O que eu, o dono do lixo deveria fazer com o cachorrinho?
Essa comparação nem era engraçada, mas pensem comigo, eu sabia que alguma coisa estava errada, então eu automaticamente estava triste.
— Anda Hanbin, que merda está acontecendo.
Desta vez eu havia saído um pouquinho fora do controle e apertei o braço do outro com mais força do que havia pensando.
— Jiwon... Você está me machucando... – O garoto arregalou os olhos, e eu senti uma grande vontade de fraquejar.
De fingir que aquela garota não existia, de beija-lo até não aguentar mais ficar sem ar, eu queria te-lo apenas para mim, mas eu estava cansado de não ter respostas.
Eu soltei o braço de Hanbin e me mantive em silêncio saindo do banco que estava e também da arquibancada.
Mas infelizmente eu nunca posso ter paz quando quero.
Enquanto eu estava indo para o banheiro dois pezinhos me seguiram.
— Onde você vai?
A maior função de Hanbin era me tirar do sério.
— Vou no banheiro, você não está vendo?! Então deixa que eu te apresento, Hanbin esse é o banheiro.
Eu me mantive de costas a ele para falar isso e continuei meu caminho ao banheiro e rapidamente entrei ao local e bati a porta com força.
Logo fui em direção a um das pias e abri a torneira da mesma e sem muita demora já estava jogando aguá em meu rosto.
— Jiwon...
E mais uma vez era ele.
Desliguei a torneira e sequei meu rosto com minhas próprias mãos enquanto o observava pelo espelho.
— O que você quer? - Disse me virando a ele com meus braços cruzados.
— Jiwon...
Ele repetiu a frase enquanto se aproximava de meu corpo e logo tentava pegar meu braço, só tentava mesmo, pois eu sempre desviava do mais baixo.
— Eu sei meu nome, Kim Hanbin. - E mais uma vez eu provavelmente iria me arrepender do que podia falar e mais tarde iria correr para os braços dele, mas seria mais tarde e não agora.
— Não me chame assim. - Sua voz saía extremamente baixa.
— Não é seu nome?
Como minha paciencia estava esgotada, a melhor coisa se fazer era sair daquele local.
Então me virei, e quando eu estava começando a caminhar uma mão segurou meu braço, pela terceira vez no dia.
— Me solte.
— Apenas me escute.
Em um ato automatico, virei meu rosto e o pude ver de cabeça baixa.
Não é hora de fraquejar, Jiwon.
— Você irá me explicar o que está acontecendo?
Hanbin engoliu a seco e movimentou seu rosto em uma negação.
Sacudi meu braço para que o garoto me soltasse mas em vez disso ele apertou ainda mais minha pele.
— Não quero que me deixe.
Aquela frase fez meu coração apertar e também me fez abaixar meu rosto.
Deixa-lo? Nós não tinhamos tanta intimidade para ele falar esse tipo de coisa, apesar que na última semana eu contei básicamente minha vida toda a ele, não toda pois seria exagero mas vocês me entenderam.
Senti meu braço ser apertado com ainda mais força então voltei de minhas viagens.
— O que quer?
Quando percebi hanbin estava em minha frente, espera quando ele veio para minha frente? Ele ta se teletransportando?
Virei meu rosto para um lado e para o outro tentando entender como ele havia mudado de lugar.
— Você me assusta quando faz isso.
E em menos de segundos o garoto já estava com seu corpo extremamente perto do meu e sua mão acariciava minha bochecha.
Como ele fazia aquilo rápido demais?
Quem era Barry Allen perto de Kim Hanbin?
— Por favor, fala isso, meu nome é Kim Hanbin e eu sou o homem mais rápido do mundo, por favor!
E nós dois caímos na gargalhada juntos, e isso me fez sentir tão bem, por breves segundos.
Droga, a minutos atrás eu estava com raiva dele.
E eu como deveria ser o Zoom da série, mudei minha expressão de personagem do bem para vilão, enquanto hanbin ainda mostrava os dentinhos.
— Jiwon... Você fica mais bonito sorrindo. - Sussurrou enquanto desmanxava seu sorriso.
Agora o cachorrinho que rasgou o lixo, parecia mais uma criança que deixou seu doce cair.
Subi minha destra até a mão de Hanbin que ainda permanecia sobre meu rosto e a tirei de minha pele, mas o garoto continuava com a mão sobre meu braço.
Claro, que se eu quizesse a tirar dali, já tinha a tirado, mas meu lado trouxa não deixava.
— Hanbin me solte.
Para ajudar o menor era insistente e apertou meu braço agora com as duas mão.
— Eu já disse, não quero que me deixe! - Falou aproximando seu rosto do meu, e logo virei meu mesmo, fazendo com que os lábios do garoto batessem contra minha bochecha.
Aquilo parecia mais um capitúlo bem dramatico de RBD, e eu não tava gostando daquilo não.
— Caralho, para com isso, faz menos de um mês que nos conhecemos e você acha que pode usar essa frase pra me deixar fraco ou com pena de você? Você tem razão essa frase faz isso comigo, ainda mais que eu me abri totalmente com você! E você ficou escondendo coisas de mim, ainda esconde, então pensando assim não será eu que estou deixando você, e sim você que está me fazendo o deixar, agora da pra soltar a merda do meu braço.
