Eu estava tão destruído.
Já fazia mais de uma hora que eu estava jogado sobre a cama enquanto chorava cada vez mais, dessa vez não era drama.
Eu até fiquei surpreso de não morrer desidratado de tanto choro que saiu de meus olhos, eu estava zoando, mas na verdade estava extremamente triste.
E quem não estaria?
Eu basicamente fui um brinquedinho na mão de Hanbin e nem foi aqueles bonecos caros, foi apenas um daqueles mordedores de criança, sabe?
Pelo menos, não teria quer voltar novamente para a aula, mas também não poderia voltar para o treino de basquete e por que?
Por causa de Hanbin.
Ele era o culpado de toda a desgraça que rodeava minha vida e acho que se eu continuasse falando o nome do narigudo ficaria ainda pior.
E foi pensando e chorando muito que acabei caindo no sono.
Um sono nada agradável para falar a verdade, porque a cada cinco minutos eu acordava com a frase “Ele tem uma namorada” ecoando sobre meus pensamentos, e aí eu voltava a chorar.
Foram tantas as vezes que isso aconteceu que até acabei desistindo de dormir.
E para ajudar eu estava com muita dor de cabeça, o choro não iria me desidratar e sim “explodir” minha cabeça.
Já que eu não tinha nada de ânimo para fazer alguma coisa, resolvi pegar meu celular, e como sempre conferir a senha dele que eu havia anotado na parede.
Tinha sido uma péssima ideia ter o desbloqueado porque eu pude ver umas quarenta mensagens, em formatos de textos, daquele narigudo, vulgo não pronunciarei mais o nome.
E claro que eu nem as abri e já as exclui de cara, não vou negar, eu estava extremamente curioso para saber quais seriam as desculpas ruins do narigudo, mas não estava com cabeça para ler, depois disso fiquei alguns minutos pensando se iria mesmo apagar aquele número.
Eu era tão trouxa a ponto de não querer apagar o número dele depois de tudo o que ele havia feito para mim.
E foi com os olhos fechados que consegui clicar em “Excluir número”.
Estava até mais aliviado por ter conseguido fazer aquilo e agora, o que eu iria fazer para não ficar no tédio?
Eu poderia desabafar e também desabar na frente de Jennie, assim ela também irá ver que eu não era o errado da situação, é eu iria mesmo atrás dela.
Assim fui, até a casa da minha vizinha e quando cheguei fiquei até com medo.
ChanWoo e ela estavam se engolindo, eu me perguntava em como um não estava sobre o estômago do outro.
Mas como eu não tinha nada mesmo para fazer e estava bem triste, iria começar a incomoda-los.
— Se vocês estão com fome, vão comer comida. — Quando eu basicamente gritei aquilo, o pessoal deu um pulo.
— Ah, Oi Jiwon, tudo na boa? — E esse era ChanWoo tentando conter sua vergonha.
— O que você quer aqui, Jiwon? — A delicadeza da garota me surpreendia.
— Parece que ChanWoo não conseguiu só seu número. — Um grande sorriso se abriu aos meus lábios.
— Jiwon! Vá atrás do seu namoradinho e não estrague o clima daqui! — A mais baixa de agarrava ainda mais no corpo do garoto.
E ouvir aquela frase me fez engolir a seco.
A palavra “Namorado(a)” não me fazia bem e saber que ela estava se referindo a Hanbin, doía ainda mais.
— Vim aqui exatamente para te contar que eu nunca fui o errado da situação. — E minhas lágrimas já voltavam a encher meus olhos.
— Jiwon, o que aconteceu? — Jennie se desfazia do abraço do outro e logo parou em minha frente.
Provavelmente agora ChanWoo estava querendo me matar.
Eu acabei contando tudo o que havia acontecido para Jennie, e destaque que eu não precisava ter levado aqueles tapas que a garota havia me dado.
— Jiwon! Ele fez isso mesmo com você? — A menina me olhava triste.
— Fez sim! — E eu como antes já estava chorando.
— Eu vou matar aquele menino! — Jennie começou a andar foi quando ChanWoo a segurou que a mesma parou.
— Gatinha, eu estou ao lado do Bobby também, mas acho que isso é assunto dos dois e é eles que tem que se resolver.
— Eu vou resolver é nada, não quero ver mais a cara dele nem pintada de ouro, só se for ouro de verdade.
E os dois começaram a rir enquanto eu estava parando de chorar.
— Acho que você deveria saber o porquê do desespero dele. — ChanWoo falava e eu só ouvia “Bla Blá blá.”
— Mas ele fará mal para o Jiwon, Oppa!
A garota que me agredia com um travesseiro no dia anterior não estava mais no corpo de Jennie, ela estava agora agarrada ao corpo do outro.
— Não sabemos os motivos dele ainda, gatinha.
Gatinha a Jennie? Acho que confundiu os animais, porque ela é um cavalo.
Depois de ganhar tanta lição de moral, eu resolvi sair dali.
Eu não iria ouvir nenhuma das palavras daqueles dois mesmo.
