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História Which his side? - Drink, Pray and Bark - Part 2


Escrita por: belatalbot

Notas do Autor


Finalmente outro capitulo, era pra ter postado no sábado, porém vi que tinha esquecido uns detalhes nele e fui reler e acrescentar. Enfim, vamos descobrir quem é serial killer, o que foi que Dean cochichou no ouvido de Bela como último termo da aposta. Espero que gostem. Boa leitura xoxo.

Capítulo 51 - Drink, Pray and Bark - Part 2


O alarme do celular de Ruby mal soou às seis da manhã e ela pulou da cama indo praticamente voando em direção ao banheiro. Ela escova os dentes, prende o cabelo, coloca uma calça legging, uma blusa de alça, um moletom por cima, calça os tênis e por fim, pega os fones de ouvido e o celular, saindo do hotel instantes depois.

Às sete horas, Bela acorda não tão disposta como queria. O maldito cachorro a fazia acordar de tempos em tempos. Depois de fazer a higiene matinal, ela se dirige a cozinha para tomar o café-da-manhã e se depara com Ruby dançando em frente ao fogão, enquanto fritava ovos com bacon.

Bela se senta junto ao balcão sem Ruby perceber, ela pega uma torrada, passa geleia e serve o suco pra si mesma, enquanto observava a loira dançar empolgada. Quando Ruby se vira e vê que a ladra estava rindo discretamente, ela fica sem graça e diz:

- Há quanto tempo está aí?

- Um segundo a menos do que seria bizarro? – debochou Bela. - Mas com certeza o Sam iria gostar. E o bacon já está pronto? Preciso repor as energias que gastei carregando voce ontem para seu quarto.

- Eu deveria era te dar crack frito ao molho de cianeto, por voce ter me convencido a fazer aquela disputa estúpida com o Dean. Agora tenho que suar todo álcool para me livrar da ressaca e não ficar o réveillon enfurnada na cama. – reclamou Ruby servindo o bacon e os ovos para a ladra.

- Primeiro que voce vai parar na cama de todo jeito, seja pela ressaca ou pelo Sam. – Bela dá um gole no suco. - Segundo que as coisas pra voce não foram tão ruins, poderiam ter sido piores. Pense nisso.

- Hum, é mesmo? Por exemplo? – indagou Ruby fitando Bela com cinismo.

- Bem, voce poderia ter um Impala e poderia ter perdido em uma aposta para uma garota que bebe mais álcool que um Polo Sedan. – zombou Bela.

- Voce é uma vadia cretina e cruel, sabia? – disse Ruby tombando a cabeça de lado.

- Voce vai mudar de idéia sobre isso depois que eu contar como foi a negociação ontem com Metatron... Agora me passe outra torrada!

[...]

Dean acorda com o som de batucadas na mesa, ele olha por cima dos ombros e vê o irmão em pé usando terno juntando as papeladas para guardar na pasta e diz:

- Agora tá explicado de onde vem esse barulho infernal que estão fazendo meus ouvidos sangrarem.

- Bom dia pra voce também. Vejo que está animado hoje. – brincou Sam colocando os papéis em uma pasta.

- Que horas são? – Dean esfrega os olhos.

- 9 da manhã. – respondeu Sam praticamente correndo para o pé da própria cama e pegando sua mochila que continha balas de prata.

- Por que a pressa? Voce achou o lobo mal? – indagou Dean ainda estirado na cama.

- Ainda não. – Sam agora mexe nas gavetas. - Voce viu meu celular? – disse Sam com a voz elevada.

- Vi, mas dá pra falar um pouco mais baixo? Porque acho que tem um homenzinho dentro da minha cabeça tentando quebrá-la com uma picareta. – Dean massageia a testa, enquanto Sam dá uma risada baixa. - Seu celular está no balcão da cozinha.

- Bem, se eu fosse você eu levantava da cama pra resolver logo o caso antes da Bela “rebocar” nosso carro. – disse Sam indo a cozinha.

- O quê? – disse Dean confuso.

- Voce não lembra? Ontem vocês fizeram uma aposta, da qual eu não concordei, mas voce não me ouviu e a Ruby te detonou.

Dean apenas fica paralisado processando a informação.

- Dean? – perguntou Sam estranhando o silêncio repentino do irmão.

- Como diabos eu perdi pra Ruby? – questionou Dean fazendo uma careta.

- Simples. Ela é uma batedora de copos, você não. – Dean reflete sobre a afirmação do irmão. -Agora voce vai ficar aí deitado ou quer saber o que descobri? – perguntou Sam se sentando a mesa e abrindo o notebook. - Sabemos que lobisomens matam quem odeiam quando estão transformados, certo?

