Já era de manhã, Bela acorda incomodada com a luz do sol. Suas costas estavam doloridas, sua cabeça latejava exatamente no local onde Ruby havia a golpeado, seu braço estava dormente e só então Bela nota que ela estava algemada na escada de frente ao bunker dos Winchesters.
- Isso realmente não é bom! – falou Bela tentando se soltar. Bela procura o celular em seus bolsos, mas não o encontra. – Desgraçada! – O sol naquele dia pra sua sorte não estava quente, o céu estava parcialmente nublado. Bela fica de pé puxando a algema frustrada. Ela segura o corrimão com as duas mãos tentando quebrá-lo, mas isso também foi em vão. Bela olha para a vista, havia um lago ali de frente e ela maquina uma forma de se vingar de Ruby.
- Os rapazes decidiram comprar um cão de guarda para afastar os invasores? – falou Crowley debochado, aparecendo do nada atrás de Bela que se virou reconhecendo a voz.
- É aqui que voce fica quando não esta estripando nenhuma vaca por farra? – Bela olha com prepotência pra Crowley.
- O que faz você pensar que todo demônio gosta de estripar vaca? – Bela dá de ombros. - Eu não sou um demônio amador, eu sou o Rei do Inferno. – afirmou Crowley com gosto.
- Estou curiosa... Por que voce fica dizendo sempre que é o Rei do inferno? Voce tem problemas de auto-estima?
- Responderei sua pergunta, depois de voce me responder por que voce esta rotulada de “vadia estúpida”? – perguntou Crowley com as mãos no bolso.
- Não precisa se irritar Crowley, era apenas uma simples e inocente pergunta. – Bela faz uma cara de sonsa.
- Não estou irritado, esta escrito literalmente em sua testa! – Bela abre um sorriso achando que Crowley se ofendeu com seus comentários. Crowley puxa o celular do bolso, tira uma foto de Bela e mostra pra ela que vê que em sua testa realmente estava escrito “vadia estúpida”.
- Tudo bem... Isso foi inesperado. – falou Bela um pouco surpresa e esfregando a testa pra tirar a tinta.
- Então a loirinha aprontou com voce? – perguntou Crowley rindo e deduzindo isso, pois ele sabia que Abaddon não seria misericordiosa e nem infantil a ponto de escrever “vadia estúpida” na testa de alguém, antes Abaddon explodiria a cabeça dessa pessoa literalmente.
- Voce o disse. Então, vai me soltar ou vamos ficar aqui criando raízes? – falou Bela quase sem paciência. Crowley estrala os dedos e a algema se abre.
- Talvez voce queira isso... – falou Crowley balançando o celular de Bela. Bela toma das mãos de Crowley. – Eu não roubei de voce, estava naquela lata de lixo. – Crowley aponta para a lata perto da garagem. Bela o encara e fala desconfiada:
- Voce já deve estar sabendo de tudo, eu conheço voce.
- É, eu sei. Sei que tínhamos um acordo e voce correu atrás da Abaddon, mas estou te dando uma nova chance. – falou Crowley olhando nos olhos da morena que ri.
- Voce não esta me dando uma chance, voce só não quer me perder como sua aliada, porque voce não tem mais ninguém. – falou Bela soberba.
- Não fique tão confiante. Voce não é a carta mais importante do meu baralho.
- Bem, depende da modalidade, porque um 2 de qualquer naipe pode ter o poder de um curinga.
- Irei me lembrar disso, Bela.
[...]
Já era quase duas horas da tarde e Dean ainda não tinha voltado. Sam foi até a máquina de refrigerantes do outro lado do motel e comprou uma soda. Sam fica parado observando o movimento da rua e começa a pensar em Ruby. Ruby, o demônio havia morrido, Dean a matou. Mas se a Ruby que ele estava vendo não era o demônio, então quem era? A garota que Ruby-Demônio possuiu? Sam não descartava a possibilidade da versão demônio ter voltado. Afinal, Lucifer uma vez matou Castiel e ele simplesmente reapareceu por intervenção divina. Pelo menos era o que eles acreditavam. Algo não se encaixava, mas por que Ruby voltou?
- Voce parece estar solitário... Esta de folga? – perguntou Ruby se aproximando de Sam quebrando sua linha de pensamentos, ele se vira pra ela.
- Estou esperando o Dean, mas o que faz voce pensar que passo as folgas solitário? – indagou Sam, não que aquilo fosse uma ofensa, mas ele não gostava de ser rotulado nerd no sentido de ficar trancado comendo frituras, assistindo animes e lendo gibis com um óculos fundo de garrafa.
- Hummm... – falou Ruby com malicia, Sam tentou não ficar constrangido.
