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História We Between The Universe - III - Anti-heróis.


Escrita por: RussianDoll

Notas do Autor


boop

Capítulo 3 - III - Anti-heróis.


Fanfic / Fanfiction We Between The Universe - III - Anti-heróis.

 Base do DEO em National City, Setor de Prisioneiros, Terra-39;

 

 Kara não entendia o que aquilo queria dizer. Ela não estava morta, ela estava bem! Estava viva e, desde onde sabia, não havia morrido, obrigado.

 Mas Alex parecia triste. Convicta. Quebrada. Kara só a viu assim poucas vezes, mas parecia que ultimamente era algo constante. Engraçado, porque até um dia atrás, como ela se lembrava, Alex estava feliz e radiante – por ter descoberto seu verdadeiro eu e, de brinde, ter ganhado uma namorada incrível que era Maggie Sawyer. Não parecia de nada com essa Alex despedaçada que lutava para segurar as lágrimas.

 Kara quase achou que estava realmente morta.

 “Como assim eu estou morta? Alex, eu estou o mais viva que posso estar, por Rao.” Era o mesmo tom de brincadeira que Alex havia se acostumado a ouvir na voz de Kara. Em qualquer situação. Até mesmo a última coisa que ouvira da boca de sua irmã fora nesse maldito tom, que antes ela amava, mas que agora, só queria que sumisse de sua cabeça.

  “Relaxa, Alex, vai dar tudo certo! Quando eu voltar, você pode brigar comigo.”

 Aquilo não lhe pareceu uma despedida, na época. Mas Kara não voltou como havia prometido. Ela voou até aquele maldito portal, carregando aquela maldita bomba e então, estava morta.

 Ela viu o corpo. Ela compareceu no enterro. Tanto no de Kara Danvers, com pouco mais de vinte pessoas, quanto no enterro simbólico da Supergirl, onde toda a National City acendeu velas e ficou em luto. Nem os criminosos saíram naquele dia. O mundo inteiro, após perder seus dois heróis de capa vermelha, entristeceu naquela manhã.

 E de repente, uma nova Kara surgiu, onze anos depois que ela teve de enterrar sua própria irmã. Uma Kara mais nova, com o uniforme antigo e o mesmo maldito senso de humor para com tudo.

 Não era outro Bizarro. Outro androide. E mesmo com as chances de ser um alienígena metamorfo serem até que grandes, no fundo, Alex sabia que aquela era Kara, sua irmã mais nova. Kara, que fora arrancada dela pelos Daxamitas há onze anos atrás.

 Finalmente, Alex se deixou levar, e então, chorou. Como nunca havia feito nesse tempo todo. Tudo acumulado por uma década fora expelido. E Kara, oh pobre Kara, que de nada entendeu aquilo, apenas fez o que já estava acostumada a fazer nesse tipo de situação; abraçou Alex como se nunca mais a fosse soltar.

 “Ei, tá tudo bem. Eu tô aqui. Sempre.” Ela murmurou, afagando as costas da irmã mais velha que chorava compulsivamente.

 Mas Kara piscou e, então, não tinha mais Alex nos braços.

 A mesma garota de antes, de collant branco e capa vermelha, a segurava pelo colarinho, levantando-a do chão. Kara pôde olhar nos olhos dela agora, e viu que eles eram verdes – um verde-musgo, escuro, quase meio âmbar. Ela tinha um cabelo loiro repicado e o maxilar forte. Parecia bem familiar, na verdade.

 Mas ela obviamente não poderia pensar direito, bom, sendo estrangulada pela própria capa.

 “Karen!” Alex chamou de modo autoritário. Então esse era o nome dela, Karen. Kara ficou repetindo isso na cabeça por mais tempo do que possa lembrar. “Solte-a.”

 “Mas...” A garota parecia lutar para não desobedecer Alex. Elas pareciam ser bem intimas, e Kara se perguntou de onde elas se conheciam e como ela não sabia da existência da outra heroína até então.

 “É ela! Ela é real! Ela é Kara!”

