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História When Love Arrives - Too Many Feelings


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Muitos Sentimentos💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 14 - Too Many Feelings


Fanfic / Fanfiction When Love Arrives - Too Many Feelings

 

 

- ENTÃO ME DIZ COMO VOCÊ AGIRIA?! — Explodi fazendo-os olharem-me compassivos. — Quando se ama alguém, o infinito é PEQUENO diante do sacrifício que somos capazes de fazer pela pessoa que a gente ama! — Voltei as lágrimas. — É difícil suportar a dor que estou sentindo… eu sinto como se fosse perdê-la a qualquer momento, a cada vez que a beijo sinto a dor de uma nova despedida, principalmente quando a deixo sozinha… eu preciso salvá-la. Eu preciso dela pra sempre na minha vida. Eu daria tudo para estar no lugar dela... mas como não posso, darei tudo de mim para tirá-la dessa situação! Não posso perdê-la, eu não suportaria… eu... — Eles aproximaram-se de mim, num abraço coletivo e apertado, tentando consolar-me.

- Ela também é nossa família... — Choramingou Liam. — E a verdadeira família é aquela que é unida pelo espírito e não pelo sangue. — Nos apertamos. — Emma é nossa famíla também… queremos ela em todos os nossos natais… em todos os nossos momentos…

- Eu não quero que ela morra… — Soluçou Niall.

Meu choro era alto e desconsolado.

- Nós vamos te ajudar, irmão... — Liam apertou meu ombro. — A maior riqueza que temos no mundo é a nossa família. E o maior diamante que temos na alma é o amor.

 

 

 

 

Harry

 

Dez da manhã.

A chuva forte chocava-se com violência contra as janelas do carro, deixando invisível qualquer sinal de que existia um mundo lá fora.

Niall ia dirigindo quase sem sair do lugar, por não conseguir enxergar um palmo à frente do carro. E nós três, alheios a tudo, só estávamos em silêncio, esperando.

Para falar a verdade, eu estava fora do meu corpo. Minhas mãos estavam em meu rosto, mesmo não precisando estarem ali.

Eu estava esgotado…

Sofrendo...

Mas se é pra sofrer, que seja escondido, onde ninguém possa ver meu rosto inchado, nariz vermelho, olhar perdido, e boca trêmula.

- Harry, eu acho que chegamos — Alertou-me Liam olhando em seu GPS.

Tirei as mãos do rosto e tomei uma dose de ar, deixando que o oxigênio entrasse em meus pulmões e saísse compassadamente depois.

- Então vamos. — Concluí antes de abrir a porta do carro.

Todos pegamos chuva, mas logo estávamos dentro do estabelecimento, batendo os dentes de frio.

- Quem é o dono daqui? — Perguntei a uma mulher assim que entramos no bar.

Ela, de cabelos ruivos, presos em um rabo de cavalo desgrenhado, deu-me um sorriso, analisando-me de cima a baixo.

- Franklin. — Emitiu despreocupada.

- E ele está? — Voltei a perguntar.

- Ele deu uma saidinha — Ela ainda me comia com os olhos.

- E demora? — Me mantive indiferente às suas investidas.

- Acho que sim — Niall e eu trocamos olhares, e assim como eu, ele não acreditou em nada.

- Mesmo assim vamos esperar. — Comuniquei-lhe e ela suspirou entediada, me olhando fixamente.

- Vou ver se ele chegou pela porta detrás — Disse antes de ir até os fundos do bar.

- Que mulher mentirosa — Murmurou o Horan.

- Eu também não acreditei nela — Concordou Louis. — E ela gostou de você, Styles — Rolei os olhos, grande consolo.

- O que importa é que ela já foi atrás dele e com certeza vai trazer o cara — Ponderou o Payne. — Você já sabe o que vai falar para ele? — Perguntou-me.

- Não faço a mínima ideia. — Levei minha mão direita até entre os cabelos. — Na hora sai.

- Tomara que saia muito convincente... — Aspirou Liam.

