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História Void - ATO I: Possessão


Escrita por: marczord

Notas do Autor


Olá! Eu precisava escrever uma fanfic dark!sterek antes de morrer e cá está. Admito que não saiu como eu queria, mas estou satisfeito com o que e fiz e espero que vocês também fiquem! Alguns avisinhos:
— Até o momento eu só escrevi este capitulo. Estou esperando por feedback pra ver se continuo com a fanfic, que será uma shortfic, provavelmente vai ter 3 capítulos, alterando o narrador entre o Derek e o Stiles.
— O Stiles NÃO está possuído pelo nogitsune, digamos que ele está possuído por algo pior. :3
Boa leitura!

Capítulo 1 - ATO I: Possessão


 

 Estava acontecendo. De novo. Meu corpo se movia sem meu consentimento; não conseguia controlar minhas ações e eu odiava aquilo, aquele sentimento, aquela impotência. Era como jogar um jogo em primeira pessoa, mas diferente dos jogos, onde eu controlava o personagem, eu estava sendo controlado. Por mais que eu detestasse aquilo, não podia fazer nada. Eu não era capaz. E ainda assim era meu corpo, ainda assim eu tinha consciência das minhas ações, ainda assim era eu.

 Eu não conseguia suportar aquilo. Não de novo. Não depois do que fiz. Lágrimas escorriam para fora de meu rosto, caindo no chão, se misturando com a poça do sangue dele. O corpo sem vida estava ali, bem à minha frente. O pior não é a dor da perda e sim conviver sabendo que eu fui a causa daquilo. As memórias eram tão nítidas, a maneira que eu estourei o crânio dele com o taco de baseball, o modo em que o brilho de seus olhos apagou enquanto ele dizia que me amava, a ótima sensação de poder que tomou conta de meu corpo quando eu comecei a espancar o cadáver, a de dentro dele, o jeito de como eu amei aquilo. Não! Não era eu. Eu nunca teria feito aquilo. Não com ele. Não com Derek.

 Eu não conseguia parar as lágrimas. Aquele era mesmo o fim? Como eu pude ser tão fraco ao ponto de deixar o que estava dentro de mim me dominar e matar o Derek. Quis machucar a mim mesmo naquele instante, me bater e quebrar meus ossos com o taco, como havia feito com o corpo de Derek, mas eu não conseguia. Eu era só uma peça, sendo usada em um jogo doentio. Meu corpo se virou de costas pro cadáver, estava prestes a se mover. Quando um riso ecoou por aquela sala fria. Pela primeira vez, pude sentir o vazio dentro de mim ficar surpreso e com raiva. Meu corpo se virou, apontando o taco para Derek, que agora estava de pé. Seu crânio estava bem, assim como o resto de seu corpo; seus olhos brilhavam em um vermelho tão intenso quanto o inferno.

— Como?!

— Apenas igualando o jogo.

 O brilho que os olhos de Derek irradiavam cessou. Ele parecia estar sendo tomado pela escuridão — literalmente —, seu globo ocular ficou totalmente negro, suas veias estavam escuras e ressaltadas. Aquele não era Derek, não o que eu conhecia.

Dias antes

 Senti a barba rala de Derek roçar na pele de meu pescoço, aquilo me arrepiava. Suas mãos me entrelaçavam em um abraço apertado; não segurei o riso quando ele pressionou minha barriga, me fazendo cócegas e como consequência eu derrubei os cubos de gelo que segurava.

— Derek, para! — pedi em meio aos risos — Eu não vou conseguir terminar de fazer o suco com você fazendo isso.

— Fazendo o quê?

— Isso. — virei o rosto de encontro ao dele, por um breve momento juntei nossos lábios. Foi a distração perfeita para o afastar.

 Soltou uma reclamação baixa, recuando alguns passos. De volta ao meu espaço pessoal, recolhi os cubos caídos, os depositando dentro da jarra que continha o suco já pronto.

— Derek, me dá um copo.

 Ao atender meu pedido ele depositou o copo na palma da minha mão, falhei na tentativa de fechá-la e segurar o copo, que rumou ao chão e aos pés descalços de Derek. Fechei os olhos e me preparei para o impacto que não aconteceu; por sorte — e graças aos seus reflexos sobrenaturais de lobisomem — Derek pegou o copo ainda no ar, evitando sua queda.

 Suspirei aliviado.

— Cuidado.