- Sim, e daí?

- Verifiquei as datas dos assassinatos com os dias de lua cheia e descobri que estão alternados. A personal trainer e o médico morreram em dia de lua cheia, já o mecânico e o técnico de informática em dia de lua nova.

- Lobisomens não se transformam em dias alternados, só em dias de lua cheia. – retrucou Dean.

- A não ser que seja o Alpha. – rebateu Sam. - E além disso, achei um fator comum entre as vítimas.

- É? Qual? – perguntou Dean curioso.

- Todas as vítimas freqüentavam a Catedral St. Paul. Agora vamos... Rápido! – Sam joga o distintivo para o irmão. 

- Vou me vestir, Harrison Wells.

[...]

Sam conversava com o Padre Matthews sobre os assassinatos dos fieis da congregação dele, já Dean observava o zelador perto do altar esfregando o chão enquanto assobiava Ave Maria. Sam dá um toque em Dean indicando para eles darem o fora.

- Então, as vítimas não tinham inimigos e o padre não recebeu nenhuma ameaça contra a congregação. Pois é, conseguimos um grande amontoado de nada. – resmungou Dean descendo os degraus da frente da catedral.

- Talvez ele esteja mentindo. – rebateu Sam.

- E o que quer fazer? Uma tocaia? – indagou Dean parando de andar. - Olha, eu leio as pessoas e aquele padre está dizendo a verdade. – Dean aponta para a catedral para ressaltar ainda mais.

- Ok, e o que fazemos então? Voltamos pro motel e pesquisamos? – supôs Sam.

- Bem, essa missão é toda sua. Porque eu preciso de aspirinas ou minha cabeça vai... – Dean vê Bela escorada em seu carro e apressa os passos ao encontro dela. - Não sei porque voce está aqui, mas pode se afastar do meu carro. – Bela ri. - Eu disse algo engraçado?

- Voce quis dizer meu carro ou já esqueceu que fizemos um desafio e voce perdeu?! - relembrou Bela.

- Voce não vai tê-lo. – assegurou Dean colocando a mão no bolso e segurando firme a chave.

- Não pedi sua permissão. – respondeu Bela desafiadora.

- Haha, você ouviu isso, Sammy? Ela não pediu minha permissão. – Dean aponta para Bela e olha de relance para o irmão dando uma risada irônica. - Agora me responda, amor. Eu te deixei tão irritada assim por ter feito você perder 50 mil? Que eu lembre você disse que ia deixar passar em branco. – Dean faz um biquinho debochado.

- E deixei. Assim que vi seu carro, eu poderia ter ferrado com ele e mandado rebocar como quando vocês atrapalharam meus negócios com a Sra. Gert. Porém deixei passar em branco. – rebateu Bela.

- Bela, estamos no meio do caso. Voce não pode tirar o Impala da gente. – insistiu Sam na tentativa de fazê-la mudar de idéia.

- Problema de vocês, não meu. – Ela dá de ombros fazendo um beicinho.

- Esqueça Sammy, ela não se importa com ninguém que não seja ela mesma.

- Voce sabe que isso não é verdade, Dean.

- Não?

- Eu me importo com o que meus clientes pensam.

- Claro. – Dean dá um sorriso forçando. - Um bando de babacas narcisistas obcecados em obter poder e talvez...  – Ele apenas olha para Bela deixando entender que se referia a segundas intenções.

- Ow! Está com ciúmes, Dean? – perguntou Bela com um sorriso presunçoso.

- Engraçado. Não sabia que você tinha entrado no ramo de stand-up, Bela. – rebateu Dean.

- Tudo bem, fique na defensiva. Mas eu não tenho o dia todo, por isso, não seja um mau perdedor e me entregue a chave. Aposta é aposta. – Bela estende a mão esperando a chave do Impala.

À contragosto, Dean retira a chave do bolso e a seguir olha para seu carro com um aperto no coração, porém ele não iria quebrar sua palavra. Se fosse o contrário, ele sabia que Bela honraria a parte dela. Talvez as “negociações” fossem a única coisa que Bela respeitasse.

- Dean, você não pode... – O Winchester mais velho ignora o irmão e encara Bela que arqueia uma sobrancelha lançando o olhar de como quem perguntasse “O que está esperando?”. Dean em resposta lança a chave em direção a Bela que pega no ar e depois adverte:

 - Se tiver um único arranhão, por menor que seja, eu mato você!