- Eu também espero… — Respondi, sentindo um nervosismo começar a tomar conta do meu estômago.

- Calma que vai dar tudo certo. Se não aqui, a gente vai e tenta em outro lugar — Ele tentou tranquilizar-me sem muito avanço.

- Aqui está ele — Alertou-nos a ruiva ao vir acompanhada de um homem maduro, todo sujo de batom, da mesma cor que estava na boca dela.

Então eles são amantes? Agora entendi por que ela queria que fossemos embora, para não empatarmos sua foda.

- Estão procurando por mim? — Perguntou-nos ele e meu coração começou a bater sem controle.

- E-eu sou Harry Styles — Estiquei minha mão e apertei forte a dele. — E nós somos a One Direction.

- Vocês são representantes de alguma empresa de bebidas? — Porra. Empresa de bebidas?

- Er… não. Nós formamos uma banda, senhor.

- Ah. — Tornou-se inexpressivo. — E o que estão querendo comigo?

- Bom — Pigarreei educadamente. — A música tem colaborado bastante com o faturamento de muitos bares e restaurantes… e…

- Já entendi onde quer chegar e não estou interessado. — Imediatamente cortou-me.

- Nos dê ao menos uma oportunidade — Insisti.

- Rapaz, eu mal consigo dar conta desse bar sozinho. Não estou interessado em dividir lucros. Sinto muito. Era só isso?

- Senhor, é por uma causa importante, a esposa dele… — Niall insistiu, mas também foi interrompido.

- Já disse que não tenho interesse, o que mais vocês querem? — Tornou-se estressado.

- Vamos, galera. Já ficou claro. — Apaziguou Liam. — Obrigado e desculpe o transtorno, senhor.

Encarei Franklin uma última vez, e tive vontade de gritar na cara dele que a minha esposa estava morrendo.

- Vamos, Hazza... — Disse Liam pegando-me calmamente pelo braço.

Nos viramos e saímos do estabelecimento voltando a correr na chuva até o carro.

Não conseguiria explicar como estava me sentindo por dentro.

Não conseguiria explicar a impotência que crescia dentro de mim… era uma dor dilacerante… unilateral.

Sensação de impotência,

Desespero da alma,

Olhos lacrimejantes,

Fraqueza nas pernas,

Coração apertado,

Ausência de esperanças…

Eu só ouvia a voz da Emma me dizendo alguma coisa…

Ela… ela me pedia ajuda… e dizia que ama…!

Tudo ao meu redor começou a sumir e Emma era a única coisa que eu podia sentir e ouvir…

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas engoli o choro, eu não iria chorar agora. Eu só tinha duas opções… me entregar ao desespero e desistir. Ou avançar e obter o que pretendia. E claro que eu iria escolher a única opção que valia a pena.

- Existe outro bar a uns 10km daqui — Disse Liam quando entramos no carro. — O que acham? — Indagou secando o rosto com a manga de sua blusa encharcada.

- Acelera. — Regi.

Niall nem piscou e pisou fundo no acelerador fazendo os nossos corpos irem para frente.

A verdadeira pressa é o tempo do outro e não o nosso e Emma não tinha como esperar muito.

Meus olhos se fecharam e deixei minha cabeça tombar para trás batendo no encosto do banco, pedindo aos céus para nos abençoar.

Pedindo a Deus que de alguma forma eu pudesse salvá-la...

Pedindo que se algo de ruim tivesse que acontecer, que fosse comigo e não com ela…

- NIALL, FREIA, É AQUI! — Esbravejou Liam antes que fosse tarde.

Novamente nossos corpos foram lançados para frente e mesmo de cinto quase atravessei o vidro dianteiro.

- PORRA, EU VOU VOLTAR DIRIGINDO! — Vociferou Louis quase me arrancando uma risada.

- Vamos logo — Intervi e desci do carro sendo outra vez banhado pela chuva.

