Estava sentada na cama enquanto a Malu me maquiava, ela também tinha me ajudado com a minha roupa. Uma saia verde água, all star branco e camisa jeans clara. Por ser a mais nova ela sempre cuidaram de mim e eu sempre amei isso, ser protegida por essas meninas na escola me ajudava muito.
Entreiei na boate abraçada com a Jade. A música era alta, as luzes me deixavam meio tonta, as pessoas andavam, bebiam, dançavam e se beijavam por todo lado. Zabdiel pegou na mão da Jade e só precisou de um olhar pra levar ela pra pista de dança.
Lina veio até mim e me abraçou.
- Vem comigo. - ela disse e saiu me arrastando.
Fomos até o bar, ela pediu uma bebida.
- Olha. - ela disse e apontou dois meninos com a cabeça.
Eles eram gêmeos, loiros, de olhos claros e cabelo grande, pareciam surfistas. Eles nos olhavam do outro lado do bar. Mas a voz do Erick me veio a mente.
"Por você eu me comportaria."
Olhei em volta por instinto, lá estava ele ao lado do Chris perto da mesa, com os outros sentados, fazendo uma dancinha engraçada.
- Tô de boa, Lina. - disse.
- Vai me deixar na mão? -
- Desculpa. - ri.
Voltamos pra mesa e eu me sentei ao lado da Morena.
- O que tá acontecendo com você? - perguntei.
- Como assim? - ela falava enquanto olhava o DJ no palco.
- Você, não está dançando, nem bebendo um monte de coisas locas, nem conversando com todo mundo da boate.
- Não posso correr o risco de fazer algo errado. - ela deu um sorriso fraco.
Ela não estava se divertindo, ela não queria estar ali. Ela não queria fazer algo que incomodasse o Chris, nada que desse material pra imprensa, ela não podia nem ser ela mesma.
- Desde quando você se importa com o que dizem? - perguntei.
- Não é só sobre mim. É sobre o Body5, é sobre nossa carreira.
- Ninguém disse que seria fácil, Morena.
- Nem que eu ia ter que viver em uma caixa.
Doía ver olhos que sempre estiveram brilhantes perder a vida, a menina que cuidou de mim e que queria bater no garoto que partiu meu coração, sentada olhando os outros se divertirem.
- Vem comigo. -
Puxei seu braço e ela não resistiu, ela queria aquilo. Fomos até a pista a música que tocava era "Traicionera" do Sebastian Yatra. Segurei seus pulsos enquanto dançava e fazia ela se mexer. Não demorou até seu sorriso aparecer e seu corpo começar a mexer. Não demorou muito até olhares se virarem pra nós, homens e mulheres.
Já era madrugada, estávamos dançando a horas, minhas pernas já estavam moles. Disse a Morena que iria ao banheiro e assim fiz. Caminhei até o canto do bar, quando virei a maçaneta senti alguém puxar meu braço e me empurrar contra a parede. Era um homem, alto, forte, com uma barba grossa que passava pelo meu pescoço.
- Ai me solta. - gritei.
- Solta? Eu vi como você tava dançando e me olhando.
- Te olhando? Você tá louco. Me solta. -
Comecei a gritar, a música estava alta então ninguém me ouvia. Ele mordia meu pescoço, senti suas mãos por dentro da minha blusa e gritei mais. Ninguém me escutava, minhas pernas estavam tremendo, eu sentia tanto medo que não podia mais falar, apenas tentava gritar até que ele tampou minha boca com a mão. Senti lágrimas descendo pelas minhas bochechas. "De novo não" dizia a mim mesma. Meus olhos já estavam fechados, já tinha aceitado o que aconteceria quando senti suas mãos me soltarem, cai no chão ajoelhada, já não tinha mais forças. Quando abri haviam vários homens encima deles, eles dava socos e chutes nele e gritavam coisas que minha audição ignorava. Senti alguém segurar meu ombro e me assustei.
- Vem comigo. - era uma mulher.
Ela parecia mais velha e sua voz era calma. Ela me ajudou a levantar e me segurou.
- Você tá sozinha? Quer que eu chame a polícia? -
- Não... - minha garganta estava travada. - Minhas amigas...
- Vou te levar até elas, se acalma, já passou. Aquele cara nunca mais vai fazer isso.
Olhei pra trás e eles já não batiam mais nele, ele estava jogado no chão, seu rosto estava irreconhecível de tanto sangue, suas roupas estavam sujas.
Caminhamos pela boate, Morena foi a primeira a nos ver e correu até nós.
- O que aconteceu? - ela perguntou já me abraçando.
- Um cara agarrou ela no banheiro, eu estava indo até lá e vi e gritei por ajuda.
- Ai meu Deus, tá tudo bem, já passou. - ela me abraçava forte. - Me desculpa.
- Eu já vou, fica bem. - a mulher disse e saiu.
- Eu jurei que nunca ia deixar isso acontecer de novo. - Morena falou.
- Não foi culpa sua. - disse.
Abri os olhos e vi a Malu correr até nós, atrás dela veio a Jade e a Lina. Todas me abraçaram sem dizer nada.
- O que aconteceu? - ouvi o Richard perguntar.
- Depois a gente explica, chama os meninos a gente espera vocês lá de foram - Lina respondeu.
Sai da boate abraçada com a Morena apesar de já conseguir andar sozinha. Estava escorada na Van, a Malu estava na minha frente junto com a Jade, a Morena do meu lado e a Lina sentada. Os meninos saíram da boate nos procurando. Erick correu na frente deles e me abraçou.
- O que aconteceu? O Richard disse que você tava chorando.
- Um cara tentou agarrar ela. - Jade respondeu.
Ele não disse nada, apenas me abraçou mais forte, escondi o rosto em seu peito e não pude segurar o choro. Dentro da van me deitei em seu peito com as pernas em cima da sua, ele fez carinho no meu cabelo enquanto eu tentava me acalmar. Um Erick protetor e cuidadoso que eu nunca tinha visto. Quando fui sair da van senti minhas pernas fracas e quase caí.
- Vem cá. - ele tentou me pegar no colo mas eu exitei. - me deixa cuidar de você.
Assim fiz, ele me levou no colo até o quarto, enquanto eu aproveitava pra me esconder o rosto e não olhar pra ninguém. Sentia o seu cheiro, misturado com perfume e suor, era confortante e fazia com que eu me sentisse segura.
Ele me colocou na cama e tirou meus tênis.
- Posso ficar aqui até você dormir. - ele disse baixo, quase um sussurro.
- Fica. - disse.
Ele tirou os tênis e a jaqueta e jogou na cama do lado e se deitou. Deitei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos.
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