- Obrigada pelo carro, Dean. – disse Bela ignorando as ameaças do loiro. - Diferente do seu irmão, você é confiável. – Bela olha de relance para Sam que desvia o olhar ao perceber a indireta referente ao fato dele ter tentado passar a perna nela quando ela resgatou Rudy do Sudão.

- Então, você sabe que se você ferrar meu carro, eu ferro você! – retrucou Dean se aproximando da ladra quase que bruscamente.

- Calma tigre. – disse Bela com uma voz docemente sutil, depois ela inclina o rosto e encara os lábios de Dean por um momento, fazendo-o pensar que ela o beijaria, mas ao invés disso, ela silaba com cinismo. - Eu prometo a você que vou tomar conta do seu Impala como você nunca fez...

Após isso, Bela entra no carro, abaixa o vidro e coloca a chave na ignição para ligá-lo. Dean por sua vez, se apóia na janela e lhe faz uma promessa:

- Sabe Bela... Eu ainda vou te pegar.

- Voce está me cantando ou me ameaçando? Voce precisa ser mais claro, antes que aja um mal entendido. – debochou a ladra. - De toda forma, vou adorar ver você tentar. A propósito, o ponto de ônibus é por ali, querido. – Bela aponta para o ponto de ônibus e depois pisa no acelerador, dando uma arrancada o que faz Dean pular para trás, ela quase passou com o carro por cima dos pés dele.

- Sua maluca! Olha por onde anda! – gritou Dean indignado, ele se vira para Sam esperando o irmão comentar sobre aquela atitude absurda de Bela, mas invés disso, o irmão está de braços cruzados com a cara torcida o encarando. - O que foi?

- Nada. Apenas... Bela acaba de levar nosso transporte com todo nosso arsenal, mas tudo bem. O importante é que você já completou sua cota diária de provocações e implicâncias com a Bela. – Sam dá de ombros. - E depois, é só roubarmos alguns talheres de prata pela vizinhança, quando acabar as balas de prata.

- Porcaria! – resmungou Dean dando um soco no ar quando compreendeu a burrice que fez. – Espera, o que você está querendo insinuar com “cota diária”? – Porém Sam não responde e apenas segue caminho ao ponto de ônibus.

[...]

Depois que Bela havia saído, Ruby havia ido dormir, o melhor remédio pra ressaca. Quando ela acorda, ela se lança em baixo do chuveiro para ficar novinha em folha e poder ir ver Sam, além da cara de frustração de Dean por ter perdido pra ela.

Enquanto lavava o cabelo, ela escuta o som de um estralo, imediatamente ela tira o excesso de xampu e veste o roupão, ela pega o abajur que tinha encima da cômoda e começa a revistar o flat, ao entrar em seu quarto, seu celular toca.

- Alô? – perguntou Ruby, porém o que ela escuta é alguém assobiando a versão italiana de Ave Maria. - Alô? – A ligação cai. Ela franze a testa encarando o celular quando ao redirecionar seu olhar para o espelho, ela nota uma figura atrás dela. - Como você... O quê? – Ruby nem sequer teve chance e ele a agarrou por trás e tapou suas vias aéreas provocando um desmaio repentino na loira.

[...]

Sam estava sentado no sofá revisando incansavelmente o caso afim de encontrar algum detalhe que ele deixou desapercebido, enquanto Dean havia dado uma saída rápida para comprar umas aspirinas.

- Talvez a catedral não seja o ponto em comum entre as vítimas... – supôs Sam analisando as fotografias das vítimas, quando a porta se abre e Dean avança para dentro com uma pequena sacolinha com o logo da farmácia.

- Ei, achou algo? – perguntou Dean indo ao frigobar pegar um copo de água pra tomar o medicamento.

- Absolutamente nada.

- Bem, estou começando a achar que talvez nem seja um lobisomem. – Dean coloca dois comprimidos na boca e os engole com água.

- Por que acha isso?

- Qual é, Sammy? Acho que nos precipitamos demais. Lobisomem Alpha? Bah... – Dean se encosta na mesa. - Se fosse ele mesmo, a gente já teria esbarrado em dois ou três que nem quando caçamos aquele ninho de vampiros na época que você era o Robo-Sam.