 Karen pareceu lutar contra isso, e então, com a mesma intensidade que Kara a olhava nos olhos, a meio-kryptoniana devolveu o olhar. E de repente, a outra loira pareceu quebrar, e Kara não entendeu isso. Ela, antes tão forte e protetora, em um segundo se tornara uma criancinha frágil e confusa. Karen largou-a meio sem jeito, e Kara não pôde deixar de agradecer por isso, massageando o próprio pescoço na onde começara a doer.

 Ela não se lembrava de sentir dor constantemente até essa garota aparecer. Essa tal de Karen lhe fazia mal para a saúde.

 Karen, porém, deu alguns passos para trás como se visse um fantasma. Olhava para Kara como se tivesse duas cabeças, ou como se fosse alguma coisa deformada. Isso era quase desconfortável, e a Supergirl ficou meio sem graça, evitando o contato visual com a outra jovem loira.

 “Ehh... Então... Alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui?”

  “K-Kara.” Era até difícil dizer isso, para Alex. O nome era como se fosse proibido, ainda mais direcionado à essa cópia de sua irmã morta em sua frente. “Pode me dizer qual a sua última lembrança, e em que ano estamos?”

 A diretora do DEO realmente não queria acreditar nisso, mas parecia ser a última opção plausível. Kara bufou, como se fosse uma pergunta estúpida e a resposta fosse óbvia.

 “Uh, Lena ferrou com os esquemas da Cadmus com toda aquela coisa de Medusa, e a mãe dela foi presa. E, estamos em 2016, certo?”

 As duas outras se entreolharam, em estado de choque, um misto de surpresa e confusão. Kara continuava perdida e sem entender o que se passava ali.

 “Certo?” Ela insistiu, tentando ganhar algum tipo de apoio. Mas nada, Alex e Karen estavam praticamente travadas na posição de descrença.

  “Meu Deus.”

 

 |S|

 

Porto de National City, uma e quarenta e cinco da manhã, Terra-39;

 

 Aquela era uma missão simples.

 Elas já haviam lidado com gente pior, antes. Estupradores, sequestradores, assassinos. Dessa vez seria apenas interferir numa entrega de carga; de acordo com suas fontes, pelo menos dois containers dos três estavam repletos de armas ilegais – tecnologia alienígena para todos os lados e de todas as cores, conseguidas das formas mais sujas o possível.  O terceiro contêiner, provavelmente drogas – alienígenas? Humanas?

 Mas vamos, Lorelai Luthor-Danvers e Jasmine Danvers-Sawyer já tiveram problemas maiores, nesses seis meses de heroísmo na surdina. Ninguém sabia quem elas eram. Durante o dia a Powergirl brilhava, mas aquelas duas conheciam o lado mais ambíguo das ruas durante a noite.

 E ainda arranjavam algum tempo para a escola durante o período da manhã.

 Não haviam problemas realmente preocupantes, nesse tráfico de armas ilegais. Apenas seis homens extremamente bombados – e com cara de invocados! - , três caminhões de carga e... aquilo eram metralhadoras?

 “Eles estão...” Jamie se deu ao luxo de engolir em seco, o rosto escondido atrás dos binóculos grandes. “Estão bem armados. Tipo, beem armados.”

 Essa era Jasmine “Jamie” Danvers-Sawyer, que tinha o tamanho de um pequeno chihuahua, mas a bravura de um pitbull adulto. Ela havia sido treinada por Maggie desde que tinha feito dez anos – sua mãe realmente se preocupava com essa coisa toda de autodefesa -, mas finalmente, achou um inimigo que a fizera tremer. Talvez aqueles caras fossem demais para ela, que tinha apenas dezessete anos e um físico meio magro.

 Lori Alura Luthor-Danvers, por outro lado, apenas resmungou.

 “Eu sou impenetrável.” Dissera a meio-kryptoniana, flutuando ao lado da prima dois meses mais velha. As duas, com máscaras para os olhos e roupas táticas do DEO – Lori com uma jaqueta de couro -, vinham fazendo isso há meses.

