História Vencendo Preconceitos - Não pode ser isso.

Pov. Nico

Pela sorte que restava, nos chegamos antes de Minos. O que foi bom e ele nem desconfio de nada. Estava no meu quarto, tendo dormir. Não tinha mandado mensagem para Will e nem ele me mandou. Passei a mão pelo pescoço e não senti a corrente. Pulei da cama assustado.

- Não.- Murmurei bagunçando tudo a procura do meu cordão. Eu não poderia perder ele.- Não, não, não.

Não estava em lugar algum e meu quarto uma bagunça. Desci a escada correndo. Ele poderia estar lá embaixo ou então no Jardim da frente. Eu não poderia perder ele, não poderia.

- Nico, o que está fazendo?- Hazel perguntou saindo da cozinha.- Sabe pelo menos que horas são?

- Desculpa.- Falei nervoso.- Eu estou procurando meu cordão.- olhei para minha irmã.- Você não viu ele, viu?

- Não.- ela se sentou ao meu lado.- Não se preocupe, vamos achar.

- Hazel, não posso perder ele.- Murmurei. Senti a mão da minha irmã no meu ombro.

- Sei que ele é importante, mas vamos acha-lo.- deu um sorriso pequeno.- Sem contar que amanhã vai me contar direitinho o que rolou no baile.

- Haz...- suspirei envergonhado. Estava me sentido um idiota por relembrar sempre os beijo de Will.

- Nem tente fugir. - sorriu.- Além do mas, Joson e os outros são bem piores.

- Eu sei.- suspirei e senti Hazel me da um beijo na bochecha.

- Vamos achar o cordão. - Ela falou. - Agora vamos dormir. Temos muitas coisas pra fazer amanhã.

Assenti e subimos as escadas . Me joguei na cama e peguei meu celular. Logo mensagens caíram.

▪ Sr°Anônimo: Você acredita em amor a primeira vista?

Eu queria saber seu nome. Mas você não me diz.

Você disse que estuda na minha escola e que já nos vimos. Mas conversamos alguma vez?

▪ Lorde das trevas: eu não sei ao certo. É difícil entender o amor.

E não vou dizer. Não mesmo. Rs.

Uma coisa, Will Solace. Estou bem perto de você, mais do que imagina eu acho.

Dito isso desliguei e me virei de lado para dormir. Fechei os olhos e orbes azuis como as de Will tomaram minha mente e meu sonho.

Na manhã da segunda feira eu amanheci um bagaço, e minha pobre irmã não estava melhor. Ficando até tarde fazendo a faxina geral do mês, e adivinha só, nosso querido hóspede não ajudou. Estacionei o carro e saímos para a aula.

- Acha que ele reconheceria você se visse-o sem máscara?- Hazel perguntou enquanto andávamos pelos corredores até os armários.

- Não.- disse simplesmente. Ele não iria, e eu não gostaria que descobrisse. O beijo, foi apenas isso, um beijo. Nada de mais, mesmo que eu, sendo um idiota, tenha sentido algo.

- Hummm... e se ele reconhecer?- ela me olhou enquanto se escorava no armário ao lado do meu.

- Ele não vai!- reforcei. Ele não iria descobrir que eu sou o Lorde das Trevas. Ele não poderia descobrir.

- ACHEI VOCÊS!- Piper falou gritando pelo corredor e nos puxando para fora.

- O que está fazendo?- perguntei.

- Você vai falar tudo sobre o encontro no baile.- ela sorriu. Nos sentamos embaixo de uma árvore. Não me surpreendi ao ver todos os meus amigos ali com umas caras que diziam: " Você vai contar tudo, não esconda nada."

- Como foi seu encontro?- Reyna perguntou sorrindo. Meu outros amigos me olharam curiosos, Jason e Percy mais sérios que os outros.

- Não foi um encontro.- Revirei os olhos.

- Claro que foi um encontro.- Annabeth bufou.- Você descobriu quem era? Como ele era? Trocaram telefone?

- Sim. Ele é bonito. Não.- Falei.

- QUEM ERA ELE?!- Calipso perguntou gritando. Lembrei que ela não tinha ido ao baile.

- Por favor, não grite.- pedi olhando feio para os curiosos de plantão que olhava em nossa direção.

- Ok, desculpe.- ela me olhou e abriu um sorriso.- Agora, diga quem era ele?

