O Que a Magia Faz Conosco, parte I
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Gwen
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Gwen sentiu o vento soprando enquanto Ben - mais precisamente, o XLR8 - corria com ela nos braços por Bellwood. Alguns minutos depois, a dupla chegou na floresta nos limites da cidade. Logo depois, o Omnitrix bipou e Ben voltou a forma humana.
“Isso foi… insanamente rápido…” Gwen disse, colocando as mãos na barriga, um pouco enjoada mas sorrindo. Ela havia gostado daquilo. Era quase a mesma sensação de estar numa montanha-russa.
“É, tão maneiro quanto um passeio na montanha-russa, né?” Ben disse. Gwen apenas riu, não era incomum os dois primos pensarem a mesma coisa ao mesmo tempo.
Os dois sentaram na grama para descansar. Gwen iria ensinar o Ben a usar seu novo alienígena feiticeiro, mas o Ben precisava de um intervalo para o Omnitrix recarregar, e a Gwen precisava de uns instantes para se recuperar da ‘corrida’.
“Sabe, enquanto nós esperamos, eu tenho uma ideia de uma coisa que nós podemos fazer…” Ben disse, com um sorriso malicioso, se inclinando na direção dela.
“Ben.” Gwen disse séria, empurrando o Ben para que ele não chegasse muito perto. “Nós precisamos mesmo conversar mesmo sobre essa coisa. Nós não podemos simplesmente… você sabe.”
Ben suspirou desapontado. “Qualé, Panaca. Você ainda vai insistir naquela ideia idiota de que nós precisamos encontrar outras pessoas? É uma ideia idiota.”
“Não, uma vez na vida você está certo, Boboca. Aquilo não foi uma boa ideia. Dessa vez, eu tenho um plano... pra nós...” Ela disse hesitante.
Ben arqueou a sobrancelha. “Continue, continue…”
“Nós não podemos ficar juntos agora. Nossa família, nossos amigos da escola… as pessoas não iam aceitar isso. Eles iriam nos pressionar. Mas daqui um ano e meio mais ou menos nós vamos ter 18 anos. E teremos um emprego mais educação superior como agentes em treinamento da S.E.C.T. Então, nós poderemos ficar juntos. Nós já teremos idade o suficiente e dinheiro suficiente para viver por nossa própria conta onde nós quisermos.” Gwen disse. “Nossos pais vão ficar furiosos por um tempo, mas… ou eles vão nos aceitar, ou eles não vão mais nos ver. Se você topar essa ideia, temos que estar preparados para as duas possibilidades.”
“Ok, eu tô dentro.” Ben disse. Típico do Ben, nem ao menos pensou antes de responder. “Nós vamos namorar escondidos até completarmos 18 anos então.”
“Não foi o que eu disse...” Gwen respondeu. “Nós não vamos namorar até completarmos 18 anos. Se nós namorarmos, nossos pais vão acabar descobrindo e as coisas vão sair do controle.”
“Você não é a Garota Sortuda?” Ben deu um sorrisinho. “É claro que ninguém vai descobrir.”
“Eu não vou abusar da sorte.” Gwen disse com uma cara séria. “Eu não quero correr riscos fazendo algo estúpido. Eu realmente quero que as coisas deem certo entre nós, e esse é o melhor jeito. Eu sei que é pedir muito, Ben, por isso eu não vou te pedir nada. Se você encontrar outra pessoa nesse meio tempo, eu vou aceitar isso. Eu não vou gostar, mas eu vou tentar ficar feliz por você. Você não tem que 'esperar por mim'.”
“Você sabe que eu sou um desastre com garotas. Eu estou mais preocupado é com você encontrar outra pessoa.” Ben disse cabisbaixo, num sussurro.
Gwen respirou fundo. Ben estava pensando que a razão pela qual Gwen queria que eles fossem apenas primos por enquanto era porque ela não gostava tanto assim dele. Ele não poderia estar mais errado.
Apesar de ter algumas falhas, Gwen sempre viu o Ben como um jovem excelente. Se o Ben fosse como qualquer outro garoto que ela havia gostado antes, ela já teria ido até ele e dito algo bobo como “Porque você não me chamou pra sair ainda?” e os dois teriam começado a namorar há muito tempo. Com qualquer outro garoto, não havia problema fazer as coisas de qualquer jeito, porque se desse errado, ela poderia simplesmente seguir em frente. Mas ela nunca conseguiria seguir em frente sem o Ben. Por isso, ela tinha que fazer as coisas do jeito certo, do jeito inteligente. O que ela sentia pelo Ben ela nunca havia sentido por ninguém antes.
