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História Violeta - Violeta


Escrita por: DeboraSmiles

Notas do Autor


Olá! <3 Primeiro de tudo, eu gostaria de agradecê-lo (a) por estar dando uma chance ao ler esta narrativa. A história se passa em Portifálio, uma cidade fictícia de minha autoria, cabe a imaginação do leitor imaginar em qual país ela pertence. Você pode escolher se o conto se passa no Brasil, na Coreia, na Inglaterra... Ou seja, onde você quiser! É uma narrativa de ficção ao qual tem como ponto chave mostrar o relacionamento entre Minseok e Jongdae, desde o incio em que eles se conheceram até os momentos cruciais que ambos tiveram que enfrentar nesse meio tempo.
Esta fanfiction retrata os dramas casuais de um adolescente que fora desprezado pela mãe logo após o falecimento de seu pai, quando ainda era um bebê, apenas porque seus olhos tomaram um estranha pigmentação que não é muito comum de encontrar-se em pessoas normais. Mas por trás dessa pigmentação, Minseok consegue enxergar a aura das pessoas e se mostra uma pessoa sensitiva que consegue sentir facilmente as energias das outras pessoas, sejam elas boas, ou não.
Sem mais delongas, se sinta confortável a introduzir-se na vida — nada fácil — de Kim Minseok.

Capítulo 1 - Violeta


Há quem diga que o violeta é uma cor belíssima, outros se manifestam dizendo ser um pigmento horrível e que merece ter o seu banimento da paleta de cores. Em certas partes inusitadas tenho de concordar com a segunda hipótese, mesmo que ela seja absurdamente exagerada.  Se meus olhos não possuíssem tal coloração, talvez mamãe não me considerasse um amaldiçoado, e os conhecidos não fugiriam assim que encarassem profundamente minhas íris de cor violeta.

Ninguém sabe a causa de terem essa cor, que de acordo com o espiritismo é pura, mesmo essa pureza nunca parecer ter sido refletida para os outros. Ás vezes, eu passo a concordar com mamãe e penso que realmente sou um ser abominado que fora amaldiçoado com essa pigmentação tão odiosa, como ela mesmo diz.

Ao longo dos anos, fui percebendo que enxergava uma espécie de fumaça ao redor das pessoas, cada uma tinha uma cor diferente da tal ‘fumaça’; algumas possuíam a beleza ilustre de um azul anil e me traziam paz, outras eram em tons fortes de vermelho e me provocavam agitação só de olhá-las, mas também havia aquelas que eram nocticolor, demonstrando um preto intenso e obscuro, aquela tonalidade me deixava assustado ao ponto de eu me enfraquecer e me sentir tonto em alguns momentos.

Mas a minha fumaça favorita sempre será a de cor violeta!

Sim, violeta da cor dos meus olhos. Infelizmente só tive a chance de ver alguém com essa coloração apenas uma vez. Nunca consegui entender como eu pude sentir-me atraído e feliz por uma cor que representa a minha desgraça. É um verdadeiro paradoxo. Com algumas horas depois de meu nascimento, eu abri os olhos, e assim que mamãe notou os fragmentos azulados, ela ficou feliz. Porém, logo após eu completar um ano, dava para ver alguns tons rosados aparecendo aos poucos em meus globos oculares. No dia seguinte, eles amanheceram da cor que, infelizmente, possuo nos dias de hoje. A cor que me trouxe muitas lágrimas e sentimentos culposos, que tal culpa nunca me pertencera. Afinal, como eu poderia ser culpado por algo que nem mesmo tive a chance de escolher? Desde então venho sido chamado de menino amaldiçoado pela minha própria mãe. É uma grande tormenta.

 — Minseok...  — ouvi meu irmão mais novo me chamar com seu timbre calmo e doce. Junmeyon deve ser a única pessoa que não aparenta se sentir indiferente quanto aos meus olhos violáceos. Talvez ele não ache esse fator tão incomodativo.

 — Estou aqui, Junmyeon, embaixo da cama — minha voz sai meio abafada em meio a alguns tossidos à medida que tento me espremer um pouco mais entre as ripas da cama. Eu nem me lembrava o quão empoeirado estava desde que eu estivera aqui da última vez.

Junmyeon se deita esticado no chão, ao lado da cama, e sussurra:

 — Trouxe um pouco de torta de limão ‘pra você — o pequeno prato de porcelana faz um barulhinho quando ele empurra-a no chão em direção as minhas mãos.  — Está muito gostosa!

