História Vee de Vênus - Trabalho.

Estava pensando na possibilidade de ir de pijama pra casa dele ou ir bem sensual, vou com calcinha combinando com sutiã? Tudo isso passa pela minha cabeça quando estou me olhando no espelho com uma calça de moletom e uma blusa branca surrada, acho que vou assim. 
Estou na frente da porta do apartamento dele, toco a campanha e espero que ele atenda.
-achei que ia demorar mais - ele abre a porta e me dá visão completa de seu apartamento, sua parede era preta coberta de papéis com desenhos e um sofá com várias almofadas, não era um apartamento organizado mas também não era ruim. 
-não repara, eu estava arrumando. - ele disse desesperado pegando os desenhos no chão e colocando em uma pasta. 
-você desenha? não tinha passado pela minha cabeça que você desenhava - digo olhando sua parede cheia de desenhos de rostos e pinturas abstratas. 
-não é uma coisa que eu saio falando pra todo mundo que eu faço, é algo meu. Vou pegar minha mochila e podemos fazer o trabalho - ele se perde da minha vista quando entra em uma das portas do corredor. 
A casa dele é pequena, porém é aconchegante, tem o cheiro dele, há várias pastas com desenhos, abro uma pasta que está escrito "ela", há desenhos do meu rosto, do meu corpo, dos meus lábios e meus olhos, essa foi a última coisa que eu imaginei, nunca passou pela minha cabeça que ele poderia me desenhar.
-Eu juro que não sou um psicopata estranho - ele diz jogando a mochila no sofá e chegando perto de mim.
-é, eu estava pensando nessa possibilidade- digo vendo um desenho do meu rosto detalhado, com meus cabelos curtos e minha franja, meus olhos grandes e meus lábios finos.
-isso é embaraçoso - diz fechando a pasta e tirando a pasta de minhas mãos. 
-não é, você me fez ficar bonita nos desenhos - eu rio, mas ele permanece sério. 
-você é bonita - ele diz chegando perto de mim, meu coração está acelerado, consigo sentir sua respiração e sentir seu perfume de tão perto que estamos. A parte mais importante do beijo é o antes do beijo, aquela parte que os dois ficam se olhando e se analisando e pensando "eu realmente quero beijar essa pessoa?" a parte que seu coração acelera e você não sente mais as pernas, quando todos os seus pelos estão arrepiados e você só consegue pensar em beija-lo, em que sabor tem os seus lábios. 
-Você trouxe seu livro de Biologia? - ele diz se afastando e me tirando do transe e dos meus pensamentos. 
-sim, sim eu trouxe, eu acho que eu trouxe. - eu digo me perdendo nas palavras e acabo gaguejando. Pego minha mochila e abro para pegar meu livro de biologia, eu to pensando tanta coisa que não sei se consigo fazer o trabalho.
-você sempre fica com a cabeça na lua? - ele diz se sentando ao meu lado no sofá. 
-não estamos conversando sobre nada, então não vejo problema em ficar com a cabeça na lua. - não posso negar que estou um pouco estressada, por que diabos ele não me beijou?
Quando eu vejo, ele me beija, eu não consegui nem pensar antes, eu só, estava lá, beijando ele, seus lábios são macios assim como imaginei, ele está com gosto de menta em sua boca, sua mão está pressionada com força na minha cintura me fazendo suspirar, ele me deita para trás e eu fico nervosa, eu não sei se ele quer só um beijo, será que ele vai transar comigo? ele apertava freneticamente minhas pernas, passou a mão em minha barriga, seguindo os meus braços, ele enterrou o rosto em meu pescoço, dando leves mordidas, eu estava perdida em tudo que estava acontecendo, eu não estava conseguindo pensar em mais nada.
-Fran - digo com a voz falhada.
-hum?
-eu preciso ir, eu realmente preciso ir - eu digo nervosa me levantando do sofá rapidamente. 
-merda, desculpa. - ele diz com a mão na cabeça.
-podemos apenas fazer o trabalho? 
-como quiser.

Tínhamos feito o trabalho sem trocar sequer uma palavra, eu estava nervosa por estar do lado dele depois de quase se comermos no sofá.
-você beija bem. - seu comentário me surpreende no meio do silêncio que estava nos rodando.
-é...Obrigado, digo o mesmo. - digo guardando meu material e fechando a mochila. 
-até amanhã então? - ele diz abrindo a porta pra mim.
-É, até amanhã.