- Conseguiu algo sobre a cratera? – perguntou Sam pra sair da zona de desconforto.
- Nada. Ninguém sabe o que é ou o que a provocou. Por isso que eu vim, pra ajudar voce.
- Pensei que voce não quisesse que o Dean a visse...
- Bem, eu não estou vendo ele aqui. – Ruby dá um sorriso e era simplesmente encantador. Sam passa a mão no rosto e pensa consigo mesmo “não posso confiar nela, posso?”. – Tudo bem com voce? – perguntou Ruby sendo amigável.
- Estou bem, só estou exausto. Mas vamos entrar, talvez voce possa me ajudar a descobrir o que significa um símbolo que encontrei na cratera. – Sam dá as costas e caminha para dentro do quarto, Ruby o segue, mas nota que ele esta desconfiado, ela tinha que reconquistar sua confiança.
[...]
- Esse é o símbolo que encontrei. – falou Sam mostrando o desenho.
- Espere aí! – Ruby toma o papel da mão de Sam. – Eu vi esse símbolo no braço de um padre, um monge, era algo assim...
- Onde voce viu esse homem?
- Quando parei na lanchonete.
- Então, vamos a lanchonete investigar! Com certeza tem ligação com a cratera.– Sam pega a jaqueta e a arma e assim que Sam abre a porta, um homem vestido com uma bata e com um capuz soprou um pó neles e falou:
- Averte mentis. – Sam e Ruby simplesmente apagam.
[...]
Sam acorda meio atordoado em meio a uma floresta e logo percebe que estava pelado. Sam se levanta do chão assim que escuta o barulho do que parecia ser cavalos.
- Cavalos? – Sam se esconde atrás do arbusto. Ele vê cavaleiros montados, pelos trajes ele deveria estar na Idade Média. – Ótimo! Agora sou o Exterminador do Futuro! - Os cavaleiros passam, mas atrás vinha um camponês com trapos velhos, ele estava contando o dinheiro. Assim que o camponês passou pelo arbusto, Sam o agarra por trás dando um mata-leão apagando o homem.
Sam rouba suas roupas e o dinheiro e caminha em direção a cidade. No meio do caminho, ele vê uma moça correndo, parecia estar fugindo de alguém. Assim que ela fica mais visível, Sam vê seu rosto e fala surpreso:
- Bela? – Sam corre até ela e a puxa para trás de uma árvore com o tronco largo. Bela dá tapas em Sam mandando soltá-la e ameaçando gritar. Sam tapa a boca dela e a Guarda Real passa, um dos homens grita:
- Vamos! Não podemos deixar aquela ladra escapar!
- Até aqui voce não deixa de ser ladra, Bela? – falou Sam tirando a mão da boca da morena.
- Eu conheço voce? – falou Bela estranhando Sam.
- Sim, sou eu Sam. – afirmou o moreno.
- Ahh! Voce me parece familiar, eu já roubei voce? – falou Bela apontando e balançando o dedo indicador pra Sam como se tentasse se lembrar.
- Voce realmente não se lembra de mim? – falou Sam desconfiando de que estaria em algum universo alternativo.
- Sam, certo? Eu garanto a voce que jamais me esqueceria de alguém como voce. – falou a morena com um ar sedutor colocando a mão no peito de Sam e subindo até a nuca.
- O que voce esta fazendo? – falou o moreno sentindo um arrepio.
- Seduzindo voce?! – falou Bela com um sorriso cafajeste, ela puxa a nuca de Sam e dá um beijo. Ela se afasta e fala:
- Até mais, Sam.
- Pra onde voce vai, Bela? – Sam perguntou um pouco confuso e Bela grita acenando pra alguém:
- Alexander! – Sam fica totalmente surpreso quando vê Dean ao longe montado em um cavalo. O loiro dá o braço ajudando a morena a subir no cavalo.
- Dean? – falou Sam chocado.
- Eu não sei quem é essa tal Bela, meu nome é Leto e voce acaba de ser roubado! – falou a falsa Bela rindo e balançando o saquinho de dinheiro que Sam havia roubado do camponês. Sam arregala os olhos e tateia os bolsos não encontrando o dinheiro.
- As ruas estão muito perigosas pra se andar sozinho, amigo. Voce pode ser roubado, mas espera... Voce acaba de ser roubado! Péssimo dia, hein? – falou o falso Dean debochado.
- Vamos logo, Alexander! Não quero mais perder tempo aqui e a Guarda Real ainda esta por aí nos procurando. – falou a morena abraçando a cintura do falso Dean. Sam não conseguia esboçar nenhuma ação, além de ficar de boca aberta.
