Montanhas do Missouri.
- Voces demoraram. Se tivessem vindo comigo teria sido mais rápido. – falou Crowley com as mãos no bolso.
- Aonde esta o Caim? – falou Dean impaciente.
- Aquilo é um campo de apicultura? – falou Sam caminhando em direção ao lugar, mas Crowley o impediu.
- Caim esta lá dentro. Acho melhor voce ficar aqui, Alce. Voce sabe... Caim matou Abel, o irmão mais novo. – Crowley se vira pra Dean. – Voce não precisa dizer nada, deixa que eu resolvo. – Sam olha pra Dean como se falasse “Isso não esta me cheirando bem.”.
- Dessa vez vamos fazer o que ele diz, se as coisas ficarem feias, eu dou um toque. – Dean se vira para Crowley. – Se voce aprontar algo, eu acabo com voce lá dentro mesmo.
- Deixe de blábláblá e vamos logo! – Crowley sai na frente e Dean em seguida. Eles entram na casa e um homem esta de costas pra eles tomando café e olhando pela janela.
- Eu sabia que vocês viriam.
- Caim? – falou Dean surpreso, ele realmente existia.
- Em carne, osso e marca. – falou Caim se virando para eles.
- Então voce já sabe por que estamos aqui, certo? – falou Crowley com seu sotaque.
- O que voce faz aqui... Demônio? – Caim dá mais um gole no café.
- Corrigindo, eu sou o Rei do Inferno.
- Foi o que falei. Demônio. – Caim dá outro gole no café.
- Acho que já gostei dele. – falou Dean sorrindo ao ver Crowley nada contente com a forma que Caim desprezou seu título de rei.
- Voce se acha melhor do que nós demônios? Saiba que eu posso... – Caim faz um simples movimento com a mão e Crowley fica mudo. Crowley gesticula tentando falar e Dean fica temerosamente pasmo. Dean olha pra Caim que falou:
- Ele fala demais. Quer café? – Caim coloca mais café na xícara.
- Não, obrigado. – falou Dean recusando e dando um sorriso sem graça.
- Então, por que voce veio atrás da primeira lâmina? – Caim bebe mais um gole do café.
- Ele disse que a primeira lâmina poderia matar Abaddon. – falou Dean um pouco receoso em relação a Caim e apontando pra Crowley que olhou pro loiro como se dissesse “Agora voce vai despejar toda a culpa em mim?”. – Isso é verdade?
- Sim. – Caim deu outro gole no café e aquilo já estava dando nos nervos de Dean.
- E onde esta a lâmina? – indagou Dean sem tanta paciência.
- Eu a joguei no oceano. – Caim da outro gole.
- Qual oceano? Meu amigo aqui sabe nadar. – falou Dean dando um tapa no ombro de Crowley.
- Atlântico, mas a lâmina é inútil sem a marca. – Caim coloca a xícara sobre a mesa e relaxa na cadeira.
- Então, a gente resgata a lâmina e voce mata Abaddon.
- Não posso. Prometi a uma pessoa que nunca mais mataria, isso inclui Abaddon.
- Mas ela é um maldito demônio... – Dean olha pra Crowley. – Não vou me desculpar por isso. – Dean volta sua atenção para Caim. – Eu vou resgatar sua lâmina! Por que voce não pode matá-la? Por acaso, ela é sua vadia? – falou Dean indignado. Crowley se preocupa achando Dean totalmente imprudente por falar desse jeito com o primeiro assassino.
- Voce não conhece minha história, garoto. – Caim o encara de um jeito que faz Dean engolir seco. – Os livros não falam tudo sobre mim, mas eu posso passar a minha marca para quem for digno. Sem a marca, a lâmina não vai fazer nem cócegas em Abaddon.
- Tudo bem, passe pra mim. – falou Dean abrindo os braços. Crowley levanta o dedo pra falar. Dean olha pra Caim trazer a voz de Crowley novamente.
- Voce tem certeza de que quer ouvi-lo?
- Eu também preferiria que ele não falasse mais, mas preciso dele no momento. – falou Dean entediado. Caim estrala os dedos e a voz de Crowley volta.
- Como é bom estar de volta! – falou Crowley aliviado.
- O que voce queria dizer, Crowley? – questionou Dean.
- Voce tem chances de ser digno, voce esta longe de ter uma boa conduta, Dean.
- Na realidade, pra receber a marca, voce tem de ser um justo. Eu era, mas matei meu irmão porque eu o amava, e não poderia deixar que Lúcifer o levasse pro inferno, então Abel foi pro céu e eu virei um soldado do inferno, um cavaleiro. – Dean e Crowley abrem a boca em total surpresa.