— Desculpa. — consegui falar, ainda sem entender o que aconteceu ali

 Derek me devolveu o corpo, usei a jarra para enche-lo e a passei para Derek, que fez o mesmo. Ingeri o suco em goles curtos, enquanto fitava o peitoral desnudo do meu namorado.

 Felizmente ele só usava, literalmente, uma bermuda moletom. Seus cabelos negros recém cortados o davam um ar juvenil e incrivelmente mais atraente. Ele flagrou meu olhar por seu corpo e soltou uma risada.

— Quando vamos fazer o “isso”? — depositou o copo vazio sobre a pia e em passos lentos se aproximou.

— Agora.

 Em um único movimento joguei o copo na pia e meu corpo nos braços dele. Senti o fresco e o gosto de morango em sua boca quando o beijei.

 Ele tinha mãos grandes e habilidosas, elas estavam de volta à minha cintura, dessa vez segurando o cós de minha blusa, levantando-a e a removendo de meu corpo.

 Soltei um grito assustado quando ouvi meu celular tocar. O peguei, lendo o nome de meu pai no identificador de chamadas. Deixei o aparelho de lado e voltei a explorar a doca de Derek.

— Então, o que vamos fazer mais tarde? — perguntei

— Eu vou buscar a Cora com o Peter. — respondeu e olhou para o celular que joguei em cima da mesa — E você vai pra casa, estudar pra prova do Sr. Harris amanhã e conversar com o seu pai.

— Eu já tenho pontos suficiente para passar na matéria o Sr. Harris. — menti — E está tudo bem com o meu pai também, ele deve ter ligado pra avisar que vai ficar no trabalho até tarde. — menti de novo.

 Meu celular voltou a tocar, iria recusar a ligação, mas o olhar severo de Derek não deixou. Revirei os olhos e peguei o aparelho, aceitando a ligação e o levando à orelha.

— Oi, pai.

— Stiles, cadê você?! Quer saber?! Não importa. Por que a casa não está arrumada?! Você disse que iria arrumá-la na sexta, hoje é domingo!

 Bufei, deixei que ele berrasse no telefone até que eu tivesse a oportunidade de falar. Demorou alguns minutos, mas eu a tive,

— Pai, desculpa. Eu prometo que arrumo assim que chegar em casa, tá bom?

— Vem pra cá. Agora.

 Ele desligou antes que eu respondesse. Como sempre, as breves discussões com meu pai me deixavam irado. Chutei o pé da mesa, na tentativa de aliviar a raiva que sentia. Por que ele tinha que ser tão inconveniente?! Procurei por Derek, o achando de pé na sala. Agora ele trajava uma camisa e calçava chinelos, seu olhar era de preocupação.

— Quer que eu te leve em casa?

— Não, não precisa. A última coisa que meu pai vai querer ver sou eu com você.

 Rumei até à porta do loft, consegui ouvir um “se cuida” vindo de Derek, antes de sair pisando duro em direção ao jeep.

• • •

 Não precisei entrar em casa para saber o que aconteceria ali dentro. Respirei fundo e abri a porta.

 Meu pai estava sentado de frente para a porta, estava impaciente e isso era evidente.

 Nosso relacionamento de pai e filho começou a se deteriorar quando assumi meu namoro com o “lobisomem perigoso e fora da lei” Derek Hale. Ele simplesmente o odiava e não importava quantas vezes eu tentava mudar sua ideia, ele simplesmente não aceitava. No fundo eu sabia a verdade. O problema não era Derek e sim o fato do seu filho único gostar de garotos.

 O cumprimentei com um aceno e avancei para as escadas. Quem eu estava tentando enganar? Aquilo era inadiável.

— Stiles. — Sua voz soou rígida, eu reconhecia aquele tom de voz. Ele não estava bravo, estava furioso. — Vamos conversar.

— Pai, eu sei que errei, tá bom? Eu vou trocar de roupa e começar a arrumar a casa.

— A casa é o de menos. Precisamos conversar sobre você. Quando foi que você começou a ser tão irresponsável? Desde que você entrou no “mundinho sobrenatural” você não tem mais tempo para as suas prioridades. Eu cansei de você cancelando seus compromissos comigo em cima da hora pra sair por ai correndo, resolvendo problemas sobrenaturais. Quando vai ter tempo para viver sua própria vida?!