Entramos no estabelecimento e o mesmo estava cheio, mas não era de clientes e sim de pessoas abrigando-se daquele dilúvio.

- Espalhem-se igual aos outros — Acolheu-nos um dos atendentes do lugar.

- Obrigado, mas estamos aqui para falar com o dono desse local. Ele está? — Perguntei-lhe, ainda tremendo de frio.

- Ele está lá em cima — O bar era de dois andares.

- Poderia chamá-lo, por favor? — Ele só assentiu.

- Cara, a gente salva a Emma, mas morre de hipotermia — Tremelicou Louis e eu o olhei sério por rápidos segundos.

- Piadinha fora de hora, hein, Tomlinson? — Repreendeu Liam.

- Mas que piada? — Rebateu. — Eu estou falando muito sério. — De longe vi o atendente voltando.

- Vá se foder, Tomlinson! Se não quer está aqui, então vai embora! — Proferi áspero.

- Claro que eu quero está aqui, se não eu não estaria

- Então cala a porra dessa boca e não atrapalha!

- Me acompanhem, por favor. — Pediu-nos o atendente ao chegar.

Prontamente o seguimos e subimos em fila a estreita escadaria de madeira, que rangia mais que o piso da nossa casa.

- Olá. — Cumprimentou-nos um homem que aparentava ter uns quarenta ou cinquenta anos. — O que desejam? — Passei a mão pelo maxilar.

- Olá, senhor…? — Busquei saber.

- Barone.

- Senhor Barone. Nós somos a One Direction e formamos uma banda. Estamos aqui porque...

- Sinto muito, mas eu já tenho uns garotos que tocam para mim durante as noites. — Cortou-me grosseiramente.

- E se ficássemos durante o dia? — Insinuei.

- Ficaria pesado para mim. O cachê deles já toma grande parte do meu lucro. Era só isso?

- Senhor — Persisti, sentindo as minhas narinas arderem em angústia. — Por favor. Só estamos pedindo uma oport… — Ele bufou em estresse.

- Vincent, Elliot, tirem esses garotos daqui, por favor. — Pediu a dois enormes seguranças.

- Ei, senhor, não precisa nos enxotar desse jeito! — Revoltou-se Niall.

- Tudo bem, então podem ir por conta própria. Adeus. — Indicou a escadaria.

Mais uma vez rejeitados, e dessa vez expulsos do lugar, ainda por cima.

- O que está acontecendo aqui, querido? — Uma jovem senhora apareceu saindo de uma sala, com a expressão curiosa.

- Esses moleques, que estão querendo a todo custo cantarem em nosso bar-restaurante — Debochou.

- Você ao menos os escutou para saber se são bons? — Replicou.

- Nem precisei. Para estarem mendigando trabalho não devem valer muito — Meu corpo tremeu de raiva e não mais frio.

- Eu quero ouvi-los. — Empoderou-lhe.

- Regina — Ela o ignorou.

- Cantem, queridos — Ela pediu e troquei um olhar cúmplice com os três, que assentiram com a cabeça.

Girei lentamente os ombros para trás e depois para frente, e inspirei pela boca soltando o ar depois.

Pensei na Emma e fechei os olhos antes de puxar Summer Love, uma música de minha autoria.

 

 

 

Cause you were mine for the Summer

Now we know it's nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

 

 

E então eles entraram na capella, em coro

 

 

You were my summer love

You always will be my summer love

 

 

Foi a vez de Louis assumir sozinho

 

 

Wish that we could be alone now

If we could find some place to hide

 

 

E no momento que abri os olhos, pude ver que a suave voz dele a emocionava.

 

 

Make the last time just like the first time

Push a button and rewind

 

 

Liam sorriu para mim e sua voz profunda embalou nossos ouvidos

 

 

Don't say the word that's on your lips

Don't look at me that way

Just promise you'll remember

When the sky is grey

 

 

Ele cantou de queixo erguido e puxei novamente o refrão sendo acompanhado por eles

 

 

That you were mine for the Summer

Now we know it's nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my summer love

You always will be my summer love

 

 

Meus olhos estavam abarrotados de lágrimas, estávamos na mais perfeita capella.

