“Kim Jiwon, eu amo você!”
O mais baixo fazia questão de repetir ainda mais aquela frase.
E as lágrimas que caíam de meus olhos aumentavam ainda mais.
Eu sempre esperei aquela frase vindo da boca de Hanbin, mas não em um momento como aquele.
E eu não iria mentir para o mais baixo.
Virei meu corpo ao garoto, e o olhei ainda com os olhos cheios.
— Hanbin! Por que você faz isso comigo? — Andei em direção ao garoto e aproximei minha destra de um dos braços do garoto, fiz com que a mão daquele tocasse meu peito.— Olhe como ele está! Você acha legal fazer isso com meu coração e depois quebra-lo?
— Bobby... — O garoto apertava o tecido de minha camisa e já voltava a soluçar.— Eu nunca quis quebrar ele! Pelo contrário! Desde que te conheci, eu só queria cuidar dele, cuidar de você!
— Por que fez aquilo, então? — Minha destra já apertava, levemente, o pulso de Hanbin.
— Você vai me escutar desta vez?
Eu já estava amolecendo, eu iria deixar mesmo o garoto falar?
— Não. — Soltei a destra do garoto e fui me afastando desse em movimentos rápidos.
Eu não podia amolecer, não quando eu estava pegando raiva desse, ou pelo menos fingindo pegar.
Estava voltando ao meu quarto, e me trancando novamente lá, quando ouvi pedras, atingido minha janela.
Resolvi ver quem era.
Era Jennie, e seu namoradinho, vulgo novo melhor amigo do traidor.
— Bobby, porquê aquele nojento está aí? É um plano pra mata-lo?
Eu realmente não conseguia ver o que ChanWoo tinha visto em Jennie.
— Meu appa disse que ele estava com problemas em casa e depois saiu.
— Que tipo de problemas? — O intrometido ChanWoo começou com seu “Blá blá”, mais uma vez.
— Não sei e nem quero saber.
Eu não queria mesmo, quer dizer... Talvez um pouquinho, mas bem pouquinho.
— Isso mesmo! Não tem que querer saber.
E era por isso que eu e a garota éramos amigos.
— Jennie, eu ainda acho que o Bobby precisa saber, os motivos de Hanbin.
Como ChanWoo conseguia ser tão chato.
— Pensando assim, o Chan tem razão! — E como Jennie conseguia ser tão influenciável?
Com quem eu conseguiria apoio? Afinal todos estavam ao lado do narigudo.
Donghyuk, que era meu conselheiro, estava contra a mim e aparentemente, seu namorado também.
Junhoe, tentaria se explicar e iria defender o narigudo.
Jennie, foi vítima de uma lavagem cerebral por seu namorado.
A única pessoa que poderia me ouvir, era Taehyun.
— Bobby! — Um grito, feminino, junto a uma fraca pedrada, na minha janela.
Jennie, era tão delicada.
— O que você quer?
Pra falar a verdade, eu nem ouvi a resposta da outro, afinal, ela estava me dando uma lição de moral, dizendo que eu deveria falar com Hanbin.
— Jennie, não importa o que você diga, eu não vou falar com o narigudo.
E mais lições de moral saiam da boca daquele casalzinho.
Eu voltava a ignora-los, e assim abria a porta de meu quarto, pelo menos desta vez, Hanbin não estava atirado ao chão.
E eu podia atravessar o corredor sem medo de bater com a frente do mais baixo e “fraquejar”.
Eu saí da casa sem ver o rosto do garoto, ainda bem.
Agora eu estava caminhando em direção a casa de Taehyun, que era no mesmo apartamento de meu irmão, olha que felicidade a minha.
Se Jiun aparecesse em minha frente eu iria ignora-lo.
Pela primeira vez, eu estava caminhando e ninguém havia me parado.
Era um dia de sorte.
Cheguei ao prédio e lembrei de uma coisa.
Eu não sabia qual era o apartamento de Taehyun.
E com uma grande esperança fui até a recepção.
— Olá, o senhor poderia me dizer qual o número do apartamento de Taehyun?
— Olha aqui, meu rapaz, como vou saber que você não quer assaltar esse tal moço?
O cara tava me chamando de ladrão na cara dura, como assim?
— E por acaso eu tenho cara de ser assaltante?
O velhote me olhou dos pés a cabeça e disse na maior cara dura.
—Sim! Você tem sim!
Eu estava quase começando a ofender aquele cara, quando o próprio Tae apareceu atrás de mim.
— Jae-Sang! Eu o conheço! Não o chame assim!