 “Limpando o lixo que Karen não conseguia tirar” Era o que Lori dizia para si mesma. Jamie já as via mais como uma espécie de vigilantes, mesmo.

 A filha de Maggie e Alex bufou.

 “Você é impenetrável. Se eu levar um tiro, mamá me mata.” Ela guardou os binóculos, ajeitando a postura. Estavam em cima de uma caixa d’água, aguardando pacientemente o momento para, enfim, entrarem em ação.

 Lori cruzou os braços, suspirando.

 “Ainda acho que deveríamos ter comprado umas rosquinhas. Eu tô faminta.”

 “E quando você não está?”

 A garota semi-alienígena balançou a cabeça de modo estranho, como se concordasse de certa forma. Depois de mais uns bons dois minutos de puro tédio e nada, ela puxou do bolso da jaqueta uma cartela de cigarros, amaçada e já no final. Pegando o último deles com os lábios, amaçou a cartela com a mão e socou-a de volta no bolso. Jamie estendeu a mão, pedindo o cigarro quando Lori o acendeu, e a Garota de Aço apertou os olhos azuis, fitando a prima com tamanho desprezo como se Jamie tivesse chutado um filhote de cachorro manco.

 “Nem vem cara, é meu último!”

 “Você é tão egoísta quando quer...”

 A pequena briga fora interrompida por um cargueiro de porte médio, que se aproximava do porto em uma velocidade considerável para um barco. Utilizando de sua visão raio-x, Lori pôde ver os tripulantes armados e tão amigáveis quanto os que os esperavam na baia. Dando uma última tragada no cigarro, apagou-o com a ponta dos dedos e o lançou longe.

 “Vamos lá, hora do show.”

 

...

 

 Lori nunca se considerou uma heroína. Ela poderia ter os genes incríveis da Casa de El, mas ela também tinha os genes terríveis da família Luthor. Karen era a estrela, a heroína de capa que honrava a memória de sua mãe morta. Lori era a bagunça, a decepção da mãe que estava viva. Karen tirava gatinhos de árvores, impedia assaltos à bancos e dava lições de moral em praticantes de bullying. Lori quebrava narizes e tinha as mãos sujas de sangue.

 Mas ela nunca matou. Ela era uma Luthor, mas alguma porcentagem de Danvers ainda existia ali dentro.

 Naquela noite, as coisas fugiram do controle. Jamie levou um tiro no ombro – e apesar de Lori derrubar quase todos os agressores armados e explodir os containers e caminhões com sua visão de calor, ela nunca tinha estado naquela situação. De impotência.

 Enquanto ela estava ocupada destruindo os veículos de fuga, Jamie fora atingida. E quando ela foi até a prima, viu que Jamie estava com uma arma na cabeça, sendo mantida como um escudo humano pelo homem que sangrava pelo nariz e parecia estar nervoso.

 A saída era simples; Lori poderia matá-lo ali mesmo. Ela tinha esse poder, e seria como matar uma formiga minúscula e insignificante. Era isso que ele era, mesmo. Pequeno e desnecessário. Mas ela não conseguiria nem se quisesse. Lori não era uma assassina.

 “Você nunca matou alguém, não é, garotinha?” O homem berrou no ouvido de Jamie para Lori ouvir, sempre pressionando a maldita pistola contra a têmpora sangrenta da garota pequena. “Pois eu já! Dê mais um passo e ela m-”

 Disparo! E ele caiu por cima de Jamie, nas costas o sangue minava e manchava a camiseta escura. O furo de bala era fundo, escuro e feio.

 Lori nunca matou. Mas Maggie Sawyer já. E vendo sua filha e sua outrora sobrinha naquela situação, ela apenas tinha mais certeza de que esse era o certo a se fazer.

 As sirenes das viaturas de polícia começaram a se aproximar de forma enlouquecedora. Lori correu até Jamie, que gemeu dolorosamente após ser retirada de baixo do brutamontes agora morto. Ninguém se atrevia a olhar para Maggie.