- Tens razão, Leto! – falou o falso Dean que balança as rédeas indo embora galopando. Sam apenas acompanha os dois com os olhos e fala:
- Pelo menos aqui o “Dean” sabe cavalgar. – Sam dá de ombros, não havia nada que pudesse fazer, ele foi seduzido e roubado pela versão medieval de Bela. Sam caminha em direção a cidade, estava tendo uma feira.
- Aonde voce se meteu, Sam? Eu te procurei em toda a parte! – falou Ruby se aproximando de Sam que a segura pelos ombros e fala quase que desesperado:
- Me diga por favor que voce é voce!
- Claro que sou, bobinho! Por que não seria?
- Sei lá, porque eu acabo de ser roubado pela Bela que na realidade se chama Leto agora e ela fugiu com meu irmão Dean à cavalo que agora se chama Alexander.
- Voce esta bem? – perguntou Ruby tocando na testa de Sam pra verificar se ele esta febril.
- Estou, por que?
- Voce disse que o Alexander é seu irmão? Voce não tem irmãos!
- Sim, quer dizer... – Sam nota que a Ruby não é a Ruby e sim, uma versão medieval. Droga! – Digo não. Alexander não é meu irmão. – Ruby estreita os olhos. – Olha! Eu não sei mais de nada, só sei que acordei desmaiado, lutei com um camponês e fui roubado. – Desconversou Sam.
- Voce está atordoado. Precisa descansar, anda vem comigo. – Ruby puxa Sam pela mão para segui-la. – E onde arranjou esses trapos?
- Longa história. – falou Sam a seguindo. Ele não sabia por que estava a acompanhando a falsa Ruby, já que ela não era a verdadeira, mas ele tinha que procurar uma forma pra sair daquela dimensão, ele tinha que começar por algum lugar. Eles entram no que parece uma pensão e sobem direto ao quarto. – Por que estamos aqui?
- Voce quer que todo mundo nos veja? Meu pai arrancaria sua cabeça e prenderia em uma estaca. – Ruby fecha a porta, se encosta nela e dá um sorriso olhando pra Sam como se ele fosse um banquete.
- Acho que houve um mal entendido, eu não sou a pessoa que voce pensa que sou, Ruby. – falou Sam recuando.
- Não comece com essa história de novo! – advertiu Ruby avançando em direção a Sam tentando beijá-lo, enquanto ele se esquiva.
- Voce não entende! Eu não pertenço a esse lugar, eu sou um caçador, eu... – Ruby interrompeu Sam e falou se aproximando:
- Voce já vai começar essa história de novo? Quando me apaixonei por voce eu sabia que voce era um caçador. – Ruby empurra Sam pra cama e sobe encima dele. – E não me importei em amar voce, mesmo eu sendo a filha do Primeiro Comandante da Guarda Real e estando comprometida com o filho idiota do Rei.
- Ruby... – Ruby coloca o dedo indicador sobre os lábios de Sam fazendo-o calar.
- Eu não quero casar com o Theodor, eu quero voce. – falou Ruby olhando para Sam sedenta de desejo. – Só voce. – Antes que Sam falasse alguma coisa, Ruby o beija. Sam não sabia se a agarrava ou se a empurrava pro lado e se atirava pela janela. Ruby interrompe o beijo. – Adoro quando voce fica na reta guarda, por que isso me obriga a ir pro ataque. – Ruby começa a desfazer os nós do espartilho que segurava o decote, deixando Sam ainda mais nervoso e constrangido. Ruby se prepara para beijá-lo novamente, quando de repente Sam sente cheiro de algo queimando, algo como incenso e escuta uma voz feminina falando:
- Excitare mentis. – Sam acorda se deparando no chão de algum saguão com Ruby olhando pra ele segurando um incenso. Sam se afasta de supetão, a loira estava perto demais e ele estava tendo um sonho picante com ela.
- Hey, relaxe aí! Voce estava sonhando com o quê? Com o Jason da Sexta-Feira 13?
- Não. – falou Sam passando a mão no rosto.
- Bem, eu sonhei com o Freddy Krugger, como dá pra perceber. – falou Ruby apontando para o rosto que tinha um corte superficial na testa e no canto da boca, além de um corte profundo no braço no qual Ruby tentava estancar o sangue.
- Voce esta bem? – falou Sam preocupado olhando para o sangue.
- Eu sempre fico. – falou Ruby sorrindo.
- Deixa eu ver isso. – falou Sam tirando a mão de Ruby de cima. – Isso está feio.
- É, o Freddy não gostou quando eu disse que ia queimar a cara dele até virar cinzas e enfiar aquelas garras dele no voce sabe o quê dele. – falou Ruby rindo. Sam tira um lenço do bolso e amarra no local do corte.