- Bem, eu acho que agora voce não é mais digno, Dean. – afirmou Crowley.
- Por que acha isso? Eu já salvei o mundo do apocalipse, salvo pessoas, caço coisas... – Crowley o interrompe e diz:
- O negócio da família por acaso inclui ficar bêbado, participar de orgias, assistir pornôs, matar pessoas inocentes só porque estavam possuídos, ser preso e falar palavrão? Por que se for... Então voce é o Santo Dean.
- Ele disse que não tem a ver com conduta e sim, justiça. Então continuo sendo um forte candidato. – falou Dean sorrindo convencido.
- Façamos os testes. – falou Caim estralando os dedos. Crowley some e aparecem quatro demônios.
- O que voce fez com ele? – falou Dean preocupado, não com Crowley, mas com o que Caim poderia fazer a ele.
- Ele está na Republica Tcheca agora, não se preocupe com ele e sim com voce. Agora lute! – Os demônios partem pra cima de Dean que puxa a faca mágica pronto para lutar.
Lebanon, Kansas.
Bela estaciona seu carro de frente ao bunker. Ela desce do carro e olha ao redor.
- Isso não parece um bunker, parece mais uma rocha com uma porta embutida. – Bela sobe as escadinhas, força a fechadura e entra no bunker dando de cara com Ruby que estava mexendo nas prateleiras de livros.
- Voce demorou pra chegar, Bela. Mas eu sabia que voce viria pra cá. – falou a loira tirando a jaqueta e a amarrando na cintura.
- Como voce sabia que eu estaria aqui?
- Me abandonar no hotel não ira fazer voce sair do meu radar, Bela. Eu estava possuída, mas me lembro de tudo. De sua conversa com o Crowley, sua tentativa de acertar uma garrafa em mim e até do nosso beijo, ainda bem que não foi nada comparado a Orange is the New Black. – Bela concorda com a última parte. - O Crowley parece ter uma queda por voce ou seria pelo seu jeito trapaceiro de ser... Estou com sede, quer uma cerveja também? – falou Ruby passando por Bela e descendo as escadas.
- E voce o que faz aqui? Procura algo também ou assim como Crowley, voce também tem uma queda por mim? Por isso fica na minha cola... – falou Bela debochada descendo as escadas em seguida. Bela tira o sobretudo e o joga sobre a mesa com sua bolsa.
- Sei que voce prefere trabalhar sozinha, mas o jogo que voce esta fazendo é perigoso. Voce esta indo pra cama com o inimigo da Abaddon, se ela descobrir eu também me ferro. Querendo ou não, eu e voce estamos no mesmo barco. – Ruby abre a geladeira e pega duas garrafas de cerveja e retorna para a sala onde Bela esta olhando ao redor.
- Agradeço a preocupação, mas da última vez que pedi ajuda, eu morri. – falou Bela pegando a garrafa. – E a propósito, se eu soubesse que esse lugar é tão magnífico assim, eu teria roubado um caminhão. Aqui de fato é a minha Disneylândia.
- Não seja tão ambiciosa, foi isso que te matou e não o pedido de ajuda. Voce mesma disse que Dean não teve nada a ver com isso. – Ruby abre a garrafa e começa a explorar o bunker, Bela a segue.
- Então, o que te trás aqui?
- A faca mágica ou qualquer coisa que mate demônios.
- A faca mágica não vai matar a Abaddon, nem mesmo a Colt, isso eu te garanto.
- Eu sei, a faca é pra matar os demônios da minha lista negra.
- Boa sorte na sua missão, T-800.
- Obrigada. Preparada para começar uma excursão por esse bunker nazista e descobrir os maiores podres da Segunda Guerra Mundial ou dos Winchesters? – falou Ruby imitando um guia turístico.
- Mal posso esperar. – falou Bela brindando com Ruby. Elas se deparam com algumas portas. Ruby para no meio do corredor e fala empolgada:
- Então, Bela. Qual porta voce escolhe? Voce tem a chance de ganhar uma casa, um carro ou um milhão de reais.
- Porta 3. – falou Bela entrando na brincadeira de Ruby que coloca a mão na maçaneta e diz:
- Seu prêmio é... – A porta se abre, elas entram e é um quarto que estava todo organizado e repleto de livros. – O quarto do Sam?
- Como voce sabe que esse é o quarto do Sam? – falou Bela desconfiada.
- Um. Por que voce sempre me pergunta como eu sei das coisas? Dois. Voce realmente acha que Dean tem cara de que dorme com livros? Livros e Sam Winchester são sinônimos. – Ruby começa a xeretar o quarto de Sam.