Taehyun parecia acabado, não parecia o cara que estaria disposto a me dar conselhos ruins.
— Desculpe, eu apenas o confundi pelo jeito de se vestir.
Eu não estava ouvindo aqui, né?
— Jae! Não é culpa dele se ele se veste desse jeito, e sim das pessoas que compram roupas para ele!
Eles achavam que minha alma não estava ali, porque meu corpo estava e eles não paravam de falar de mim.
— Bobby! Agora me conte, porquê esta aqui?
O garoto estava falando tão diferente.
— Vim atrás de conselhos e para que você ficasse no meu lado.
— Não estou bem para dar conselhos!
Percebe-se.
— Então, o que você tem?
E aquela não foi uma boa pergunta, pois Taehyun, enquanto apertava os botões do elevador, começava a chorar.
— Song Mino! Ele é o culpado disso! Eu encontrei ele beijando outro rapaz, depois do último treino!
Não sabia quem estava pior, eu ou Tae.
— Mas e você?
E mais um deslize que eu dei.
— Eu? Eu sou apenas o melhor amigo dele, nada mais!
Taehyun chorava ainda mais, eu como uma boa pessoa apenas o abracei.
— Aí cara, as coisas vão ficar bem!
O loiro estava apertando minha camisa.
— Eu não sei, Bobby, eu realmente não sei! — O menor soltou seus braços de meu corpo enquanto as portas do elevador abriam.— Agora me conte, o que aconteceu?
E mais uma vez, eu repeti a mesma história.
Quando terminei de falar, eu já estava sentado no sofá dele.
— Menino, você tá mais fodido que eu.
Eu estava mesmo.
— Todos estão defendendo o Hanbin e me dizendo que eu devo saber o que ele tem a falar, o que você acha que eu tenho que fazer?
— Bobby, se eu fosse você, eu daria uma chance para Hanbin falar, mas eu não sou você, é você que deve saber o que quer para si.
Caraca, aquele papo com o loiro estava me deixando para baixo.
— Eu nem sei mais, mas valeu.
Eu sinceramente tinha ido ali para que o mais baixo me fizesse rir, mas o papo estava tão sério.
— Bobby, me desculpe, não estou com cabeça para te dar conselhos bons.
— Você já ajudou, tô de boa.
Eu não conseguiria mais ficar com o Tae daquele jeito, então dei a desculpa de que eu tinha um compromisso e sai de lá.
E como não muito esperado, bati de frente com meu querido irmão.
— O que você veio fazer aqui?
Caraca, que cara chato, porque ele não passou reto.
— Não vim para encontrar você, com toda a certeza.
— Precisamos conversar. — Jiun falava em um modo sério, que pra falar a verdade, me deixava com certo medo.
— Não tô nem aí, não vou ouvir. — Eu, é claro estava me cagando de medo, mas ainda sim o enfrentava.
— Jiwon me escute, eu vou falar e se você ainda não mudar de opinião pode fazer o que bem entender, não falar mais com o Hanbin ou algo desse tipo, só me escute.
Merda, eu ouvia tanto o nome daquele narigudo, que eu até sentia falta dele.
— Então fale, vai manda a ver. — A vontade de ignorar meu irmão era grande, mas a de chorar era maior ainda.
— Jiwon, Hanbin gosta de você.
É claro que gosta, gosta tanto que estava me enganando.
— Já acabou?
— Hanbin não namorou aquela garota por vontade própria.
Que merda ele estava falando?
— Ata, então eu sou o Peter Pan e vim para te trazer para terra do nunca.
— Jiwon, me escute, Hanbin é gay! E a família dele nunca aceitou isso! Então para ele ter uma vida “melhor”, começou a namorar aquela garota por obrigação, para que ninguém desconfiasse e então ele conheceu você, e aí as coisas começaram a complicar, ele se apaixonou por você!
Eu já estava chorando, como uma criança, outra vez.
— Você pode estar mentindo, para que eu o desculpe das merdas que ele fez.
— Por que você acha que ele está na sua casa?
Eu queria me atirar no chão e chorar ainda mais.
— Não sei! E nem quero saber!
— Jiwon! Ele contou sobre vocês para a família dele, depois de Jinhwan querer se vingar! Ele enfrentou a família dele! Para ficar com você! E como esperado, eles não o aceitaram.
Eu não queria mais ouvir aquilo, Jiun dizia que ainda tinha mais para me contar, mas em movimentos automáticos, eu comecei a correr.
E mais uma vez, eu estava totalmente perdido.
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