- Verdade, eu não tinha pensado nisso. – Sam balança a cabeça concordando. - Ok, então oficialmente voltamos a estaca zero. – bufou Sam esfregando os olhos devido ao cansaço de reler todas as anotações repetidas vezes. - Talvez devêssemos ir a catedral hoje à noite, ver se notamos qualquer comportamento estranho e... – Dean interrompe Sam dizendo: 

- É uma idéia excelente. Sério. Eu apoio totalmente. Faça isso! Já eu vou me disfarçar e investigar no evento festivo de hoje à noite e procurar uma pista do nosso serial killer. Voce sabe, é um terreno perfeito para a caça.

- Em outras palavras, voce vai para o bar beber. E eu pensando que você estava de ressaca. – disse Sam achando graça.

- E estou, mas o que é melhor do que outra bebedeira pra curar uma velha ressaca? E também não posso deixar as moças solteiras desprotegidas. – Dean dá um sorriso sacana e depois sai deixando o irmão sozinho com a sua pesquisa.

[...]

A loira finalmente acorda notando que estava amarrada em uma cadeira, assim que ergue a cabeça, ela vê uma figura sentada a observando.

- Oh querida! Voce finalmente acordou! – disse o homem puxando a cadeira para mais perto de Ruby. - Assistir você dormindo é um refrigério para meu espírito.

- Quê? Onde estou? O que diabos é você? – indagou Ruby ignorando toda aquela baboseira tentando se soltar e se lembrando do que aconteceu no flat.

- Voce está no meu porão, querida! O que eu sou? Eu sou seu amado e você é minha amada. Aliás, meu nome verdadeiro é Frank Scott. – Ele respondeu sorridente.

- Ok, Frankenstein. Aqui vai meu diagnóstico médico pra você: Voce é mentalmente perturbado e precisa de ajuda, sério. Por que não me desamarra e me deixa ajudá-lo? – sugeriu Ruby em tom amigável mesclado com falsidade.

- Adoraria fazer isso, mas algo me diz que você fugiria e chamaria seus amigos do FBI. E sabe, eu não vou deixar ninguém ficar entre a gente. Porque é como diz o ditado “quem ama, cuida”. – Ruby faz uma careta com tal declaração absurda. - E eu preciso cuidar das ameaças contra nosso amor. – Frank puxa o celular e mostra para Ruby as fotos tiradas dela com Bela dentro do The Summit, na recepção do hotel e depois na rua com Sam e Dean.

- Stalker com amor possessivo? Que fofo. Não vejo a hora de demonstrar meu amor pra você cortando sua garganta, seu vira-lata! – ironizou Ruby.

- Oh querida... Logo, logo, voce vai pedir para eu transformá-la. E nosso amor será como o de Jack Dawson e Rose DeWitt. – Ele brinca com uma mecha do cabelo de Ruby.

- Tá aí, gostei. Porque no final de Titanic, o Jack morre. – Ruby sorri cinicamente e Frank dá um sorriso torto com tal comentário.

- Fale o que quiser, mas eu sei que um dia você só terá olhos pra mim. – disse Frank se inclinando para beijá-la, porém ela cospe em seu rosto e o manda ir para o inferno. - Ok, acho que é cedo demais para darmos o próximo passo. Mas tudo bem, eu sou paciente. E espero que você seja ou não... Afinal, você não verá mais ninguém além de mim. – Frank venda os olhos de Ruby e depois saí trancando o porão.

[...]

- Eddie, se você não é capaz de fazer o serviço, apenas corra de volta pra mamãe que eu contratarei alguém que não acredita em histórias da carochinha. – disse Bela procurando a chave enquanto o celular estava preso entre seu rosto e seu ombro. - Santa paciência! É apenas uma lenda idiota. Não vai aparecer fantasma nenhum.

Bela entra no flat e coloca sua bolsa sobre a mesa.

- Eddie, você é um homem ou um rato? – Bela desabotoa o sobretudo e o lança sobre a mesa. - Ótimo! Agora faça seu trabalho e só me retorne quando estiver com o maldito livro em mãos. Fui clara? – A ladra desliga o celular e dá um longo suspiro. - Mereço...

Após isso, ela chama por Ruby para avisar que chegou, porém não obtêm resposta e ao checar o quarto da loira, vê que ela não estava lá.

- Onde será que ela se meteu? Por favor Bela, até parece que você não sabe a resposta... – disse Bela para si mesmo soltando uma pequena risada imaginando que a loira estava com Sam se pegando por aí como sempre, quando seu celular toca, ela atende entediada imaginando que era Eddie com mais choradeira, porém ao invés disso ela escuta alguém assobiar a versão italiana de Ave Maria na outra linha.

- Alô? – Bela espera um segundo, porém ninguém respondia. - Alô? Ah! Que se dane!