— Essa é a minha vida, pai, ela é assim desde que o Scott foi mordido e transformado em lobisomem e vai continuar assim, não importa o quanto você deteste isso. Olha, está tudo perfeito agor-

— Perfeito?! — Ele me interrompeu antes que eu pudesse terminar a frase. — Sabia que eu fui chamado na escola?! Você está por um triz de repetir por causa das faltas, isso se você tiver nota suficiente pra passar. Eu arrumei um trabalho pra você na delegacia, e em troca você falta o primeiro dia e todos os outros!

— Mas as minhas notas são ótimas, sempre foram.

— Não de acordo com o Sr. Harris, Stiles você ficou de recuperação na prova de recuperação? Desde quando você fica de recuperação? Por que você não começa a focar mais na sua vida humana?! Você tem faltado dias, semanas de aula, pra que? Pra ficar resolvendo problemas que não são seus?! Ou é pra ficar com aquele seu namoradinho?!

— Ótimo, lá vamos nós de novo. Por que tudo que acontece aqui sobra pra ele?! A culpa não é do Derek!

— Ótimo, de quem é então?

— Talvez seja sua, afinal, você é o pai perfeito né? Passa o tempo todo no trabalho, quando fica em casa ou bebe ou dorme e quando nos vemos você tem o prazer de discutir comigo. Você é um ótimo pai, assim como foi um ótimo marido pra mamãe!

 Foi no momento que vi a tristeza estampada nos olhos dele que percebi o peso do que havia dito. Não havia mais volta, algo dentro de mim dizia que aquilo era o certo, mesmo que eu sentisse uma leve pontada de arrependimento.

 O vi cerrar o punho, achei que ele viria pra cima de mim e me bateria como já havia feito, mas em vez disso ele respirou fundo, olhou no fundo dos meus olhos e disse:

— Fora. Da. Minha. Casa. Agora!

 Não me mexi. Não me falei. Ainda estava digerindo o que ele disse. Demorou para eu voltar a realidade, não conseguia ver remorso no rosto dele. Tentei falar algo, mas palavras não saiam, senti meus olhos se encherem de água. Sai pela porta antes que ele pudesse me ver chorar, entrei no jeep e acelerei.

• • •

 Passava de meia noite quando eu estacionei o jeep em uma rua aleatória, rodar a cidade com ele não ajudou a amenizar as coisas. Minha cabeça martelava e meus olhos doíam. Aquilo havia mesmo acontecido? Era inacreditável, estava acostumado com castigos, mas ser expulso de casa?! E pensar que tudo era culpa do filho da puta do Sr. Harris.

— Espero que ele morra. — praguejei alto, encostando a cabeça no volante.

 Era real. Eu fui expulso de casa. Não podia voltar pra lá, não enquanto meu pai estava em casa, também não podia contar ao Derek, só traria mais problemas. Respirei fundo e me olhei no espelho retrovisor.

— Okay, eu vou pra escola e agir como se estivesse tudo bem, assim que as aulas acabarem eu passo em casa, pego roupas limpas, dinheiro e arrumo um lugar pra ficar. Vai ficar tudo bem. Logo, logo, vamos pedir desculpas um pro outro e tudo vai voltar ao normal. — disse, na tentativa de me acalmar. — Vai ficar tudo bem.

 Sacudi a cabeça e voltei a encarar meu reflexo no espelho, esbocei um sorriso com dificuldade e passei pro banco de trás do jeep, felizmente minha mochila estava ali, junto ao meu taco e algumas roupas. Nunca sabemos quando o mundo sobrenatural nós chama. Deitei, apoiando a cabeça na mochila e fechei os olhos. Eu precisava de um descanso da realidade.

• • •

 Deixei o jeep no estacionamento da escola e fui andando até a entrada. Senti uma pontada de dor no ombro quando coloquei a mochila nas costas, estava exausto, uma fadiga sobrenatural havia tomado conta de mim. É, talvez  fosse a hora de trocar o estofado do jeep. Suspirei, tentando ignorar a dor muscular enquanto andava.

— Stiles! — reconheci a voz de imediato, era Scott.

 Ele estava um pouco mais à frente, junto a Kira, Lydia, Malia e Isaac. O sinal tocou, não tive a oportunidade de falar com todos, mas os cumprimentei com um aceno. Esperei que Kira e Scott se aproximassem para que fossemos juntos para primeira aula, infelizmente a do Sr. Harris. Entramos na sala e sentamos em nossos lugares — convencionalmente pertos —, estranhei que Harris não estava na sala. Grupos de alunos conversavam entre si, eles não pareciam muito felizes.