 — Como conseguiu trazer sem que nenhum dos convidados presentes o notasse?

Ele me encara piedoso quando faço menção ao importantíssimo jantar que está acontecendo neste exato momento enquanto estou encurralado nesse muquifo. Nenhum dos importantíssimos convidados deve saber de minha existência, não que eu me importe com isso, é só que seria mais agradável poder comer como todo mundo sem precisar que meu irmão mais novo me trouxesse comida escondido. Por ser considerado a grande vergonha da família Kim, eu não tenho um quarto cheio de luxos e confortos assim como Junmyeon, a única coisa que me resta é esse porão velho e hediondo com uma cama tão velha quanto, uma estante de livros e uma caixa média de papelão com todas as minhas roupas e os poucos pertences que possuo.

 — Papai quem me deu para te trazer. Escondido de nossa mãe é claro!
Oh, claro, só podia ser obra do senhor Park. Eu sei que ele tem um medo absurdo de mim, assim como as moscas tem dos sapos, mas no fundo, Yesung é um bom homem e também é muito afortunado, sendo proprietário de um aglomerado de empresas multinacionais, herdadas de seu falecido avô.  Ele nunca tentou ter mais contato comigo, não só por me achar amedrontador, e sim porque sua esposa, minha mãe, está sempre enchendo sua cabeça de coisas, que se aproximar-se de mim pode ser contagiado por minha “maldição”. Eram as mesmas argumentações em relação à Junmyeon, o caçula jamais poderia ficar perto de mim. Mas ele nunca fora lá muito obediente; sempre que nossa mãe virava às costas, Myeon dava um jeitinho de conversar comigo.

E a fofoca da vez era sobre como os filhos do prefeito de Portifálio estavam incrivelmente belos com seus ternos de tweed e suas gravatas de seda que combinavam uma com a do outro. Não pude evitar alguns pensamentos libidinosos com algumas fotos que Junmeyon havia conseguido deles com algumas de suas fontes, segundo ele. Eram realmente possuintes de uma beleza avassaladora, ambos pareciam bonecos de cera de tão perfeitos. Tudo que eu sabia sobre eles era que se chamavam Jongdae e Yixing.

 — É uma pena que não possa conhecê-los, você se apaixonaria com a sublime educação deles, são verdadeiros príncipes.  — Dizia meu irmão sem perceber a invejinha branca que me causara com seu comentário.

 — São realmente bonitos — encaro a tela do celular de Junmyeon observando as duas figuras elegantes e belas que lembravam personagens desenhados à mão com traços perfeitos.  — Vá paparicá-los por mim já que não posso sair daqui.

O meu riso fraco não disfarçou o quão descontente eu estava por não poder sair de meu quarto por um minutinho sequer. Algum tempo depois, Junmyeon foi embora para que ninguém notasse o seu breve sumiço.

☾✰☾✰☾✰☾✰

00h01

As ondas sonoras que são transmitidas através de um pequeno rádio portátil ao qual está sintonizado na 94,7 FM indicou que meu programa favorito havia acabado de começar. Para mim, não há nada mais sagrado do que ouvir a voz de um dos mais famosos locutores da região, Donghae, estava sempre apresentando novas músicas, lendo cartas antigas de amor, repassando declarações anônimas dos ouvintes e entre tantas outras coisas que me despertavam o interesse ao ponto de eu passar a noite agarrado aos meus fones de ouvido sem pregar os olhos, mesmo que parte de meu desejo fosse dormir um pouco mais cedo, mas eu simplesmente já estava viciado na Hora da Aurora dinâmica.

Donghae: Olá, Portifálio, que noite maravilhosa não? Boa parte das luzes da cidade se apagou e isso significa apenas uma coisa... Exatamente, meu camarada; está na hora da aurora dinâmica! E é com muito prazer e honra que dou início a mais um programa maravilhoso para que você aproveite bem essa madrugada. Vamos ver se já temos alguém na linha... Alô?

Seulgi: Olá, Donghae. Aqui é a Seulgi, a garota que deixou alguns presentes hoje na Rádio Sonam, especialmente para você!

Donghae: Oh, minha querida, recebi os seus chocolates e também o coelhinho de pelúcia. Muito obrigada pelo carinho. Já que estamos no começo do programa, você gostaria de pedir uma música?