Ela desliga na cara de seja lá quem for e segundos depois, escuta um estralo na porta do flat. Bela não pensa duas vezes antes de querer pegar sua arma dentro da bolsa, mas antes que ela possa chegar a mesa onde deixou a bolsa, ela se depara com o inesperado.

Suas pupilas se dilatam ao ver o cachorro, aquele mesmo cachorro que Ruby quando embriagada se afeiçoou no estacionamento do Beerhead Bar e que instantes depois, Bela teve que intervir expulsando-o de seu carro. Agora aquele cachorro estava diante dela rosnando, não havia mais uma janela ou a porta de um carro para o impedir de atacá-la.

O coração de Bela batia em disparada e quando ele faz um movimento brusco para pegar impulso e saltar sobre ela, instintivamente a ladra corre para o banheiro e tenta trancar a porta, porém suas mãos estavam tão tremulas que o cachorro raivoso ainda consegue colocar o focinho para dentro do banheiro.

- Vá embora! Me deixe em paz! – gritou Bela empurrando a porta com toda sua força aumentando a pressão sobre o focinho do cachorro que acaba sendo obrigado a recuar, dando a chance da morena trancar a porta, o que lhe dá um alívio momentâneo. Pois instantes a seguir, o cachorro começa a golpear a porta fazendo uma tábua se desprender.

Ele coloca o focinho no lugar da tábua e fica latindo raivoso e constantemente.

- Como isso é possível? – perguntou Bela espantada recuando até a pia. Como aquele cachorro vira-lata poderia abrir um buraco numa porta se nem mesmo um pitbull conseguiria fazer tal proeza?

[...]

The Summit.

- Vamos lá, Alfonso. Segundo round. – Dean bebe o copo de vodka. - Turn the Page.

- Bob Seger. Álbum Back in ’72. 1973. Regravada por Metallica em 1998. – Alfonso vira o copo. - Sympathy For The Devil.

- Fácil. Rolling Stones. Álbum Beggars Banquet, 1968. Regravada por Guns ‘n Roses em 1994. – Dean agora vira o copo.

- Nada mal, agente. – Alfonso vira outro copo. - E como está indo o caso? Acharam alguma pista para pegar o canalha desgraçado que matou meu camarada Lester? Que descanse em paz, irmão! – Alfonso levanta o copo como se brindasse e depois dá um gole.

- Estamos juntando informações ainda para... – O celular de Dean toca. - Um segundo. – Ele tira do bolso e vê que era Bela.

- Ligação da patroa? A minha sempre liga quando estou em um bar, parece até que é médium. – afirmou Alfonso virando outro copo.

- Ela não é minha patroa e sim, um carma que preciso tirar de minha vida. – respondeu Dean atendendo a ligação. - Seja breve, Bela. Estou ocupado. – Ele vira outro copo de vodka.

- Dean, escute, eu preciso de sua ajuda. – disse Bela deixando transparecer o nervosismo em sua voz.

- Minha ajuda? Desculpe doçura, não tem ônibus à essa hora. Deveria ter pensado na possibilidade de um dia precisar da minha ajuda antes de me deixar sem o meu carro. Até mais, Bela. – disse Dean ainda ressentido prestes a desligar o celular.

- Dean, não desliga. – insistiu Bela desesperada. - Eu sei, eu exagerei, passei um pouco da conta, mas preciso de sua ajuda. Estou encurralada no banheiro do hotel e tem uma coisa tentando me matar.

- Bem, é como você diz “problema seu, não meu”.  – Ele pragueja mentalmente contra si mesmo, por mais que Bela não merecesse sua ajuda, ele não poderia simplesmente negar socorro e negligenciar o negócio da família.

- Voce não pode me deixar morrer. Voce não é assim. – Ela estava quase implorando.

- Aí que você se engana, porque eu posso. – mentiu Dean fingindo não se importar apenas para dar uma lição na ladra. Ele segura o celular com o ombro e puxa a carteira, jogando três notas sobre a mesa, dá um tapinha no ombro de Alfonso e comenta antes de correr para salvar a britânica: “A próxima bebida é por minha conta, amigo.”.

- Dean, por favor. – choramingou Bela. O que ela não sabia é que ele já estava à caminho dirigindo um Ford Fairlane 1969 roubado.

- Tudo bem, tudo bem, apenas agüente firme, eu chego aí em dois minutos. – disse Dean fingindo estar entediado desligando o celular em seguida, mas o fato é que ele estava amando tudo aquilo. Até parecia que o universo estava se vingando de Bela por ele. Primeiro o vinil, agora isso.