Ela tinha aceitado isso há algum tempo, mas não queria dizer agora, porque não queria pressionar o Ben. Mas ela sentiu que tinha que dizer.
Gwen segurou a mão dele... “Eu te amo.” Uma lágrima escorreu do olho dela.
Ben ficou mudo. Ele estava realmente surpreso. Ele ia abrir a boca para responder a ela, mas Gwen colocou a mão na boca dele, o impedindo. Ela sabia o que ele dizer.
“Não diga isso. Eu não quero que você diga isso só porque eu disse. Eu só queria que você soubesse. Tá tudo bem. Tá tudo bem.” ela disse.
Gwen sabia que ele não a amava. Não do jeito que ela o amava. Ben sentia por ela o mesmo que ele sentiu pela Kai Green e por outras garotas bonitas no passado: uma paixão, uma atração. Podia se transformar em amor um dia, mas não era isso ainda. Sim, Ben também tinha um carinho especial por ela como sua prima, mas também não era a mesma coisa.
“Se eu disser, você vai ficar brava comigo.” Ben suspirou.
“Sim, porque eu não quero que você minta pra mim.” Gwen disse. “O Omnitrix está verde de novo. Pode se transformar no alien agora.” Ela mudou de assunto.
Ben pressionou o relógio. Ele continuou com a mesma aparência, mas dessa vez suas roupas mudaram. Agora ele estava com botas e cinto de couro, roupas rústicas verde-claro, e um manto verde-escuro. E, é claro, Gwen podia sentir uma aura mágica em torno dele agora.
“Panaca, conheça Magus Viridis, o Mago Verde! TÃ-DÃ!!” Ben disse, fazendo uma pose. “Eu sou Ben, o Verde - como Gandalf, o Cinzento, e Radagast, o Castanho, e… você entendeu de onde eu tirei meu nome e visual. Eu pensei em adicionar um chapéu também, mas ia ficar difícil de lutar. Tem a versão Ben Tennyson e a versão Watch Boy, com olhos vermelhos e cabelos prateados."
Gwen retirou um livrinho púrpura e dourado do bolso - o livro de feitiços que a Vovó Verdona a tinha dado - e começou a procurar um feitiço mais simples para ser a primeira lição do Ben.
“Espera, Gwen, eu quero te mostrar uma coisa que eu aprendi sozinho.” Ben disse.
“Claro, vá em frente, priminho.” Gwen disse, fechando o livro.
Ben iluminou seu dedo numa luz verde - a magia dele era verde - e começou a riscar o ar. Ele estava desenhando um coração. Metade de um coração mais precisamente.
Gwen sorriu. “Isso é… muito fofo, Ben.” Ela iluminou seu próprio dedo numa luz azul, e riscou o ar, completando a outra metade do coração com sua própria magia. Mas no final os dedos deles se tocaram e Gwen sentiu uma fagulha de magia percorrendo seu corpo.
Pela reação do Ben, ele sentiu o mesmo. Ela viu os olhos dele brilhando por um segundo num tom azul-esverdeado - uma mistura entre as duas cores da magia deles. Os dedos deles pareciam estar colados.
Era uma sensação boa, e instintivamente eles seguraram as mãos um do outro ao invés de tentar se afastar. Ambas as mãos.
“Isso é... incrível.” Ben disse. “Já aconteceu com você e outra pessoa antes?”
“Nunca…” Gwen disse. “É como se as nossas auras estivessem se conectando…” Ela estava surpresa também.
Quando mais contato físico um com o outro, melhor era a sensação. Instintivamente, os dois se abraçaram. Ela conseguia sentir a magia do Ben fluindo pelo corpo dela também. Mas o tecido… estava atrapalhando.
Os dois se distanciaram por um segundo. Foi uma sensação horrível quebrar o contato físico com ele. Ela precisava da magia do Ben. Ben tirou o manto e a camisa. E ela, sem pensar direito no que estava fazendo, tirou a blusa azul - e o sutiã.
Gwen abraçou o Ben bastante apertado. Os seios dela se espremeram contra o peito dele. As mãos dela corriam pelas costas do Ben - ela tinha que sentir sua pele, tocar nele - e ele estava fazendo o mesmo. Ela beijou o ombro dele. E então seu rosto. Era como se ela estivesse tentando absorver a magia dele pela pele.
