História Vida de novela - Sentimento

Na vida as pessoas vêm e vão. Laços são criados e outros são cortados. As pessoas que fizeram parte de sua adolescência podem ou não estar presentes na sua vida anos depois. Tudo é apenas uma brincadeira do destino que adora colocar pedras no caminho.

---*Visão Ten*---

Muitos me perguntam o porquê insisto tanto em algo que aparentemente não vai gerar frutos e a minha resposta é sempre a mesma. Não importa quanto tempo passe. Quantos anos eu tenha que levar esse sentimento comigo. Eu apenas não posso desistir dele. Não quero desistir. Sei que em sua mão eu sou apenas um brinquedo. Algo descartável, mas ainda assim prefiro permanecer nessa situação a não ter ele por perto.

Tudo começou na época do colégio. Lembro como se fosse ontem do dia que ele frustrado de ser largado pela namorada veio até mim e necessitado pediu por sexo. Lembro que durante os primeiros minutos eu achei graça. Achei que ele estivesse brincando e que nunca algo como isso ocorreria entre nós. Lembro-me também de como ele ainda naquela noite me tomou em seus braços pela primeira vez. De como meu corpo com desejo tremia como nunca antes e de como eu inocente e apaixonado lhe entreguei minha primeira vez.

Para mim foi um momento mágico. Único. Para ele por outro lado não significou nada. Eu fui apenas mais uma peça que ele usou e jogou fora como tantas outras. Uma daquelas pessoas que ele usou unicamente para se satisfizer em um momento de necessidade.

 Saber de tudo isso me machuca e muito, mas mesmo assim não consigo odiá-lo. Não consigo acabar com a nossa amizade mesmo depois de tantos anos. Sim, anos você não entendeu errado. Estamos formados a mais de sete anos. Seguimos carreiras diferentes e vidas completamente opostas e ainda assim é ele que faz meu coração acelerar.

 Meus amigos não entendem o porquê eu nunca entrei em um relacionamento sério e eu simplesmente não tento lhes explicar. Ninguém me entenderia. Já transei novamente com alguns caras após aquela noite com o passa dos anos, mas nunca ninguém chegou perto de me dar tanto prazer como ele.

Eu estava cansado e frustrado. Não sabia o que fazer quando meu celular apitou. Olhei para o mesmo e arregalei os olhos. Era uma mensagem dele. Respirei fundo e li com calma:

“Podemos sair para beber hoje? Quero falar com você.”

Não preciso dizer que meu coração acelerou com aquele pequeno convite. Pensei um pouco a respeito e mesmo sabendo que seria melhor não vê-lo não resisti. Eu estava morrendo de saudade e por isso mandei:

“Tudo bem. Vamos ao bar de sempre. Espero-te as 19h.”

Ele me enviou outra mensagem concordando e eu passei o resto do dia inquieto. As horas passaram lentamente e quando finalmente o horário chegou eu fui ao seu encontro. Acabei chegando primeiro e pedi duas cervejas. Cinco minutos se passaram quando ele apareceu e falou:

-Você chegou cedo.

-Cheguei no horário. Você que como sempre este atrasado.

Eu rebati e ele sorriu para mim com aquela expressão tonta que eu tanto amo. Dei um suspiro e logo ambos começamos a falar de coisas fúteis enquanto bebíamos algumas cervejas. O tempo havia passado rapidamente e eu curioso perguntei:

-Porque me convidou hoje?

Ele ficou sério e falou:

-Queria te perguntar uma coisa.

Achei aquilo estranho e falei:

-Pergunte.

Ele parecia inseguro e falou me deixando completamente surpreso e chocado:

-Você repetiria o que aconteceu aquela noite? Você aceita estar sob meus braços mais uma vez?

Quase engasguei com a agua e perguntei:

-Você quer sexo?

Ele concordou e meu coração ficou completamente acelerado. Eu não esperava por isso. Afinal nós nunca mais fizemos sexo após aquela noite a sete anos atrás. Alias-nos se quer tomamos banho na frente um do outro depois disso. Eu não sabia o que responder. Parte de mim dizia para negar tal absurdo, mas parte de mim queria sentir aquele prazer novamente. Queria relembrar como era ser tocado por ele. O mesmo que me observava começou a falar:

-Desculpe. Eu te peguei de surpresa e...

Eu, porém o interrompi e falei:

-Podemos fazer isso se você quiser.

Ele me olhou e rapidamente pagou a conta me puxando para o hotel mais próximo. Eu não relutei em nenhum momento e apenas deixei que ele me levasse. Nós chegamos ao quarto e ele logo me prensou na parede me dando um beijo ardente. Eu pensei que meu coração ia sair pelos lábios quando ele levou sua mão ao meu membro e começou a me masturbar ainda sobre o tecido. Ele estava me dando tanto prazer que eu não consigo descrever em algumas palavras.

O mesmo explorou meu peitoral com a sua língua e logo arrancou todas as minha peças de roupa e me jogou na cama. Seu jeito selvagem era intenso e isso certamente marcava cada minuto dessa relação. Ele se despiu e se juntou a mim na cama onde eu em um impulso falei:

-Vou fazer algo que não fiz aquela noite. Algo que você vai gostar.

Ele não entendeu ao que eu me referia até que sentiu meus lábios em seu pênis duro e groso. Eu o masturbei intensamente e ele sem conseguir se contiver começou a gemer. Ele estava gemendo mais do que na nossa primeira vez e eu fiquei feliz de saber que podia lhe dar esse prazer.

Próximo ao ápice ele me afastou e me pediu para ficar de quatro. Eu atendi e logo senti seu membro em minha entrada. Não pedi que ele me preparasse e esse sedento de sexo não se deu ao trabalho. Ao contrário apenas me penetrou de forma brusca e prazerosa. Ele levou suas mãos ao meu quadril e intensificou os movimentos me fazendo dar gritos de prazer. Aquele contato me deixou completamente sem folego e me fez entender o porquê eu não consigo esquecê-lo. O meu corpo o reconhece. Meu coração sabe que aquele é o dono dele. Sabe que é por ele que eu fico nervoso e que é com ele que sonho diariamente.

Deixei que ele guiasse meu corpo de acordo com a sua vontade e desejo até que sem poder me conter mais cheguei ao ápice nos lençóis. Ele investiu mais algumas vezes até que chegou ao seu ápice em meu interior. Ele saiu afobado e falou:

-Obrigado.

Eu curioso com a sua atitude perguntei:

-Porque você quis isso tanto tempo depois?

-Eu apenas quero lembrar quando tudo acabar.

Não entendi o que ele queria dizer com aquilo. Acabar o que? Fiquei o olhando confuso e logo ele partiu meu coração:

-Eu vou me casar. Vou me casar semana que vem com uma moça escolhida por meu pai.