Agora eu andava sem rumo e para ajudar eu pensava naquele narigudo.
Se eu soubesse que faltar aula dava castigo, eu não teria... Não, pensando bem, é claro que eu faltaria.
Poderia voltar para o time de basquete, já que não tinha mais Hanbin para atrapalhar, mas tinha a filha do treinador, que só me encheria minha cabeça.
Foi aí que resolvi que chamaria Donghyuk, e seu namoradinho é claro, pra dar uma volta, porque já estava enjoado daquele café.
Mandei algumas mensagens para o casal, e claro que recebi emojis como respostas, Yunhyeong não aprendia o quão emojis eram chatos.
Continuei a caminhar até o ponto onde o casal me encontraria, e tive uma grande surpresa, pois June estava passando por ali.
Eu apenas caminhei de cabeça erguida, iria mesmo fingir que ele não estava ali.
— Bobby! Eu sei o que aconteceu! Eu quero explicar a minha parte da situação! — Merda, plano de ignorar foi falho.
— Não tô afim de saber, Anãozinho já me contou bastante coisa e pelo que eu saiba você também é um traidorzinho.
— Bobby! Jinan entendeu tudo errado! Me escute.
Aquela frase inteira me lembrava Hanbin, meu coração apertava toda vez que aquele nome vinha em minha cabeça.
— Eu não quero mesmo saber, sabe o significado de “Não tô nem aí”? É exatamente o que estou, nem aí.
Eu abaixei meu rosto e continuei a caminhar, com passos rápido e engolindo o choro.
Quando cheguei na praça, os meninos ainda não estavam, então como uma pessoa normal cai em choro, pela terceira vez no dia.
— Jiwon, o que aconteceu? — Essa era a voz de Donghyuk.
— Hanbin me fez de brinquedo, Dong! — Meu soluços se misturavam com minha fala.
— Não seu bobo! Ele gosta mesmo de você! Dá pra ver no olhar dele! — Donghyuk falava sorrindo e eu retribuía chorando.
E foi aí que comecei a contar toda aquelas histórinha de mal gosto, eu chorei ainda mais é isso fez com que minha cabeça começasse a doer.
Donghyuk e Yun, que também estava ali, me olharam com seus lábios entreabertos.
— É melhor você desistir, esse cara já te fez merda demais. — Yunhyeong pronunciava baixo.
— Não! Você não pode desistir! — Donghyuk batia sobre a barriga de seu namorado. — Bobby! Eu reconheço um olhar apaixonado! E ele está apaixonado por você! Eu sei que está!
— Donghyuk! Ele brincou comigo! Você não ouviu o que acabei de falar?
— Bobby! Escute ele! Ele deve ter algo para te contar! Bobby, posso afirmar com toda minha certeza que ele gosta de você! — O garoto voltava insistir e eu apenas revirava os olhos.
— Amor! Acho que não é o melhor momento para falar isso a ele! — Yun falava em um tom baixo perto de seu namorado.
— Não Yun, ele precisa ver o quanto o narigudo deve gostar dele!
— Você também faz parte do clubinho de defensores do Hanbin, Donghyuk? Ou você já sabia da história antes?
Era para os dois ficarem ao meu lado e não defenderem o único errado nessa história.
— Pra começar eu nem faço ideia de quem seja a namorada dele, eu apenas vejo o que essa sua cabeça pequena não vê! — E mais uma vez Donghyuk falava caquinha pela boca.
— Você que é cego. — Eu já estava extremamente irritado então apenas me virei aos dois.
— E você precisa de óculos! Pois não está vendo as coisas direito! — O loiro gritava enquanto eu continuava a caminhar, para bem longe daqueles dois.
E eu achando que Donghyuk era o melhor conselheiro do mundo, fui enganado.
Agora eu já não sabia mais para onde ir, não tinha nenhum lugar onde eu gostaria de ir, talvez pra casa para voltar a chorar até dormir, não seria uma má ideia até.
Caminhava lentamente, não queria mesmo voltar para casa e chorar, mas eu estava cansado e precisava dormir, e não acordar.
Quando cheguei a frente da minha casa, o carro do meu irmão estava lá.
Ou ele iria me bater ou apenas tentar pedir desculpas.
Não tava afim de nenhuma das opções, até porque quero minha cara lindinha e também não tava afim de ouvir mais um dos defensores do Hanbin.
E falando em Hanbin, ele estava lá, espera, o que ele estava fazendo lá?
Eu estava e não estava afim de saber, mas o sono me perturbava, então eu teria que ir para lá.
Quando cheguei, um grande sorriso aos lábios do narigudo se abriu.
— Jiwon! É bom te ver por aqui! — A voz do mais baixo era doce, mas um doce estragado.
— Essa é minha casa, ué.
— Filho! Que bom que você chegou bem na hora da mudança! — E esse era meu appa, todo sorridente.
Espera, mudança?
— Como assim, mudança? — Eu olhei para Hanbin, e esse agora olhava para baixo.
— Seu namorado, o Hanbin, vai passar um tempo morando aqui.
Aquilo só podia ser uma pegadinha.
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