Eu nunca havia falado tanto ''você'' na minha vida inteira e também nunca tinha falado tanto como falei, pelo menos consegui fazer com que ele soltasse meu braço.
E também o fiz sair correndo do banheiro com as mãos sobre o rosto.
Mas... Eu não tinha pegado tão pesado com ele, certo?
Eu estou dizendo aquilo parecia uma daquelas brigas de Miguel e Mia, legal de série americana passamos para novela mexicana.
A melhor coisa a se fazer agora era ir para casa.
Saí do banheiro olhando para os lados, pra ver se o menor ainda estava ali, não que isso me importansse - talvez só um pouquinho - e também para me inspirar em um personagem já que se eu o visse iriamos ter mais um capítulo.
Mas não, ele já não estava.
E pelo o que tinha visto o jogo já havia acabado, nós tinhamos ficado tanto tempo ali?
— Bobby!
Ouvi a voz feminina me chamar enquanto eu estava passando pela a porta do ginasio, virei meu rosto e sorri ao ver Jennie logo atrás de mim.
— Já acabou o jogo?
— Houve alguns probleminhas e mandaram parar o jogo, hey! Você não estava olhando o jogo?
— Não pude olhar, eu estava com sono demais e acabei dormindo.
Aham, dormi tanto que até entrei em programas de televisão.
Sem que eu esperasse, a mais baixa bateu com força sobre meu ombro.
— Sei! Eu vi você indo para banheiro com aquele menino, agora me diga, é radical transar no banheiro do ginasio? Não melecaram tudo né?
Eu caí na gargalhada com aquilo e em troca recebi um novo soco só que ainda mais forte em meu ombro.
— Que? Você ta maluca? Você acha mesmo que eu iria usar meu corpinho maravilhoso naquele banheiro?
— Então foram só preliminares?
Ela dizia aquilo com a maior normalidade e eu voltava a cair ainda mais nas gargalhadas.
— Você vai me fazer passar mal aqui, cala boca.
Vi a garota revirar seus olhos e mostrar a língua para mim enquanto eu ainda ria, e agora nem sabia mais o motivo.
— Você continua sendo o mesmo pateta de sempre! - Sussurrou se aproximando de mim, e em menos de um minuto a garota levantou as pontas de seus pés e bateu em meus cabelos.
As pessoas hoje haviam tirado o dia para me agredir, e eu não tava gostando nada disso.
Apesar que ela poderia me ajudar com o que estou passando, afinal ela era uma menina, né?
— Você é uma menina, né? - Como eu conseguia perdir conselhos assim?
A mais baixa olhou para mim e olhou para seu corpo, e voltou o olhar para mim.
— Olha, pelo o que eu sei, eu sou sim uma menina.
Bati com força minha destra em minha testa, e voltei a rir, mas agora estava rindo de mim mesmo, agora eu entendia Tae e Hanbin por sempre estarem rindo da minha cara.
— Não era essa pergunta que eu queria te fazer... Eu acho que estou gostando de uma pessoa mas ela parece aquelas personagens de novela mexicana.
— Ai, eu odeio novela mexicana, de triste eu já tenho minha vida pra que irei querer olhar aquilo?
Eu não sei se estava falando com uma garota ou sim com uma versão feminina de mim, apesar que versão feminina automaticamente é uma garota, espera que?
— Para de falar que sua vida é triste, o virús de Hanbin tá te pegando também?
— Hanbin? É o boyzinho do sexo no banheiro?
E voltamos ao sexo que nem fizemos no banheiro, pois se tivesse sido sexo eu estaria feliz e não triste, poxa.
— Tirando a parte do sexo, sim ele é.
Enquanto eu falava isso ao meio de bocejos, Jennie segurou em meu pulso e me guiou até um banco perto dali, onde segundos depois sentamos.
— Ai conta essa historia de uma vez! Sou bem curiosa!
A garota bateu sobre meus cabelos enquanto eu começava aquela história, a história que vocês já sabem decor e salteado, e se não sabem vão tratar de decorar, por favor.
Depois de longos minutos contando a história, sendo que a maioria deles eu era interrompido pela menor para que ela fizesse uma pergunta boba, Jennie era extremante detalhista.
No final, que a história estava toda contada e as perguntas de Jennie como ''que roupa ele usava?'', ''hmmm, você gostou né?'' entre outras ainda piores estavam respondidas, a garota me olhou como se fosse minha mãe e eu a tivesse a decepcionado.
— Você ta me assustando, o que foi?
— Bobby, o menino passou esse tempo todo te dando mole e você nem pra tirar a casquinha dele.
— Que? Tá achando que o Hanbin é sorvete, ele é real, ta.
Em troca recebi um novo tapa na cabeça, lembra quando disse que eu era o mascote de Hanbin?
Então, agora eu estou na carrocinha porque estão me maltratando.
— Sua burrice me irrita.
A garota levantou do banco e começou a caminhar, e eu como adoro correr atrás de quem me fazia de trouxa, isso é indireta pro Hanbin, fui atrás da mesma.
Eu não sabia mais o que eu tava fazendo da minha vida.
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