- Como isso é possível? – perguntou Sam se referindo ao corte.
- Os malucos da Seita nos prenderam aos nossos sonhos com um feitiço de modo que se formos machucados lá, seremos aqui também, se morrermos lá...
- Morremos aqui também. – completou Sam.
- Precisamos encontrá-los antes que libertem Miguel... – Ruby tenta se levantar e quase cai, mas Sam a segura.
- Nós vamos encontrá-los! Mas antes precisamos cuidar desse seu corte.
- Não há tempo pra isso. – falou Ruby apreensiva.
- Voce não poderá impedi-los assim! – falou Sam ajudando Ruby a caminhar. – E aonde voce conseguiu incenso? E como voce conseguiu acordar?
- O incenso eu peguei daquele altar. – Ruby aponta com o olhar. – Eu desfiz o feitiço, ser possuída por um demônio que foi uma bruxa, tem suas vantagens. Mas voce não disse com o que voce sonhou...
- Palhaços assassinos. – falou Sam automaticamente.
[...]
- Então quer dizer que A Seita quer libertar Miguel da jaula? – falou Sam ponteando o corte no braço de Ruby.
- Foi o que eu ouvi.
- Como eles sabem que Miguel esta preso na jaula?
- Não faço a mínima idéia. – falou Ruby dando um gole na cerveja e fazendo uma careta ao sentir Sam puxar a linha do ponto. – Ai!
- Desculpe. – falou Sam agora enfaixando. Ele termina o curativo, Ruby olha e diz:
- Nada mal.
- Obrigado, peguei a prática de tanto costurar o Dean. Por falar nele, é melhor eu dar um toque, ele pode ter aparecido e saído atrás de mim, já que a Seita me capturou. - Sam liga e nada de Dean atender, ele liga novamente e deixa um recado pra ele retornar. – Dean não esta atendendo, isso não é um bom sinal.
- Ele pode estar por aí muito ocupado com alguma stripper. Não se preocupe com ele.
- Ou ele pode estar com problemas! E além do mais, nós precisamos dele. – falou Sam pegando a jaqueta.
- Boa sorte com Dean, mas essa missão esta indisponível pra mim. – falou Ruby colocando a garrafa de cerveja sobre a mesa.
- Voce não vem comigo?
- Um. Não me leve a mal, mas ele não é meu irmão. Dois. Eu o conheço muito bem e sei que se ele me ver vai querer me matar. – falou Ruby enumerando nos dedos.
- Voce tem razão! Voce não precisa vir comigo e também voce precisa descansar, voce perdeu muito sangue... – falou Sam acompanhando Ruby até a porta.
- Eu até te ajudaria, mas não me leve a mal. Não esta na minha agenda salvar o Dean e ser morta por ele logo em seguida. Ainda mais sabendo que ele tem o Crowley como aliado.
- Crowley não é nosso aliado. – Pelo menos era o que Sam tentava se convencer.
- E também não é inimigo, pelo que vejo. – rebateu Ruby um pouco venenosa.
- Não vou discutir com voce. Apenas descanse, porque até jogadores titulares precisam ficar fora por um ou dois jogos pra se recompor!
- Isso foi um elogio? – perguntou Ruby entusiasmada.
- Talvez.
[...]
- Aonde eu estou? – falou Dean se levantando, suas costas doíam, parece que ele passou a noite no chão. Dean vê que a primeira lâmina estava na sua mão suja de sangue. Ele olha ao redor e nota que estava em um bar de beira de estrada e havia muitos corpos no chão. Dean só teve uma única conclusão, ele havia matado a todos.
O celular de Dean vibra, ele verifica, havia várias chamadas perdidas de Sam, mas ignora. Dean passou a mão pelos cabelos, ele não podia acreditar no que fez. Ele se aproximou dos corpos e eram apenas pessoas.
Dean vai até o banheiro e lava o rosto. Ele parecia o Jack estripador ao encarar seu reflexo no espelho, ele era um estranho pra si mesmo. Ele não conseguia se lembrar do que aconteceu depois de investigar a cratera. Só havia uma pessoa a quem ele poderia recorrer, ele pega o celular e liga.
- Crowley? Preciso de sua ajuda. – falou Dean tenso.
- Olá Dean. – falou Crowley aparecendo detrás dele.
- Como me achou? – indagou Dean.
- Há uma grande atividade demoníaca aqui... – Crowley olha para as roupas de Dean. – Voce agora virou açougueiro, Dean? – Dean abre a porta do banheiro mostrando vários corpos pelo bar e diz:
- Quase isso.
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