Seulgi: Toque para mim alguma do Green Day, pode ser qualquer uma.

Donghae: Começando com uma vibe romântica e talvez um pouco triste, fique com Wake Me Up When September Ends. E não saia daí, porque daqui a pouco nós iremos interagir muito, juntos!

Eu nunca fui um grande fã do Green Day, mas aquela música me deixava incrivelmente tocado, sempre gostei de músicas de amor. Aliás, grande maioria das músicas são sobre amor; sejam elas tristes, alegres ou monótonas. Afinal de contas, quem nunca amou algo? Eu por exemplo, amo a felicidade, e embora ela não exista em minha vida, estou ansiando para o dia em que finalmente poderei bater forte as minhas asas e voarei para longe como um passarinho que acabara de sair da gaiola em que esteve aprisionado por bastante tempo. Pode parecer um sonho bobo de minha parte, mas continuarei sendo persistente, um dia eu ainda serei completamente feliz.

Talvez passar horas ouvindo à Hora da Aurora Dinâmica absorvendo as histórias incríveis e as cartas lidas por Donghae me tornaram um jovem iludido. Não que eu me importe muito com isso, sonhos fazem bem apesar de serem apenas meras utopias criadas por uma mente muito fértil.

Um barulho de proporção média semelhante a uma pessoa tropeçando me faz perder a concentração naquela música tão melancólica. Acho que eu até queria que alguém me acordasse quando setembro acabasse, mas não daquela maneira tão soturna. Ainda com os fones de ouvido conectados ao rádio, ando até a porta e giro a maçanete desgastada, abrindo-a cautelosamente com medo de que eu fosse ser atacado a qualquer momento. O relógio marcava mais de meia-noite e ouvir qualquer barulho perto dessa hora só simbolizava a presença de fantasmas vagando por aí à procura de vingança.

Para minha surpresa, não era nenhum ser espectro revestido de ectoplasma, mas sim um garoto que aparentava ser um pouco mais novo do que eu uns dois ou três anos. Seu rosto era realmente pálido como o de um fantasma, as madeixas castanhas espalhavam-se pela testa como cascatas em uma cachoeira e os olhos negros fixaram-se em mim como se fossem me devorar com uma só piscada. Só então eu percebi que o garoto encarava meus olhos parecendo amedrontado. Não era que ele estivesse tentando me assustar, mas eu quem estava o assustando, sem a menor das intenções. Pergunto-me como ele encontrou meu quarto, sendo que este se localiza na área mais isolada da casa.

 — Desculpe-me pelo incômodo, mas poderia me informar onde fica o toalete?  — quis saber o menino.

Olho para baixo um tanto envergonhado, logo após retiro os fones.

Com o grande susto nem havia notado a cor de sua aura, descrita por mim como fumaça colorida. Era composta por uma linda pigmentação violeta idêntica a dos meus olhos. A cor era mesma que vi uma vez quando era bem pequeno e ainda recordo-me de sua tonalidade até os dias atuais.

 — O mais próximo fica no corredor adiante, perto da quadra de tênis. — respondi ainda de cabeça baixa — Peço perdão pelo atrevimento, mas esta parte da casa é tão escondida que pode ser considerada restrita até para os funcionários da residência.

 — Me desculpe mais uma vez, eu realmente não sabia. Oh... Você é o filho mais velho de Kim Somin, não é?  — Um sorriso largo enfeitou suas bochechas e nesse momento caiu a ficha e eu me lembrei de quem eu estava diante. Oh, céus! O filho mais novo do prefeito.

 — Sou.

 — Jongdae —, ele estirou a mão. — Muito prazer.

Senti meu coração dar um nó. Eu deveria estar sendo o mais invisível na medida do possível que as circunstâncias do momento me permitiam. Mamãe arrancaria meu pescoço só de saber que mantenho interações com Junmyeon, nem consigo imaginar o que ela faria se soubesse que Jongdae me viu e ainda por cima, que trocamos algumas palavras numa pequena conversa útil e objetiva.

Apertei sua mão, e era realmente macia, assim como formulei em minha mente quando vi sua foto. Não contei a meu irmão, mas havia achado Jongdae o mais atraente dos filhos do prefeito.

 — Ouvi de sua mãe que você estava morando com uma tia na Espanha. Não compreendo porque o encontrei aqui.