Assim que Dean chega no prédio, ele corre até recepção e consegue o número do flat de Bela facilmente, bastou apenas mencionar “britânica gostosa de grife” e voilá, já tinha o número em mãos.

Dean chuta a porta do flat, porém quase caí, pois a porta não estava trancada.

- Bela! – gritou Dean quando um cachorro sai do banheiro com os dentes caninos melados de sangue e salta em direção ao loiro que desvia fazendo o cachorro se chocar com a cômoda, sacando a arma a seguir. - Um cachorro? – indagou Dean confuso, quando Bela sai do box do banheiro gritando histérica:

- Dean, atira nele!

- Quê? Voce tá maluca? Eu não vou atirar em um cachorro! Voce não disse que estava sendo atacada? Daí eu chego aqui e encontro o Scooby-doo?! – retrucou Dean.

- O Scooby-doo aí não é um cachorro! Cachorros não se transformam em homens e não destroem portas! – Bela aponta para a porta do banheiro totalmente destruída. - Voce precisa matá-lo! – insistiu Bela se protegendo atrás de Dean, assim que o cachorro se levanta e rosna para ela.

- Ele se transformou em homem tipo homem mesmo? Ser humano? – questionou Dean se lembrando que havia resolvido um caso de um transmorfo anos atrás.

- Sim! Agora mata ele! – O cachorro avança para os dois, mas Dean atira acertando a pata dianteira esquerda que começa a sair fumaça.

- Bala de prata! Gostou, seu desgraçado? Tem mais de onde vem essas! – Dean continua a atirar, mas o cachorro corre para detrás do sofá e depois salta pela janela sumindo de vista.

- Magnífico! Você deixou a aberração escapar. Realmente você ajudou muito, Dean. Bravo! – Bela bate palmas com ironia.

- Ei, querida. Eu te salvo e é assim que você me agradece? – protestou Dean indignado.

- E o que esperava? Um beijo?

- Não, apenas um “obrigado, Dean” por talvez... Sei lá, eu ter evitado que você virasse ração pra cachorro ou pior, que você virasse uma cadela. Porque não sei se você sabe, mas uma única mordida te transforma naquela coisa. – respondeu Dean irritado com a voz elevada pela ingratidão de Bela.

Bela mantém o rosto duro como mármore como se não tivesse dando a mínima para o sermão de Dean, depois ela dá as costas, o que só enfureceu Dean ainda mais pelo descaso.

- Sabe, já estou arrependido de ter te salvado. Na próxima vez, você pode ir... – Antes que ele possa ofendê-la, ela retira as chaves do Impala de dentro de sua bolsa e arremessa para ele.

- Aqui está meu agradecimento, Dean. Espero que esteja satisfeito.

- O que foi? Peso na consciência? – questionou Dean encarando a chave.

- Se não quer de volta é só me devolver. – Bela estica o braço para tomar a chave, mas Dean se afasta e diz:

- De jeito nenhum. Se depender de mim, nunca mais você toca no meu carro.

- Que seja! Agora preciso ligar pra Ruby e avisar que Billie Jean está a procurando, talvez pra dizer que o filho é dela. – zombou Bela fazendo referências a letra da música, enquanto discava o número da loira.

- O quê? – perguntou Dean franzindo a testa sem entender o que Bela queria dizer, quando eles escutam uma música abafada.

- Espera... Esse é o toque do celular da Ruby! – exclamou Bela.

- Isso não é bom. – deduziu Dean, correndo no instante a seguir em direção ao local onde o toque do celular ficava mais nítido. Ao entrarem no quarto da loira, Bela revira as gavetas atrás do aparelho e comenta sem querer acreditar na possível hipótese de que aquela aberração podia ter pego sua amiga:

- Talvez ela tenha apenas esquecido o celular, não quer dizer que ela foi raptada.

- Tem certeza? – perguntou Dean caminhando até a cama vendo uma luminosidade, ele se abaixa e pega o aparelho que tocava sem parar. Bela dá um longo suspiro.

- Tudo bem, o que fazemos agora?

- Como você viu a forma dele humana, então, você vai me ajudar a identificá-lo, depois eu o caço com o Sammy, salvo sua amiga e nesse meio tempo, você vai ensaiando um “obrigado” pra me dizer. Você vai ver que não é difícil. – alfinetou Dean com deboche.

- Como quiser, Dean. – respondeu Bela com um sorriso de lábios cerrados ocultando os dentes.

[...]

