Ruby começa a perder as forças parando de se debater e Dean dá um sorriso diabólico, que é quebrado ao ouvir uma voz familiar e autoritária ecoar por todo o banheiro.
- Dean! Solta ela! – O loiro reconhece a voz do irmão, arfa e continua a segurar Ruby embaixo d’água. – Dean! – insistiu Sam correndo até a banheira e dando um empurrão em Dean. O loiro se prepara para revidar e Sam indignado com Dean puxa Ruby para fora da banheira.
- O que voce pensa que esta fazendo? Nós salvamos pessoas e não as matamos! – Dean se contem de sua fúria. Ruby estava inconsciente e sem respiração, começando a ficar cianótica. Sam começa a fazer respiração boca a boca e compressões no tórax. Dean apenas observa com desprezo. – Dean, me ajude aqui! Faça alguma coisa!
Dean inclina a cabeça de lado em total cinismo.
- Anda Ruby! Respira! – Sam dá tapinhas no rosto da loira e assopra novamente em sua boca por duas vezes e depois retoma as compressões. Ruby ainda estava inerte, Dean sentia uma satisfação interior ao vê-la morrendo. Sam estava desesperado e continuava as compressões com mais intensidade feito louco.
- Se voce continuar desse jeito, voce vai quebrar alguma costela dela... – falou Dean achando aquela situação divertida.
- É melhor do que não fazer nada! – falou Sam se referindo ao irmão e voltando a assoprar na boca da loira.
- Ela precisa de oxigênio e não de costelas quebradas! Apenas assopre e eu faço o trabalho duro! – falou Dean se ajoelhando ao lado de Ruby e colocando as mãos sobre seu tórax desnudo iniciando as compressões, enquanto Sam assoprava em seus lábios, até que Ruby reage virando pro lado e cuspindo água que ela havia engolido.
- Voce esta bem? – perguntou Sam esfregando as costas de Ruby com uma mão enquanto ela tossia.
- Bem? Seu irmão psicopata tentou me matar! Como posso estar bem? – falou Ruby irritada, se levantando recusando a ajuda de Sam para ficar de pé. Ela pega seu roupão e se veste.
- Agora, como todos estamos reunidos. Sammy, voce pode me explicar o que voce fazia com a garota possuída pela Ruby?
- Eu sou a Ruby! Aquele demônio era apenas uma fumaça preta idiota sem criatividade pra criar um nome, Ruby é meu nome e não daquela vadia! – retrucou Ruby nada feliz. Ela odiava que se referisse ao demônio que a possuiu pelo o nome dela.
- Eu não te perguntei nada, receptáculo do mal! – rebateu Dean.
- Vai se ferrar seu idiota! – gritou Ruby irritada. Dean sorri e fala com sarcasmo:
- É esse o tipo de mulher com que voce anda saindo, Sammy? Acho que no banho ela se esqueceu de lavar a boca com sabão. - Ruby ia dar uma resposta, mas Sam tomou a iniciativa e falou irritado com uma ponta de ciúmes de Bela:
- E quanto à voce, Dean? O que voce fazia com a Bela? Dá última vez voce queria matá-la e agora esta bebendo com ela como se fossem velhos amigos?! – Ruby notou os ciúmes de Sam e logo começou a praguejar mentalmente contra a morena.
- Ah, Bela! - falou Dean despreocupado. – Ela que me procurou inclusive ela me contou muitas coisas sobre voce, Emily Rose.
- Agora voce acredita na Bela? Depois de tudo que ela vez?! – Sam falou o acusando.
- Não, na Bela não, mas nisso aqui sim. – falou Dean entregando a pasta que Bela havia dado.
- O que tem aqui? – perguntou Sam encarando a pasta.
- A prova de que voce esconde coisas de mim, como por exemplo, andar por aí com essa alma condenada foragida do inferno. – falou Dean se referindo a Ruby que o metralha com os olhos. Sam abre a pasta e vê suas ligações para Ruby todas registradas, assim como as fotos na lanchonete, dentro do quarto de motel no Kansas conversando, perto da máquina de refrigerante.
- Voce estava nos espionando? – indagou Ruby revoltada ao ver toda aquela papelada.
- Eu não perderia meu tempo com voce, baby! Isso aí é cortesia da Bela. – falou Dean dando um sorriso irritante.