 Meu queixo tremeu de tanta ansiedade. Eu já imaginava minha pele sendo arrancada centímetro por centímetro. Não tive dúvida alguma, me prostrei aos seus pés, implorando para que Jongdae não dissesse nada a ninguém. O nervosismo era tanto que senti meu estômago doer um pouco.

 — Não posso explicar a situação, mas se não for pedir muito, quero que finja que não me viu aqui, não diga a ninguém que eu estou aqui.  — Eu falei tudo muito rápido, tão rápido que pensei que ele não havia me entendido. Se alguém, que por mais parvo que fosse descobrisse que eu estava ali, era o fim da linha para mim. Eu estava completamente LASCADO!

 — Ah, então quer dizer que você está de volta e quer fazer uma surpresa aos seus pais? Tudo bem. Não contarei nadinha!  — ele piscou pra mim e isso só me deixou mais ansioso. Porém me aliviei quando vi que o tapado não entendeu o contexto e pareceu concordar com a minha proposta.

Depois daquela situação nada agradável, tornei a ouvir o meu programa. Sempre estive cogitando em ligar e desabafar com Donghae, como faz boa parte dos ouvintes, mas eu simplesmente não consigo, mesmo que nenhum deles me conhecesse, tampouco fizessem ideia de quem sou.

Chen: Oi, Donghae, é o Chen.

A voz dita na linha fez-me estremecer. Era tão grave e bonita, talvez fosse bastante interessante conhecer o dono dela.  Chen é um cara que liga todas as noites sempre pedindo músicas dos Beatles e dos Engenheiros do Hawaii, todos o conhecem, já é um ouvinte renomado.

Donghae: Pois não, meu caro. Vai querer ouvir um ‘yesterday’ hoje á noite, ou talvez o ‘papa é pop’?

Chen: Não, não Hae. Hoje gostaria de ouvir algo diferente, mas antes da música quero pedir ajuda a você e aos amigos do programa em relação a algo.

Donghae: A-há! Seria um conselho amoroso, talvez? Conte-nos, Chen, alguma garota despedaçou seu coração?

Chen: Oh, espere; como tem tanta certeza de que é algo sobre amor? Poderia ter sido o meu gato chamado Chuvisco que acabou de morrer engasgado com uma espinha de peixe.

Donghae: Chuvisco? Nome um tanto peculiar para dá-lo á um felino, considerando que gatos odeiam água. Mas de qualquer modo, meus pêsames. Espero que a alma dele não o assombre como fez o siamês da Velha Pearl.

Chen: Dá um tempo! Já estou farto,  é para que eu não me aborreça mais, põe Rock do Diabo, do Raul Seixas.

Donghae: Rock do Diabo... Essa música representa sua ira nesse momento? [risada irônica] Irei tocá-la.

Me dê um porco vivo

Para eu encher minha pança

Três quilos de alcatra

Com muqueca de esperança...

 

Diabo!

O diabo usa capote

É Rock! É Toque! É Forte!

Diabo!

Foi ele mesmo

Que me deu o toque...

 

Enquanto Freud

Explica as coisas

O diabo fica dando toque...

 

Existem dois diabos

Só que um parou na pista

Um deles é do toque

O outro é aquele do exorcista...

 

Depois de ouvir a voz melódica do Raul, outra ligação veio ao ar. Pela voz de estridente e irritante como uma gralha, só poderia ser Pearl Jackson, um solteirona na casa dos 60, que mora com seus nove gatos e um poodle que teve o seu pelo tingido de rosa. Pobre Rufus!

Pearl: Não gostei nenhum pouco da piada de mau-gosto. O pobrezinho do Chen liga abatido para desabafar sobre a morte de seu gatinho e é assim que você o trata? E ainda por cima cita o meu falecido Fofinho, você não tem coração Donghae! Estou com você Chen, não deixe que esse locutor de quinta te aborreça.

Chen: Senhora Jackson, muito obrigado pelo apoio, mas o meu gato realmente não morreu... foi apenas uma brincadeira interna.

Pearl: Oh, céus! O que houve então, meu jovem?

Chen: Estou muito apaixonado, mas a pessoa mal sabe da minha existência.

Pearl: Coitadinho! Não se preocupe, meu doce. É só ter paciência.

Mais uma vez, outra pessoa infiltrou-se no meio da ligação compartilhada.

Chester: Não dê ouvidos a Pearl! Ela teve tanta paciência em esperar um pretendente que acabou ficando sozinha.