 

 

So please don't make this any harder

We can't take this any further

And I know there's nothin that I wanna change, change

 

Cause you were mine for the Summer

Now we know it's nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my summer love

You always will be my summer love

 

 

- Como eu disse — Murmurou assim que terminamos. — São uns merdas. — Concluiu Barone.

- Eu vou quebrar a cara desse cara... — Niall cochichou-me nervoso.

Eu não podia deixar que alguém que eu nunca vi na vida fodesse com tudo o que demoramos anos para construir.

- Você respeita a nossa banda! — Proferi enraivecido.

- Vincent, leve-os agora — Cerca de três seguranças nos rodearam.

- Querido, não! Eles são ótimos! — Ele bufou, e seguiu com a ordem aos seguranças.

- Vamos embora logo, Harry. — Rogou-me Niall. — Eu me recuso a sair desse lugar sendo enxotado…! — Concordei com a cabeça e virei-me para a escada sendo o primeiro a ir.

- Me desculpem, por favor... — Ainda ouvimos a amistosa senhora pedir antes de chegarmos ao andar debaixo.

- Não se preocupe, a senhora não tem nada a ver com esse lixo. — Liam apontou diretamente para o proprietário, tornando-o igualmente oprimido, assim como nós.

Há muitas maneiras de uma pessoa se sentir humilhada.

A mais comum é aquela em que alguém nos menospreza diretamente, quando nos reduz, ou quando nos coloca em um lugar do qual geralmente não pertencemos.

E aquela nos doeu... mas a humilhação faz parte do sucesso.

Saímos do estabelecimento ainda com a chuvarada, entramos no carro e de imediato liguei o aquecedor. Batíamos os dentes de frio.

- Cara, eu só não desisto porque é a Emma — Niall estava mais puto do que qualquer outra coisa.

- Ainda existem mais de trezentos bares pra gente ir, pessoal, relaxem — Suavizou Louis.

- Para sermos enxotados como nesse?! — Rebateu Niall.

- Nos comprometemos em ajudar o Harry e iremos fazer isso, Horan. — A minha cabeça já estava explodindo.

- Galera, só vamos tentar em mais um e se não conseguirmos vamos pensar em outra coisa, okay — Falei no automático enquanto a minha cabeça rodava atrás de outra solução.

- Não estou reclamando, Harry. Longe de mim. — Esclareceu Niall. — Eu vou com você até o inferno, mas não sei se vou conseguir suportar humilhações  

- E nem quero. Nós somos a One Direction, pessoal. Mais que uma banda, somos uma família. — Encorajei-nos.

- E é por isso que estamos contigo nessa — Disse Louis.

- Eu agradeço e peço que não me deixem sozinho, eu… eu me sinto tão perdido… — Minha voz soou abafada ao segurar o choro.

- Sempre estaremos aqui com você, Hazza — Afirmou Liam, enquanto acariciava os meus cabelos.

Respirei fundo.

- Valeu, gente — Agradeci sinceramente. — Agora vamos logo antes que eu acabe chorando — Confessei melancólico.

- Ah, não chora. Não chora. — Niall falou. — Dói o coração te ver chorar

- Sério? — Tornei-me surpreso.

- Sério — Concordou Louis. — É a pior coisa.

- Sabemos que você é uma pessoa muito sensível e frágil — Liam disse e neguei com a cabeça. — Claro que é. Lembra daquela noite quando você viu um gato morto, caído no lado da estrada, e você começou a chorar e eu, Louis e Niall caímos na gargalhada?

- Lembro — Murmurei.

- E você lembra que chorou quando foi expulso do show do Coldplay?

- Lembro — Murmurei de novo.

- E até hoje não sabemos o motivo da expulsão — Acrescentou Niall. — Mas te acompanhamos

- Lembra que você chorou escondido quando brigou com o Louis na noite de natal do ano passado e mesmo assim te encontramos na varanda de casa aos prantos? — Louis levemente riu.