— Estudaram para a prova? — Scott perguntou.

— Merda. — xinguei

 Passei a mão pelo cabelo, respirando fundo. Eu esqueci da prova, de novo. Mesmo depois de toda aquela discussão. Abri a mochila, retirando meu livro e caderno em um movimento rápido, olhei para Scott e ele tinha o olhar fixo no nada, estava concentrado; pediu silencio quando Kira ameaçou falar, demorou um pouco para ele erguer a cabeça e nos lançar um olhar preocupado.

— O Sr. Harris — ele começou — não vai dar aula hoje, ele tá no hospital em estado grave.

— Como você sabe? — Kira perguntou.

— Audição sobrenatural, o diretor está conversando com alguns policias no corredor, ele foi atacado ontem de madrugado, dentro da casa dele.

— Disseram algo sobre o ataque? — Por mais que aquela noticia fosse um alivio e eu detestasse aquele homem, era preocupante, fazem meses que Beacon Hills não tem nenhum tipo de monstro a aterrorizando, talvez fosse um sinal de uma nova ameaça.

— Algo sobre ser espancado de forma brutal. . . — ele fez uma pausa, parecia decidir se concluía a frase ou não. — . . .com um taco. Quem atacou ele arrombou a porta, não há evidencia de furto, mas as provas estavam todas rasgadas quando a polícia achou o corpo. — Scott focou o olhar em mim. — Suspeitam que seja um aluno.

 Ele trocou um olhar com Kira, que engoliu em seco. Estava prestes a me pronunciar sobre como aquilo parecia que eles suspeitavam de mim quando Scott falou aquelas malditas palavras.

— Seu pai tá aqui. Ele quer te ver. — Scott disse, desviando o olhar pra porta.

 E lá estava ele, me encarando de forma severa, pelo que parece ele não superou os acontecimentos da noite passada, melhor assim. Eu também não superei.

 Coloquei meu material de volta à mochila e me caminhei até à porta, sem dirigir o olhar a ele, passei em sua frente, saindo da sala, rumando à saída da escola.

— Aonde você pensa que vai?

— Eu estou indo pra uma das viaturas. Você precisa estar na delegacia para pegar o meu depoimento sobre o crime.

 Gelei. Não havia dito aquilo, ao menos não a última parte. Minha boca se mexeu, mas ela não emitia som. Era como se algo não quisesse que eu desmentisse o que eu tinha dito. Era como se alguém não quisesse.

 Tudo escureceu e eu não estava mais nos corredores da escola.

 Um clarão relevou um quarto, iluminado pela luz que entrava pela janela entreaberta. Eu empunhava meu taco de baseball, ele pingava sangue, aos meus pés vi um corpo ensanguentado e deformado, com dificuldades o reconheci. Era o Sr. Harris.

Soltei um grito e recuei para trás, mas fui detido por mãos que seguraram meus ombros.

— Ele não é bem melhor assim, Stiles?

 Meu corpo parou. O tom único e sádico daquela voz. Me recusei a acreditar que era a voz dele.

 Ele estava morto. Ele está morto. Não era ele, não podia ser.

 Deixei que uma lágrima solitária escorresse de meu olho quando vi o corpo que segurava meus ombros pelo reflexo de um espelho. Era ele, o nogitsune.

— Como?! Você está morto.

— Stiles, Stiles, eu não sou o nogitsune. — senti sua respiração em meu ouvido. — Eu sou pior.

 Ele gargalhou. Girei o corpo, visando acertá-lo com o taco, mas ele de dissolveu em sombras. O quarto foi substituído por uma sala branca, sem móveis. Um som regular de pancadas ecoava pelo cômodo, me virei, buscando a origem do barulho. Me arrependi.

 Há poucos metros à frente eu me “via” usando o taco para acertar o corpo de Harris. Os murmúrios de dor dele não eram nada perto do som agoniante de ossos quebrando. Eu não conseguia ver aquela cena. Fechei os olhos e belisquei meu braço, aquilo não era real, aquilo devia ser só um sonho.

— Stiles, isso aqui é tão real quanto eu e você. — era a mesma voz de antes. — Qual o problema? Não gostou da nossa vítima? Tudo bem, que tal essa?

