História What am i to you? - Longe de mim

— Você só pode estar zoando com a minha cara? — Eu estava rindo, mas rindo de nervosismo mesmo.

— Mas não era o que você queria? — Meu appa me olhava confuso.

— Queria, agora quero ele longe de mim!

E eu ouvi um som de choro vindo do mais baixo, merda, ele estava ali.

— Kim Jiwon! Não fale desse jeito! Onde está a educação que lhe dei? — A voz do mais velho era assustadora, agora a merda ia ficar bem pior.

— Jiun não contou ao senhor, o que eles fizeram?

— Não! E nem quero saber! Hanbin ficará sim com a gente por alguns dias e você será educado, entendeu, Kim Jiwon?

— Senhor, eu acho que irei procurar outro lugar para ficar.

Graças a deus, né?

— Não Hanbin! Você ficará aqui. — O mais velho olhou diretamente para mim enquanto pronunciava aquela frase.

— Hanbin vai entrando e eu vou saindo.

Eu realmente iria sair, mas meu braço foi puxado pelo mais velho.

— Você já saiu demais por hoje! Vai ficar aqui e ajudar Hanbin com as coisas, eu vou dar uma saída.

Merda, merda, aquilo só podia ser brincadeira.

— Senhor! Eu posso me virar sozinho! — O mais baixo sussurrava em um tom baixo.

— Jiwon ficará com você e te auxiliara no que for preciso.

Eu estava totalmente na merda.

— Ficarei no meu quarto, isso sim.

Senti um braço segurar meu ombro, mas logo este soltou.

— Senhor! O deixe ir para o quarto, irei me virar. — Hanbin é independente, pessoal.

Então eu continuei a andar em direção ao meu quarto, eu precisava dormir, mas com o motivo de meus pesadelos dentro de minha casa, eu não iria conseguir.

Quando entrei ao meu quarto tranquei rapidamente minha porta, não queria que aquele intruso viesse aqui.

Em outros dias, eu estaria feliz que Hanbin estivesse sozinho na minha casa comigo, mas como é agora, eu estava triste ou com raiva, não sei.

Ouvi passos vindo em direção onde eu estava, mas me mantive tranquilo afinal, o narigudo não iria conseguir me pegar.

— Jiwon! Sou eu! — Era a voz de meu appa.

Não vou mentir, eu estava com certa medo de um chinelo se transportar para meu quarto e parar em minha cabeça.

— Sim, appa? — E esse era eu fingindo que estava calmo.

— Eu não sei o que Hanbin fez para você, mas por favor o trate bem, tente pelo menos, pelo que entendi, ele está em uma situação difícil em casa.

Claro situação difícil, ou enganando você.

— Ta, ta, eu vou.

— Por favor! — Logo ouvi os passos de meu appa de afastando e logo a porta, de longe, se fechando.

Agora estava mesmo apenas eu e Hanbin dentro de casa.

E aquilo me fazia virar e revirar na cama, até que ouvi uma batida fraca na porta.

— Bobby, sou eu... — Era a voz de Hanbin, merda.

— Desculpe, meu ouvido não ouve pessoas falsas.

— Bobby, por favor, me escute! — E mais batidas eu podia ouvir.

— Não quero! Estou ocupado escutando o ar.

— Por que você é tão infantil, droga? — Ouvi um suspiro saindo dos lábios do mais baixo.

Não vou mentir, aquilo me deixou com certa raiva, então me levantei e andei até a porta, e a abri na maior cara de pau.

— Infantil, jura? Achei que a criança aqui fosse você e eu o brinquedo descartável que você quebra.

— Jiwon! Por favor deixe eu falar com você!

— Você já falou, e falou demais. — Eu como uma pessoa maravilhosa, bati a porta no nariz do mais baixo.

Eu pude escutar os choros vindo do mais baixo, mas ignorei.

O drama dele era tão bom, mas tão bom, que até eu estava ficando com pena dele.

Mas eu não iria cair nessa tentação, e logo ouvi os passos do mais baixo se afastarem.

Eu estava livre, por enquanto.

Eu tentava dormir, mas me movimentava ainda mais sobre a cama.

Só consegui pensar no sentimento que eu tinha por aquele garoto, mesmo com todos os problemas dele e com as merdas que ele me fazia.

Merda, eu não podia ficar naquela casa, se eu ficasse iria acabar bancando o trouxa mais uma vez.

Estava abrindo a porta quando percebi o mais novo sentando ao chão.

— Hanbin? — Me aproximei do mais baixo e cutuquei levemente o ombro desse.

O garoto levantou o rosto e seus olhos se abriram, ele estava mesmo dormindo na frente de minha porta?

— Oi Jiwon, eu não sabia onde eu iria dormir, então sentei aqui para o esperar.

Não vou mentir, aquilo apertou meu coração, então era por isso que ele estava batendo em minha porta?

— Bem, poderia ter falado. — Esse era eu mesmo sem jeito.

— Não queria incomodar você! — Hanbin sussurrava aquilo enquanto passava seus dedos aos seus próprios olhos.

Se eu não estivesse com raiva, poderia dizer que era a coisa mais linda do mundo.

— Bem, você pode sei lá, se ajeitar no quarto de hóspedes, que fica ao lado do banheiro. — Eu não podia dar muita moleza, afinal ele havia me enganado.

— Bobby... Eu não sei onde é o banheiro.. — O garoto falava com sua cabeça baixa.

Legal, teria que fazer um tour pela minha casa, com ele ali.

— Meu appa não te mostrou onde ficaria? — E lá estava eu, indo bem a frente de Hanbin.

— Não! Ele, na verdade, disse para que você me mostrasse.

Merda, tudo tinha que ser eu.

Então continuamos a caminhar, claro que em silêncio.

Eu cheguei a abrir um sorriso quando chegamos ao quarto, poderia me livrar dele agora.

— Aqui que você vai dormir, ó.

Já estava me virando quando o outro entrelaçou seus dedos aos meus mesmos, e meu coração já começou a acelerar.

— Bobby! Fique aqui comigo mais um pouquinho... — O menos já estava em minha frente.

E meu rosto estava abaixando para este, não demorou muito para a mão do garoto levantar meu queixo.

Eu sentia as lágrimas voltarem a escorrer de meus olhos enquanto Hanbin aproximava cada vez mais sua boca da minha.

Uma parte de mim, queria o empurrar, mas a outra parte, o queria ainda mais.

O menor enlaçava seus braços ao meu pescoço enquanto envolvia sua língua a minha, nossos lábios tinham o “ritmo perfeito” e minhas lágrimas escorriam ainda mais.

As mãos de Hanbin já estavam apertando os fios de meus cabelos, quando levei minhas mãos ao peitoral deste e o empurrei.

— Não me toque! Eu disse para você, que eu não queria seus toques.

Eu já estava quase soluçando e podia ver que o garoto também estava com seus olhos cheios.

— Jiwon... Não faça isso comigo! — O garoto apertava ainda mais meus dedos.

— Foi você que fez! — E eu afastava de uma vez, minha mão da mesma dele.

Virei rapidamente ao garoto e comecei a caminhar, enquanto soluços saíam de meus lábios e as lágrimas caiam ainda mais.

Podia ouvir os passos do garoto atrás de mim, este que com cinco palavras conseguiu me fazer parar.

— Kim Jiwon, eu amo você!

Eu esperava tanto pela aquela maldita frase, que agora só iria me fazer chorar ainda mais.