História War Of Hearts (Snowbarry) - Feelings.

O frio fazia com que ela quisesse recuar ainda mais. Seu despertador já havia tocado pela terceira vez e se não se levantasse naquele momento, com certeza, iria se atrasar. Já que teria de se apressar de qualquer forma, apenas se agasalhou por cima do uniforme, não deixando de se lavar antes de sair. Contudo, o olhar sonolento ainda permanecia legitimado em seu rosto inchado com a recém ativação. A visão que encontrara do lado de fora a incomodava diante do desconforto em que se encontrava. Quase que imediatamente cobriu suas óbvias feições.

— O que está fazendo aqui? — A morena considerou a possibilidade de retornar ao seu quarto, mas estava atrasada demais para fazê-lo. Ele manteve um grande sorriso, soltando uma leve risada com a timidez de Caitlin.

— O que mais? — Barry distribuiu um leve tapa na garupa da bicicleta. — Vim te buscar. — O moreno deu de ombros para o constrangimento de Snow.

— Agora? Assim? — Ela se encarou de cima abaixo e ele soltou uma alta risada.

— Sim, senhorita Snow, assim. Você prefere ficar bonita ou não se atrasar? — Allen novamente deu seus tapas na garupa e ela subiu quase que imediatamente, sem nem hesitar.

O caminho era silencioso, preenchido apenas pelo constrangimento de ir até a sala diante dos olhares motivados pela chamada de atenção do casal recém formado e escandaloso diante dos rumores pela universidade. Caitlin mantinha suas mãos segurando na garupa, claramente desconfortável pelo receio de se esbofetear no chão desde que costumava ser bem desastrada.

Subitamente, a extravagante freiada de Barry chamou sua atenção, que assustada, acabara batendo a testa nas costas do moreno.

Ele apenas permaneceu parado, sustentando ambos pelos pés no chão, enquanto agarrava as duas mãos presas da morena e enganchava em si, fechando seus braços em seu abdômen e fazendo com que Snow levemente corasse com sua irritante timidez.

— Apenas estava frustrada... — Ela tentou se justificar em meio as risadas que Barry ecoava pelo campus.

— Eu sei.

(...)

— Vamos... — Ele se manteve segurando levemente o pulso direito da morena, enquanto ela tinha seus olhos fechados e era puxada por Barry. — Tenta adivinhar onde estamos? — O moreno logo alíviou seus membros e ela pôde ver o local por completo.

O grande hall principal parecia ser a principio de um hotel — era grande, iluminidamente branco e haviam milhares de pessoas encubadas naquele enorme espaço, que se mantinham indo de um lado para o outro consecutivamente.

Ela encara o grande logotipo ali presente e abre a boca com o espanto do letreiro fixado e Allen abre um sorriso satisfatório com a surpresa e felicidade de Caitlin.

— Estamos...? — Sua fala fora cessada pelo desejo do moreno em completar satisfadamente a frase de Snow.

— No laboratório Mercury. Aliás, um deles. Eu disse que havia conseguido um novo seminário para nós. — Ela ainda mantinha seu olhar fixado no ambiente, chocada pela agradável surpresa. Em um momento, ela pareceu tomar toda a realidade de uma vez só e o entreolhou com espanto.

— Por que não me disse que estávamos vindo? — De repente, ela começava a andar de um lado para o outro e, novamente, olhar para si mesma de cima a baixo. — Eu tinha que me preparar fisicamente, aparentemente, almamente e psicologicamente. — Meu Deus, eu quero gritar. Não posso gritar! — Ela subitamente parou e começou a hiperventilar. — Tenho que respirar...— Ela aspirava e suspirava rápida e fortemente. — O que eu faço?

— Eu sabia que iria reagir dessa forma! — O moreno não se aguentou e caiu na mais extrema das gargalhadas. — Por isso não te contei e eu disse para usar uma roupa formal e estou satisfeito com que vejo. — Desta vez, Barry a olhou de cima a baixo. — Você está linda.

— Essa entrevista vai demorar muito? — Caitlin só conseguia pensar e se concentrar na projeção futura de suas palavras.

— Não, será rápida. Tenho certeza que se preparou bem, então apenas mantenha a calma, Cait.

— Senhorita Snow e senhor Allen? — Uma moça alta e de cabelos morenos, mantinha seu rosto do lado externo enquanto os chamava. Fazendo com que a morena desse um leve pulo com o susto e nervosismo. Barry apenas segurou sua mão e a apertou, soltando segundos depois.

A sala era ampla, enorme e vazia. Parecia ter só aquela média mesa com algumas cadeiras somente para a entrevista. Eles se sentaram apreensivos com os jurados ali presentes.

— Vejo na ficha que perderam a primeira fase por conta de um acidente, certo? — O loiro tentava confirmar as afirmações.

— Sim. Eu sofri um acidente exatamente no dia do seminário.

— Mas com bases nos dados de vocês, o senhor me mandou um vídeo com ambos explicando sobre a pesquisa e pessoalmente ela quando pediu a nova chance.

— Você fez? — Caitlin o encarou confusa e sussurrou diante do não entendimento da situação e ele apenas assentiu.

— Eu tive a honra de recebê-lo ao ficar curioso com essas pesquisas sobre regeneração celular. Confesso que fiquei surpreso.

— Se pudéssemos utilizar esse método para o coração ou até o cérebro seria a solução de vários problemas. Se as células funcionassem tão rápido ou até mais quanto anticorpos quando detectam um corpúsculo estranho no nosso corpo, a pesquisa poderia ser avançada em até vários anos.

— Era tudo que eu precisava ouvir. — Caitlin e Barry se entreolharam perdidos. — Pelo que entendi, senhor Allen quer usar as vantagens de ter o próprio laboratório, se importariam em fazer uma parceria com o nosso laboratório. Forneceremos tudo o que prometemos e até mais.

— O senhor está falando sério?

— Seríssimo! Temos um acordo? — Ele estendeu as mãos e Barry por um momento encarou Caitlin que concediu um rápido assento. O moreno logo apertou a mão sem hesitar o acordo.

Ao saírem do laboratório, os dois mantinham um grande sorriso no rosto e caminhavam lentamente com seus braços cruzados até o dormitório.

— Você acredita que teremos um laboratório? Só pra nós?

— Ahhh...— Ela soltou um longo suspiro, enquanto sorria. — Quero gritar. Queria que esse momento durasse para sempre.

— Confia em mim. Não é só você.

— Barry, eu sei que não sou capaz de me expressar muito bem, mas quero que fique claro o que sinto por você. Mesmo que eu não diga alto, espero que entenda minhas atitudes. Eu sempre gostei de você.

— Eu sei. — Ele soltou uma leve risada, levando a morena a rir também.

— Convencido! — Ela deu um leve tapa e ele fingiu doer. — Uau, tô namorando um fracote? — Rapidamente, Allen endireitou a sua postura.

— Claro que não. — Barry sorria, balançando seus braços. — Cait?

— Hm?

— Nada.

— Idiota.

— Cait? — Ela cerrou o olhar pouco antes de encará-lo. Allen sorriu e selou levemente seus lábios nos da morena. — Eu também.

— Hm?

— Eu também gosto muito de você. Aliás, estou completamente apaixonado por você.