 Meus olhos se abriram involuntariamente. Não era mais o Sr. Harris que estava sendo esmagado pelo taco, dessa vez era o Derek. Eu não conseguia fechar os olhos ou desviar o olhar.

— Stiles. — O corpo de Derek se virou pra mim — Por favor, piedade.

 Tentei correr até ele, mas meu corpo não me obedeceu. Permaneci imóvel como uma estátua, como um fantoche, pronto pra ser manipulado.

— Por que? — gritei — Por que está fazendo isso com as pessoas? Por que está fazendo isso comigo?

— Porque é o que eu faço, Stiles. Eu me alimento da negatividade, da dor e do sofrimento, foi assim que você me criou.

— Eu o que?

— Você é surdo?! Eu sou um void, Stiles. Sou fruto de todo rancor e ódio que você guarda, quem diria que um garotinho magricela e pálido desejaria a morte de tantas pessoas.

— Isso não é verdade.

— Pare de mentir pra si mesmo, Stiles. Você sabe que é e você também sabe que gosta disso: matar pessoas. Você se sente forte, se sente superior. Afinal, você é o mais fraco da alcateia, visto que é o único humano.

 Quis negar, mas não havia como. Aquilo era verdade, coisa de que eu não me orgulhava. O corpo de Derek se desmanchou em sombras; meu reflexo agora me encarava.

— Me deixa te ajudar Stiles. Me deixa fazer de você forte.

 Pela primeira vez conseguia avançar. Derrubei o Void com um empurrão, subi em seu corpo ainda caído e comecei a socá-lo. Por um momento o rosto dele se reconfigurou, sendo substituído pelo do meu pai, depois pelo do Scott e enfim pelo de Derek, recuei para trás, encarando o corpo caído no chão.

— Tsc, tsc, que coisa feia, Stiles. Bateu no seu próprio namorado? — A voz do Void voltou a ecoar pela sala.

— Não! Eu não fiz isso, foi você!

 Ele riu.

— Eu não estava te controlando, Stiles. Você tinha pleno controle de seu corpo, mas o seu ódio te cegou.

 Procurei pelo corpo de Derek, mas ele não estava mais lá. Ao invés disso eu encontrei o corpo de um estranho que vestia uniforme policial.

 Meus olhos correram pela sala, não via nada além de uma imensidão branca, isso até o som de um disparo ecoar pelo local.

 Cai de joelhos quando senti a bala atingir minha coxa. A sala começou a se desfazer, relevando o estacionamento da escola. À minha frente estava o policial desmaiado, seu rosto sangrava, o mesmo sangue que estava em minhas mãos.

 “Ele me manipulou esse tempo todo” — pensei

 A dor era insuportável. Eu conseguia sentir a bala acoplada dentro de mim.

 Ouvi a risada de Void e minha cabeça se virou sozinha, encarei a pessoa que disparou contra mim e saber quem era não podia me decepcionar mais. Era meu pai quem empunhava a arma, que se manteve apontada para mim, ele engatilhou e disparou de novo, dessa vez contra minha barriga.

 Meu corpo caiu no chão, eu não tinha forças para suportar aquela dor. Conseguia sentir o ódio fluir em minhas veias, um vazio começou a me consumir de dentro pra fora, foi então que o Void se materializou ao meu lado.

— Me deixa assumir o controle, Stiles. Eu vou fazer sua dor sumir e dar a eles o que você quer.

— N-Não. . .Você vai machucar eles.

— Sério, Stiles? Acha mesmo que seu pai ou algum dos seus amigos ainda se importa com você? Você matou seu professor de história e atacou um policial, sem contar todo o sangue que já tem nas mãos. Scott ainda culpa você pela Allison e a Lydia pelo Aiden, seu pai acabou de atirar em você. Duas vezes. Você é uma ameaça, eles vão te matar, mas eu posso impedir, é só você deixar eu assumir.

— Você vai fazer a dor parar?

— Eu vou te fazer invencível.

 Eu cedi. O vazio dentro de mim se manifestou; ódio e ira tomaram conta de minhas veias. A dor sumiu, sendo substituída por uma sede insaciável de sangue. Meu pai disparou de novo, porém dessa vez, meu corpo se desmaterializou em sombras, fazendo a bala passar por mim.

— A diversão começa agora. — o void pronunciou.

 Meu corpo avançou. Vi um policial aterrorizado antes de minha visão ficar turva e o Void tomar o controle absoluto sobre mim.


Notas Finais


E então? O que acharam?


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