- Lembro…

- Lembra quando ao mesmo tempo nós três te fizemos cócegas para que você parasse de chorar com saudade da tia Anne e você só chorou mais ainda magoado com a gente?

- Lembro. Odeio quando fazem isso. — Resmunguei baixinho.

- Mas deu certo no final. — Rebateu Louis. — Você parou de chorar por tristeza e começou a chorar de tanto rir — Rolei os olhos.

- Lembra quando chorou de raiva durante uma discussão quando descobriu que achamos a tia Anne gostosa?

-  Lembro — Hoje ao lembrar, foi hilário. Mas no dia não. Me senti totalmente traído por eles.

- Lembra que chorou durante horas quando a Barbie terminou o namoro de vocês?

- Porra... lembro... — Foi a pior noite da minha vida, até ontem.

- Ficamos te consolando, ou tentando, até cinco e meia da manhã. — Concordei lembrando.

- Pensamos que você ia morrer desidratado ou quem sabe até de um AVC — Comentou Niall. — Foi horrível. E depois de um tempo eu chorei junto com você

- Eu lembro — Eu tenho os melhores amigos. Companheiros.

- Se isso tudo não é ser frágil e sensível, cara, então eu não sei o que é — Liam disse e sorri de canto. Não podia negar o inegável. Eu sou mesmo vulnerável… — Emma tem muita sorte por te ter como marido...

- Obrigado — Agradeci entre sorrisos.

- Agora vamos. — Niall falou e Liam voltou a sentar no banco.

- Botem os cintos, galera. — Aconselhou Payne. — É o Horan que tá no comando

- Imbecil — O mesmo resmungou e acelerou com o carro depois.

A chuva ainda caía forte, porém isso jamais nos seria um empecilho. Minha cabeça não saía daquele hospital, em como Emma estaria. Em como ela me receberia… seria aos sorrisos ou aos beijos? Eu quero os dois…

- Chegamos — Niall desligou o carro.

- Acho melhor ir sozinho. — Me virei no banco para eles.

- Por que? — Perguntaram-me.

- Caso houver desaforos, eu os ouvirei sozinho. — Respondi simplesmente. — Vocês não merec...

- Eu disse que estamos contigo, cara, e estamos. — Liam apertou o meu ombro.

- Mas

- Lembra quando você caiu do nada no meio da rua e nós três fingimos que caímos também só para que você não se sentisse envergonhado na frente dos outros?

- Sim…

- Acho que não preciso dizer mais nada. Vamos logo — Então descemos do carro e corremos no meio do temporal até o local.

- Sejam bem-vindos ao 55 Bar — Saudou-nos um dos atendentes.

- Obrigado. O dono desse lugar está?

- Sim. Sou eu mesmo. Peter Wells.

- Oh, muito prazer, sou Harry Styles — Estendi a mão cumprimentando-o. — Esses são meus amigos, Liam, Louis e Niall.

- É um prazer. O que desejam?

- Uma oportunidade. — Assumi e ele me encarou confuso com as minhas palavras.

- Não entendi

- Nós formamos uma banda e estamos aqui, pedindo, quase implorando ao senhor por uma oportunidade — Supliquei-lhe.

- Infelizmente já tenho duas bandas tocando aqui. Uma no período do dia e a outra do período da noite

- Não há como dividirmos o palco com alguma das duas no mesmo dia? — Questionou Liam.

- Impossível. — Respondeu-o.

- Ou então poderíamos tocar durante a madrugada. A banda que toca a noite só iria até às 01:00 e depois disso assumiríamos o palco — Sugeriu Louis.

- Não, isso não será possível.

- E se tocássemos durante um único dia apenas, mas semanalmente? Já iria nos ajudar muito. — Foi a vez de Niall.

- Sinto muito, mas isso realmente não será possível.