Pearl: Sozinha não! Tenho os meus bebês. Meus gatinhos e o Rufus.

Donghae: Olha, Chester. É melhor parar com as piadinhas sem graça, se não terei que bani-lo novamente. Sinto muito, mas regras são regras, não levante ofensas aos outros ouvintes.

Chester: Desculpa, Dong-dong.

As horas se passaram num passe de mágica. Eu havia dormido no meio do programa. Acordei com algo fazendo cócegas ao redor das minhas bochechas. Formigas! São formigas! Acho que acabei dormindo com a boca suja de cobertura da torta que Junmyeon me trouxe ontem de noite. Passo as mãos ao redor dos lábios a fim de tirar os pequenos monstros comedores de açúcar de cima de mim.

 Por algum motivo esquisito, sempre que eu fechava meus olhos, a imagem de Jongdae vinha á minha mente, pergunto-me se ele realmente está guardando meu “segredo” como ele mesmo prometeu que não contaria.

Ouço passos perto da minha porta, provavelmente de Junmeyon que estava á caminho da escola. Ele sempre passava lá para conversar comigo durante uns cinco minutos antes de ir.

Ele se estica na cama e fica sentado junto a mim.

 — Tenho algo muito importante para contar.

Meu irmão me encara com os olhos esbugalhados, talvez pelo tom sério em que eu falava.

 — Pode dizer.

 — Jongdae me viu ontem.

Junmyeon deu uma risadinha sarcástica, parecia estar num festival humorístico. Era como se eu estivesse contando uma piada, ele nem parecia preocupado sobre o assunto.

 — Então, gostou da surpresa?  — dessa vez, a risada de Myeon foi bem mais alta.  — Já que você não poderia ir até Jongdae, eu o trouxe até você.  Pode me agradecer, sei que não disse nada, mas pude ver nos seus olhos que o filho mais novo do prefeito faz o seu tipo.

Eu me levantei do lado dele, querendo socar aquele rostinho de bebê. O que aquele pentelho tinha em mente quando pensou esse absurdo? Porque era tão absurdo, mas tão absurdo, que nem poderia chamar-se de ideia.

 — Com mil demônios! Junmyeon, que raios de invenção foi essa? Já pensou se me descobrem?

A ira em minha voz faz com que Myeon se assuste um pouco. Agora tudo fazia sentido, Jongdae jamais encontraria aquele porão isolado, ao qual eu chamo de quarto — sozinho. Com certeza teria quer ter a ajuda de alguém.

 — Por que está tão bravo? Pensei que gostasse dele.

 — Claro que não, eu só o vi por fotos! Como eu poderia gostar dele? E mais... ele encarou os meus olhos e parecia com medo! E se ele dizer a alguém que conhece um garoto com olhos de cor violeta?

 — Ora, Minseok, do jeito que o Jongdae é burrinho, é capaz de ele dizer que seus olhos são algum tom de azul desconhecido.

Ele se levantou e fugiu em direção à porta com a desculpa de que iria se atrasar. Esse era Junmyeon, um bom irmão, mas também um bom covarde, que sempre foge quando a situação não está muito favorável para si.

Diante daquele ambiente insatisfatório, não tinha nada para fazer durante o restante do dia. Nem frequentar a escola eu posso. Por ser formada em magistério, mamãe me dá às aulas que eu preciso em casa. Confesso que sou bem inteligente e passaria facilmente num vestibular para ir à faculdade, mas nem esse direito eu tenho. Talvez meu destino seja passar a eternidade vivendo dentro desse cafofo e me esconder entre as ripas da cama quando chegarem visitas, para que ninguém sequer saiba que eu existo.

É realmente horrível ser um sonhador! Num momento eu estou alegre e cheio de ilusões achando que minha vida vai mudar da água para o vinho, noutro, eu já nem sei se eu terei um futuro algum dia.  Até se eu fosse um fantasma a minha vida seria bem mais interessante. Acho que eu até teria alguns amigos no mundo espectral. Deveria ser fácil, mas é muito complicado viver. 


Notas Finais


fiquem à vontade para opinarem sobre esta fanfic. Se posso melhorar em algo para que fique mais agradável, ou se estão gostando. É muito gratificante saber a opinião de vocês em relação á Violeta.
Obrigada por ler até o fim.
— DeboraSmiles


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