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História Wanted Angels - Interativa - De volta a aldeia parte III


Escrita por: Shiroi_SST

Capítulo 16 - De volta a aldeia parte III


Yume.

– Eu vou cuidar de você, Yume... Mas eu lhe avisei, não avisei? Ela é muito agressiva, você poderia não estar assim tivesse me dado ouvidos. – Eichi disse enquanto passava uma espécie de gel na minha perna. – A Amanda não é alguém que se assemelha a você, nós devemos sempre tomar cuidado com pessoas como ela, pessoas agressivas e imprevisíveis. Enfim, que bom que você não se machucou mais. Como se já não bastasse ter sido sequestrada...

O pequeno ferimento em meus lábios ainda doia um pouco, assim como minha perna e braço. E graças ao sermão do Eichi minha cabeça também começou a doer.

O plano da Amanda foi algo sem sentido e acho que realmente não ajudou em coisa alguma já que o Eichi agora vai tomar mais cuidado comigo.

Seu plano falhou, pensei.

Comecei a lembrar do que havia acontecido:

– Eu não vou contar agora, tenho que resolver algumas coisas de extrema importância para a finalização do meu plano. – ela havia dito enquanto andava em direção a floresta. – Por hora, vá procurar algo para fazer.

Algumas horas depois, quando já estava escurecendo, eu estava sentada na frente da minha casa e do nada, levei um soco no rosto, era a Amanda. Mesmo sendo um pouco fraco, era um soco.

– Amanda? – perguntei com a mão no lugar onde levei o soco.– O que deu em vo...

– Grite de dor.

– Por quê?

– Grite logo mulher!

Fiz o que ela mandou e em instantes, praticamente todos os anjos da aldeia nos cercaram para ver o que estava acontecendo.

De repente, ela pegou meu braço e puxou para trás.

– Aí, aí, aí... Meu braço... Amanda... Isso dói... – gemi.

– Faça uma encenação mais convincente. – ela sussurrou.

– Mas não é uma encenação, está doendo mesmo. – sussurrei.

– Opa... Desculpa. – ela soltou um pouco meu braço. – Mas continue encenado, finja que está quase morrendo de dor.

– Mas eu estou... – murmurei, mas mesmo assim fiz o que ela mandou.

Em segundos o Eichi apareceu e fez ela me soltar, mas eu acabei tropeçado e machucando minha perna.

– Você está bem? – ele perguntou preocupado.

– Sim... Estou...

– Wataru, você pode levar a Yume para minha casa, eu vou ter uma conversa com a Amanda.

Wataru surgiu da multidão e me levou para a casa do Eichi.

– Ahahaha... A Amanda enlouqueceu de vez?

– T-Talvez... – resmunguei.

– Eu sei que era uma encenação, você é horrível, se quiser depois eu te ensino uma ou duas coisas. – ele disse quando entramos.

– Está doendo de verdade! Q-Q-Q-Quer dizer... O que?

Ele me levou até a cama e se ajoelhou na minha frente.

– Eu sei que o Rei te sequestrou, e eu sei porque você está aqui.

– C-C-Como assim? D-D-D-Do que você está falando?

Ele riu e me entregou um bilhete.

– Depois abra, o Eichi já está vindo.

Wataru saiu da casa e o Eichi entrou e começou seu sermão.

É... O plano da Amanda foi com certeza um fracasso, seja lá qual for.

– Yume? Yume? O que foi? – Eichi me tirou de meus pensamentos.

– Nada...

– OS DEMÔNIOS ESTÃO ATACANDO!!! – alguém gritou do lado de fora, pela janela, nós vimos uma bola de fogo.

O Eichi olhou para mim desesperado.

– Yume, não saia daqui por hipótese alguma.

– Ok...

E mais uma vez eu fiquei sozinha.

Olhei para a janela de novo, parecia realmente estar acontecendo algo, mas os demônios que atacavam não eram o Rei, o Koga, o Kaoru e o Adonis? O que será que está acontecendo?

De repente, pela janela dos fundos a Amanda aparece, me dando um susto tão grande que eu quase cai da cama.

– Amanda...?!

Eu fiquei um pouco pensativa e encarei o rosto dela.

– Você... Tem algo a ver com o que está acontecendo?

– Hum... Talvez... Eu pedi a ajuda de nossos amiguinhos, o Eichi vai ficar entretido por um longo tempo, eu garanto!

– Quem são nossos amiguinhos?

– Ora, Rei, Adonis, Koga, Kaoru, Izumi, Arashi e alguns amigos do Rei, o Tsukasa e o Leo ficaram cuidando das meninas... O Eichi vai ficar ocupado por muito tempo.

Eu a encarei.

– Vamos Yume, não temos tempo para papo furado ou para ficar nos encarando sem fazer nada. O Eichi não vai ficar ocupado para sempre.

– Primeiro me explique o que está acontecendo. Seu plano não havia dado errado?

– Não, deu mais que certo. Preste atenção ao redor, estamos sozinhas com a casa do Eichi apenas para nós, vamos poder vasculhar tudo o que quisermos sem medo de sermos pegas por seu noivo.