- Hummm... melhor não.- Falei me levantando. Piper me puxou novamente e me fez sentar.

- Conte tudo.- ela falou com os olhos do Gato de Botas. Franzi o cenho, eles (vulgo, elas) não me deixariam sair dali tão cedo.

- Certo...- suspirei e fechei os olhos.- Era Will Solace.- Falei baixo.

- O QUÊ?- Eles gritavam, bem alto, que todos, TODOS, olharam em nossa direção. Inclusive, Will Solace, que passava por ali. Droga, meu rosto ficou tão quente que senti que iria jorrar sangue dos meus olhos e nariz.

- Droga.- Falei. Como se estivesse sido salvo pelo gongo, o sinal bateu e corri como o Flash até a sala.

Respirei fundo tentando recuperar o fôlego por causa da corrida. Apoiei a cabeça na mesa e deixei minha respiração regularizar. Senti alguém se sentando ao meu lado, nem me dei o trabalho de olhar, e também ouvi o professor chegar. O barulho da cadeira de rodas de Quiron era inconfundível.

- Hoje deixarei esse horário para vocês resolverem os assuntos do trabalho.- disse ele. Suspirei de forma entediante.

- Hey... ele vai brigar.- a voz de Will Solace ecoou pela minha cabeça. Eu tinha esquecido que ele era meu parceiro de trabalho.

- Sr° Di Ângelo, que tal ajudar seu companheiro com a atividade.- Quiron falou e levantei a cabeça. Ele deu um pequeno sorriso.- Ótimo.

Olhei para o lado, Will me encarava, seus olhos azuis pareciam oceanos. Me senti um idiota por ficar olhando assim pra ele.

- Hummm... você disse que conhecia o mito, pode me explicar?- ele pediu.

- Tudo bem.- suspirei e me ajeitei na cadeira.- O mito de Jacinto, certo?- Ele assentiu. Todos os outros alunos estavam cuidando dos seus afazeres.- Jacinto era um mortal, dois deuses, Apolo e Zefiro...

- Meu pai se chama Apolo.- Ele franziu a testa e ri baixo.

- Bom, certo. Eles eram apaixonados por Jacinto. Um dia ele e Apolo, seu pai.- ele franziu a testa e riu.

- Nossa, minha mãe não iria gostar muito disso, Eu acho?- ele tocou o queixo e riu.- Bem, acho que ela não estaria ligando muito, mas ser traída deve ser difícil.

- É, você nem imagina.- Murmurei baixo. Imagens daquela dia rondaram minha cabeça. Senti que meus olhos logo se encheriam de lágrimas,mas eu não poderia chorar, não ali, não na frente de Will.

- O que quer dizer?- ele Perguntou baixo.- Nico, você já...

- Não é da sua conta. - falei friamente.- Certo.- Falei com a voz mais calma.- Um dia Jacinto estáva jogando disco, quando Apolo lançou, o deus do vento Norte, Zefiro, mudou a direção do vento, o que fez o disco acerta a cabeça de Jacinto fazendo ele morrer. Do sangue dele, Apolo criou a flor jacinto, algumas com a coloração vermelha que representava o sangue e outras violetas que era a cor dos olhos de Jacinto, seu amado.

- nossa.- Ele me olhava impressionado.- Como sabe tudo isso.

- Gosto de mitos.- me virei para a frente.

- Você veio ao baile?- Ele perguntou depois de um tempo. Senti meu corpo se arrepiar e meu estômago revirar.

- Não. Você veio?- Olhei pra ele. Será que ele tinha descoberto que eu era o Lorde das Trevas?
NÃO. Não descobriu . Ele não pode.

- Sim.- respondeu.- Porque não veio? Até sua irmã e seus amigos estavam no baile, mesmo você.

- Eu Não gosto de festas.- falei. Ele não se lembrava. Eu acho.- E também, tive que trabalhar nesse dia.

- Ahhh...- ele apenas se calou por uns minutos até perguntar novamente: - E como vamos fazer o trabalho? Podemos nos encontrar para fazer o trabalho.

- Claro, pode ser.- Falei.

Senti meu celular vibrar no meu bolso. Revirei os olhos e olhei na direção de Jason.

▪Jason: O que tanto falam?

▪Nico: Sabe que não é da sua conta não é?

▪ Jason: Vocês se beijaram?

▪ Nico: Vai matar ele se der uma resposta?

