Maio, penúltima quinta-feira
Já havia se passado dois meses desde a viagem para a Ilha Jeju, e desde que o meu humor tem melhorado depois da conversa com o Jungkook. Em questão de semanas eu já estava acostumada com esse novo tipo de rotina, que a vida e meus pais me proporcionaram.
- ‘’Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e fazer feliz por inteiro. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.’’ – A professora de redação ditava a frase da apostila que ela havia entregado nesta manhã. – A tarefa de vocês é fazer uma redação sobre o amor, podem escolher contar uma história romântica ou apenas uma dissertação sobre esse sentimento tão confuso. – a senhora sorriu – Quero para quinta que vem, ok? – Ela pegou seu material e saiu de sala
Suspirei me recostando na parede com os olhos fechados. Amor não era lá o que eu me importava tanto assim, há anos que eu não me questiono sobre ele para saber como ele está. É um sentimento que eu acho muito bonito e admirável, para falar a verdade, mas não é algo que sirva para mim.
E eu estou falando daquele amor, amor com o parceiro, ter amor com ele
E se estiver pensando em sexo, vá jogar água benta na sua cabeça, seu tarado.
[...]
- Hoje tem baleado? – perguntei enquanto descia as escadas ao lado de Jungkook para ir ao pátio, e ele negou com a cabeça – Amém, vai poder ficar com a gente então dessa vez, não é?
- Não ... – ele sorriu de uma forma sem graça, e me encarou, e relaxei meus ombros perdendo a animação – Tenho que falar uma coisa com o Jackson e o Yugyeom, provavelmente eu ficarei o intervalo inteiro com eles – assenti com a cabeça, enquanto formava um bico nos lábios e ele começar a rir
- Tá me trocando! – resmunguei
- Não, eu não tô. – o moreno riu da careta que fazia, abrindo um sorriso que eu insistia em dizer para ele que era tão fofinho quanto um coelho – Bom intervalo, Nae. – deixou um selar na minha testa e saiu correndo, me deixando ali parada com um sorriso bobo no rosto
Por que eu estou sorrindo assim mesmo?
[...]
- Parece que a professora de coreano vai pegar o resto de pó satânico da de redação, pegar essas ideias ai de amor, e fazer uma peça – Jisoo e Changkyun conversavam animadamente, enquanto eu estava com meus pensamentos bem longe dali.
- A gente se fodeu legal então né, se bem que é só isso que o 9°ano faz de melhor, se foder – O garoto balançou a cabeça suspirando, enquanto Jisoo ria alto e concordava com a cabeça. – Não acha Naeun?
- Hum? – olhei para os dois que me encaravam, esperando a resposta – Ah, sim, claro... – Apenas concordei, dando de ombros e um sorriso pequeno
- Você está distante, Nae. – Jisoo se aproximou de mim, se sentando mais ao meu lado na escada, com um sorriso maroto nos lábios – Parece apaixonada – arregalei meus olhos, e Changkyun começou a dar uns gritos
Qual o problema desse garoto?
Puta que pariu.
- AMÉM MEU DEUS DO CÉU, É PELO JUNGKOOK! – O maior levantava os braços em direção ao céu, se ajoelhava em um degrau da escada, enquanto Jisoo gargalhava
- O quê?! Não, pelo amor de Deus. – revirei os olhos, desviando o meu rosto pro lado oposto de onde elas estavam
- Ih, olha lá! Ficou até vermelha – A garota gargalhou enquanto apontava para mim, bem que senti meu rosto começar a esquentar
Oh merda
- JUNGKOOK, JUNGKOOK, JUNGKOOK, JUNGKOOK! – Changkyun gesticulava com as mãos que nem uma líder de torcida animando o público para o jogo
- Querem parar? Sabem que eu não gosto dessas coisas de amor – cruzei os braços
[...]