A missa na Catedral St. Paul, já havia começado. Sam aproveitou para invadir a casa do padre e procurar por qualquer indício que o ligasse com os assassinatos, quando seu celular toca, era Dean.

- Ei. – disse Sam vendo uma fotografia do padre com a congregação.

- Sammy, tenho boas e más notícias. – disse Dean dirigindo rumo a catedral para ajudar o irmão a acabar com o transmorfo.

- Manda a ver.

- A boa é que descobri que estamos caçando um transmorfo e que ele é o zelador da catedral.

- Como você sabe disso? – perguntou Sam surpreso.

- Através da Bela. Longa história. – alegou Dean que afasta o celular do rosto para xingar algum desavisado que entrou na frente do Impala.

- Dean? Qual é a má notícia? – Sam tenta chamar a atenção do irmão que ainda xingava na outra linha.

- Motoqueiro idiota. – resmungou Dean. - Hã? O que você queria saber mesmo, Sammy?

- A má notícia, Dean! – relembrou Sam já impaciente.

- O zelador está com a Ruby. E aposto que ele pretende transformá-la. Voce sabe como esses pulguentos são carentes e adoram se infiltrar em famílias. – finalizou Dean enojado. - Enfim chego aí em cinco minutos, Sammy.

- Tudo bem, estarei te esperando. – mentiu Sam desligando o celular, determinado a resgatar Ruby e mandar o transmorfo para o canil do além ele mesmo.

Sam sai da casa do padre e se direciona para as portas dos fundos da catedral para ter acesso ao porão. Pois se Ruby havia sido sequestrada, com certeza o zelador colocaria ela em sua toca.

[...]

Não havia muita coisa que Ruby pudesse fazer além de ficar sentada esperando a próxima visita do seu seqüestrador, enquanto assobiava Lucky Star da Madonna. Ela escuta o barulho de passos seguido pelo barulho da trinca da fechadura e ameaça:

- Frankenstein? É melhor que esteja arrependido e me desamarre ou eu irei arrancar suas bolas e...

- Ruby, sou eu. – disse Sam puxando a venda dos olhos da loira. - Voce está bem? Está ferida? – Sam começa a cortar as cordas.

- Apesar de ficar cercada por pulgas que infelizmente não são de circo, eu estou bem. Sem nenhum arranhão e sem risco de pegar raiva. – Ruby esfrega os pulsos que estavam marcados pelas cordas. - O vira-lata está obcecado por mim. Estou vivendo uma versão para cachorros de Atração Fatal.

- Fico feliz que você não seja a Alexandra Forrester. – comentou Sam dando um leve sorriso.

- Mas isso não vai me impedir de jogar aquele bastardo e fritá-lo numa panela. – advertiu Ruby.

Eles sobem a escada que levava para fora do porão e assim que atravessam a ombreira da porta, Frank transformado em cachorro salta furiosamente sobre Sam o derrubando no chão. Ruby tenta se aproximar para ajudar o Winchester, porém Frank quase a morde e nesse momento de distração, Sam dá um mata-leão no transmorfo que fica se contorcendo tentando mordê-lo.

Vendo que estava em desvantagem, Frank decide mudar para a forma humana, o que foi uma péssima escolha, pois isso apenas deu confiança a Sam para puxar a arma sem ter risco de sofrer uma mordida e atirar em seu lado na linha transversal que levava direto ao coração.

 [...]

Depois de quebrar cabeça com a caçada, aturar e trocar farpas com a Bela, quase infartar por ter que cumprir os termos da aposta dando as chaves da Baby, sofrer com a ressaca após uma noite de bebedeira com a Ruby e ajudar Sam a se livrar do corpo do transmorfo. A única coisa que Dean queria fazer, era comemorar o réveillon com o irmão enchendo a cara, provando todos os tipos de cerveja que o Oktoberfest poderia oferecer e se der sorte, azarar com alguma moça do bar.

Assim que eles chegam ao The Summit e pegam uma mesa, eles logo são atendidos. Recebendo dois copos de chopp enormes. Sam olha para o irmão que mal deixou o copo tocar a mesa e já deu um grande gole, ficando com um bigodinho de espuma, tirando uma pequena risada de Sam que indica depois para o irmão limpar.

- Como nos velhos tempos, apenas eu, você e uma boa cerveja. – Eles brindam. - Sabe, ainda nem acredito que você concordou em vir, afinal, você e a Ruby andam mais grudados que uma mamãe canguru e seu filhote. – debochou Dean.

- Talvez porque ela seja minha namorada, Dean. – rebateu Sam bebericando a cerveja.