Seu noivo, de alguma maneira essas palavras me incomodaram, eram estranhas e ao mesmo tempo extremamente familiares, eu as havia escutado durante quase toda a minha vida – por mais que alguns usassem "seu noivo" para o Leo... Bem, talvez não, afinal talvez minhas lembranças dele poderiam ser falsas também. É impossível diferenciar a mentira da verdade.

– Yume? – ela estalou os dedos na frente do meu rosto. – Pare de pensar e comece a agir, nós precisamos encontrar logo uma passagem secreta!

Nós duas começamos a revirar tudo, mas não encontramos nada.

De repente, escutamos alguns passos, poderia ser o Eichi, então a Amanda correu para se esconder embaixo da cama.

– Você está aqui? – era mesmo o Eichi.

– Estou...

– Por que está tudo bagunçado?

– Um demônio entrou... Mas eu consegui afugentá-lo.

– Que bom. – ele disse aliviado.

– Você já conseguiu fazer os demônios pararem?

– Ainda não... Por isso estou aqui... Não são apenas os quatro de antes, os demônios trouxeram companhia e eu não acho que vamos conseguir impedir eles dessa vez, talvez eu até morra... Então resolvi lhe contar algo que apenas eu sei, não quero que você nunca descubra.

Ele se sentou na cama e fez um sinal para que eu ficasse a seu lado. Foi o que fiz, bem devagar e com cautela.

– Seus pais...

Ao falar isso, meu coração doeu.

– O que tem eles?

– Eu sei quem e como os matou...

– Diga.

– Ah, Yume... Foi quando você ainda tinha apenas cinco anos, era uma noite de lua cheia e você estava dormindo quando aconteceu, mas eu estava lá e infelizmente vi exatamente o que aconteceu. O demônio sugador de sangue que nos ataca... Ele... Ele estava com seus olhos brilhando, seu corpo estava coberto de sangue, a casa estava destruída, ele ia até seu quarto mas eu... De alguma maneira... Consegui impedir ele... Talvez você nem mesmo estivesse aqui se eu tivesse permitido que ele chegasse a você.

Lágrimas escorriam dos meus olhos sem perceber.

Rei que havia matado meus pais no passado? Aquele que eu... Eu me apaixonei, ele é o assassino dos meus pais. Como eu pude?

Eichi segurou meu queixo.

– Não chore. Eu estou aqui, eu vou te proteger.

Ele deu um beijo em minha testa e saiu.

Eu olhei embaixo da minha cama e a Amanda não estava mais lá.

– Amanda? – perguntei chorosa. – Onde você está? Você também me abandonou? – sussurrei.

Eu deitei na cama e me cobri com o cobertor.

O Rei matou meus pais. Isso não parava de passar em minha cabeça.

Depois de um longo tempo, alguém se sentou na cama.

– Eichi? É você?

– Sou eu. – era a rouca voz do Rei.

Sem pensar duas vezes eu me levantei e corri para pegar a primeira coisa afiada que estivesse ao meu alcance, o que eu consegui foi uma pequena faca.

– Fique longe de mim! – gritei.

– Yume... Deixe eu me explicar... Por favor...

Minhas mãos estavam trêmulas de ódio, minhas lágrimas não paravam de escorrer.

– Você mentiu para mim!

– Yume... Acalme-se... – ele se aproximou de mim, mas eu me afastei, até que eu acabei encostando na parede e não pude mais recuar, ele praticamente me prendeu em seus braços e com delicadeza, porém com firmeza, tirou a faca de minhas mãos.

– Me solte!

– Yume... Eu te amo. Eu era um idiota no passado mais distante de todos, você me fez ter amor a alguém além do Ritsu e de mim mesmo. Você me fez ver que a bondade é algo útil, você me amou quando o Ritsu começou a me odiar, me apoiou sempre, e quase morreu por mim. O que eu fiz no passado não define meus sentimentos por você hoje.

– Você é um assassino. – disse com desprezo.

– Isso dói, sabia? Mas eu não me importo.

Ele tentou me dar um beijo na testa, mas eu comecei a me debater.

Eu olhei mais uma vez para o rosto do Rei, tinha uma lágrima em seus olhos.

– Eu me arrependo eternamente do que aconteceu. Você não precisa me fazer sentir pior...

– Me solte.

– Eu não posso. Eu não quero perder você, por favor, Yume, eu te amo mais que tudo.

– Me deixe em paz.

Ele suspirou e olhou para a faca no chão e flutuou até minhas mãos.

– Você não me ama mais?

Eu fiquei calada.

– Eu vivo por seu amor, eu vivo por você, mas você não aceita mais meu amor, então o mais justo é que eu nunca mais interfira na sua vida. Vamos, se é para eu morrer, que seja você que me mate.

Com a faca em minhas mãos, eu coloquei a ponta dela próxima ao peito do Rei.

Eu olhei para o rosto dele que estava, mesmo na situação que se encontrava, ele estava sorrindo.

– Por que você está sorrindo? – perguntei.

– Porque eu te amo e não quero que sua última lembrança minha seja meu rosto irritado ou triste.

Eu soltei a faca.

– Não posso fazer isso... – resmunguei olhando para o chão.

O Rei me deu um abraço.

– Vamos para casa. – ele sussurrou no meu ouvido.



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