- Pensei que voce confiasse em mim, Dean... – Dean interrompe Sam e fala:
- Eu confio em voce com toda minha vida, só não confio nela. – Dean aponta para Ruby. – Voce não vê que ela esta fazendo o mesmo papel quando ela estava possuída?! Começou assim, voce fazendo coisas pelas minhas costas. Resultado final: Voce ficou viciado em sangue de demônio e causamos o apocalipse. Vamos lá, Sammy! Eu sou seu irmão, droga! Pensei que tínhamos prometido que nenhum de nós iria esconder as coisas do outro. Não mais.
- Voce quer realmente falar sobre isso? Voce trabalha com Crowley pelas minhas costas, parece agora estar aliado a Bela e vem me julgar? Voce iria me contar sobre a Bela? – indagou Sam.
- E que merda voce acha que estou fazendo aqui? – falou Dean abrindo os braços com a maior cara de pau.
- Tentando cometer um assassinato! – falou Ruby fermentando ainda mais a briga.
- Cale a boca vadia! - falou Dean em tom ameaçador. Ruby mostra o dedo médio para Dean. – Mostre de novo e voce vai ver o que faço com a porra do seu dedo! – Ruby mostra o dedo médio novamente e fala provocando ainda mais fúria:
- Vai fazer o quê? Me matar seu bastardo? – Dean perde a paciência e tenta partir pra cima e Sam intervêm.
- Dean, já chega! – gritou Sam.
- É, já chega mesmo! É hora de voce abrir os olhos, Sammy! Voce não percebe que a história esta se repetindo? Não importa se ela não é um demônio, ela continua sendo a Ruby. Uma manipuladora, mas invés de trabalhar para Lúcifer, essa vadia trabalha para Abaddon. Ela quer ferrar com a gente, jogando um contra o outro, mas não vou permitir isso, antes eu mato essa cadela. – falou Dean partindo pra cima de Ruby, mas Sam o impede novamente.
- Dean, pare! – ordenou Sam.
- Abra os olhos, Sammy! Essa cadela é marionete da Abaddon! – gritou Dean quase que cuspindo as palavras.
- E voce ficou sabendo isso por quem? Pela vadia da Bela? Por que se for, tenho péssimas notícias pra voce. Ela é quem quer ferrar voce e seu irmão, além de se tornar um demônio e matar Abaddon porque recusou transformá-la! – falou Ruby elevando o tom de voz para que os dois prestassem atenção nela.
- Voce pode provar isso? – perguntou Sam olhando para Ruby. A atitude de Sam deixava Dean com os nervos à flor da pele. Como ele poderia acreditar tão vilmente na Ruby? Os dois só podem estar se pegando, pra não questioná-la, pensou Dean.
- Claro que posso! Tenho uma gravação e espero que sirva para abrir os olhos desse babaca pra enxergar que quem é a vilã nessa história é a Bela e não eu. – falou Ruby ao se lembrar da gravação que Abaddon a entregou.
- Ótimo, então mostre pra gente! – falou Dean irônico. Ruby sai do banheiro e eles a seguem até o quarto. Ela pega o gravador e entrega a Sam.
- Escute. – Ruby apertou o botão. “Eu vou matá-la, matar a Ruby, os Winchesters e qualquer que ficar no meu caminho. Eu irei virar um demônio com ou sem sua ajuda, Abaddon.”. – Convencidos agora?
- Eu não consigo acreditar. – falou Sam meio desapontado, já Dean faz um bico e passa a mão no cabelo, sem dar credibilidade a gravação.
- Mas o que deveríamos esperar de uma vadia manipuladora e mentirosa como ela? – falou Ruby revoltada ainda com aquela situação da Bela ter traído a parceria.
- Não faz sentido pra mim, ela querer virar demônio. Porque nos últimos momentos da vida dela, ela chorou e implorou no telefone para eu ajudá-la, mas já era tarde demais. Mas me diz. – Dean caminha em direção a Ruby de forma ameaçadora. - Como voce conseguiu isso? Voce gravou isso? – Nem Dean acreditava, mas ele estava defendendo a única pessoa que ele jamais colocaria a mão no fogo. “Ótimo! Agora sou eu que estou parecendo que ando pegando a Bela... Ah foda-se! Essa cadela da Ruby deve estar tramando algo, essa gravação é óbvia demais...” presumiu Dean.