- POR FAVOR, A MINHA ESPOSA ESTÁ MORRENDO! — Berrei para ele e todos me olharam assustados diante da minha explosão.

- Eu sinto… — Ele parecia mesmo comovido com a situação. — Sinto muito por você, mas não posso. Não tenho como — Sequer respondi-o. Saí do lugar, voltando pro carro e senti os garotos correndo logo atrás de mim.

Abri bruscamente a porta, sentei no banco e coloquei as mãos no rosto começando a chorar como uma criança desolada.

Ergui minhas pernas para o banco e abaixei a cabeça escondendo o rosto entre os joelhos.

- Calma, Hazza... calma, irmão… — Liam também parecia estar à beira do choro.

- ...me diz como eu vou contar pra ela que não consegui arrumar o dinheiro…? — Choraminguei baixinho. — ...me diz como eu vou conseguir salvá-la…? Como?!

- A gente vai dá um jeito… Deus está do nosso lado, irmão — Afirmou.

Meu peito ardia, eu podia sentir todo o meu corpo tremendo.

- ...me leva de volta pra ela... — Choraminguei a primeira coisa que me veio à cabeça.

- Okay, eu levo — Niall disse de volta. — Só não chora mais, por favor

- ...não consigo… — Lamuriei soluçando.

- Liam, faz alguma coisa! — Niall pediu.

- A tia Anne… a tia Anne, liga pra tia Anne! — Louis disse lembrando.

- ...não quero que preocupem a minha mãe… — Consegui tomar fôlego para dizer.

- Você precisa dela, Harry. Mais do que nunca. — Liam disse já ligando e eu nunca concordei tanto com ele. — Alô, tia? Oi, é o Liam. Er… mais ou menos… a senhora por falar agora? Certo. Aqui, Harry

- Mãe? — Atendi.

- Amor?

- Mãe… — Intensifiquei meu choro involuntariamente.

- O que aconteceu?! Por que está chorando tanto?!

- O amor da minha vida está morrendo…

- Barbie?!

- Não… Emma… eu não sei o que fazer, mãe… ela tá escapando… tá escapando das minhas mãos...

- Meu amor, acalme-se… quem é Emma? Vamos por partes…

- Liam, explica… eu não vou conseguir… — Pedi ao estender o celular para ele.

- Eu?

- Explica! — Ele assentiu.

- Tá bom, tá bom, eu explico. Mas o que eu explico? — Perguntou a si mesmo. — Alô? Tia? Oi. A Emma? Ela é a esposa dele… sim… foi de repente...

- Harry, para... — Quando Niall pediu e retirei a cabeça de entre os meus joelhos, seu olhar vermelho encontrou o meu e ele fungou.

- Desculpa… — Pedi e ele assentiu limpando seus olhos.

Não importa o que aconteça ou qual seja o motivo… quando estou chorando compulsivamente Niall acaba chorando comigo.

- Vou passar pra ele.

- Mãe?

- Filho, eu estou indo para aí amanhã mesmo.

- Não, mãe, não precisa. Você não pode abandonar as crianças — Ela trabalha em uma instituição de crianças com autismo.

- Mas você precisa de mim, meu amor…

- Preciso… mas elas precisam mais. Eu me viro, sério… — Funguei.

- Tem certeza, querido? Ainda tenho algumas férias dentro. Que guardei para passar o natal com você

- Por isso mesmo, mãe, guarde para o fim do ano. Eu vou ficar bem…

- Eu quero entender tudo sobre esse casamento…

- Foi um encontro de almas, mãe… não há explicação para isso…

- Você está muito apaixonado… — Reconheceu.

- Estou… — Choraminguei de novo.

- Liam não quis me contar o que está havendo… disse que só você poderia… o que está acontecendo, amor?

- Ela está morrendo… talvez de leucemia ou talvez outra doença horrível…  

- Oh, meu Deus! — Chocou-se. — Harry… eu sinto muito, amor, muito, muito…

- Chegamos. — Niall anunciou baixo.