- Eu gosto de me certificar das coisas. Não que eu me importe, se voce já veio aqui ou não. E concordo com voce aqui não tem nada a ver com o Dean. – falou Bela olhando para um porta-retrato de Sam com Dean e Bobby que estava na parede.
- Aqui não tem nada de interessante, só ternos, camisas xadrez, identidades falsas e livros. Ele parece até com voce. – falou Ruby passando por Bela e saindo do quarto.
- O que voce quis dizer com isso? – falou Bela se voltando em direção a Ruby e sai do quarto em seguida.
- Vamos ver o que tem na porta 2. – Ruby ignora Bela e abre a porta 2, também era um quarto e também estava organizado, mas não tinha livros.
- De quem é esse quarto? – falou Bela abrindo a gaveta e ela mesma responde. – Dean.
- Esse quarto não parece ser do Dean...
- Tem certeza? – Bela tira uma revista da asiática peituda da gaveta. – Revista pornô.
- Que pervertido! – falou Ruby assim que viu que a gaveta estava cheia de revista das mais antigas as mais atuais edições. Bela joga a revista de volta na gaveta. – Eu tive uma idéia.
- Que idéia?
- Voce vai ver! – falou Ruby pegando duas revistas pornôs e saindo do quarto.
- O que voce vai fazer com essas revistas? – perguntou Bela parada na porta e extremamente curiosa.
- Nada demais. – falou Ruby se fazendo de santa. Ela entra no quarto de Sam e esconde as revistas na gaveta do moreno. Ela sai do quarto e Bela começa a rir.
- Voce não presta!
- Voce não viu nada, a vingança vai começar agora! – Ruby abre a gaveta de cuecas do Dean. – Olha o que achei! Quer uma de lembrança? – Ruby joga a cueca em direção a Bela que a pega no ar.
- Não. Eu não quero. – falou Bela colocando a cueca de volta na gaveta. Ruby abre um frasquinho e despeja na gaveta. – O que é isso?
- Pó de mico. Ele merece isso por ter contatado o demônio que me possuía que falou que não tinha como ele se salvar do pacto e invés dele exorcizar a vadia, ele a deixou ir. Essa é a minha vingança.
- Voce realmente não tem coração.
- E voce tem?
- Definitivamente não. – As duas começam a rir e vasculham o resto do bunker. Elas encontram a masmorra. Ruby se senta na cadeira e fala debochada:
- Olha só! Eles têm uma sala particular pra fazer joguinhos eróticos!
- Esse lugar é horrível! Lembra-me o inferno... Eu vou dar uma volta por aí.
- Okay, vá atrás de seus negócios e eu vou atrás dos meus. – Ruby se levanta da cadeira e vai pra sala que tem um arsenal de armas. Bela encontra a sala com artefatos encantados.
- Aqui esta voce! – falou Bela sorridente pegando a caveira de cristal. – Não acredito! Isso é o que sobrou da Excalibur, isso vale uma grana preta. – Bela olha para a outra estante e seus olhos brilham quando vêem a bussola do desejo. – Voce definitivamente vem comigo. – Bela vê a caixa oculta. – Então foi assim que eles esconderam o crânio de mim, razoavelmente espertos! – Bela volta pra sala e guarda os objetos em sua bolsa. Ela ouve o barulho da maçaneta.
– Droga! Eles não deveriam chegar tão cedo. – Bela pega o sobretudo e a bolsa e corre em direção aos corredores e esbarra em Ruby que fala:
- Por que esta correndo?
- Acho que eles chegaram!
- Droga! – murmura Ruby.
- Dean? Sam? – falou uma voz familiar.
- Castiel. – afirmou Bela reconhecendo a voz. Castiel estranha a luz da cozinha esta ligada e não ter ninguém.
- Dean, você esta aí? – pergunta o anjo.
- Castiel, o anjo? O que ele faz aqui? – questionou Ruby baixinho.
- Sei lá. Não sou obrigada a saber de tudo.
- Precisamos sair daqui, sem levantar suspeitas. Ele não pode me ver, o Dean não pode saber que estou na terra dos viventes, mas ele pode saber de voce...
- O que voce quer dizer com isso? – falou Bela não gostando do que poderia vir de Ruby.
- Voce vai fazer o que voce sabe fazer de melhor, mentir. – Bela franzi a testa.
[...]
- Dean? – falou Castiel se aproximando da porta do banheiro. Pois, ele podia ouvir o barulho do chuveiro. – Dean? – Castiel dá uma batida na porta do banheiro e Bela grita:
- Já vai! – Castiel estranha. A porta se abre e Bela sai do banheiro enrolada na toalha do Dean com os cabelos molhados.