- Não, eu recebi essa gravação. – falou Ruby automaticamente. Se ela falasse que recebeu de Abaddon, ela estaria cavando sua própria cova.
- Eu posso saber de quem? – insistiu Dean tentando induzir a uma resposta não pensada.
- E o que importa? A prova esta aí, nós estamos falando da Bela. Uma mercenária que só se preocupa com seu próprio umbigo.
- Importa muito! – afirmou Dean.
- Eu estou louco ou voce esta defendendo a Bela? - perguntou Sam ainda mais incrédulo ao ver a postura do irmão em relação à gravação.
- Não. Eu não estou defendendo ela, mas também não vou confiar em uma gravação sem saber de onde vem e ainda mais que veio parar nas mãos de uma pessoa que obteve a saída do inferno com a ajuda da própria Abaddon.
- Quê? – falou Sam estagnado olhando para Ruby que por um segundo sentiu seu coração gelar.
- É isso mesmo que voce ouviu. Essa vadia saiu do inferno com a ajuda da Abaddon. – falou Dean cuspindo as palavras furiosamente. Sam continua a olhar para Ruby esperando que ela negasse, que apresentasse uma prova de que Dean está errado, mas ela continua calada. Ela mal conseguia raciocinar.
- Ruby, isso é verdade? – insistiu Sam, a loira podia sentir um peso em sua voz, um peso de desapontamento.
- Não me julgue! Eu não tenho um anjo da guarda como voces e não me arrependo de ter aceitado a ajuda dela, eu faria de novo se isso significa sai daquele lugar horrendo. – falou Ruby com os olhos cheios de lágrimas ao se lembrar do motivo que havia a feito ir ao inferno.
- Estou profundamente tocado com sua dor... – falou Dean debochado e Sam o repreende, ele havia notado que Ruby.
- Voce é um tremendo idiota! Não me admira ver como a Bela consegue te passar a perna sempre. – falou Ruby revoltada encarando Dean.
- Pode me chamar de idiota, mas não fui eu que precisei caçar a Bela no inferno porque ela era o passaporte para sair de lá e também não fui eu que quase fui feito de trouxa no purgatório. – falou Dean usando as informações que Bela tinha repassado, incluindo o fato dela ter admitido que usou a Ruby para sair em segurança do purgatório e quase tê-la abandonado lá em seguida. Dean reflete por um momento. – Se Bela tivesse te abandonado no purgatório teria sido algo maravilhoso, porque eu poderia agora estar dormindo em paz ou transando com alguma garçonete gostosa.
- Só tenho uma coisa a dizer... Eu tenho pena de voce, Dean. Agora voce pode estar achando que Bela está do seu lado, mas tudo não passa de um jogo. Ela toma partido por alguém como um acionista acompanhando a bolsa de valores, aonde ela ver chances de lucrar, é lá que ela vai investir. Voce pra ela é apenas mais uma opção pra investir. – falou Ruby lembrando que Bela fazia um jogo de cintura com Abaddon e Crowley, enquanto Dean concordava com tudo cinicamente.
- Só tem uma coisa que voce esqueceu... É que eu estou andando e cagando pro que ela faz! Não importo pra que time ela joga, apenas consegui uma informação útil e o papel dela era facilitar porque é isso que facilitadores fazem, eles facilitam. – falou Dean dando uma piscadela esnobe.
- Pensando bem, faz sentido! Talvez a Bela queira ganhar sua confiança, Dean. Daí ela deve ter planejado tudo. Incluindo entregar Ruby a voce de bandeja. Ela sempre foi uma boa jogadora. – falou Sam preponderando cada fato. - O inferno muda a gente! Ela ficou mais tempo lá do que nós dois juntos! Então, faz sentido ela querer virar um demônio, deixar de ser vítima e virar agressor. Psicologia barata. – concluiu Sam.
- Bem, isso é problema dela e não meu! – Dean dá de ombros e caminha até a porta. – Mas não pense que isso limpa sua barra e não fique achando que o Sam sempre estará por perto pra te defender. – falou Dean olhando por cima dos ombros.
- Eu não preciso do Sam pra me defender.
- Isso nós veremos! Agora, vamos embora, Sammy! – falou Dean caminhando para a escada.
- Vai na frente! Eu já chego lá! – Dean olha para os dois em total desconfiança e depois sai. Até o momento não havia muita coisa que ele poderia fazer.
