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História What if... - Segunda chance


Escrita por: Amanda2002bc

Notas do Autor


Desculpem a demora, espero que aproveitem o cap.

Capítulo 28 - Segunda chance


Fanfic / Fanfiction What if... - Segunda chance

Estacionou o carro e descemos, indo em direção ao elevador do prédio de mãos dadas. Imagina só... Nossa casa, nossa família, nosso futuro! É um pouco precipitado e assustador, mas, só de imaginar que poderei estar ao seu lado, é tranquilizante. Poderemos ficar mais próximos nessas férias, passar mais tempo juntos e, depois da faculdade, talvez um dia, quem sabe...?!

+X+

As férias já estão no fim! Dá pra acreditar nisso?! É como dizem... O que é bom passa mais rápido – infelizmente. Mas foram muito bem aproveitadas. Semana que vem vou começar a trabalhar na cafeteria perto da faculdade. Juntar um dinheirinho por mérito próprio. Virar independente sempre foi meu sonho desde criança e agora, sabendo que posso começar, aos poucos, é empolgante.

Voltei a estudar pesado agora nas férias, comecei a ver as matérias do meu curso, sanar as dúvidas e adiantar alguns conteúdos. Semestre passado tivemos uma pequena “revisão” do Ensino Médio, oferecida pela universidade, mas a partir de agora cada um vai para o seu curso. Oficialmente. Mal posso esperar!

Boa parte do tempo, quando conversava sobre o futuro com o Gray, seu olhar ficava estranhamente distante e, às vezes, seu rosto empalidecia. Ele que estava todo animado com a ideia do “nosso futuro”, morarmos juntos, formarmos uma família... Sei lá, mas recentemente ele está estranho. Quando fica perto de mim me trata como se eu fosse de porcelana, que posso quebrar com o mais singelo toque. Isso está me irritando. Não que eu queira que ele me trate de forma rude, longe disso, mas que seja ele mesmo.

Agora, inclusive, estamos em seu sofá, deitados assistindo um filme que, pra você ter noção de como é bom, nem o nome eu sei. Já tem uma semana que ele não me toca, não avança os beijos para além do meu pescoço. Como falei: ESTRANHO!

Peguei o controle do encosto do sofá e desliguei a TV e em um movimento abrupto, subi em seu colo. Comecei a beijar seu pescoço enquanto uma mão travessa descia rumo a uma ereção crescente. No meio do percurso ele interceptou minha mão, segurando-a com uma força desnecessária.

- O que aconteceu com você?! – perguntei em tom de acusa. Alguma coisa estava errada e já estava passando da hora de eu descobrir o que.

- Nada, amor, só... Não quero agora – engoliu em seco quando percebeu meu olhar que praticamente dizia “você já mentiu melhor...” sobre si.

- Corta essa. Seu próprio corpo está te contradizendo. Fala pra mim o que aconteceu – dei um beijinho em sua bochecha e levei minhas mãos à sua cabeça, ficando a fazer um pequeno cafuné em suas madeixas escuras.

- Se você quer tanto saber, vou te contar... – mordeu o lábio inferior e desviou o olhar do meu. Seu polegar ficou a fazer pequenos círculos na minha mão como se estivesse tentando me preparar para o que viria a seguir.

- Vá em frente. – franzi o cenho esperando uma notícia avassaladora.

- Estou muito preocupado com o nosso futuro.

- Por que você diz isso? – ergui seu queixo com a mão livre, forçando-o a fitar meus olhos.

- Juvia, eu já te contei o que aconteceu pra que eu conseguisse entrar aqui?

- Na verdade não. – respondi pensativa.

- Mesmo estudando até dizer chega eu não consegui passar. E digamos que meu pai é muito amigo do diretor e conseguiu uma vaga pra mim.

- Sério? – estou de boca aberta, completamente desacreditada. – Quer dizer que o Sr. Fullbuster subornou o diretor?

- Não foi suborno. Eles só conversaram e o Sr. Dreyar decidiu me dar uma chance... Não faz essa cara! – falou envergonhado.

- E o que você esperava? Que eu te desse os parabéns? Só estou surpresa, mas tudo bem. Agora, você mesmo disse que ele escolheu te dar uma chance, por que está preocupado? – subi um pouco mais a mão até esta encontrar algumas de suas madeixas negras. Fiquei a acariciar seu couro cabeludo enquanto esperava-o continuar.