Ben se jogou na grama junto com ela, e começou a beijar todo o corpo dela. Ele beijou os lábios dela, e então o queixo, e então o pescoço, e então os seios. Gwen passou as mãos pelo cabelo dele enquanto ele lambia e beijava os seios dela sem parar, trocando de um para o outro. Ela gemeu baixinho, “Aw, Ben…”
Os dois se olharam um no olho do outro. Ela pôde sentir a ‘varinha mágica’ dele roçando contra a barriga dela. Ela sabia o que estava para acontecer e queria isso. Ben começou a tirar as calças, mas Gwen teve um momento de lucidez.
“Ben, não.” ela saiu de debaixo dele num instante, arfando pesadamente. “Não podemos.”
“Por favor, eu preciso de você…” Ben implorou, desesperado.
“Eu estou sentindo a mesma coisa. É a nossa magia… Está nos intoxicando… Temos que resistir a isso… ” Gwen rapidamente colocou o sutiã e a blusa de novo. Era quase impossível resistir aquilo, mas ela tinha que ser forte.
“Deixa eu pelo menos tocar em você de novo… por favor.” Ben disse com uma expressão de dor no rosto, esticando a mão na direção dela.
“Ben, se nos tocarmos de novo, eu não sei se vamos conseguir parar.” Mas ela não se moveu para evitar o toque do Ben. Ela não queria se mover. Ela queria que ele a tocasse, ela queria que ele a beijasse, ela queria que eles fizessem amor. Mas ela também sabia que não era o certo. Não agora.
Ben se levantou e correu para o meio da floresta. Uma parte da Gwen respirou profundamente aliviada, enquanto outra parte dela ficou extremamente decepcionada.
Alguns minutos depois, Ben voltou, com o Omnitrix no seu pulso. Ele estava humano de novo. E com o rosto todo vermelho de vergonha. O rosto dela estava tão vermelho quanto o dele.
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Obviamente, Gwen percebeu que era melhor não ficar sozinha com o Magus para evitar que outro ‘acidente’ como aquele acontecesse. Ela decidiu levá-lo para treinar com a Vovó Verdona. A Gwen não queria isso a princípio porque tanto Verdona quanto a outra aprendiz dela - a Charmcaster - eram criminosas, e se o Ben fosse treinar com elas, ele tecnicamente seria cúmplice delas, e Gwen não queria complicar as coisas para ele. Mas se ela não fizesse isso, as coisas iam ficar ainda mais complicadas.
Na porta da casa da Verdona, Gwen falou com o Ben. “Priminho, só pra te avisar, tem outra pessoa que treina aqui, a Charmcaster...”
“Charmcaster?!” Ben perguntou surpreso. “Essa menina é procurada pela S.E.C.T., ela é aliada daquele Feiticeiro terrorista, Hex. Nós deveríamos prendê-la!”
“Eu sei, eu sei, mas eu confio na Vovó Verdona, e a Vovó Verdona confia nela, então estamos tentando redimi-la.” Gwen explicou.
Os dois entraram na casa, e esperaram na sala por alguns instantes. Verdona veio e abraçou Gwen.
“Ei, Vovó. Eu trouxe o meu primo para treinar com a gente. Ele pode se transformar num Feiticeiro também.” Gwen disse. “Mostre a ela, Ben.”
Ben discou o relógio e se transformou no Mago Verde.
"Eu definitivamente consigo sentir a aura mágica emanando dele…” Verdona disse, fitando o Ben com curiosidade. “Você tocou nele, Gwen?”
Gwen corou imediatamente. Verdona percebeu que aquilo era um sim. “Vocês fizeram... ?” Ela perguntou, de braços cruzados.
“NÃO!” Gwen gritou. “Mas chegamos perto disso…” Ela sussurrou.
“Vocês obviamente tem sentimentos reprimidos um pelo outro. É claro que a aura mágica de vocês vai reagir a isso. Imagine uma coisa como os hormônios adolescentes, só que dez vezes mais forte.” Verdona explicou. E então ela se virou para o Ben, “Estenda o braço por favor.”
Era um pedido estranho, mas ele atendeu. Num movimento rápido Verdona o espetou com uma agulha.
“Ouch!” Ben reclamou.
Verdona sujou o dedo dela com uma gota de sangue do Ben e recitou um feitiço, “Genus revelatio!” Ela fechou os olhos por alguns instantes.
“Ele é um Feiticeiro puro, ele tem o par completo do gene mágico!” Verdona disse, surpresa. “Pelo menos se acontecer alguma coisa entre vocês, que seja nessa forma, assim os meus bisnetos serão Feiticeiros com certeza.” Verdona disse sorrindo.
“Vovó!” Gwen disse, corando de vergonha.