▪ Jason: Não...

▪ Nico: Tanto faz então.
Sim ele me beijou. Satisfeito?

▪ Jason: Jura?

Olhei pra ele, um sorriso discreto no rosto de Jason. Ri baixo com isso. Me surpreendi. Pensei que ele avançaria na direção de Will quando recebesse a notícia.

▪ Jason: Vai contar a ele? Porque me parece que ele não sabe que você é o cara que fala com ele por mensagem?

▪ Nico: Eu não vou contar. Não agora. Talvez ele esqueça.

▪Jason: É... Talvez.


E ele saiu.

Suspirei e apoiei minha cabeça na mesa. Will escrevia alguma coisa no caderno, fechei os olhos e tentei dormir.


- SR° DI ÂNGELO!- me assustei com o baque na mesa. A risada ecoou pela sala. Menos Jason e Will estavam rindo. Na minha frente, Théo ria de forma escandalosa.- Nossa di Ângelo, você bem quem poderia prestar mais atenção na aula. 

- Você é um idiota.- Falei entre dentes.

- Vejam só, a bichinha está colocando as asas pra fora.- Falou debochado. Mais risadas.

- Você poderia seguir o exemplo e sair do armário.- Falei erguendo a sombrancelha e dando um sorriso de lado.

- Eu não sou você.- Falou. O rosto vermelho de raiva.

- Tem razão, eu sou único e melhor que você.- Falei novamente. Dessa vez ouvi a risada de Jason ecoar pelo ambiente.

- Você não é. Você é uma aberração. Apenas isso.- Falou com todo o seu veneno. Não posso negar que aquelas palavras doeram. Toda vez que as escuto, a dor é pior. Bem pior. Mas não me deixei abalar, porque deveria?

- A única aberração aqui é você. Que faz com que as pessoas se sintam um lixo apenas pra se sentir superior.- Falei friamente.

- Não me venha com essa. Você sabe bem os pecados que comete.- Falou irritado.

- Todos tem pecados. O seu é bem pior que o meu.- Falei irritado.

- Você me dá nojo.- Falou entre dentes e deu um soco no meu rosto. Com tanta força acabei caindo da cadeira. O gosto do sangue inundava minha boca. Ouvi uma cadeira cair e gritos ficarem altos.

- VOCÊ É UM IDIOTA?!- ouvi Jason gritar.

- Isso mesmo Grace, defenda sua puta.- Théo falou.

- Você é a única puta por aqui, Fisher.- Jason falou. Olhei para a direção deles e vi meu amigo da um chute no estômago de Théo, fazendo ele cair em cima de uma das certeiras e quebrando. Will Solace e dois de seus outros amigos foram ajudá-lo a levantar. Me levantei, limpei o canto da boca com a mão.

- Você que briga, Grace?- Théo falou debochado.- Vamos nessa então.

Me juntei ao lado de Jason e franzi a testa. Will olhava tudo meio espantado assim como os outros alunos que não tinha nada haver com a briga.

- Di Ângelo, você anda muito atrevido.- ele falou. Ele e seus outros dois amigos avançam em nossa direção. Juntei os punhos e me preparei para quebrar o nariz de um.

Antes que eles pudessem dar um golpe a voz de Quiron ecoou pela sala de maneira assustadora.

- OS QUATRO PARA A SALA DO DIRETOR! AGORA!

Quiron estáva bem sério. Chegava a dar medo.

- Mas não...- Théo começou a falar.

- Sem mais, agora.- ele falou irritado.


Estávamos andando pelo corredor com Quiron atrás de nós. Minha boca ainda doía por conta do soco.

- Muito bem o que fazem aqui?- o diretor perguntou. Ele encarava todos ali de forma tediosa, usava como sempre uma camisa brega de estampa de leopardo.- Quiron?

- Estavam brigando na sala de aula na minha ausência.- O professor falou e olhou severamente para todos nós.- Estava organizando um projeto com o professor Hermes. O motivo da briga me é desconhecido.

- Entendo. - disso o diretor se virando para nos novamente.- Então, qual o motivo?

- Nico e Jason me atacaram do nada.- Théo falou rapidamente.

- O QUÊ?!- Me exaltei diante a mentira.- PARE DE MENTIR!

- Que tal você arcar com as consequências?- perguntou debochado.