- Sabe, eu nunca me preocupei em ser um pé rapado, vagabundo na vida. Sempre acreditei que só precisaria me manter e, acredite, não preciso de muito. Mas depois de me apaixonar desse jeito por você... – enlaçou minha cintura com os braços – sei que quero te dar tudo do bom e do melhor. O fim das férias está próximo e eu não sei o que fazer pra começar a tomar jeito. Só estou preocupado com nós... Como vamos fazer isso dar certo.

- Quem é você e o que você fez com o Gray de cinco meses atrás?

- Aquele idiota cresceu. Descobriu como amar é bom e não quer perder a namorada que é boa demais pra ele. – abriu aquele sorriso. Aquele que é só meu, só pra mim, e que me faz derreter inteira por dentro.

- Você me ama? – perguntei manhosa, aproximando nossos rostos, deixando-os a milímetros de distância.

- Claro que sim! Um milhão de vezes sim! – começou a distribuir beijos pelo meu corpo, enquanto suas mãos se preocupavam em fazer cosquinha em mim.

Eu esperneava e gritava, mas, mesmo assim, ele não parava. Acho que escorreu uma lágrima de tanto que eu ri. Parei em seu colo enquanto nossas risadas cessavam e, pouco, a pouco o desejo ia tornando o ambiente mais sensual e tentador. Gray aproximou seu rosto do meu, fazendo com que nossos narizes roçassem de leve. Posicionou uma mão em meu rosto delicadamente, tocando nossos lábios com calma e paixão.

Eu o amo, amo muito. Espero que tudo dê certo em nossas vidas, não há nada a temer.

Três anos depois...

Não aguento mais! Chega! Desisto, cansei! Há três anos eu acreditava que nada poderia nos separar, mas sinceramente, o Gray não me deixa em paz! Como se não bastasse estar me matando de estudar, quando tenho tempo para sair com as garotas, ele fica reclamando da minha roupa, falando que está muito curta, que vou acabar traindo ele ou até ser estuprada na rua. Que saco!

Nossa situação vai de mal a pior. Semestre que vem eu me formo no meu curso de biologia marinha, viajarei pelo país para estudar e descobrir mais sobre as criaturas que amo tanto. Sabe, há alguns anos eu não fazia ideia do que queria ser e acabei me descobrindo nesse ramo. Mas quando falei pro meu namorado que teria que viajar por um tempo, até me identificar com um lugar ele quase enfartou. Ficou arisco comigo, brigamos por qualquer coisinha. Você não deve estar entendendo então me deixe explicar melhor: Qualquer coisinha MESMO. Anteontem discutimos o porquê de eu querer comer torrada no café-da-manhã. E, adivinhe só, acabou em briga, tanto que queimei as malditas torradas sem querer.

Outro detalhe que me esqueci de mencionar: Estamos morando juntos! Olha que ótimo! (Sinta a minha ironia). No começo era realmente perfeito. Transávamos todos os dias, ríamos de qualquer coisa e quando alguma conversa estava perto de virar uma briga, dizíamos “eu te amo” para acalmar o outro e depois transávamos de novo. São esses os momentos que guardo na memória. Os que me impedem de falar algumas poucas e boas na cara dele.

Agora, inclusive, estou me escondendo na faculdade em pleno aniversário de namoro. De que me adianta ir atrás dele se vamos brigar de novo?! Senti meu pequeno aparelho de celular vibrar pela segunda vez no último minuto e decidi desliga-lo. Não quero vê-lo hoje, acho que posso dar uma passadinha na biblioteca daqui e continuar com meus estudos, para “variar” um pouco na rotina.

Gray POV’s on

Tudo bem! Se ela vai dar uma de mimada, não serei eu a ir atrás dela. Estamos brigando muito ultimamente. Sinceramente, nosso relacionamento está por um fio bem curtinho. Não estamos nem transando mais! Hoje é o nosso aniversário de namoro de três anos e ela nem se deu o trabalho de aparecer. Preparei um jantar para me desculpar por ter sido um idiota com ela... Parece que serei só eu e minha fiel companheira de horas difíceis, a bebida. Qual? A mais forte que eu achar aqui em casa.

Juvia POV’s on

Eu poderia ir pra casa da Lucy, se ela não estivesse tão ocupada resolvendo qual decoração colocar em seu casamento. Pois é... Natsu a pediu em casamento. Fico muito feliz pelos dois, espero realmente que sejam felizes. Levy está viajando com Gajeel para visitar sua família. Erza e Jellal iam sair hoje. Mira está no ultrassom com Laxus. Sim, ela está grávida! Ficamos meio chocados no começo, mas agora estamos muito felizes pelos dois. Resumindo, minhas opções se limitam a ficar aqui, sozinha, ou ir pra casa e enfrentar a ira do Gray. Ficar sozinha está bom pra mim.