“Antes, eu apenas tolerava o fato de que você gostava dele como humano, Gwen. Mas agora que ele pode ser como nós, eu aprovo. Mas eu também tenho que te avisar, Benjamin…” Verdona disse, agora olhando para o Ben com cara de poucos amigos. “Minha neta te ama muito, provavelmente muito mais do que você merece, considerando que você é só um garoto com um ego gigante. Se você fizer alguma coisa que a machuque, eu vou te matar."
"Vovó, não fale assim com o Ben!" Gwen disse.
"Engraçado", Ben respondeu bravo, "Eu ia dizer a mesma coisa para você, bruxa. Minha prima te ama muito, provavelmente muito mais do que você merece, considerando que você é uma criminosa. Se você fizer alguma coisa que a machuque, eu vou te matar."
"Parem com isso, vocês dois!" Gwen, enquanto Ben e Verdona se encaravam. Ela os separou.
“Sua avó não pode falar nada de mim,” Ben reclamou, “Você me contou que ela dá guarita até para a Charmcaster, uma pessoa que deveria estar na cadeia.”
“Eu deveria estar na cadeia?” Uma linda moça de cabelos prateados estava observando a discussão da porta de um dos quartos com os braços cruzados. “Tem certeza?” Ela deu uma piscada de olho para o Ben.
O queixo do Ben caiu. Ele começou a gaguejar. “Eh… M-Me d-desculpe, eu a-acho que e-estou j-julgando v-você mal?”
Gwen deu um soco no braço do Ben. “Ouch, isso doeu!”
Charmcaster se aproximou do Ben e colocou as mãos dela na nuca dele, e o encarou, olhando nos olhos dele, com um sorriso sedutor. “Na verdade, acho que você tem razão quanto a mim… Eu sou uma menina má…”
“E-eu t-tenho certeza que no f-fundo você tem um b-bom c-coração.” Ben disse, nervoso.
“Eu sou muito má.” Charmcaster sussurrou no ouvido do Ben.
Gwen cruzou os braços e fez uma cara feia. “Eu sei que você está dando em cima do Ben só pra tentar me provocar, CC. Para com isso.”
“Provocar você, Gwen? Você tinha me dito antes que ele não é seu namorado… Eu estou solteira, ele tá solteiro, eu não posso conhecê-lo melhor não é?” Ela disse, com um sorrisinho.
“E você tinha me dito que seu ex-namorado era um psicopata. O Ben não faz o seu tipo.” Gwen respondeu secamente.
“Virou ‘ex’ porque não deu certo né? Eu quero um garoto bonzinho agora... E esse daqui é muito fofo.” Charmcaster deu um beijo no rosto do Ben.
Gwen já estava cansada daquilo e deu um empurrão na CC, afastando-a do Ben.
"Qual é o seu problema?" Charmcaster perguntou nervosa, iluminando as mãos num tom magenta.
“Meninas, meninas” Verdona descansou as mãos no queixo, “Eu não quero ver minha neta e minha sobrinha brigando por causa de um homem. Resolvam a situação pacificamente. Vou preparar nossa sala de treinamento.” Verdona então saiu da sala de estar.
“Isso é um pouco embaraçoso.” Ben disse. E então ele mudou completamente de assunto. “CC, se você é sobrinha da Verdona, então você é prima da minha prima pelo lado da mãe dela?”
“Somos primas de consideração.” Gwen respondeu depressa. “A CC é sobrinha de consideração da minha avó, o que tecnicamente faria dela prima da minha mãe e de mim. Mas sem relação de sangue.”
“Não, nós duas somos primas de sangue sim.” Charmcaster disse, “A Tia Verdona teve um caso com o meu Tio Hex no passado. Te dou meia chance pra adivinhar quem é o papai da mãe da Gwen.”
Gwen se enfureceu. “Você pode se orgulhar de ser parente de um terrorista, mas eu posso garantir que o seu querido tio Hex NÃO é meu avô! Vovó Verdona já falou isso, e você sabe que ela ficaria furiosa se você insinuasse isso na frente dela!”
“Trégua, trégua.” Charmcaster levantou as mãos para em cima em sinal de rendição.
E logo depois ela sussurrou baixinho no ouvido do Ben, “Se você quiser irritar a nossa prima em comum, diga a ela que o Hex é o avô dela. Sempre funciona.”
“Eu ouvi isso!” Gwen gritou nervosa.
“Ouviu o que?” Verdona voltou naquele momento.
“Nada, nada.” Charmcaster sorriu amarelo. “Vamos treinar?”
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