 “Vamos levar Jasmine para o hospital, e eu quero explicações chegando lá.”

 Nenhuma das duas ousou contrariar as ordens da detetive Sawyer.

 

|S|

 

 Hospital de National City, três e dez da manhã, Terra-39;

 

 Jamie estava bem. Nada que um curativo e uns bons analgésicos não pudessem resolver. Ela era durona. Mas não tanto quanto Maggie.

 A policial olhava para as duas adolescentes numa mistura árdua de raiva, decepção e curiosidade. Do lado de fora do hospital, Jamie e Lori estavam encostadas – praticamente dentro – da parede, enquanto Maggie tinha os braços cruzados e aquela expressão nem um pouco legal de “eu não acredito que você fez isso” que todo mundo já recebeu vez ou outra da mãe ou do pai. Lori, porém, quase via comédia nisso tudo, porque enquanto Maggie sofria para chegar aos um e sessenta de altura, Lori tinha um e setenta e três, sendo mais alta até mesmo do que Karen – e tendo a mesma altura que Kara.

 “Há quanto tempo estão nisso?” Fora a primeira pergunta e ambas já se sentiam num interrogatório de verdade. Maggie definitivamente estava usando suas técnicas policiais nessa, mas não é como se alguma delas tivesse os culhões para reclamar.

 “Primeira vez.” Lori soltou em reflexo, mas sem desfazer a cara de nada. Era uma maldita mentirosa nata.

 Maggie, porém, só pareceu se enfurecer mais ainda – se é que é possível. Ao menos, se ela tivesse um treco, já estavam num hospital.

 “Lena Luthor levanta a sobrancelha quando mente, e você também faz isso, Lorelai. Há quanto tempo estão nisso?” A detetive reforçou, e Lori não pôde deixar de se sentir irritada ao ser comparada com Lena. Ela detestava sua mãe humana, e o fato de ser tão parecida com ela era quase que uma zombaria do universo. “Estamos há seis meses praticamente recebendo os criminosos mais perigosos de bandeja quase que toda semana. Foram vocês esse tempo todo, não foram?”

 Lori apenas assentiu, mas Jamie, que não sabia mentir para Maggie, quase que chorou um; “Sí, mamá.”

A mulher Sawyer passou as mãos pelo rosto, cansada e enfurecida. Ela amava essas garotas, e não queria vê-las seguir por um caminho que já lhe custou pessoas queridas e amadas. Elas eram jovens, e já estavam nessa trilha terrível de perdas e problemas.

 “Vocês são adolescentes, pelo amor de Deus! Ajam como tal! Suas preocupações deveriam ser amigos e notas boas, não traficantes internacionais! O que Alex pensaria disso? O que Karen pensaria disso? Você levou um tiro, Jasmine! Um maldito tiro! Você poderia ter morrido! E você, Lorelai, eu sei que você se acha inatingível, mas até os homens de aço caem! Você não quer terminar como-”

 Maggie se segurou de última hora, mas Lori entendeu bem o que ela quisera dizer.

 “Você não quer terminar como Kara.” 

 Você não quer terminar como sua mãe morta.

 “Vamos. Vamos embora.” Maggie murmurou, de repente, sentindo um peso no peito. Ela não queria que tivesse terminado assim.

 No caminho de volta para casa, Lori não disse nenhuma uma palavra.


Notas Finais


Momento das irmãs Danvers <3
Karen <3
Lori é uma sad girl fumante e que arrasta a prima pras tretas, mas ela é legal k c:
Pra quem se perguntou, sim, Sanvers estão divorciadas (MEU OTP AAAAA) ;c Só dá merda nessa realidade, e isso que a tristeza nem começou ainda. Quem é sertanejo raiz perto do mundo sofrendo a perda da Kara lol
Ah, e para os leigos, Jamie é filha da Maggie nos quadrinhos. Sim, a Maggie tem uma filha e por isso não faz SENTIDO NENHUM Sanvers terminar por causa de crianças
Me segura que agr eu tô puta


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