- Ou talvez porque ela pôs uma coleira em você. Você praticamente beija o chão que ela pisa. – retrucou Dean.

- E quanto a você? Que até entregou as chaves do Impala à Bela. Quem é que está amolecendo agora? – zombou Sam.

- O que você quer dizer com... – Dean não chega a terminar a frase quando Ruby chega empolgada dizendo:

- Espero que não tenha começado a festinha sem mim. – Ela dá um selinho em Sam, se senta ao lado do moreno e prova sua cerveja. Ela passa a língua nos lábios para tirar o excesso de espuma e comenta. - Humm, deliciosa. – Ela nota Dean a encarando e diz:

- Olá, Dean.

- Oi. Fico feliz que você não virou pedigree. – disse Dean falsamente.

- Obrigada, talvez devêssemos comemorar com um brinde. Isso se você ainda tiver estomago pra beber. – rebateu Ruby soltando indireta sobre a noite passada. Sam abaixa a cabeça pra segurar o riso.

- Só pra deixar claro, eu deixei você ganhar em respeito ao Sammy. – desconversou Dean apontando para o irmão.

- Eu? Voce disse pra mim que ia detonar a Ruby. – acusou Sam.

- Hum, é mesmo? – perguntou Ruby com um sorriso sarcástico no rosto.

- Exatamente, eu disse que “ia”, mas não fiz, porque sou um cavalheiro. – justificou-se Dean fazendo de tudo pra não admitir que perdeu de forma justa.

- Claro, até porque você queria que a Bela rebocasse seu carro. Conta outra, Dean! – ironizou Sam com uma alfinetada.

- Wow! Xeque-mate. – debochou Ruby vendo que Dean ficou sem resposta.

- Quer saber? Dane-se vocês dois. Vou pegar outra bebida. – disse Dean se levantando da mesa os deixando sozinhos.

Ao chegar no balcão, ele dá um leve tapa na madeira pra chamar a atenção do bartender e pede uma cerveja. Depois Dean olha para trás para checar se o irmão com a namorada ainda estavam tirando sarro dele, mas invés disso, ele vê Bela em pé conversando com eles.

- Quando penso que a noite não tem como piorar... – resmungou Dean provando sua cerveja recém-chegada apoiado no balcão e sem tirar os olhos do trio.

Bela finalmente o nota perto do balcão e vem ao seu encontro.

- Feliz ano novo, Dean. – disse Bela com um sorriso travesso. Dean nem espera ela se aproximar direito e já diz:

- Se veio me encher o saco, entra na fil... – Bela surpreende Dean agarrando seu queixo e o beijando. Ele nem pondera se deve resistir ou não, apenas a beija de volta envolvendo suas mãos na cintura da ladra como se desenhasse as curvas de seu corpo. Bela toca o rosto de Dean com suavidade, deslizando a mão sobre a barba a fazer, depois acariciando sua nuca, buscando distraí-lo para que pudesse colocar a mão no bolso da jaqueta dele e ao conseguir, por fim, ela agarra o queixo do loiro e rompe o beijo.

- Isso é suficiente. – disse Bela passando o polegar sobre o lábio de Dean para limpar o batom borrado.

- Pelo o quê? – perguntou Dean confuso com um pouco de frustração pelo beijo ser interrompido misturado com receio de ser mais um golpe de Bela.

- Para agradecer por você salvar a mim e de certa forma salvar a Ruby. Então... Obrigada, Dean. E o beijo, bem, foi apenas para você começar o ano novo com sorte. – Ela sorri para ele e ele abaixa a cabeça sorrindo timidamente, quando nota um volume no bolso da sua jaqueta, ele coloca a mão e puxa um envelope. Ao abrir ele vê que tinha 26 mil, quando ele ergue a cabeça para questioná-la sobre o porquê ela lhe presenteou com o último termo que ele sussurrou em seu ouvido quando apostaram, ela já havia cruzado a porta para fora do estabelecimento.

 


Notas Finais


Sobre os 26 mil que Dean recebeu. No episódio Bad Day In Black Rock, Dean consegue 46 mil em raspadinhas que no final quando eles queimam o pé-de-coelho, ela rouba. No episódio Red Sky in Morning, Bela dá 10 mil pra Sam e 10 mil pra Dean em forma de agradecimento por salvar ela do fantasma enforcado. Totalizando na conta 20 mil e como Dean ultimamente estava todo VOU ME VINGAR POR TUDO QUE BELA FEZ, aproveitou pra pedir os 26 mil restantes como o último termo na aposta. kkkkkkk


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