- Oi Castiel! Como está? – falou Bela sorrindo.
- Voce? O que faz aqui? – falou Castiel um pouco desconfortável por Bela estar de toalha.
- Eu sou uma amiga do Dean e ele me chamou pra ajudá-lo com um problema na coluna... Ai que gafe meu! Meu nome é Mina Chandler sou massagista. – falou Bela estendendo a mão pra um aperto, Castiel aperta e pergunta inocentemente:
- A coluna do Dean esta boa?
- Sim, esta. Não há nada que eu não possa dar um jeito. Voce também quer uma massagem? – falou Bela com a cara mais sonsa do mundo, Castiel quase gagueja de tão constrangido que estava e fala:
- Não, eu estou bem.
- Eu tenho que ir, se eu chegar atrasada novamente no SPA, serei demitida. – Bela entra no quarto de Dean, joga a toalha na cama, se veste rapidamente torcendo para que Ruby já tivesse saído do bunker. Bela sai do quarto e acena pro Castiel dando tchauzinho, ele acena de volta.
- Na próxima vez é voce que vai fazer a massagista promíscua. – advertiu Bela entrando no carro dela no lado do passageiro.
- Ele caiu na história? – perguntou Ruby ligando o carro.
- Ele acreditou que o Dean de fato estava com problemas na coluna. – falou Bela rindo.
- Voce esta brincando, né?
- Não. – As duas começam a rir e vão embora.
De volta as montanhas de Missouri.
- Passei no teste? – falou Dean limpando o sangue da testa com a manga da jaqueta, enquanto os corpos dos demônios estavam no chão. Caim aplaude e fala:
- Estou impressionado. – De repente a luz acaba.
- O que é isso? – perguntou Dean, ele escuta um barulho de passos vindo por detrás, ele se vira pra atacar e Sam fala:
- Calma! Sou eu, Dean! Lá fora esta cheio de demônios, fui obrigado a entrar aqui.
- A casa esta cercada. – falou Caim olhando pela janela. – Voces não tem muito tempo.
- Então, já posso receber a marca? – indagou Dean impaciente.
- Que marca? – Sam questiona Dean não gostando nada daquilo.
- A lâmina só vai ter efeito de matar a Abaddon, se eu aceitar a marca.
- Não estou com bom pressentimento sobre isso, Dean. – falou Sam com comichão nas orelhas.
- Nós sempre damos um jeito. O que tenho que fazer pra receber?
- Voce quer a marca mesmo? – perguntou Caim persuasivo não para Dean aceitar, mas para negar. Para Caim, Dean não parecia ser o cara certo.
- Sim, é por isso que estou aqui. – falou Dean já ficando nervoso com aquela demora.
- Voce não pode matar seu irmão jamais, lembre-se disso. – advertiu Caim.
- Eu nunca matarei meu irmão. – Sam se preocupa, Dean olha pro irmão. – Eu prefiro morrer do que matar voce, Sammy. Proteger voce é minha missão e não pretendo falhar. – Sam consente e apóia o irmão mesmo a contragosto na decisão. Caim agarra o braço direito de Dean e fala:
- Receba a marca! – A marca passa com uma luminosidade para o braço de Dean era como se ela entrasse em suas veias, em suas entranhas, em sua alma. – Agora dêem o fora daqui! Eu segurarei eles.
- Mas voce não tem mais a marca! – falou Dean preocupado.
- Eu ainda sou um cavaleiro, agora vão! Achem a lâmina e matem a vadia da Abaddon. – falou Caim estralando os ossos da mão. Crowley aparece e diz:
- Apareci em boa hora?
- Nos tire daqui agora! – exigiu Dean. Crowley os transporta para o Impala.
- É apenas isso? – falou Dean olhando para a marca que parecia mais uma cicatriz.
- Voce não deveria subestimá-la, Dean! Caim por causa dela esta vivo até hoje! – afirmou Crowley.
- Nunca pensei que diria isso, mas eu concordo com o Crowley. – falou Sam olhando pra marca.
- No caminho de volta, eu consegui uma coisa. – Crowley tira um pacote do terno e entrega a Dean.
- Isso é... – Dean começa a desembrulhar o pacote.
- A primeira lâmina. Minha parte eu já fiz, agora faça a sua e mate Abaddon. – Crowley desaparece. Dean olha pra lâmina e sente atraído por ela. Sam nota e toma das mãos de Dean e diz:
- Acho melhor, eu ficar com isso por enquanto.
- Eu também acho. – falou Dean concordando.
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