casados, mesmo que contra a vontade, precisávamos pelos menos nos conhecer.

-Tudo bem – falei sorrindo logo depois de suspirar.

Ela me soltou.

-A Merida me disse que tínhamos muita coisa em comum...

-Como assim?

 

Narração: Elsa.

 

Pedi para que ele me contasse o que provavelmente era a historia de sua vida, mas ele falou sobre o que Merida disse a ele sobre mim.

Como rainha, tento ser paciente e atenta ao que os outros tem a me dizer, e até a meu jovem marido, mas meu lado humano diz: O que isso tem haver?

-Ué... – ele responde – nós dois temos cabelos brancos, pele clara e olhos azuis...

Era algo obvio, de fato, mas me ocorreu que ele era algum tipo de albino estrangeiro de Berk já que ele não usava armas, nem elmo e nem mesmo roupas típicas de viking.

-Mas temos mais uma coisa em comum... – ele falou.

Levantou sua mão, e por um segundo, achei que ele queria pegar a minha, mas não era isso. Da mão dele começou a sair umas luzes azuis que logo formaram um floco de neve.

Naquela hora, arregalei os olhos como nunca tinha feito antes.

Como? Como era possível? Tinha outros como eu esse tempo todo? Será possível... Mas se é verdade... Como ele consegue controlar? Na idade dele eu não controlava, talvez ele tenha adquirido com o decorrer da vida, mas mesmo assim...

-Como... Como fez isso? – pergunto perplexa.

-Tenho poderes de gelo... Assim como você...

-Assim como eu... – abaixo a cabeça e falo tão baixo que suspeito que ele não tenha ouvido.

Um turbilhão de lembranças munido com emoções me atingiu como uma tempestade, e a bagunça que estava em minha mente devido à aquela situação se acalmou para prestar atenção nele. Ele tinha poderes de gelo... Assim como eu... Assim como eu?! Isso significa que ele também passou pelo que passei? Ele teve que se isolar do resto do mundo como eu fiz? Teve que se separar daqueles que ama para não feri-los? E recusar todo toque humano para a proteção de outras pessoas? Sim! Significa... Ele é tão jovem... Mas... Já deve ter sofrido tanto...

Agora eu entendo porquê ele não queria falar daquilo, sem saber, cutuquei uma ferida repetidas vezes, até forçá-la a sangrar.Levanto a cabeça com um olhar penoso e vejo que seu rosto aparenta ter a tranqüilidade da mais pacífica das águas, não demorou a me perder novamente em devaneios, mas me lembro de uma coisa... Ele tinha amigos... A primeira vez que o vi estava com Merida e aquele outro rapaz. Logo sorri, ele não devia ter sofrido quanto eu... Isso é bom...

-Mas enfim... Você me perguntou porque eu não me considero um deles...

Tinha até me esquecido daquela pergunta...

-A Merida me disse que você é assim desde que nasceu... – ele falou.

-Sim...

-Eu sou assim desde o ventre desde o ventre de minha mãe...

Fiquei muda naquela hora... O que aquilo queria dizer?

Ele puxou com força e começou a contar sua historia: “Quando eu estava na barriga da minha mãe... Meu poder aumentava dentro dela... Congelando-a de dentro para fora... Eu sei que parece surreal, mas... Vikings são teimosos inclusive pra morrer...”

Ele riu, enquanto eu me assombrava com aquilo tudo. Continuou:

 – Minha mãe sobreviveu... Mas... O povo da ilha achou que eu era amaldiçoado... Muitas vezes fui... excluído dentre eles... Muitas vezes fui apedrejado e afugentado pelos moradores... Tanto que... Meus pais me mandaram morar na floresta, eu era muito novo na época... Só tinha três anos... Antes as visitas deles eram freqüentes, mas depois diminuiu a ponto de quase não aparecerem mais, fiquei me alimentando de peixe e frutas por muito tempo, o único fogo que eu tinha para assar os peixes era os tiros que os dragões davam, e é muito difícil manter uma chama acesa quando se tem um poder como o nosso quando ainda não sabemos controlar, passei fome e sede naquela floresta... – ele dava risadas daquilo tudo enquanto eu ficava apavorada. – Passei bastante tempo assim... Dois anos... Até que a lua me desse o meu cajado... Até que Soluço me encontrasse e me levasse para longe daquilo tudo... – não consegui perceber como é cômico uma pessoa ter o nome de Soluço e nem que esse Soluço deveria ser o rapaz que eu havia visto antes, na hora, eu só estava preocupada com a historia dolorosa que ele estava me revelando. – O Soluço é um grande amigo... Um cara legal... Mas o resto da ilha não me aceitava... Só depois de cinco eles começaram a me aceitar... E no fim... Tudo aquilo terminou...

Naquela hora fiquei muda... Não sabia o que responder... Eu passei pela isolação e a falta de afeto... Por muitos anos da minha vida... Mas ele passou pela isolação, fome, sede, falta de afeto, feridas pelos outros, e pior de tudo... O ódio vindo de todos.

Sofrimento... Perto do que ele passou o que era meu sofrimento?! Eu ainda era amada por todos por ser a princesa, ainda tinha minha irmã que nunca desistiu de mim... Mas ele tinha só os pais que pararam de visitá-lo... E depois... Não tinha nada...

Fiquei muda diante daquilo, mas logo me lembrei a Merida era amiga dele, e ele também disse que tinha um amigo Soluço... E ele era bem mais jovem... O que me confortou... A dor dele teria acabado mais cedo que a minha... Mas mesmo assim... Devia doer demais...

Conversamos mais um pouco, e pude conhecer mais dele. Tinha 15 anos, gostava muito de se aventurar por aí e brincar de guerras de bola de neve, também é algo que eu gosto de fazer, talvez não seria tão ruim assim estar casada com ele por um tempo.

Conversamos a um ponto que já não tínhamos mais nada a falar, ia começar a contar minha historia, mas meu capitão falou que havíamos acabado de chegar em Berk, as horas passam rápido quando nos entretemos.

 


Notas Finais


Aí está, por favor comentem.


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