Senti um toque em meu ombro e ergui o olhar para ver quem era. Fiquei surpresa ao ver uma cabeleira branca; Lyon.

- Oi! – falei meio sem jeito, forçando um sorriso.

- Oi. Tudo bem com você? Parece cansada...

- Está tão na cara assim?

- Quer a verdade ou o algo mais agradável de ouvir? – sorriu divertido.

- Você já me respondeu. Quer se sentar?

- Na verdade, sim – sentou-se ao meu lado, pegando um dos livros que estava sobre a mesa – bióloga? Sério?

- Pensei que soubesse... – sorriu – O que foi?

- Nunca tinha imaginado você como bióloga. Pensei que seria... Sei lá, médica?!

- Deixo esse cargo para Jellal Fernandes. Ele será um excelente pediatra. Mas o que você está cursando?

- Direito – ergui uma sobrancelha e ele riu – Acredito na justiça e quero fazê-la em nosso país.

- Boa sorte, sr. Advogado.

- Pode me dizer por que isso me soou tão sarcástico?

- Na verdade, não posso, porque isso vem da sua interpretação. – comecei a fechar os livros.

- Vai embora?

- Claro. Se ficarmos conversando aqui vão nos expulsar... – coloquei os meus livros na mochila e segurei os outros pra devolver às prateleiras. – Você vem? – assentiu e levantou, seguindo-me pelo labirinto de estantes.

Fomos para uma cafeteria, Lyon me contou sobre sua faculdade, em que área pretende exercer quando se formar, ambições para o futuro... Mas eu simplesmente não consigo prestar total atenção porque minha mente está lá em casa em um Gray completamente estressado. O que ele deve estar fazendo agora? Será que lembra que dia é hoje? Estou começando a ficar preocupada com ele...

- O que acha? – ouvi Lyon perguntar, trazendo-me de volta à cruel realidade.

- Desculpa, não ouvi nada que você disse... – falei sem expressar nenhuma emoção. É exatamente assim que me sinto; vazia. Incapaz de sorrir ou chorar, completamente exausta. Como eu gostaria de chegar em casa e ser recebida por um abraço de urso e beijos. Uma utopia, de fato.

- Perguntei o que está acontecendo com você. É sério, seu rosto está começando a ficar mais branco do que o normal – esticou-se pela mesinha para tocar minha testa, verificando minha temperatura.

- Preciso ir pra casa. – falei me levantando. – muito obrigada pelo café e pela conversa.

- Disponha. – sorriu meigo – Se precisar de alguma coisa, me ligue. Não troquei de número.

- Obrigada – dito isso, saí do estabelecimento. Subi na minha moto e parti em direção ao apartamento.

Respirei com dificuldade antes de levar minha mão à maçaneta. Sei que tem uma briga me esperando do outro lado da porta, mas, mesmo assim, ainda tenho esperança de que tudo se ajeite. Deve ser minha imaginação me pregando uma peça, só pode. A sala está iluminada por velas e, em cima da mesa tem dois pratos, um vazio e um com comida que parece ter esfriado há horas. Senti meu coração se apertar dentro do peito, como se fosse um aviso para “pegar leve” já que o que virá a seguir necessita de paciência.

O carro dele está na garagem então está aqui. Abri a porta do quarto e o encontrei envolto de enchimento de travesseiro e garrafas vazias de tudo quanto é bebida alcóolica. A noite vai ser longa...

- Onde você estava? – perguntou com a voz grossa e falha. Ele chorou?! Bom, parece que sim.

- Na faculdade. – respondi simplesmente.

- E você tem alguma noção de que dia é hoje? Ah, nem precisa responder, não deve ser importante mesmo...

- Gray, vamos conversar... – enfatizei a palavra, mas uma gargalhada um tanto forçada me cortou.

- Ah, então você quer conversar? CONVERSAR? Eu fiquei aqui te esperando o dia inteiro! Dei uma de palhaço e arrumei um almoço/jantar romântico pra poder me desculpar por ter sido um idiota esses dias, mas ai, o que acontece? A minha namorada me dá um bolo pra conversar com o ex! – berrou. Suas palavras surtiram efeito de tapas na minha cara.

- E-Eu... – não sei o que dizer. – Espera aí... Como você sabia que eu estava com o Lyon? – e lá vamos nós para outra briga.

- Eu chamei o Natsu aqui, disse que era emergência e que precisava dele. Ele decidiu ir atrás de você e te viu numa cafeteria perto da faculdade de papinho com o Lyon. Depois ele voltou pra cá e me impediu de quebrar tudo que existe dentro desse apartamento, me convencendo que não valia a pena. Acho que você me deve uma boa, não, ótima explicação. – cruzou os braços.