- Quem te deu a gravação? Seja sincera! – perguntou Sam.
- Se eu soubesse já teria dito. Apenas encontrei o gravador sobre a mesa. – mentiu Ruby. – E acho que voce deveria ir, Dean não faz o tipo que gosta de esperar. – falou Ruby dando as costas e Sam segura em seu braço.
- Não posso te ajudar se voce não for sincera comigo.
- Eu já disse, eu não sei.
- Por que tenho a sensação de que voce esta me escondendo algo? Eu não posso confiar em voce desse jeito!
- Eu realmente não sei quem me entregou, ok? Mas já que você insiste tanto em saber o que eu não queria te contar, pois aí vai! Quando seu irmão tentou me matar, a marca no braço dele brilhou, seu irmão está cedendo, Sam.
- Como você pode ter certeza disso? Quando eu cheguei voce estava desacordada.
- Eu sei porque eu vi. No momento que ele me afundou na banheira, a marca brilhou e ele estava incontrolável. Ele realmente iria me matar. – Sam olha pro chão pensativo. - E acho melhor a gente não se encontrar mais... – Ao ouvir isso, Sam olha pra Ruby, aquilo foi inesperado, ela estava diferente, algo havia mudado, ela parecia chateada.
- Ruby... – Ruby interrompe Sam:
- Não precisa dizer nada, agora acho melhor voce ir, eu preciso descansar. – Ruby abre a porta indicando pra Sam sair.
- Tudo bem então... – Sam acena com a cabeça concordando. – Voce vai precisar trocar o curativo.
- Eu sei. – falou Ruby fria. Sam olha uma última vez pra Ruby e sai. Ruby fecha a porta revoltada e se encosta na mesma, ela arfa e fala baixinho:
- Droga! – Ruby escuta a porta de baixo bater, ela corre até a janela e observa discretamente Sam caminhando para o Impala, ele olha para trás e a loira se joga no chão, antes que ele a veja. Ruby pensa um pouco analisando a situação. - O que diabos eu estou fazendo escondida aqui espionando Sam Winchester? Eu devo estar definitivamente louca! - Ruby se afasta da janela e levanta do chão a uma distância segura do campo de visão de Sam, nesse momento ela sentia vergonha de si mesmo.
[...]
- Então... Posso saber o que voce falou com a Ruby? – falou Dean dando a partida.
- Ela não mentiu sobre não saber quem deu o gravador. Apenas deixaram para ela encontrar. – falou Sam abaixando um pouco o vidro, Dean notou que o irmão estava meio emburrado.
- E o que é que tá pegando então? Ah, deixe eu adivinhar... Ela te deu um fora? Eu sei, ela é gostosa, mas é chave de cadeia, Sammy.
- Não tá pegando nada. – falou Sam emburrado e pensativo, por um lado ele estava um pouco ciumento por causa de Bela, mas por outro lado, ele não sabia o porque ele se importava tanto com Ruby. Quando ele pensa em Bela, ele sente uma atração sexual, mas quando pensa em Ruby, ele tem sentimentos apesar de não saber distinguir que sentimentos são.
- Sei...
- Certo. Vou ser direto. Por que voce não acredita que a Bela possa ter armado todo esse teatro, pra virar demônio, matar Abaddon e a gente? Ela tem motivos para querer matar voce, voce a abandonou quando ela ligou pedindo ajuda.
- Porque ela é como nós, Sammy. Ela foi ao inferno. A última coisa que eu, voce e até mesmo ela iríamos querer é virar um demônio. Mas não descarto o fato dela querer vingança. – falou Dean olhando de relance, Sam teve de concordar. – Mas estou curioso... Como voce me encontrou?
- Eu mudei de idéia, precisava relaxar um pouco do trabalho e decidi também ir ao bar e por uma casualidade vejo voce e a Bela, o que pra mim foi muito estranho, pois só tinha bebido um gole da cerveja, não tinha como ficar bêbado. Voces eram reais.
- E por que não foi até lá?
- Voce por acaso daria o flagra, se fosse eu com a Bela? Voce não iria querer saber primeiro sobre o que estamos conversando? – indagou Sam.
- Verdade. – Dean concorda. – Então... Achou algo mais sobre a Seita? Porque como não posso matar sua namoradinha, então eu preciso atirar em alguma coisa.
- Ela não é minha namorada. – falou Sam fechando a cara.
- Tanto faz!
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