- Não fizemos nada.- Jason se meteu.- Théo começou a brigar com Nico e à xinga-lo. Théo começou, Nico não fez nada.

- Isso, proteja mais ele, Grace.- Théo falou. Sabia que usaria algo baixo se não tivéssemos com o diretor e o professor.

- Eu projeto sim, de gente como você. Gente idiota e preconceituosa.- Jason falou friamente.

- Muito bem, já chega.- O sr° D falou e revirou os olhos.- Vamos ouvir as duas versões.

Quiron mandou eu e Théo contarmos o que tinha acontecido. Sinceramente, não me importei. A escola sabia sobre minha sexualidade, professores, funcionários e até o diretor. Nenhum nunca me julgou e agradeço por isso.

- Certo,- O senhor D suspirou.- Vamos chamar os pais de todos vocês. Agora saiam daqui. - Ele olhou para Théo.- E senhor Fisher, está de suspensão por duas semanas. Começando amanhã. 

◇◇◇

Pov. Will.

- Como foi lá?- perguntei para Théo. Estamos no intervalo, meu amigo olhava de forma meio assassina para uma mesa do outro lado onde se encontrava Nico, Jason e seis amigos.

- O diretor vai chamar nossos pais e peguei suspensão por duas semanas.- Ele revirou os olhos.- Talvez, di Ângelo se livre dessa.- Riu. Fiquei confuso.

- Por que?- mordi um pedação do meu sanduíche e olhei discretamente em direção a mesa.

- Ele e a irmã são órfãos.- Disse Hank.- Não sabia disso?

- Não.- Aquela era uma notícia bem pesada. Claro, nunca me importei com a vida dele ou de qualquer outro aluno, mas isso me acertou forte.

- Hummm... Ele deve ter um tutor ou alguém que esteja com a guarda dele.- Falei.

- Tanto faz.- Théo revirou os olhos e encarou novamente a mesa, dessa vez ele franziu a testa e deu um sorrisinho.- Humm... parece que Tomás vai fazer novas amizades.

Olhei em direção a mesa de Nico. Tomás estava falando com o garoto de preto, e por incrível que pareça, ele sorria. Pequeno,mas ainda sim um sorriso. Fechei as mãos em punhos sem perceber.

Tomás iria chamar Nico pra sair? E por incrível que pareça, nenhum dos amigos de Nico tentou pular no pescoço de Tomás. Jason e Percy até deram um sorriso, mínimo, mas deram.

[...]

- Você deveria ter visto.- Tomás falava ao meu lado enquanto caminhávamos para casa. Ele contava sobre a novidade.- Nico parecia feliz por tê-lo chamado pra sair. Jason até deu um sorriso. Eu pensei que ele iria me matar.

- Hummm- ajeitei a alça da mochila.- pelo visto ele não matou.

- Glória.- Riu baixo.- Vamos tomar sorvete no sábado.

- É um bom plano.- Falei sem muito ânimo. Por que estáva me sentindo tão mal por Nico sair em um encontro com Tomás? Droga, desde a formatura minha cabeça anda a mil.

- Você ainda não achou o dono?- Perguntou ele sobre o cordão que segurava na mão. O cordão do meu amigo virtual, Lorde das Trevas.

- É do meu amigo virtual.- Falei e passei a mão pelo pingente.- Sabe, o Lorde d...

- Sim, sim.- Falou ele sorrindo.- Ainda não absorvi direito o fato de você ter beijado ele. VOCÊ!

- Nossa...- Revirei os olhos. Tomás riu.- Pode ser uma boa chance de conhece- lo pessoalmente.- Aquela era uma boa idéia-Acho que vou fazer isso.

- Acha que ele não aceitar?- ele Perguntou pegando o celular e escrevendo alguma coisa, guardando em seguida.

- Não sei, mas não basta nada tentar.- Falei.

- Boa sorte.- ele falou e bateu no meu ombro.- Bem, tenho que pesquisar umas sorveterias legais pra levar Nico. Pode me ajudar?

- O que?- perguntei confuso.

- É... tipo você vai muito a sorveterias.- ele falou.- Vai sempre em alguma com Kayla e Austin.

- Certo.- Falei.

Porque eu me sentia irritado com isso. Era medo de perder um amigo ou... NÃO!!! Não mesmo, não estou gostando de Nico. Quando não nos falamos nem nos conhecemos. Não pode ser isso, é outra coisa. E eu vou tentar descobrir.