- Mãe… eu preciso desligar. Vou visitar Emma agora.

- Dê um beijo nela por mim e diga que lhe desejo muita força.

- Obrigado, eu digo sim...

- Te amo, meu amor.

- Te amo e tô com saudade...

- Logo estaremos juntos. — Sorri por um segundo.

- Tchau, mãe…

- Tchau, meu bebê... — Entreguei novamente o celular a Liam e desci do carro.

Corri até o hospital e passei pelas portas congelando quase que instantaneamente.

O frio lá dentro estava glacial, levando em conta que eu estava todo encharcado da chuva.

Segui para o quarto 202 e quando entrei agradeci por ela estar acordada e sorrindo para mim.

- Amor! — Disse assim que me viu.

- Meu amor… — Apertei-a em meus braços com tanta força, sentindo-a retribuí o abraço com a mesma intensidade. — Como você está...?

- Muito melhor agora… — Sorri de canto recebendo milhões de beijos carinhosos em minha bochecha. Mas calmamente virei o rosto e grudei nossos lábios.

Em um ritmo lento e profundo, ela capturou meus lábios em uma suavidade que me deixa louco, coloquei minha mão em seu cabelo e fiz círculos em seu couro cabeludo, enquanto sua mão acariciava a lateral do meu rosto.

Beijo doce, envolvente, molhado…

Meus batimentos cardíacos estavam super acelerados e a necessidade do ar se fez entre a gente…

- Por que está todo encharcado…? — Me puxou para si, acariciando meus cabelos ensopados.

- Peguei chuva do carro até o hospital…

- Resolveu o que tinha que resolver...?

- Não. — Admiti baixinho.

- Mas o que houve? — Segurei uma de suas mãos a colocando em meu rosto.

- O que acha de me dar mais um beijo...? — Se eu respondesse alguma coisa, iria ser com uma mentira, e eu não quero mentir para ela.

- Claro que sim... — Respondeu já colando seus lábios nos meus e sorri em meio ao beijo diante de tanta ânsia e amor.

Pus seu rosto entre as mãos e entreguei-me completamente ao beijo, fazendo com que se tornasse muito difícil, quase impossível, respirar.

Ela mordeu meu lábio inferior segurando o mesmo por alguns, me derreti inteiro.

Seus lábios desceram para o meu pescoço, me arrepiando e o deixando extremamente sensível, sorri ao perceber que ela estava tentando me seduzir.

- ...Emm, pare… — Tentei conter-me e ela riu de forma doce.

Ela fez um beicinho, o que me fez rir, revirando os olhos.

Somente ela me arrancava sorrisos e me trazia paz em meio a tanta escuridão e sofrimento...

E mesmo agora diante dessa monstruosa dúvida sobre até quando a terei comigo… o que importava, verdadeiramente para mim, era estar perto dela. Para ver todos os sorrisos que ela me desse… para ser o motivo de todos.

- Talvez você ainda não saiba, mas você é tudo pra mim, Emma… — Sussurrei-lhe e ela sorriu segurando meu rosto entre as mãos.

- É tão lindo saber que temos um amor verdadeiro… — Observei seu rosto com fascínio enquanto sorria de lado.  

- E como não acredito em amor à primeira vista, só posso ter te conhecido e te amado em outras vidas…

- Sim… — Ela beijou meus lábios com vários selinhos. — Eu tenho certeza que já nos amamos antes, amor…  — Voltei para o seu pescoço, abraçando-a.

Esse amor vem de Deus… eu sinto que é eterno. É um sentimento que quer sair pelo peito… então como é possível amar tanto alguém em tão pouco tempo...? Somente em outras vidas, onde a amei para sempre. Pois isso faz parte de nós, está no nosso roteiro. Somente com ela a minha história poderia estar completa.

Deus a fez para mim, a fez para que eu a amasse por todas as minhas vidas...


Notas Finais


O que acharam?
Me digam nos comentários e até o próximo capítulo ❤️


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