- Eu estava na biblioteca estudando e ele apareceu por lá. Fomos pra uma cafeteria e depois vim direto pra cá.

- O que você estava fazendo com ele no nosso dia? – ele parecia magoado, mas foda-se, eu estou parecendo um cadáver; um mero corpo, sem alma.

- Acontece que meu namorado foi um idiota, e eu estava esgotada, não queria mais brigar, só ficar em um canto e descansar. Ele brotou ali e me convidou para tomar um café, aceitei e foi isso. Só.

- Eu preparei um jantar pra nós! Eu pensei em você o dia inteiro! E você ficou lá, com ele, arranjando um belo par de chifres pra minha cabeça! – berrou alterado.

- Vi, joga na minha cara. Como Gray, COMO EU IA SABER QUE LOGO HOJE VOCÊ DECIDIU PENSAR EM MAIS ALGUÉM ALÉM DE SI MESMO?

- EU MUDEI POR VOCÊ! EU PENSO EM VOCÊ! – gritou, passando as mãos pelos cabelos freneticamente – antes de hoje eu faria qualquer coisa por você, mas agora...

- Que bom que concordamos. Isso facilita minha decisão. – respirei fundo para conseguir me preparar para o que viria a seguir.

- Que decisão? – ergueu uma sobrancelha aguardando a resposta.

- Amanhã de manhã começo a arrumar minhas coisas para ir embora daqui. – saí do quarto antes que ele visse minhas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Uma atropelando a outra como uma avalanche. Deus, eu o amo tanto... Acho que é isso que faz doer desse jeito.

Quando ouvi sua voz gritando meu nome, minhas pernas quase vacilaram. Não! Chega! Tudo tem limite e o meu já era! Só quero que as brigas, as lágrimas, as dores, tudo passe. Não consigo mais aguentar viver dia após dia assim. Já tivemos brigas antes, mas nesse nível...

Comecei a correr enquanto descia as escadas quando percebi seu passo se aproximando. Ele chamou meu nome de novo, mas, dessa vez, conseguiu segurar meu pulso, impedindo-me de ir adiante.

- Por favor, para. – suplicou, ofegante.

- Por quê? – funguei, afastando as lágrimas – Eu não consigo Gray, isso é demais pra mim. Semestre que vem eu me formo, vou viver meu sonho. Toda vez que comento isso com você, como estou feliz, ou os lugares que gostaria de visitar, você fica grosso comigo, desvia do assunto e começa uma briga por nada!

- Eu só não quero deixar você ir embora! Preciso de você... – algumas lágrimas escorreram de seus olhos.

- E como você demostra pra mim? Querendo me fazer ficar presa aqui quando você sabe que meu sonho é sair? – Gray sorriu de canto. – O que é engraçado?

- Você falou exatamente o que a Rapunzel diz praquela bruxa. – acabei deixando um risinho escapar. – Juvia, sei que você está esgotada, acredite, dá pra ver na sua cara.

- Poxa, valeu pela parte que me toca. – revirei os olhos.

- Mas, por favor, vamos tentar. Eu posso concertar isso, posso deixar de ser um idiota. Ainda dá pra salvar nossa relação. – abaixei a cabeça e comecei a movê-la em negativa – por favor! Me dá mais uma chance...

- Jura que não vai ser um cretino? Nem vai me deixar nesse estado de novo?

- Prometo que não serei um cretino, mas vou te deixar ainda muitas vezes nesse estado, por que são exatamente as brigas que sustentam uma relação. Mas posso prometer que a farei feliz, mesmo que isso signifique ter que viajar pelo país catalogando camarões. – rimos juntos, depois nos abraçamos, nos beijamos, subimos as escadas de volta ao quarto e fizemos amor. Foi tão bom. E eu pensando em desistir do meu homem, da minha felicidade. Aposto que se eu tivesse terminado, poderia ter o emprego dos sonhos, mas teria desistido do parceiro dos sonhos, ou seja, minha vida estaria incompleta. Agora, com os dois ao meu lado, com certeza estou feliz. Gray... Ainda bem que você pediu uma segunda chance, concedê-la foi a melhor coisa que eu podia ter feito. 


Notas Finais


Obrigada a todos os leitores que continuam lendo. Sinto muito pela demora, tive uns contratempos na vida... Provavelmente o 29 também irá demorar mais um pouquinho. Bom, espero que tenham gostado, deixem suas opiniões pra mim nos coments e até uma próxima!
Bjitos e Boa noite! >3<
*feliz dia das crianças, amoures.


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