- Apesar de ser uma das histórias de amor mais simbólicas da luta por igualdade social no Brasil, também é conhecida por causa do seu final triste e melancólico, embora a afeição entre ambos seja algo realmente lindo. Olga foi uma conhecida militante comunista que resolveu fugir para Moscou, cidade auge da revolução comunista. Na capital da Rússia, Olga é encarregada a acompanhar Luis Carlos Prestes na liderança do Golpe Comunista no Brasil, à primeira metade do século XX. Porém, o convívio junto com a admiração fez ambos se apaixonarem de modo profundo. - a professora puxou ar para poder respirar - Embora o amor tenha sempre aumentado, a revolução fracassou e Olga acabou sendo presa junto com Prestes. A política os separou. Ela, grávida de seis meses, foi enviada ao campo de concentração nazista, morta na câmara de gás. – Minha professora de geografia explicava para a gente sobre o assunto.
Estávamos estudando sobre a Segunda Guerra Mundial nas aulas de Geografia, que por sinal, é a parte preferida minha dessa matéria
Geografia Histórica
A Geografia Geografia é chata, não gosto não
- Parece que hoje o assunto é amor né – Yugyeom comentou sentado ao meu lado, enquanto eu brincava com as unhas dele
Sim, eu brinco com as unhas dos outros. Me deixem com as minhas manias estranhas.
- Sim – dei de ombros
- Ahhhhh! Eu shippo Olga e Luis – Jackson se pronunciou, e a sala caiu na gargalhada concordando com ele
Inclusive a professora
- Eu também shippo, Jackson – a professora riu enquanto apagava o quadro
- E você sabe o que é ‘’shippo’’, professora? – Dongyul, que por algum milagre veio para aula, perguntou enquanto ria baixinho junto da Dahyun
- Mas é claro que sim, acha que eu sou uma desinformada, Donghyul? – a mais velha riu e começou uma conversa sobre shipps e essas coisas
- Nae. – senti o dedo cutucando o meu ombro por trás, e eu olhei vendo o Jungkook – Er... Posso conversar com você no final da aula?
Por um minuto, senti o meu coração acelerar por alguma razão, mas ignorei isso, e assenti com a cabeça sorrindo
- Claro
Jungkook e eu conversamos sempre, não sei porque esse nervosismo agora meu
Eu hein, Naeun
Você é maluca.
[...]
- O que quer falar comigo? – O maior me puxava pela mão para o corredor estreito que tinha no nosso andar, onde ficava os banheiros, a sala do 7°ano e a sala da nossa professora de SOE.
Ele ficou em silêncio, parando no meio do corredor, em frente ao banheiro feminino
- É, eu não sei como falar isso – Jungkook sorria meio sem graça, enquanto coçava a nuca
- BANHEIRO! – Ouvi a voz do Yugyeom no fundo do corredor, e quando notei, eu e Jungkook fomos empurrados para dentro do banheiro na velocidade da luz
- QUE PORRA É ESSA?! – Bati com um punho na porta do banheiro, bem puta. Fiquei mais puta ainda quando notei que trancaram aquela desgraça de pedaço de madeira
- LINDA, EU QUERO PEGAS – Ouvi a voz do Changkyun, aquele desgraçado
- SÓ VÃO SAIR DAÍ DEPOIS QUE EU SOUBER DE KISS – Jisoo gritou enquanto gargalhava alto
Era só o que me faltava
10 minutos depois
Eu estava sentada em cima da mesinha da pia, balançando as minhas pernas com tédio, e Jungkook estava encostado em uma das portas de cabine do banheiro, me olhando
- Você tá um bom tempo me olhando – o encarei de volta, e ele arregalou os olhos, ficando com as bochechas vermelhas. Que fofinho. – E disse também que queria me contar algo, o que foi?
- Aigo, é que... – suspirou pesadamente, bagunçando seu cabelo frustrado, voltando a me encarar logo depois, e se aproximando de mim aos poucos
- Jungkook, o que foi? – o olhei confusa.
E fiquei mais confusa ainda, quando ele segurou em meu rosto delicadamente e
Selou nossos lábios.
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